(A LUKE&ANINKA ONE SHOT.)
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Baby
I know places we won't be found and they'll be
chasing their tails trying to track us down, 'cause I
I know places we can hide
I know places
OS RAIOS DE SOL nascente brilhavam forte sobre o Acampamento Meio-sangue, com suas cores quentes refletindo por toda superfície do vale e as ninfas cantando suas canções nos bosques, animando os semideuses que já puxavam as barras das calças para se refrescarem na margem do lago antes de começarem suas tarefas. Aninka Sanderson, por outro lado, se perguntou o quão trabalhoso seria dar uma folheada em seu livro de feitiços, para quem sabe talvez encontrar alguma – tapem seus ouvidos, Olimpo! – praga para jogar nas rodas da carruagem de Apolo, coisa pouca, bem inocente, e então Ártemis seria obrigada a fazer a gentileza de cobrir os horários do irmão capotado e a noite teria 24h. Simplesmente genial de sua parte, não é?
Veja bem, não que fosse total amargurada de 17 anos – ou talvez fosse, era fase minguante, afinal – , mas como semi-titã filha de uma das maiores representações gregas para a noite, já era parte de sua natureza preferir a luz pérola do luar sobre sua pele, as vezes até brincava com Sagitta que essa era sua fotossíntese reversa. Porém, era como já dizia o ditado que tinha acabado de roubar do Mestre Yoda "Luminosos seres somos nós", portanto meio que já havia se acostumado com a constante temperatura ensolarada do acampamento, porque afinal nada mudava a não ser que os deuses quisessem – ao menos era isso que eles pensavam até então.
— Então decidiu começar a sua manhã nem mim? Ouch — Aninka virou a cabeça ao ouvir a voz de Luke, que vinha andando quase correndo pelo ladrilho de pedra que ela a recém havia passado — Uma batida na porta no banheiro teria bastado, sabe?
- Se é isso que chama de começar a manhã... - Ela fez uma careta ao lembrar dos irmãos Stolls, que simplesmente escancaram as janelas do chalé para acordar a todos mais rápido - E você também estava demorando demais pra decidir qual creme de cachos ia roubar hoje, já foi mão leve mais rápido, Castellan!
O moreno sorriu de lado com seu comentário como quem diz "meia noite te conto um segredo" e Aninka odiou um pouco menos o trabalho de Apolo com sua luz, porque a combinação dos cachinhos ainda úmidos, as íris castanha quase líquidos e a cicatriz com as bordas meio avermelhadas pelo calor era realmente algo que valia a pena cerrar os olhos para enxergar melhor. Não que ela de fato estivesse fazendo isso, claro que não.
— Todo roubo perfeito leva tempo, bruxinha, e se eu me lembro bem - Começou o conselheiro, passando um dos braços por cima dos ombros da garota, apertando de leve seu braço para tela mais perto e ignorando o formigamento em sua própria mão — Você não tava reclamando disso ontem na loja de Souvenirs quando a gente queria doces...
— E não é isso o que todo ladrão ruim fala? — Retrucou mesmo sabendo não ter a razão, preferindo ignorar a última parte já que afinal o que os olhos do Sr. D não veem o coração do Quíron não sente.
No caminho até o pavilhão do refeitório, a Sanderson também esticou seu braço pelas costas de Luke, os dedos naturalmente segurando as dobras que a camisa laranja fazia sobre a cinza que ele usava por baixo. Entretidos na conversa que se seguiu, ambos perderam a agitação em um dos arbustos ao lado, que balançou violentamente como se alguém estivesse passando mal dentro dele.
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— Tá fazendo o que aí, Polly? — Alice Miyazawa, uma das filhas de hermes, perguntou para a Hernandez, que já havia chegado atrasada para o café da manhã e mesmo assim não havia nem tocado em nenhum dos alimentos de seu prato, ocupada demais anotando sem parar em sua prancheta estampada de corações.
— Pesquisa de campo, minha cara padawan — Respondeu animada para compartilhar suas observações, não dando nem atenção ao apelido que chamou a criança mais nova que ela mesma, a filha de Hécate realmente tinha convertido todos com a palavra de Star Wars — Pro meu TCC, olha só pros dois bonitinhos ali e me diz o que você tá vendo!
Seguindo com o olhar a direção apontada nada discretamente por polly com sua caneta, onde Luke e Aninka estavam sentados lado a lado, Alice de imediato não entendeu sobre o que a menina estava se referindo, não vendo nada de estranho nos dois além da rotina de todas as refeições compartilhadas.
A filha de Eros suspirou dramaticamente quando recebeu apenas um olhar confuso em resposta, nem todos eram tão calibrados na arte divina do radar para o romance como ela, pelo jeito.
Nos minutos que se seguiram, a Latina ficou cuidando atentamente como uma coruja qualquer movimento dos Luninka – depois de infinitos anagramas, fora esse o melhor shipp que encontrou, simples e elegante pontuou em seus pensamentos –, estapeando o braço da outra ao seu lado, que soltou um ruidoso "ahhhhh" quando finalmente pescou o peixe.
Distraídos em suas conversas paralelas sobre o que fariam durante o solstício de inverno no Olimpo e os planos para o próximo jogo de caça a bandeira, Aninka metódica como era apenas com a comida separava as azeitonas do seu café da manhã até o canto do prato, onde Luke sem nem olhar as bicava com seu garfo para comer até sobrar apenas os caroços, fazendo o mesmo com os morangos do seu próprio bolo de chocolate para a garota instantes depois, porque já sabia que eram suas favoritas apesar de toda a ironia.
— Que coisa estranha, viu — Prática como só uma criança de 11 anos poderia seria, a Miyazawa levantou o grande questionamento que rondou sua cabeça no momento — Se eles não gostam das azeitonas e nem dos morangos, porque só não desejam que não venham no café?
Como se fosse possível, o sorriso de Polly aumentou ainda mais. Se fosse um pouco mais espertinha, Alice até quem sabe pudesse dar uma boa recruta do amor, pensou.
— Exatamente, Ali, exatamente! — Comentou como quem sabe um segredo que ninguém ainda fofocou, até poderia jurar que havia uma caixinha de som na volta do casal-não-casal tocando "Margaret" da Lana — Isso não é a coisa MAIS FOFA??
Sua última frase, no entanto, havia escapado alto demais, chamando atenção da maioria do pessoal sentado na mesa superlotada de Hermes e principalmente de Luke e Aninka, que viraram com as cabeças em direção a Hernandez quase que na mesma hora com um olhar engraçado como quem pergunta "quê isso, doida?".
Alice, que tinha chegado no acampamento naquele mesmo ano e não era acostumada com a energia estranha da filha de Hécate, se voltou para seu preto rapidamente e não tirou mais os olhos do omelete. Polly, por outro lado, deu uma risadinha fininha antes de escrever na prancheta "Estágio três aka fase Tomdaya: Movimentos iguais!", circulando na volta duas vezes com a caneta.
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Com o final do do verão chegando no acampamento, a tarde se seguiu extremamente movimentada, com os mais velhos indo e vindo de todo o lado para colocarem suas cabines em ordem para a última inspeção de chalés e os mais novos ocupados demais com as aulas adicionais de sobrevivência para se virarem bem nas férias.
Aninka não tinha realmente uma casa para voltar no inverno - pelo menos não uma que quisesse – ou sequer muita pressa para ser mais uma das 500 mãos para pôr o casebre de hermes no lugar, ocupando a maior parte de sua tarde entre as aulas de latim, ajudar os filhos de deméter no pomar – o que não deu muito certo, já que aparentemente eles não gostaram muito de quando começou a desenhar pequenos símbolos no fundo dos vasos... Mas eram só pra proteção e prosperidade! – e bater uma grande quantidade de papo com Sagitta no campo de arco e flecha.
A lua já começava a dar as caras no céu e ela teve vontade de andar saltitando, mas se segurou para não parecer muito ridícula na frente dos outros durante o caminho até a arena. Talvez tenha cedido um pouquinho a essa vontade quando passou pelos corredores escuros da construção, mas só um pouquinho mesmo.
— Pensa rápido! Prefere lutar com 3000 quimeras do tamanho de formigas ou uma formiga do tamanho de uma quimera? — Chegou de supetão já perguntando, conseguindo a raridade de pegar Luke de surpresa aparecendo na sombra que a porta fazia — Se tá com medinho do escuro, posso te dar a mãozinha.
Uma risada divertida tomou conta do peito do garoto antes dele se virar para encará-la, um sorriso aparecendo seu rosto juvenil quando terminou de guardar os equipamentos da aula de espadas com os novatos – o lance de melhor espadachim do acampamento e bla bla bla.
— Vou levar as 3000 quimeras, sem dúvida!
Esse era meio que o joguinho deles, que às vezes usavam apenas para brincadeiras e outras para falarem de coisas sérias, uma forma que encontraram de serem vulneráveis neste mundo mitológico meio doido onde ficar exposto era sempre um risco a sua vida por completo.
— Pensei que fosse aparecer por aí hoje — Soltou como quem finge não ligar muito, agora mais perto dela e de fato pegando sua mão.
Aninka às vezes desconfiava que o Castellan era meio carente de contato físico, mas ela meio que era também então quem ligava? Acabando por esticar seus dedos e entrelaçar com as dele, as linhas da vida nas palmas até mesmo se ligando no mesmo lugar.
— Achei melhor não, seria meio trágico te vencer na frente de todo mundo dessa vez, sabe.
— Aquilo foi de noite, e eu ainda acho que você trapaceou — Falou só para irritar a garota, que sempre desdenha com um huf e uma balançada de cabeça bonitinha, já caminhando juntos para fora da arena.
— Ambos muito questionáveis! — Por acaso existiam regras de duelos por escrito no acampamento? Pelo jeito não, logo encantamentos de slow motion não eram exatamente uma forma de trapaça...
No lado de fora a brisa da campina já começava a soprar mais forte, anunciando aos poucos a chegada do horário da fogueira e, antes mesmo que Luke pudesse puxar o próximo assunto com outra charada agora que era sua vez, o mini furacão que era Polly Hernandez apareceu primeiro.
— Até que enfim achei vocês! — Comemorou, esbaforida de tal forma que parecia que tinha viajado os 7 mares, matando alguns monstros e juntado alguns casais no caminho da volta.
— Hey, Polly — Aninka comprimento animada ao ver uma das suas duas crianças preferidas em todo acampamento, mas perdendo o brilho lentamente quando notou a menina puxar sua prancheta e passar a folhas, já sabendo muito bem o que estava pra acontecer.
A filha de Eros, como a boa cupido oficial do acampamento que era com suas habilidades formidáveis para a observação de potências casais almas gêmeas, durante sua pesquisa de campo super discreta naquele dia não havia anotado apenas só 5 ou até mesmo 10 motivos que comprovam que Luke e Aninka eram feitos um para o outro, mas sim um total de cinquenta.
Ela conseguiu citar até 20 deles – que iam de coisas simples como traços de personalidade até outras meio absurdas do tipo mapa astral – antes que a Sanderson começar a se sentir inquieta com tudo aquilo e se dar de conta que ainda segurava a mão do moreno, que soltou para puxá-lo pelo braço e começar a caminhar mais rápido.
— Certeza que não é na verdade filha de Santo Antônio, não? — Luke perguntou por cima do ombro para a mais nova que ainda vinha atrás, tendo muita paciência apesar de suas próprias bochechas estarem começando a ficar um pouco rosadas.
— Um grande ídolo meu, o coitadinho, se foi muito cedo, sabe? Fez tanto por aquelas moças pobrinhas e nem esperou nenhum amor em troca, era muito devoto. Foi um grande homem, um grande homem! — Polly comentou meio cabisbaixa ao lembrar da vida sem graça e sem brilho de um dos seus musos inspiradores.
Aninka teve vontade de rir, mas disfarçou com uma crise de tosse, chamando a atenção da menina para fora do seu luto de 5 segundos.
— Aff tão me distraindo, os pombinhos não tão entendendo as minhas palavras de jovem velha anciã do amor, né? — Ela reclamou com seus metro e cinquenta de altura, andando atrás dos dois e mexendo quase que todo o braços enquanto falava apontando exageradamente para aqueles que considerava como país – qualquer dia te faria o meme do Fábio Júnior com a foto deles – , escapando por pouco de tropeçar nas raízes de uma das dríades pelos pulinhos que também dava — vou até falar em palavras facinhas aqui ó: Vocês são tipo a tampa da panela velha do outro, a metade da laranja sem bagaço, o prego do chinelo havaianas, o ovo do pão com maionese e o tomate...
Quanto dinheiro será que ganhariam se a levassem para ser estudada humanamente pela Nasa? Normalmente, Aninka até achava bonitinho seus planos e empenho da sua criança para juntar casais pelo acampamento, mas assim como Luke, ela não acreditava em muitas coisas pré determinadas por alguma força superior que os deixava ao acaso do próprio destino, preferindo se manter na ideia que tinha a escolha sobre sua própria vida e de quem com o tempo e amor, criariam juntos suas próprias almas gêmeas.
Mas contando sua linha de pensamentos, compartilhou com o garoto um olhar de quem fala um "Se prepara para correr!", colocando no rosto a expressão mais teatral do mundo.
— Pelos deuses! Polly, eu estou ficando cega ou aqueles ali são A Silena é o Charles se abraçando? — Apostou no drama e no ponto fraco da Hernández, que tinha o filho de Hefesto e a de Afrodite como um dos seus – se não o – maior shipp em potencial de todo o acampamento.
Quando ela virou o pescoço na direção tão rápido que poderia ter jurado que ouviu suas juntas estalarem, Luke e Aninka deram no pé na mesma felicidade que o papa léguas usava para escapar do coiote, desaparecendo do campo de visão de Polly em segundos.
— Por aí não! — Luke a puxou levemente na direção contrária ao Centro de artes e ofícios, onde quase tinham sido pegos atrás de uma das esculturas inacabadas semana passada por um dos campistas de Atenas. Um dos dois tinha senso de não repetir o mesmo erro duas vezes, que sorte!
Dentro de seu peito, a situação para Aninka estava realmente complicada, com seu coração saltando tanto que até no estômago borboletas já haviam se espalhado para fazer morada. Preferia acreditar que era por conta do ritmo de corrida que mantinham enquanto o filho de hermes os guiava até próximo ao lago de canoagem, e não ao fato de estar prestes a se esgueirar por aí como dois adolescentes apaixonados.
— Alguma hora vamos ter que contar pra ela — Comentou quando por fim pararam de correr. Luke entrou primeiro para dentro da casinha abarrotada de equipamentos de natação e ela na porta espiando se Polly realmente não tinha os encontrado por aí com suas habilidades.
— Talvez — Começou, mal dando tempo da garota espelhar seu sorriso de travessura quando se virou de costas para a madeira — mas meio que tô prevendo estarmos muito ocupados nos próximos muitos minutos pra isso.
Dessa vez, não foi preciso nenhum feitiço de slow motion, porque o próprio tempo já pareceu parar por si só quando Luke colocou a mão em sua bochecha e se inclinou para mais perto, seus lábios se encontrando de uma forma suave e também fervorosa, quase uma mistura entre calor e eletricidade passando por toda superfície de suas peles e voltando várias vezes.
A esse ponto, já haviam perdido o horário da fogueira e sequer se importaram muito com isso, se separando de verdade somente quando ouviram a primeira trombeta anunciando o toque de recolher. Aninka deu um beijo em sua bochecha bem onde a cicatriz começava e juntou mais uma vez suas mãos, ambos sorrindo meio bobos enquanto voltavam para o chalé de hermes, porque afinal, morrer comido por uma harpia depois de dar uns amasso parecia um destino meio humilhante para se contar pelo mundo inferior.
Oizinho pra quem chegou até aqui!!
🏛️ Mais uma das collabs com as minhas musas glxriworus e ghafasjoy, dessa vez com a nossa série queridinha do momento: Percy Jackson e os Olímpianos (cobrem as histórias delas também 👀)
🏛️ Desde os 12 anos ando espalhado a palavra de Cronos por aí, e agora aos 20 é um crime terem escalado um ator tão bonito pra fazer o anti herói preferido dessa autora sabe, já dizia o meme: Remember who the real enemie is! girl, im TRYING!!
🏛️ AMO essa minha filha Aninka cheia de referências a Star Wars veja bem.