[+] We thought a cure would come through in time. Now, I fear it won't.
As coisas que Jungkook disse não paravam de ecoar na minha cabeça, principalmente a parte que ele disse "está nas suas mãos, doutora". Estou acostumada a tomar decisão sobre pressão, só que essa é diferente. Ensinar comados tem diversas vantagens, entendo que também tem riscos. Mas se conseguimos podíamos melhorar a qualidade de vida desses animais, isso é tudo que eu gostaria.
Laboratório de pesquisas B3, eu preciso ir até lá. Sai do meu complexo antes mesmo de entrar, fui até o estacionamento correndo. Assim que avistei meu carro peguei a chave. Escutei uma buzina alta, olhei para trás. E lá estava Jungkook saindo do seu Jeep preto.
— O que você faz aqui? — Indaguei, ele pegou as chaves da minha mão. Abriu o carro e pegou o mapa no porta luvas e então trancou o carro. — Ei!
Ele pegou meu braço e saiu me arrastando até o carro dele, ele basicamente me jogou dentro do Jeep. Após um longo suspiro ele disse.
— Seria tudo tão mais simples se você deixasse isso quieto. — Ele falou finalmente, pressionei os lábios. — Escute bem, você não fará isso sozinha Lalisa.
— Por que você está aqui? — Perguntei, ele deu partida.
— Porque eu sabia que você iria lá. — Falou lentamente, meu coração acelerou.
O resto do caminho foi em silêncio, eu ficava observando ele dirigir pelo canto do olho. E meu papai, ele ficava tão lindo. Ainda mais hoje que ele estava de regata, mostrando seus belíssimos braços.
Isso me fazia ter pensamentos nada próprios e ninguém pode me julgar, estou na seca e parece que Deus quis entregar a maior beleza do mundo em uma só pessoa. Isso me deixa quente.
Céus! O que eu estou pensando?
— Chegamos, me passa o mapa. — Falou, corei imediatamente. Peguei o papel entre minhas pernas e joguei em seu colo, basicamente pulei para fora do carro em seguida. — Você tá bem?
Escutei ele perguntar, quis enfiar minha cara no chão. Passei a mão pelo cabelo e soltei eles, Jungkook apareceu na minha frente.
— Ai que susto! — Falei com a voz trêmula, ele sorriu. Seus olhos desceram pelo meu corpo, eu vou matar esse filho da puta.
— Você vai para o meio do mato de jaleco? — Ele jogou a chave em mim, eu peguei no ar. Então ele sorriu, eu abri o carro e joguei o jaleco lá, então percebi que também estava de regata.
E que bom, porque hoje está quente demais. Virei-me e arrumei meu sutiã e blusa, Jungkook coçou a garganta.
— Vamos? — Ele apontou, assenti. — Desliga seu celular, mandei nossa atual localização para lá.
Assim eu fiz, e então adentramos na mata. Eu estava atenta ao chão, com medo de encontrar algum bicho asqueroso. Diferente da última vez não demorou para encontrarmos o laboratório, Jungkook segurou meu pulso. Entramos com bastante cuidado lá, mas antes eu pude observar como era por fora. Era tudo um completo caos, pedaços de carros e estruturas destruídas em volta de uma grama alta. Cenários pós apocalíptico, Jungkook ia na frente e observava tudo. Ele queria ter certeza que estávamos sozinhos.
— Acho que estamos sozinhos, mesmo assim fale baixo. — Murmurou, peguei minha lanterna e observei o local. Tinha algumas marcas de garras e mato por todo canto.
Alguns lugares pareciam ter pegado fogo, uma parte da parede parecia ter algo escrito. Tão focada em tentar entender o que estava escrito eu não vi o que estava do meu lado, então eu acabei trombando em algo grande e estranho.
Quando eu olhei para o lado era um velociraptor, eu gritei e caí no chão. Jungkook veio correndo, ele agachou e eu só conseguia apontar.
Ele levantou e foi até o dinossauro, eu ainda estava no chão com o coração disparado. Ele então tira um monte de fios de trás do velociraptor.
— Você devia tomar mais cuidado. — Alertou-me, então ele me levantou. — Eu saí do seu lado e você quase morre? Para sua sorte isso é um animatrônico.
— Eu estava com minha atenção em outra coisa. — Murmurei, ele revirou os olhos.
— Esse foi o problema Lisa, eu não posso sair do seu lado sem ficar extremamente preocupado? — Ergui meus olhos, ele suspirou. — O que prendeu sua atenção?
— A-aquilo. — Gaguejei, apontei para a frase riscada por garras. — Eu não estava conseguindo ler.
Ele agachou e apontou a lanterna.
— "A vida imita a arte", Oscar Wilde. — Leu em voz alta, fechei os olhos.
— Pensei que fosse outra coisa mais importante, desculpa.
— Essa frase tem por todo o parque, mas não podemos tirar a importância dela agora. — Falou, encarei ele confusa. — É a fala de um dos fundadores daqui, tem grande peso. Não vamos desanimar.
Então continuamos a andar, até que chegamos em uma ala que tinha muitos cacos de vidro no chão.
— Aqui deve ser onde fica os experimentos e pesquisas. — Jungkook sussurrou, lambi os lábios. — Provavelmente já tiraram muitos registros, então não crie tanta expectativa.
— Sem problemas.
Entramos com cuidado, Jungkook segurava meu braço para me dar apoio. Eu olhei por todo lugar, era uma versão do meu laboratório. Só que menos moderno. Eu olhava as mesas, procurando qualquer coisas. Escutei passos se aproximarem, Jungkook correu me virando e tampou minha boca. Então ele me arrastou para o lado, abaixamos e ficamos de trás de uma mesa.
— E a pesquisa? — Perguntou um homem, sua voz era roupa e ele falava com arrogância.
— Está finalizada, nosso híbrido está crescendo bem. — Respondeu meu superior, eu tremi. — Durante esse tempo desenvolvemos dois híbridos, o outro acabou de ser concluído.
— E os velociraptors? — Perguntou outro, Jungkook estava atento.
— Tem filhotes novos, estão no complexo sendo domados. — Meu superior falou e eu quis vomitar.
— Você deveria terminar de destruir esse lugar, se descobrirem pode destruir todas nossas negociações. — Sugeriu o primeiro, olhei para Jungkook. Ele balançou a cabeça.
— Irei, no momento certo.
E suas vozes foram distanciando, eu me remexi.
— Eu achei algumas papeladas, vamos procurar qualquer outra coisa e levar. — Sussurrou, eu assenti. — Toma mais cuidado no laboratório, ele não pode desconfiar que sabemos de algo.
— Sem problemas. — Respondi rapidamente, ele segurou meu rosto.
E ah, como eu queria colar meus lábios nos dele.
— É sério Lalisa, tome cuidado com a sua língua. — Falou em um tom muito sério, eu sorri.
— Tomarei cuidado, Jeon. — Falei lentamente, ele aproximou seu rosto do meu. Meu corpo clamou por mais, por um toque que fosse. Porém ele apenas levantou e foi atrás dos malditos papéis.
Eu não sei o que deu em mim hoje, eu simplesmente não estou me reconhecendo. Parece que voltei para adolescência, onde tudo que queria era ele em cima de mim. Lembro como se fosse ontem da nossa primeira vez, a vó de Jungkook tinha viajado e estávamos sozinhos.
O que poderia dar errado com dois adolescentes cheio de feromônios sozinhos?
— O que tem para comer aqui? — Perguntei assim que entrei, Jungkook estava sem camisa. Podemos dizer que eu me acostumei após tantos treinos, ele sempre tirava a camisa por causa do calor.
— Deve ter alguns biscoitos, e comidas congeladas. Qual é o tamanho da sua fome? — Perguntou, me joguei no sofá.
— Biscoitos servem. — Falei, ele foi até a cozinha e voltou com o pacote de biscoito. Ele ia levantar minhas pernas para sentar, porém eu as tirei antes.
— Tá aqui. — Peguei o pacote das suas mãos, então sentei em seu colo e comecei a beijar seu rosto.
— Obrigada, jogador caro. — Falei, ele sorriu e me beijou.
Eu comecei a rir, ele me soltou. Fiz biquinho, ele deu tapinhas na minha bunda.
— Sai Liz. — Pediu delicadamente, arqueei a sobrancelha.
— Se não o que? — Ele tentou me empurrar, meus olhos brilharam aceitando o desafio. Eu me remexi no seu colo tentando manter o equilíbrio, ele paralisou.
— Lalisa. — Falou baixinho e lentamente, isso arrepiou até minha espinha. Então eu entendi.
Tínhamos quantos anos mesmo? Se eu me lembro bem, tínhamos entre 16 e 17 anos.
— Por favor. — Suplicou baixinho, inclinei-me e beijei ele. Ele me jogou no sofá, prendendo minhas mãos. — O que você quer?
E eu disse a mesma coisa que ele me falou naquela noite do nosso primeiro beijo.
— Você.
E depois desse dia tivemos várias aventuras as escondidas, muitas delas no vestiário.