𝐂𝐀𝐓𝐂𝐇 𝐌𝐄 • 𝐏𝐄𝐄𝐓𝐀...

By rely-h

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Áster Snow era uma das vencedoras dos Jogos Vorazes. Filha do presidente Snow, foi treinada para a 73° edição... More

prólogo
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Um ano depois

Áster estava no apartamento de Peeta, sem saber quantas vezes tinha ido até lá durante a semana, e bebia um pouco d'água enquanto encarava a Capital através da janela. O apartamento ficava no último andar e era uma cobertura de luxo. A única alteração que Mellark pediu foi a decoração, pois queria algo mais minimalista.

Peeta gostaria de ir para um apartamento mais simples, mas sabia que para morar perto de Áster, teria que ser em algum apartamento luxuoso perto da mansão. Todo mês, ele ia até o 12 visitar a família e Haymitch. Acabava tendo notícias de Katniss e a família dela também.

Ele e Áster estavam um pouco cansados de toda a exposição que Coriolanus fazia eles enfrentarem, e tentavam não sair pela cidade quando não era necessário.

— Está tudo bem? — Peeta parou do lado da menina, que suspirou.

— Estou pensando no que Lily falou.

— Acha que ela fará algo? — ela o encarou.

— Acho que ele fará algo.



Flashback 1 ano antes:

— Lucy Gray.

— É um prazer, senhora Gray.

— Na verdade, se tiver um minuto, gostaria de falar com você a sós.

Finnick apenas assentiu com a cabeça e começou a andar de volta para o prédio.

— Obrigada. — Lucy agradeceu Everdeen, que sorriu sem mostrar os dentes e seguiu na mesma direção que Odair.

— Vou estar ali. — Mellark deu um pequeno sorriso e andou pela areia, sem deixar a praia.

— Está tudo bem com a senhora?

— Vamos nos sentar aqui. — a mais velha se sentou e Snow pensou se a imitaria. Receosa, acabou cedendo e se sentando. — Não pensei que encontraria você ou qualquer um da família Snow novamente.

— Conhece a minha família? — Áster franziu o cenho. — Não é uma fã, né? — Lucy riu.

— Participei de uma das primeiras edições dos Jogos Vorazes. — ela encarou o mar. — Seu pai foi meu mentor.

— Ele nunca comentou sobre isso.

Gray riu. — É claro que não. O seu pai busca poder, Áster. E ele vai apagar qualquer indício de ameaça a ele.

— Eu sei disso. — Lucy a olhou. — Não temos uma relação maravilhosa. Sei bem quem é o presidente Snow.

— Sinto muito por isso.

— Mas, como você seria uma ameaça pra ele?

— Conheci o seu pai quando ele ainda lutava por um lugar na liderança da Capital. Por vezes, pensei que ele não concordasse com os Jogos ou que tivesse feito de tudo pra eu vencer porque me amava. — ela deixou uma leve risada nasal escapar. — Mas, percebi que ele mentia tanto, que acreditava no que inventava. Ele matou pessoas pra conseguir o que queria e eu sei que se tivesse continuado com ele, se tivesse fugido do 12 com ele, ele teria me matado quando se sentisse ameaçado.

— Meu pai morou no 12? — a garota perguntou surpresa.

— Por algum tempo. Ele trapaceou nos jogos para que eu vencesse e foi descoberto. Também trapaceou para ser mandado para o 12. Quando eu vi que ele havia percebido que eu não estava mais acreditando nas histórias dele, fugi.

— Pra onde você foi?

— Pra todos os distritos. Precisei mudar o visual, as roupas. Sempre me camuflando e sem criar laços com ninguém. As pessoas me conheciam da TV. Foi então, que vi quando Coriolanus assumiu a presidência. Não fiquei surpresa. Continuei indo de Distrito para Distrito, e você nasceu.

— Conheceu minha mãe? Ela morreu durante o parto.

— Áster... — Lucy a encarou com pena. — Sua mãe morreu porque descobriu alguns dos segredos mais obscuros do seu pai. Rosalie encontrou documentos perturbadores sobre assassinatos que Corio cometeu com grandes nomes da política, usando venenos. Alguém contou para ele que ela estava com os documentos e ele checou, vendo que era verdade. O combinado foi que você nasceria e ela morreria no máximo um mês depois. Soube que ela implorou pra te conhecer.

— Como sabe disso tudo?

— Existem muitas pessoas que odeiam a Capital e o seu pai. Conheci um homem, chamado Alex, que trabalhava na mansão naquela época. Ele era assistente da sua mãe e descobriu tudo. Pouco depois do seu nascimento, o conheci.

— E você sabe como.... — a menina não quis falar em voz alta.

— Envenenada. Você estava quase completando 1 mês de vida quando aconteceu.

Áster não sabia como reagir. A vista estava embaçada, os olhos com lágrimas, a decepção que sentia. Peeta estava sentado a alguns metros delas e percebeu que tinha algo errado.

— Como posso ter certeza de que é verdade?

— Pergunte ao seu pai sobre Alex Monroe.

— Ele também morreu?

Gray negou. — Deve estar por aí. Diga que o encontrou e que ele te contou algumas coisas. Se ele confirmar o nome, saberá que é verdade. Já que não teria como eu saber o nome do assistente de uma mulher que mal saía de casa ou dava entrevistas.

— Vou pergunta-lo. — Snow passou a mão no rosto. — Já está aqui no 4 há muito tempo?

— 6 meses. É um dos meus distritos favoritos. Uma pena que não tenho mais forças para cantar e ir embora no dia seguinte. — ela riu. — Percebi que preciso escolher um distrito pra passar o pouco que me resta de vida. As viagens cansam muito quando você sai da casa dos 40.

— Se precisar de alguma coisa, fale com o Finnick, ele entrará em contato comigo.

— Obrigada, Áster. Por favor, não fale o meu nome para o seu pai. Peça aos seus amigos que não falem nada também. Snow me caçaria até os confins se soubesse que ainda estou viva. Meu nome agora é Lily Winsborn.

— Fique tranquila, não vamos falar nada.

— Temo pela sua amiga Katniss. — Lucy notou a confusão no rosto de Áster. — Rebeldes estão se formando pelos distritos. Muitos acreditam que o ato dela foi rebelde. E, se o seu pai também acha isso...

Snow respirou fundo. — Dará um jeito de matá-la.

— E, talvez, seu namorado acabe indo junto.

Áster negou com a cabeça e limpou algumas lágrimas quando encarou Peeta, que desenhava na areia com o dedo, despreocupado. — Eu não vou deixar.

— Se precisar de mim, continuarei no 4. Se, por acaso eu me mudar, mesmo achando difícil, aviso seu amigo Odair.

— Obrigada, senhora Gray.




— Ainda acha que ele vai nos envenenar?

— Já disse que ele não vai me matar. Se ele matasse nós dois eu não estaria tão preocupada. Mas, se você morrer e eu viver...

— Ele não vai me matar. Talvez me mande de volta para o 12 quando você e Finnick forem ficar juntos, mas não precisa me matar. Ele não tem motivos pra isso.

— Eu sei, mas... Me lembro de Lily e estou com um pressentimento de que ele fará algo.

Peeta a abraçou, um pouco frustrado por não poder fazer nada para ajudá-la. Os dois se sentaram no sofá e ligaram a televisão da sala. A imagem do pai da garota apareceu e ela sabia que ele anunciaria a nova edição dos Jogos.

— Senhoras e senhores, este é o 75° ano dos Jogos Vorazes. E foi determinado no regulamento dos jogos, que a cada 25 anos haveria o Massacre Quaternário, para manter fresca a memória daqueles que morreram na rebelião contra a capital. E agora, pelo 75° aniversário do sufocamento da rebelião, celebramos o 3° massacre quaternário. — ele tirou um pequeno papel de dentro de um envelope e continuou. — Como lembrança de que mesmo os mais fortes não podem sobrepujar a capital, — Áster chegou o corpo para frente, tensa, como Peeta. — assim sendo, nos Jogos do terceiro massacre quaternário: os tributos do sexo feminino e masculino serão escolhidos dentro de um grupo de Vencedores existentes de cada distrito. Incluindo a Capital, que é a grande representante da honra de estar nos Jogos.

A onda de ansiedade passou pela espinha de Áster. Ela se levantou, com falta de ar, e Peeta ficou em choque. Áster era a única vencedora da Capital. Mesmo se Haymitch fosse sorteado, ele não a deixaria sozinha e se ofereceria como tributo.

— Eu sabia que ele faria alguma coisa, só não pensei que ele fosse me incluir no banho de sangue. — a garota andava de um lado para o outro. — Três vezes nos Jogos. Três. E desta vez acho que nem se ele trapacear a meu favor eu saio de lá viva. 

— Nós vamos dar um jeito. — o garoto se levantou e desligou a televisão.

Ela negou com a cabeça. — Dessa vez não.

Áster se apressou em juntar suas coisas e foi até a porta.

— Onde vai?

— Tirar essa história a limpo.

— Áster, não faça nada que vá se arrepender. — o garoto respirou fundo, sabendo que nada do que dissesse diminuiria a raiva dela.

— Eu vou me arrepender se não fizer nada. — ela suspirou e voltou para perto dele. — Eu vou ficar bem.

A garota deu um beijo rápido nos lábios de Peeta e foi em direção a mansão Snow.



— Perdeu a cabeça de vez?! — Áster não esperou ninguém anunciar sua chegada e foi direto para a sala do pai.

— Estou na minha perfeita sã, Asteracea. Quem parece não estar bem é você, minha querida filha. — ela odiava que o pai a chamasse pelo nome.

— Você vai me mandar pra arena DE NOVO?! O que aconteceu com o plano do casamento?

— Agora você quer se casar com Odair? — o mais velho riu e ela bufou.

— Por quê está fazendo isso?

— Sabe que Katniss Everdeen pagaria pelo que fez na arena e, se eu não te incluísse, teria problemas com os espectadores. Você já fugiu dos padrões nos últimos Jogos, entrando no meio deles. Não seria sábio que ficasse isenta dessa edição, se é uma vencedora.

— Então, está me punindo porque eu fui para a arena. — ela revirou os olhos.

— E não se preocupe. Você e o senhor Mellark terminarão antes dessa edição dos Jogos. Seu romance final será com Finnick Odair, naquela arena. Talvez eu faça o possível mais uma vez, pra que você saia viva.

— Eu não vou fazer o que você quer. Eu não vou terminar com Peeta. Você entende que você só destrói a minha vida? Você matou a minha mãe; você me criou para os Jogos e vai me mandar pra lá pela TERCEIRA vez! E não vai tirar a única coisa boa da minha vida antes de eu morrer!

O mais velho cerrou os olhos. — Acho que você realmente está maluca. A sua mãe morreu no parto e você sabe disso.

— Não é o que Alex Monroe diz. — o presidente arqueou as sobrancelhas. — Te soa familiar?

— Alex Monroe era apenas um rebelde que foi embora fugindo dos deveres da Capital.

— E trabalhava pra você. Pra ela.

Coriolanus decidiu não prolongar a conversa. — Como sabe disso?

— Então é tudo verdade. — Áster se lembrou das palavras de Lucy Gray. — Você parece se empenhar demais pra me destruir.

— As vezes, são as coisas que mais amamos que nos destroem.

A garota o olhou com ódio. — E quem disse que eu te amo?

Coriolanus ficou surpreso com a filha, mas não esboçou reação.

— Você só está indo para aquela arena de novo porque decidiu ir para lá pela segunda vez, por Peeta Mellark. Não sou eu que estou te destruindo.

— Sim, é você. Como sempre você está acabando com tudo de bom que eu possa ter. Mesmo se eu sair viva de lá, vou ter que enfrentar todos os meus medos de novo e perder Peeta. Eu espero não te ver nunca mais.

Áster deu as costas para o mais velho e foi para o quarto. A menina procurou pelos remédios enquanto afastava as memórias da arena em sua mente e se deitou na cama sem acreditar que passaria por tudo mais uma vez e que provavelmente seu pai não a ajudaria mais. Ela sabia que não conseguiria sem as intervenções dele.

Seus pensamentos foram para todos os outros tributos que teriam que ir para lá de novo. Para Katniss e sua família, para Finnick. Por fim, para Peeta.

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