Lee Minho
Tocou o sinal, então saimos da enfermaria e fomos para a nossa sala.
Vi o Choi San no canto na sala com a cara vermelha, ele olha para mim com uma expressão furiosa. Eu começo a tremer levemente. Inspiro o meu inalador. Quando o Han aparece ao meu lado e Choi San desvia o olhar. Han olha para mim preocupado e depois a sua expressão muda para uma chateada ao ver o Choi San do outro lado da sala. Ele dá-me a mão, fazendo com que eu me acalme. Fomos para o nosso lugar e tivemos a nossa aula normalmente.
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Quando terminamos Choi San ia avançar em mim mas o Han, o i.n, felix e o Seungmin aparecem antes que ele pudesse concluir a sua ação. O Han puxa-me pelo braço e vou para pé deles.
Começamos a conversar normalmente até que ouço a voz do Chan ao pé da porta. Viro-me e vejo o Chan, o Changbin e o Hyunjin á frente da porta. Eu olho confuso para eles e logo a seguir para o Han e para os rapazes que estavam a conversar antes comigo e vejo que estavam tão confusos como eu.
Nos levantamos e vamos até ao trio parado á frente da porta. O Changbin olha para mim e arregala os olhos ao ver as minhas pequenas feridas na cara.
-Minho, estás bem?-diz ele preocupado, chamando a atenção dos outros dois que até agora estavam focados no Choi San.
-Estás bem, Minho?-diz o Chan e o Hyunjin.
-Sim, estou bem.-digo.
-Se estivesses não estavas com o lábio arrebentado nem com a marca de uma mão na bochecha.-diz o Chan. Vi a cara deles ficar ainda mais furiosa quando Choi San olhou para nós.
O Changbin e o Chan começaram a ir na direção dele furiosiosamente. Eu impedi-os:
-Channie, Binnie, não façam isso só vai piorar mais as coisas. E ele já teve o que mereceu.-eles olham para mim confusos.- O Han deu-lhe um murro que ele viu estrelas de tão forte.-Eles olham para Han e este começa a rir.
-Mas devia de levar mais-Diz o Han.
-O Han tem razão, já no décimo primeiro ano, omitiste-nos uma situação assim e eles continuaram, só pararam porque batemos tanto neles que eles não se atreveram a fazer isso de novo.- Diz o Chan Eu relembro me da minha situação no décimo primeiro ano.
Eu tinha asma como ainda tenho, então havia uns rapazes chamados Taehyun, Heeseung e Jake. Eles desde que tinha começado o ano, tinham decidido implicar comigo. Chamavam-me todos os tipos de nomes sobre falta de ar ou não saber respirar, entre outras coisas. Um dia eles espacaram me atrás da escola, mas fizeram com que ninguém soubesse e que ninguém visse nada na minha cara.
Fizeram isso umas boas cinco vezes até o Chan, Changbin e o Hyunjin descobrirem o que acontecia.
Os meus pensamentos são interrompidos pela falta de ar. Inspiro o meu inalador e vejo que todos os meus amigos estavam a olhar para mim preocupados.
Sinto uma enorme vontade de chorar por lembrar do que tinha acontecido. Mas seguro as lágrimas e olho para o Han, ele estava com um ar preocupado, então ele dá me a mão e puxa-me para fora da sala.
Eu ouço o Chan querer vir atrás de mim, mas o Changbin diz que era melhor ele não ir.
Han levou-me até um sitio da universidade calmo e longe da nossa sala. Ele senta-se num banco e eu sento-me ao lado dele. Então ele pergunta:
-Estás bem? O que aconteceu no teu décimo primeiro ano? Se não quiseres responder não precisas.- olho para ele nos olhos e conto o que tinha acontecido. Sinto me mais leve por compartilhar esta história da minha vida com ele.
Ele olha para mim com pena, e eu pensei. E se ele só é meu amigo por pena? Mas eu tinha amigos verdadeiros, então provavelmente ele também era um dele.
Abaixo o meu olhar, um pouco envergonhado pela história e por ser um falhado que não sabia defender-se. Eu estava á beira das lágrimas mas contive-me. Sinto a mão do Han a entralaçar com a minha. Não consigo segurar uma lágrima, então ele põe a mão no meu queixo e faz com que eu levante o olhar e o olhe nos olhos. Ele põe a mão na minha bochecha e limpa a minha lágrima, fazendo com que eu me sinta calmo.
Sinto o meu coração bater mais rápido e sinto as famosas borboletas na barriga. Eu podia me perder nos olhos escuros dele, mas somos interrompidos pelo som da campainha.
Vamos até á sala e vemos os resto dos meninos parados á frente da porta. O Chan assim que me vê vai ter até mim e diz:
-Desculpa, não sabia que era um assunto tão delicado para ti. Mesmo assim não devia ter dito aquilo.
-Não faz mal, estás desculpado-dou-lhe um abraço e este retrebui o abraço.
Olhei em volta e vi o Hyunjin e o Felix a conversar animadamente num canto. Eles faziam um bom par ou casal. E davam-se muito bem.
Cada um vai para as suas salas e timos as nossas aulas normalmente. Quando cada um vai para casa eu e o Han despedimo-nos com um abraço.
Já estava quase de noite quando saí do autocarro, então fiquei atento a qualquer barulho.
O meu coração parou quando ouvi um barulho vindo de trás de mim, contínuo a andar sem olhar para trás. Ouvi outro barulho e ganhei coragem para virar-me para trás quando viro-me vejo Choi San.
Nós estavamos numa rua vazia, pequena e agora estava escura. Eu entrei em pânico, peguei no meu inalador a correr e inspirei. Ele sorri para mim e diz:
-Vais pagar pela vergonha que me fizeste passar.
Eu começo a correr o mais rapidamente para casa. Consigo entrar em casa e tranca-la a tempo. O Choi San começou a bater na porta e a tentar abrir.
Eu inspirei o inalador e vou fechar todas as janelas e entradas possíveis. Eu estava sozinho em casa, hoje era um daqueles dias em que a minha mãe fazia turno da noite. Ela era enfermeira e trabalhava por turnos.
Eu tranquei-me no meu quarto enquanto ouvia as batidas vindas da porta feitas por Choi San. Eu estava ter uma crise de ansiedade e não sabia o que fazer.
Em menos de dez minutos já tinha inspirado o meu inalador duas vezes. Eu simplesmente precisava de ajuda, então liguei para Han desesperadamente. Ele atende a ligação.
-Olá Min, porque...-ele para de falar ao ver que eu estava a hiperventilar e notavasse que eu estava a chorar.
-H-hannie...-Digo baixo, era muito difícil falar, pois estava a hiperventilar e a tremer tanto que mal conseguia segurar o telemóvel.
-Min, o que aconteceu?-ele pergunta.
-Choi San... ele pe-erseguiu-me-e...- digo enquanto soluçava.
-Onde estás?
-Em Ca-asa- eu estava a lutar para conseguir falar pois um nó estava a formar-se na minha garganta.
-E o Choi San?
-A ba-ater na minha porta... de casa...-Comecei a tremer tanto que deixei cair o telemóvel no meio da cama.
-Min, vais ter de fazer aquilo que eu disser, ok?-ele diz calmamente.
-uhm uhm-digo que sim.
-Diz-me cinco coisas que vês.
-Ca-ama, t-telemovel, al-lmofada, p-photocards e li-ivros.-digo. Aquilo estranhamente acalmava-me.
-Boa, agora quatro coisas que consegues ouvir.
-A-A tua voz-z, ba-atidas, gril-los e pas-saros.-digo parando de chorar. Continuava a hiperventilar e a tremer igual a um doido.
-Muito bem, agora três coisas que consegues tocar.
-Almofada-a, edredo-om e telemóvel- digo enquanto tocava em cada objeto referido. Estava a funcionar, eu estava a acalmar-me.
-Estas a ir muito bem, agora duas coisas que consegues cheirar.
-Ambientador e P-perfume-digo parando de tremer tanto, agora só tremia levemente. Ainda hiperventilava mas estava melhor, bem melhor. Ele acalmava-me, a voz dele era o meu calmante.
-Boa, por fim uma coisa que consegues sentir o sabor.
-Saliva-Digo parando de hiperventilar.
-Boa, muito bem, estás melhor?-ele pergunta.
-Sim, estou melhor.
Ficamos horas a conversar até que estava tarde e tínhamos de desligar mas eu estava com medo do Choi San. Então digo:
-Hannie podes não desligar a chamada? Por favor, porque estou com medo do Choi San.
-Claro.
Deixei-me de dormir com o telemóvel em chamada com o Han.
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Quando acordei, a chamada ainda estava ligada, então disse:
-Hannie?
-Bom dia, Min-ele diz com uma voz sonolenta.
-Bom dia, Hannie.
-Vamos nos preparar para a escola-ele diz.
-Vamos, e podemos falar enquanto nos preparamos.
-Claro-ele diz.
Preparamos-nos para a escola e era super divertido fazer isso com o Han.
Apetecia-me estar com ele e acordar ao lado dele todos os dias.
-Min, já estás pronto?-ele pergunta.
-Já vou sair agora de casa e tu?
-Também.
Quando chego á porta, penso naquilo que tinha acontecido ontem. Começo a tremer e a hiperventilar. O Han parece notar e pergunta:
-Min, o que aconteceu?
-Hannie, e se ele ainda estiver do outro lado da minha porta?
-Ele não está lá, porque ele tem de ir para a escola e ele não se daria a tanto trabalho.
Acalmo-me um pouco mas ainda estava a tremer. Vou abro a porta e não vejo ninguém na rua. Saio ainda um pouco receoso.
-Hannie, tens razão, ele não está aqui
.
-Boa agora vamos até á paragem do autocarro.-ele diz. Nós começamos a falar enquanto andavamos na rua.
Cheguei á paragem do autocarro e entro neste. O autocarro estava muito lotado, então não havia lugar para sentar. Segurei-me numa pega e fiquei lá de pé á espera do Han. Eu estava com medo por estar no meio de uma multidão que sempre que o autocarro parava empurravam-me. Até que o Han entrou no autocarro com um ar preocupado, mas quando me viu a sua expressão suavizou. Ele foi até mim e perguntou:
-Estás bem?
-Sim, estou sempre bem se estiveres comigo.
Não havia pega para ele, por isso ele pôs a mão na mesma pega que eu, isto fez-me esquecer que estava numa multidão.