~~ 8 de maio de 1982, Lua Cheia, 16h59 ~~
"Remo, você está atrasado!" Fenrir trovejou enquanto todos os seus lobos permaneciam nus ao redor do parque arborizado protegido onde a matilha corria durante as luas cheias. Havia uma porta especial que só permitia a entrada e saída de lobisomens humanos. O próprio Fenrir poderia ir e vir quando quisesse – ele poderia até passar pelas barreiras – ele era, afinal, um Deus. Ele, assim como sua irmã e sua avó, poderiam criar portais para qualquer lugar do planeta. Bem, Hel poderia fazer portais em qualquer lugar, ela não estava trancada no planeta como ele, e nem Fenrir nem Hel sabiam se Frigga estava presa ao planeta. Fazer portais era algo que eles nunca tinham visto seu pai, Loki, fazer. Ele poderia aparatar mais longe do que qualquer Seidr ou Seidrmenn Midgardiano, mas eles nunca o viram abrir seu próprio portal. Use o deles, sim. Faça o seu próprio, não.
"Desculpe, avô, fiquei desiludido ao observar Vernon e Harry por alguns minutos, já que Petúnia e Duda saíram para jantar e ir ao cinema com os amigos dela," Remus disse enquanto começava a se despir para poder correr com os outros lobos sem rasgando suas roupas em pedaços.
"Hmmm... ela não deveria sair durante as luas cheias. Eu não confio nele para se comportar." Fenrir disse olhando para o neto. "Vou aparecer enquanto todos estão correndo e ver como ele está", afirmou Fenrir com firmeza, Harry era seu irmão favorito e ele não permitiria que nenhum mal lhe acontecesse. Ele era muito jovem na última vez que viu Jörmungandr. Ele nem foi capaz de sair de sua forma de lobo naquele momento. Ele nunca conheceu Narfi e Vali desde que eles tinham mãe Asgardiana e viveram em Asgard antes de morrerem. Ele também nunca conheceu Sleipnir, o garanhão que seu pai deu à luz, e Odin usou como sua vaca leiteira. Fazendo de seu irmão, Sleipnir, um cavalo de corrida e ocasional garanhão de batalha. Fenrir bufou com a exploração do sexo oposto por seu pai. Não havia nada de errado com isso, mas se ele pudesse trocar de sexo, uma égua não seria o que Fenrir teria escolhido.
Às cinco da tarde, a matilha estava no meio de seu doloroso turno e Fenrir estremeceu de dor solidária. Para ele a mudança foi indolor, ele também poderia adiar a mudança se quisesse. Sua atual companheira, Sheila, foi a primeira a se recuperar e sentou-se aos pés dele, inclinando a cabeça para o lado enquanto olhava para ele, perguntando silenciosamente por que ele ainda não havia mudado.
"Vou ver como está Harry, amor. Depois voltarei. Você está no comando enquanto eu estiver fora." Fenrir disse enquanto observava todos os lobos saírem do estupor induzido pela dor. Remus sendo o último. Seu lobo ainda parecia doente e sem pelos, mas não parecia mais faminto. Ele estava lentamente ganhando confiança em seu lobo. No momento, Remus era o Ômega designado da matilha, mas ele sabia que uma vez que Remus aceitasse totalmente seu lobo e a si mesmo, ele seria um Alfa forte com a capacidade de mudar à vontade, como ele.
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Fenrir atravessou o portal e abriu-o para a cozinha do número 4 da Rua dos Alfeneiros, e engasgou com a bagunça sangrenta no chão. Vernon estava indo para a cidade e batendo forte em Harry. O Grim Reaper atribuído a Harry era invisível e intangível para Vernon, mas ele estava segurando firmemente o peito da criança. Segurando sua pequena alma em seu corpo para que a criança não morresse. Fenrir assumiu sua forma de lobo, rasgando suas roupas, e atacou Vernon, puxando-o para longe do bebê pelo pescoço. Abrindo um portal, ele enfiou a cabeça e gritou um grito angustiado de socorro. Ele sabia que qualquer Deus com a capacidade de abrir um portal ouviria e poderia vir, se não para ajudar, mas para observar, por diversão. O que poderia ser ruim. Havia vários panteões com os quais os deuses nórdicos/germânicos/célticos não se davam bem, sendo os gregos/romanos os principais rivais.
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Frigga estava com Sif e várias outras escudeiras na enfermaria. Eles tiveram um encontro com a Deusa da Cura, Eir. Várias escudeiras agiram pelas costas de Odin e se juntaram à luta em Vanaheim, não para lutar de um lado ou de outro da guerra civil, mas para lutar para salvar o máximo de crianças que pudessem. Tirar do caminho as mulheres e crianças não combativas era o que as Donzelas Escudeiras Asgardianas estavam fazendo. Eles também forneciam comida e remédios, por isso se encontravam com a Deusa Eir. No meio da reunião, Frigga levantou-se em pânico. "Eu preciso que uma escudeira e Eir venham comigo agora!" Frigga gritou e abriu um portal para Lady Sif e Shieldmaiden, Sandraudiga se ofereceu para ir com sua Rainha.
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Ares e Hades estavam sentados no meio de Beirute, no Líbano, jogando um jogo chato de xadrez, como sempre fazem enquanto observam a guerra, a morte e a destruição acontecerem ao seu redor. "Você conhece o tio Hades," Ares começou a ser interrompido quando ouviu um uivo angustiado por ajuda gritando dentro do sistema de portal. "Huh, eu me pergunto por que o Deus Nórdico dos Lobos está chateado?"
"Gostaria de dar uma passada na Inglaterra para conferir?" Hades disse levantando-se e espreguiçando-se.
"Claro que coisas curtas." Ares brincou.
"Tenho um metro e oitenta de altura, não sou baixo!" Hades bufou olhando para seu sobrinho de um metro e noventa de altura.
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Hel estava em Vanaheim com seus Grim Reapers e a Valquíria de Odin quando ouviu seu irmão, Fenrir, pedir ajuda. Era lua cheia, então ele deveria estar correndo com a matilha. Hel passou por vários cenários tentando descobrir o que causaria tamanha angústia, sua companheira morrendo? Não, ele havia perdido companheiros antes... um dos membros de sua matilha morrendo... não, de novo, isso era uma ocorrência comum. "ATORMENTAR!" Hel gritou de medo e abriu um portal.
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Ao chegar, Frigga e Eir foram até onde o bebê Harry estava deitado e começaram a limpar o sangue dele e a entoar feitiços de diagnóstico tentando descobrir o que precisavam consertar. Vendo esse Fenrir, ainda segurando Vernon pelo pescoço, jogou o bastardo gordo em um portal e o seguiu. Era hora de chamar seus lobos e começar a Caçada Selvagem. Ares e Hades apareceram logo após Fenrir sair e olharam para a destruição da cozinha, a mesa e as cadeiras estavam todas quebradas e espalhadas pela cozinha e duas Deusas estavam ajoelhadas no sangue de uma criança enquanto tentavam salvar sua vida. Um dos Grim Reaper de Hel se recusou a se mover, então a alma da criança ficou presa em seu corpo, mal o mantendo vivo. Vendo os dois deuses gregos aparecerem, as confusas Damas Escudeiras entraram em ação desembainhando suas espadas, prontas para defender sua Rainha se necessário, mas os dois Deuses apenas ficaram ali observando as mulheres trabalharem. "ATORMENTAR!" Hel gritou quando o portal se abriu para a cozinha. Torcendo as mãos em desespero, ela começou a chorar ao ver o corpo espancado de Harry.
"Rainha Hel de Niflheim", disse Hades respeitosamente à deusa criança que cumpria seu papel no panteão nórdico.
Hel se virou para olhar para Hades e Ares, "o que vocês estão fazendo aqui?"
"Ouvimos o uivo do lobo e ficamos entediados, quem é o garoto?" Ares disse apontando para o bebê.
"Meu irmão mais novo, Harry," Hel disse enquanto se controlava com medo de perdê-lo antes que ele se tornasse imortal.
"Que nome plebeu para um semideus", Ares sussurrou para Hades.
"Esse é o filho do LOKI?" A Shieldmaiden Sandraudiga disse: "Ouvi dizer que ele engravidou uma Midgardiana, mas pensei que a esposa e o filho foram mortos."
"Loki, hein... não admira que eu sinta o Caos presente," Hades afirmou olhando para Ares, que acenou com a cabeça. Ele também podia sentir isso.
"Lily, a esposa de Seidr de Loki morreu, mas não o filho dele," Hel disse olhando para a Donzela Escudeira como se ela fosse uma formiga debaixo de sua bota.
"Qual é o seu nome, querido?" Ares perguntou às Damas Escudeiras.
"Meu nome é Sandraudiga e esta é Lady Sif," A Dama do Escudo disse relaxando ligeiramente. A ponta da espada tocou o chão enquanto ela se apoiava nela.
"Fique atento!" A Lady Sif repreendeu sua companheira Shieldmaiden, sua espada ainda estava pronta para atacar a qualquer momento. Sandraudiga lentamente fixou sua postura, piscando para Ares.
"Aquela que tinge a areia de vermelho. Eu gosto." Ares flertou.
"Minha senhora, o dano é muito grande. Sem a imortalidade, não há como salvar esta criança." Eir disse enquanto continuava a trabalhar no bebê. Ela podia ver Loki nele, e Loki era o seu favorito de todos os filhos reais. Sempre reservando tempo para ajudar na enfermaria se precisasse de ajuda.
"Se ele fosse imortal?" Frigga perguntou.
"Então teríamos tempo para curá-lo, sem nos preocupar com a partida de sua alma", disse Eir enquanto curava a caixa torácica quebrada do bebê.
Frigga se levantou e foi até a bancada da cozinha, onde ligou o liquidificador que estava em cima da bancada. Nenhum dos outros deuses e deusas que estavam observando conseguia entender o que ela estava fazendo. Ela tirou uma Maçã Dourada da Imortalidade do bolso e cortou-a antes de colocá-la no liquidificador e ligá-la. As duas Shieldmaidens pularam ao ouvir o giro mecânico do liquidificador, suas espadas erguidas prontas para a batalha, até mesmo Ares havia puxado uma espada de algum lugar, todos olhando para o dobrador. Depois que a maçã ficou amassada, Frigga pegou uma espátula e tirou toda a maçã do liquidificador e colocou em uma tigela. Procurando nas gavetas, ela encontrou uma pequena colher amarela de criança e a trouxe para Harry e começou a dar o purê de maçã para o menino, esfregando sua garganta para que ele engolisse. Um brilho dourado começou a aparecer no peito de Harry e algumas das feridas que não ameaçavam a vida começaram a cicatrizar e desaparecer. Nessa época, um Fenrir nu apareceu e engasgou olhando para Harry. Hel correu para os braços do irmão ainda chorando. "Vovó, pensei que íamos esperar até ele completar cinco anos para lhe dar a Maçã da Imortalidade?" Fenrir disse em choque.
"Avó?!" Lady Sif repete com horror: "Como você ousa chamar a Rainha dessa palavra, Besta!"
Hel, risadinha, feliz em saber que ela não foi a única a não gostar desse título.
"Silêncio!" Frigga disse bruscamente enquanto dava o resto da maçã para Harry e esperava enquanto ele respirava pela primeira vez a Imortalidade. "Lady Sif, Vovó é um nome informal para avó, um nome que não me importo se meus netos me chamarem. Tanto MEUS NETOS, Fenrir quanto o bebê Harry, me chamam de Vovó." Frigga respirou fundo antes de eliminar o sangue do corpo e das roupas de Harry, do chão, e das roupas de Eir e dela. Frigga se virou e olhou para o neto, "Fenrir, me conte o que aconteceu."
"VERNON, ESTAMOS EM CASA!" uma chamada veio do corredor.
"Aqui Petúnia," Fenrir rosnou e ouviu um pequeno suspiro de medo vindo do corredor.
"Vá assistir televisão, querido." Petúnia pôde ser ouvida dizendo enquanto a televisão da sala era ligada. As duas Shieldmaidens espiaram pelas portas francesas de vidro que separavam a sala de estar e a cozinha, notando uma caixa alta mostrando imagens e uma criança grande sentada na frente dela. Todos puderam ouvir Petúnia respirar fundo e trêmula antes de abrir a porta do corredor para a cozinha. A primeira coisa que ela notou foi a bagunça: "O que aconteceu? Quem são vocês, pessoal?"
"O que aconteceu foi que você deixou seu marido bestial sozinho com Harry," Fenrir rosnou, desembaraçando-se de Hel e perseguindo Petúnia, que esbarrou em Ares.
"Remus deveria estar aqui." Petúnia disse fracamente, tentando não se afastar do homem nu que a perseguia.
"Remus estava com a matilha, esta noite é lua cheia," Fenrir rosnou, mudando seu rosto mais para o lobo.
"Se ela fizer xixi em mim, vou bater na sua bunda!" Ares disse atrás de Petúnia, suas costas grudadas de medo no corpo de Ares.
Fenrir lançou ao Deus Grego da Guerra um sorriso atrevido de lobo, fazendo Petúnia guinchar.
"Não, no próximo domingo, daqui a uma semana, é lua cheia." Petúnia argumentou.
"Hoje é domingo, 8 de maio!" Fenrir rosnou. "Hoje é lua cheia!"
"Mas Vernon sempre trabalha aos sábados e domingos, se hoje é domingo por que ele esteve em casa nos últimos dois dias?" Petúnia argumentou de volta.
"Você deixou Harald sozinho em casa com seu marido, sabendo que ele já espancou aquela criança até a beira da morte. Seu marido tentou matá-lo novamente esta noite e teria conseguido se Fenrir não tivesse vindo verificar o bebê." Frigga disse levantando-se e empurrando o neto que mais parecia um lobo para fora do caminho. "Para salvar a vida do seu sobrinho, tivemos que dar a ele uma Maçã da Imortalidade Asgardiana."
"Ah, Harald, Líder do Exército, esse é um nome muito melhor para um Deus do que Harry," Ares sussurrou em voz alta para seu tio, quebrando a tensão.
"O que você fez com Vernon?" Petúnia perguntou com medo da resposta.
"Eu o coloquei na floresta onde minha matilha corre. Ele será o convidado de honra em nossa Caçada Selvagem mais tarde esta noite." Fenrir rosnou. "Espero que o seguro de vida dele esteja pago." Petúnia empalideceu, mas não disse nada.
"Ah! Ah!" Ares disse saltando, "por favor, deixe-me acompanhá-lo em sua Caçada Selvagem! Já faz muito tempo desde que Artie organizou uma!"
"Eu também gostaria de me juntar à sua caçada esta noite", disse Hades com alegria oculta.
"Parabéns Petúnia, seu sobrinho não é mais um semideus, mas um Deus completo, boa sorte em criá-lo," Frigga disse então acenou com a mão o liquidificador estava embaixo da pia sendo lavado a mesa e as cadeiras estavam se arrumando e Frigga se curvou Aproximou-se e pegou o bebê Harry e carregou-o para o berçário, onde ela permaneceu a noite toda embalando-o. Eir, Hel e as Shieldmaidens fixaram residência temporária na sala de estar.