Amor de épocas ༄
O fazendeiro noviço e seu leal amigo percorrem a rua principal da pequena cidade, com passos firmes e risos altos que denotam uma amizade. Sob o calor do sol, o chapéu de cawboy do fazendeiro oscila ligeiramente enquanto ele segura firme a lista detalhada das necessidades dos animais da fazenda.
À medida que chegam ao pouco movimentado centro da cidade, Louis e Zayn exploram as lojas locais. A familiaridade entre todos da cidade se reflete nos sorrisos compartilhados e nos comprimentos trocados. Todos eram muito unidos.
E naquele momentos, Tomlinson negociava com os comerciantes locais, criando uma atmosfera animada e calorosa, enquanto se concentrava em garantir o bem-estar de seus preciosos animais do recanto.
- Cento e trinta reais? - Arregalou os olhos - Você quer me falir?
- Ora, Louis - O senhorzinho de idade avançada riu - Sabe como minhas rações tem nutrientes bons para os animais.
— Poxa, Sr. Jonas, me dê um descontinho aí..
— Tudo bem, só por que você é cliente fiel a muito tempo, eu faço por cem!
— Agora sim, como é bom ter amizade com o vendedor — Louis soltou uma gargalhada — Pegue dois sacos e leve para o carro, Zayn.
— Pode deixar, Louis — Assentiu já colocando as rações num carrinho — Irei dar uma passadinha na vendinha do Xangai, fechou?
— Xangai, o garoto dos óleos corporais? — Jonas questionou — Para que você pretende usá-los, garoto?
— Senhor, eu vou abrir um comércio de massagens — Zayn inventou, e saiu rapidamente do estabelecimento.
— Zayn será um massagista? Nunca o-vi assim.. — O velhinho murmurou negando com a cabeça.
[...]
— Sr. Dinah, como está as coisas por aqui? — Louis indagou ao que levou três potes de bebedouro chalesco e uma quantidade grande cenouras para o caixa.
— Oh, querido Tomlinson — A mulher sorriu carinhosa — Eu e os meninos estamos bem. — Afirmou se referindo a ela e seus cachorros.
— Linda melhorou tão rápido quanto disse que iria?
— Com certeza sim! Fiquei preocupada atoa, ela já está muito bem. — Ela passou os utensílios na caixa registradora.
— Eu te avisei, desde quando eu minto pra senhora?
— Espero que desde nunca — Franziu o cenho desconfiada — Os coelhinhos de Kennedy nasceram?
— Nasceram há alguns dias, tive que vir comprar novos bebedouros, aqueles coelhinhos roem tudo que vêem pela frente.
— Imagino.. — Murmurou terminando de empacotando as compras — Horácio estava falando de você ainda ontem, querido. Você está tão sumido, mal vem para a cidade. Nós sentimos sua falta aqui no centro.
— Dona Dinah, me desculpe. Eu estou tão centrado na fazenda que mal tenho tempo de viver.
— Louis, não se esforçe tanto. Você ainda é jovem, aproveite os momentos!
— Estou aproveitando, Dinah. — Assentiu — O filho dos Styles voltou..
— Deixe-me adivinhar, estão juntos outra vez?
— Quase isso.. — Mordeu os lábios na tentativa de conter um sorriso bobo.
— Vocês formam um casal lindo, lembro-me de vocês crianças vindo aqui para comprarem balas juntos.
— Amores de infância facilmente se tornam amores para vida toda. — Louis apontou.
— Há, você está certo, garoto. — Dinah caminhou até uma portinha no canto da lojinha — Irei pegar uma muda de hortelã para sua mãe. — Ela informou antes de adentrar a porta que levava até sua casa.
E enquanto o geroto aguardava no caixa, ele percebeu uma pelúcia pendurada discretamente na parte de trás do caixa. Seus olhos foram instantaneamente atraídos para o pequeno ursinho branco adornado com uma tiara floral delicada. Um sorriso surgiu em seu rosto ao imaginar como esse presente surpresa poderia iluminar o dia de seu ficante. Afinal, Harry usava coroas de flores idênticas às do ursinho.
— Aqui está, Louis — A moça voltou segurando uma sacola — Diga a Johanna que eles devem ser regados duas vezes na semana.
— Tudo bem.. eu aviso — Ladeou a cabeça, envolto aos seus pensamentos que estávam debatendo se deveria ou não comprar o presente para o Styles.
— Bem, querido, mais alguma coisa?
— Eu vou querer o ursinho, por favor — Pediu já abrindo a carteira — A senhora tem alguma cesta aqui?
— No primeiro corredor há alguma. — Disse e logo Louis saiu correndo para pegar a mais bonita delas.
— Essa aqui é bonita? — Ele perguntou.
— Muito bonita, porém está um pouco cara, por conta dos arranjos na alça.
— Vou querer ela. — Sorriu, não se importando com o preço — E me dê alguma dessas barras que estão aqui no painel.
— Tudo bem, querido.. me diga, isso tudo é para Harry?
— E pra quem mais seria, Dona Dinah? — Questionou — Essa vai para o meu amor de épocas..
[...]
Sob o céu estrelado, o fazendeiro montou com habilidade em seu cavalo, guiando-o pelos caminhos de terra até a fazenda vizinha. Nas mãos, segurava cuidadosamente a cesta com os presentes, tentando esconder a ansiedade que o consumia. O vento sussurrava nos campos, enquanto ele ponderava se o gesto romântico seria bem-recebidos por seu ficante.
A fazenda dos Styles era relativamente perto do recanto dos Tomlinson's, sendo assim, em poucos minutos Louis já estava amarrando a rédea de seu cavalo em uma pequena mureta de madeira na frente da porteira.
A incerteza pairava no ar, transformando a caminhada até a casinha da família em uma mistura de nervosismo e de "e se...".
— Não, Louis. Não pense em cosias ruins, não há motivos para Harry odiar o mimo.. — Se auto repreendeu em sussuros ao chegar finalmente na porta de entrada.
Ele, cheio de ansiedade, bate suavemente na porta, segurando o presente meticulosamente embrulhado fortemente. Seus dedos mostram uma leve tremulação, e a expressão em seu rosto revela pavor. Ele aguarda com antecipação, desejando que a porta não se abra antes que ele pudesse treinar a frase que diria.
O rangido agudo da porta ecoa pela varanda. O som revela a idade da porta, mas para Louis, cada rangido é um prelúdio para a possível revelação do garoto que o esperava do outro lado.
— Louis? O que faz aqui? — Harry perguntou arrumando seus cachinhos bagunçandos rapidamente.
— Oi, Harry! — Acenou — Eu vim lhe ver e te trazer isso.. — Lhe entregou a grande cesta.
— Oh, O-obrigado Louis — Agradeceu envergonhado — Vamos para meu quarto, assim posso ver o presente melhor. — Liberou a entrada do garoto.
— Eu pensei que talvez você fosse gostar disso — Explicou seguindo Harry escadas acima.
— Bem, aposto que irei adorar. Fique a vontade — Sorriu ao adentrar o quarto.
Louis sentou-se na cama bagunça do cacheado e esperou que o mesmo se juntasse a ele, e assim Harry fez, sentado-se ao lado de Tomlinson e colocando a cesta em seu colo.
Ao abrir a cesta de presente, o garoto percebe uma cuidadosa seleção de itens. Seus olhos se iluminam ao encontrar um ursinho branco, meticulosamente vestido com uma pequena tiara na cabeça, emanando uma doçura irresistível. Ao lado, delicadamente dispostos, estão alguns chocolates, adicionando um toque de indulgência ao gesto atencioso. Um sorriso genuíno se forma em seu rosto.
— Own, Louis.. — Choramingou — Ele é tão fofo..
Lágrimas emocionadas formam um brilho nos olhos do garoto ao vivenciar a demonstração de carinho. Seu olhar reflete uma mistura de surpresa e amor mútuo, enquanto as lágrimas, expressões silenciosas da emoção, deslizam suavemente por suas bochechas. Esse gesto significativo tocou profundamente seu coração, Louis o-amava da mesma intensidade que ele?
— Você gostou? — O azulado questionou apreensivo — Está chorando de felicidade ou de tristeza?
Harry, qual não conseguiu responder, pois estava em uma onda de lágrimas intensas.
— Não me deixa no escuro, por favor, gracinha..
Harry lamuriou antes de entregar-se completamente aos braços acolhedores de seu amor. Em um instante de êxtase, ele suavemente encosta seus lábios nos do parceiro, selando o momento com um beijo casto e repleto de emoção.
— Eu adorei, Lou, como posso agradecer?
— Me dê mais alguns desses beijinhos e estamos quites.. — Sorriu atrevido fazendo um biquinho com os lábios.
E se o casal passou horas trocando beijinhos delicados até Desmond chegar em casa e expulsar seu futuro genro há gritos, isso ninguém precisa saber.