"Qual é o preço da imortalidade?"
— HYEJIN!— minha tia grita correndo atrás de mim.— VOLTE AQUI MENINA!
Corro indo até a floresta azul e subindo em uma árvore.
— Aishi, fugindo de sua tia novamente?— a pequena fada daquela floresta reclama.
— Fada azul! Minha tia disse que hoje é o dia da separação para a escola de magia.— conto me ajeitando.
— Não quer ser uma maga da imperatriz?— ela questiona se tornando do meu tamanho.— Deve ter muitas oportunidades com ela.
— A imperatriz não é lá uma pessoa muito boa e imagina se ela me manda para o clã das sombras? Posso ser uma maga das sombras e viver como assassina!— exaspero nervosa.
— Aishi menina não seja assim, sabe que o salão das sombras é apenas para voluntários, ela não te mandaria para lá, ainda mais uma desmiolada igual você.
Dou um peteleco no ar fazendo uma pequena magia acertar sua testa.
— Ai! Sabe que é crime machucar seres mágicos?
— Sabe que é crime insultar magas?
— Ainda não é uma maga.
— Mesmo assim, depois de hoje serei.
Ouço novamente os berros de minha tia e decido voltar para casa.
— Se arrume minha sobrinha, desejo que a imperatriz te veja como uma verdadeira maga.— ela me entrega um traje tradicional nas cores azul e rosa junto ao brasão de nossa família.— Vá se trocar, mandarei alguém ir lhe ajudar.
~
— Sunny, está tudo pronto.— ouço Namjoon me avisar.
— Como são as candidatas desse ano?— questiono me sentando confortavelmente em meu palanque.
— Devo admitir que não conheço todas, porém imagino que sejam fortes por a maioria ser do ano do raio.— explica sentando-se em seu palanque um pouco abaixo do meu.
— Onde está Jimin?
— Serve esse, majestade?
Jimin aparece com seus nobres trajes brancos e dourados, delicados porém ao mesmo tempo imponentes, seus cabelos loiros escorriam sobre seus dedos enquanto ele se aproximava com um sorriso sarcástico desenho no seu rosto.
O anel em seu dedo reluzia, anel esse dado por Jungkook como uma promessa que um dia se casariam.
— Serve, Jin vira para a seleção?— pergunto a Nam.
— Vira, ele está um pouco ocupado com o nosso casamento, porém virá.
Cem anos atrás, como um acordo, Jin me pediu para que Firenz fizesse parte de Solasta, sendo uma província independente porém participante do império e eu aceitei, sendo assim Namjoon não precisará sair de meu império e muito menos Jin vir até nós.
O portão é aberto revelando Jungkook e Hoseok com trajes pretos e azuis escuros, junto a adornos caros em seus cabelos.
— Uma vez ao ano e vocês nunca mudam nada.— Jungkook sorri beijando o rosto de seu noivo.— Eai, cadê o Jin e o Yoongi?
— Yoongi está terminando o feitiço na pérola, virá em alguns minutos.— respondo.
Assim que todos chegam, se confortam em vossos palanques e as cortinas translúcidas em nossas frentes são postas.
A seleção começa.
~
O palácio imperial é enorme, eu jamais antes vi algo tão bonito e tão majestoso.
Procuro entre as pessoas minha melhor amiga, Jiwen.
— Está nervosa?— ela questiona abrindo uma bolsinha com castanhas.— Coma uma, lhe fará bem.
— Obrigada Jiwen, você não está?
— Não... Sei que irei para o mesmo salão que meus pais, avós e todos de minha família foram então não tenho o que temer.
— Você já viu a imperatriz pessoalmente?— questiono ansiosa.
— Eu não, mas meus pais já.— conta.— Á alguns anos quando meu pai encontrou um artefato importante para ela foi recompensando em ouro pela imperatriz, por isso minha família tem tanto dinheiro.
— O que seu pai disse sobre ela?
— Não muita coisa, porém disse que seus olhos forçavam ele a dizer tudo o que ela queria, não conseguia segurar nada.
— Aishi, ela deve dar tanto medo.
— Não acho que veremos ela, a imperatriz deve ficar atrás daqueles tecidos então não acho que iremos ver seus olhos dourados.
— Assim espero.— comento vendo o portão se abrir.
Estávamos em filas para que pudéssemos entrar no salão do palácio adequadamente e de forma organizada.
— Sejam bem-vindos a seleção anual de magos, tradição antiga das terras divinas.— o nosso antigo professor instrui na frente dos deuses.
Eu mantinha minha cabeça baixa, com medo do que eu viria a minha frente.
— Cumprimentamos vós, nossos divinos, com todo o calor e chamas de nosso império.— ele se ajoelha e seguimos sua ação.
Os salões eram dívidos por cada divindade, sendo assim nós seríamos designados para cada um sendo de Solasta ou não.
A pessoa deve colocar sua mão na pérola sagrada e assim ela refletirá seu salão, simples e tranquilo.
Bom, pelo menos é o que eu quero acreditar. Após algumas pessoas, era a vez de Jiwen.
— Do clã Choi, Choi Jiwen.— ela caminha tranquilamente e toca na pérola reluzindo as cores rosa e azul.— Salão das luzes, pertence ao divino Park Jimin.
— Eu agradeço a sua bondade e luz em me aceitar.— ela se ajoelha reverenciando o deus.
— Parabéns, Jiwen.— a voz do homem era calma e forte e assim ela se vai caminhando até a sala ao lado.
O salão das luzes pertence a Park Jimin, deus da Luz e da clareza, onde os magos aprendem a magia da luz e como a controlar, mas infelizmente não a manipular como o divino.
As portas da sombra pertencem a Jeon Jungkook, o deus dos sonhos e pesadelos, um lugar onde os seus magos tornam-se assassinos e soldados perfeitos. Particularmente nada a ver comigo.
Hwang Yoongi o divino portador do salão do Som, são ensinados o poder da música e de suas ondas, poderoso e mortal, mas ao mesmo tempo reconfortante, o próprio deus do salão é calmo e ao mesmo tempo mortal, eu gostaria de ser aceita nele.
O salão da manipulação, ele é do divino e rei Kim Seokjin, os magos de lá são perfeitos e completamente inseridos no meio democrático, nunca os vi lutar.
Era um lugar considerado porto seguro, o salão da verdade, do divino Hoseok deus da verdade e esperança, lá eles se tornam verdadeiros detetives e oficiais do palácio, o deus Hoseok é um homem incrível e eu amaria ser sua aluna.
O salão do espaço, liderado pelo divino Kim Namjoon onde era ensinado a manipulação do espaço e teletransporte, é um lugar que eu adoraria.
Antigo e mesmo assim atual, o salão das escamas, liderado pelo deus Wang Dylan, atual rei do reino dos dragões, lá é ensinado a magia antiga, tanto sombra quanto pura.
A deusa da cura, Hwang Yeji controlava o salão da cura, onde os médicos de toda constelação eram treinados, eu não sei se sou apta para cuidar de alguém como eles.
O deus Hwang Hyunjin cuidava do salão da morte, onde venenos e armas eram formados, eu me daria bem lá, tudo bem que sei apenas fazer fazer veneno para ervas daninhas, mas lá eu realmente me empenharia.
Ilustre salão da magia e da Lua, liderado pelo imperador de Luna, Kim Taehyung. Lá é ensinado de tudo principalmente a magia das lâminas lunares.
O salão da magia e do Sol, liderados pela minha imperatriz e deusa do Sol, Hwang Sun-hee, dizem que aprender uma mísera migalha de seu poder te faz ser um dos nobres magos mais poderosos das constelações. O problema em si é a imperatriz, ninguém além dos outros deuses a conhecem.
Todos os deuses estavam ali, menos o deus da Lua, ninguém sabe o motivo pelo qual o deus da Lua e a deusa do Sol não se falam, muito menos se olham, se odeiam profundamente.
Dizem que eles já se conheciam antigamente, mas a história foi perdida e atualmente só sabemos de sua amargura.
— Do clã Min, Min Hyejin.— o guarda me chama e eu me curvo tocando na pérola.
Espero alguns segundos e nada, passo a ficar ansiosa e tento novamente, porém nada.
Olho para cima e por trás dos tecidos eu via os deuses me encarando.
— O que está acontecendo?— questiono confusa.
— De onde é?— ouço a voz de Hwang Yoongi.
— Dos lagos azuis.— respondo me afastando da pérola.
— Lhe peça o Sol.— meu professor me coloca de joelhos de frente aos deuses.
— Lhe peço o Sol, vossa majestade.— bato as costas das mãos no alto perto de minha testa e espero sua resposta.
Apenas ela poderia ver se minha marca existia ou não.
Vejo os deuses conversando entre si em uma língua que apenas eles entendiam e assim Kim Namjoon estala os dedos.
— Tente novamente.— Hwang Yeji ordena.
Toco na pérola revelando o Sol.
— Eu agradeço por sua luz e grandeza em me aceitar, majestade.— reverencio entrando no salão com o símbolo Solar vendo apenas mais uma menina.
Ela tem cabelos médios e enrolados, juntos a um par de olhos castanhos claros.
— Oi, um prazer conhecê-la. Sou Lee
Soo-Min.— ela se curva educadamente.— Eu vi o que aconteceu, essa foi por pouco, hein?
— Sou Min Hyejin é um prazer.— curvo-me a comprimentando.— Só tem nós duas no salão da Imperatriz?
— Devem existir mais, só que desse anos apenas nós.— explica deitando sua cabeça para enxergar o salão.— Soube que vamos morar no palácio, em um palácio a parte, porém no palácio!— ela diz feliz sorrindo com a notícia.
Eu estava confusa com tudo aquilo ainda, não sabia o que havia acontecido e nem toda a repercussão dos deuses.
Assim que acaba a seleção, os alunos são recepcionados, porém eu sou chamada pelo guarda e assim o sigo uma sala.
Me surpreendo que ao vê-la estavam todos os deuses ali presentes, menos é claro, Kim Taehyung.
— Vossas divindades.— me ajoelho vendo Jung Hoseok sorrir para mim e me ajudar a levantar.
— Diga-lhe logo o problema.— Yeji diz para o marido Dylan Wang.
— Ah vós não fora selecionada para um salão em específico.— Dylan começa.— Kim Namjoon manipulou a pérola para que ela esboçasse o símbolo solar a pedido da imperatriz.
Meu rosto cai assim que junto os pontos de sua fala, como assim nenhum específico?
— Deve estar confusa, eu entendo.— Hwang Hyunjin diz se sentando na mesa arredondada no meio da sala.— Porém precisamos saber exatamente de onde é e quem são seus pais.
— Eu não tenho pais, foram mortos assim que nasci.— conto vendo alguns dos deuses se encararem, menos Sun-hee, ela se mantinha quieta.
— Tens quantos anos?— Hwang Yoongi questiona.
— Quinze, vossa alteza.— respondo vendo o rosto de Sun-hee se erguer.
Ela mantinha uma expressão séria e ao mesmo tempo pacata.
Seu olhar parecia um labirinto que me confundia, porém quando ela fala posso ouvir sua melodiosa voz.
— Ficarás em meu salão, porém permito que tenhas aulas com os outros deuses para que possa descobrir seu real lugar.— ela diz apoiando a cabeça em sua mão.— A acomodem no salão solar, caso precise de algo fale com Sooyon, ela irá te ajudar.
~
— Vai desembucha, o que aconteceu com o a pérola?— Namjoon pergunta para Yoongi.
— Não faço a mínima ideia, ela estava normal antes da garota.
— Essa menina tem algo de estranho, não sei o que é, mas é estranho.— digo tentando assimilar.
— Ela disse que não tem pais, vou tentar descobrir de onde eles eram.— Hoseok se dispõe.
— Sun-hee, o que vai fazer com a menina?— Jungkook questiona vendo a deusa apenas o encarar desinteressada com o assunto.
— Ensinar, assim poderei ver de perto o que aconteceu.— Sun-hee se ergue da cadeira analisando os novos dois nomes de seu salão.— Lee Soomin, ela é a irmã mais nova do Árbitro Lee Felix, seu amigo certo Hyunjin?
— Sim, ele ainda não terminou sua viagem por isso não acompanhou a irmã.
— Uhm perfeito.
— Acredito que devemos ir recepcionar os novos aprendizes, não acham?— Jin comenta quebrando o clima pesado da sala.
A Lua sorria vendo seus novos alunos chegando em seu salão, ajoelhados em fileiras eles o saúdam assim que o mesmo passa através das cortinas.
— Vós saúdo, deus da Lua e suas estrelas, Imperador de Luna.— eles dizem em uníssono.— Que a Lua e suas chamas lhe engrandeçam.
— Uhm, bem vindo alunos do Salão Lunar.— ele diz com sua voz grossa e serena.— Hoje será um dia de acomodação assim como o resto da semana, após isso meus instrutores lhe passaram as tarefas e ensinamentos necessários para serem reais magos de Luna.
Seungmin, árbitro da Lua aparece por trás das cortinas reverenciando o imperador e logo após se virando para os alunos.
— Em seus dormitórios estão suas agendas e rotinas, lembrem-se de não se atrasarem e muito menos desrespeitarem as regras lunares, sejam bem vindos os alunos de outros reinos e que a Lua os guie.
Taehyung sorri vendo o emblema de Solasta na roupa de um garoto ruivo em uma das filas.
— Ei você de Solasta.— o garoto ergue seu rosto assustado ao ser chamado.— Qual é o seu nome?
— Galliarte, Matthew Galliarte.— ele responde trêmulo.
— És da família de Lucas?— questiona com um sorriso de canto.— Lucas Galliarte.
— Sim vossa majestade, eras de minha família a muitos anos, meu irmão que nunca conheci.— responde de cabeça baixa.— Tens algum problema?
— Uhm, era um homem formidável.— responde simples.— Bom, por hoje é só.
~
"Está perto do fim?"
O palácio era tão maravilhoso, perfeito era a palavra certa. Nosso dormitório era repleto de Solasta e ao mesmo tempo eu via as chamas do Sol, reconfortante como minha casa.
Eu estava arrumando minhas coisas quando vejo Soomin aparecer com mais decorações.
— Hoje é a nossa primeira aula, vossa majestade a imperatriz irá assistir, então devemos nos esforçar!— ela diz angelicalmente.
Uma onda de nervosismo percorre meu corpo e sinto um calafrio ao ouvir mencionar a imperatriz, minha mente apenas me leva para os olhos frios e profundos da mesma enquanto ela me encarava mortalmente.
— Não faça essa cara, nós vamos nos sair bem.— ela acaricia meus cabelos rapidamente.— Vamos fazer um penteado, não é cortes aparecer sem um adorno.
— Uniformes tradicionais e bastante enfeites de cabelo.— sorrio indo até minha caixa de adornos.
— Esse é lindo, um pequeno sol.— ela comenta pegando da caixa.— Aonde comprou?
— Posso lhe contar um segredo?— questiono.
— Claro, guardarei com as nove chaves da verdade.— ela diz erguendo sua mão ao peito.
— Eu comprei no mundo mortal, fui lá algumas vezes com o rasgo entre portais.— conto.
— Uau! Como é lá? Nunca cheguei a ir, na verdade nem sei muito sobre lá.
— Eu fui em Choson, acho que se traduz Coreia ou algo do tipo, é como se fosse Solasta!— conto prendendo minhas tranças.— Lá é bem simples e não tem magia.
— Deve ser bem triste viver sem magia.— comenta.— Foi sozinha?
— Na verdade não, eu fui com meu tio mas gostaria de ir sozinha um dia.— falo.
Faltava dez minutos para a aula começar e por isso nós apressarmos.
Lee Félix era nosso instrutor, irmão de Soomin e por isso não foi difícil para ela se adaptar.
— Quero que desabrochem essa flor com a luz solar, sem a queimar.— Felix ordena andando pelos alunos.— Alguns de vocês já sabem, mas desejo o melhor controle dessa magia.
A imperatriz entra e então nos curvamos.
Ela usava um vestido branco com traços dourados e vermelhos, extremamente luxuoso e bonito, ela era o Sol, porém as unhas afiadas vermelhas e sua feição destoavam de seu visual angelical.
Já nossos uniformes eram exatamente como a bandeira de Solasta, brancos com detalhes dourados e com o símbolo solar em nossos peitos esquerdos e ombros.
— Saudação a vossa majestade, o raio mais brilhante.
Ela desprovida de quaisquer emoções se senta em um pequeno trono analisando cada um de nós.
Apenas quando Felix sussura algo em seu ouvido que ela sorri fraco, apontando para as flores que desabrocharam.
— Quase perfeitas.— leio seus lábios.
Paro de prestar atenção na conversa alheia e volto minha atenção ao meu treinamento, minha planta morreu queimada antes mesmo que eu percebesse.
Corro meu olhar rapidamente para a imperatriz que não esboça nada e apenas volta seu olhar para outras plantas.
— Está concentrando muita magia, tente ser leve com ela, é frágil como um mortal.— Lee Felix sorri fraco para mim colocando outra planta no lugar.
Tento novamente, mais fraco e suave, porém não funcionou, ela pouco desabrocha.
— Oito ou oitenta.— o Lee ri graciosamente com uma voz grossa.— Não se preocupe, logo pegará o jeito.
Soomin tentou me animar várias vezes após meu fracasso na primeira aula, então eu fiquei várias horas treinando escondida nos fundos do alojamento, o que não ajudou em porcaria nenhuma.
— Aishi mas que merda!— olho para o lado e alguns outros alunos me encaram.— Qual foi? Nunca viram alguém xingar?
— Ei não se ache tanto só por ser do salão da imperatriz!— uma garota ruiva diz se aproximando e posso ver o sinal da luz em seu uniforme.
— Deixe quieto Ayumi, não se preocupe nós só estávamos observando.— um garoto fala e noto seu símbolo da manipulação.
— Uhm tanto faz.— dou de ombros pegando minha planta.
— Aishi que menina grossa.— ouço a ruiva reclamar.
Caminho pelo alojamento, analisando o que havia perdido no tempo que fiquei arrumando meu dormitório, os enormes monumentos e delicados detalhes em cristal.
Em alguns passos vejo a parede viva do jardim, lindas flores e o caule que envolvia a parede era extremamente verde escuro e vivo.
Havia uma portinha pequena escondida no final da parede, perto da ala dos jardineiros. Era bonita e havia nela um enorme símbolo Solar, porém eu via algumas chamas nela.
— Está trancanda.— resmingo tentando abri-la.
Tento mais algumas vezes antes de desistir e rumar até meu dormitório e dormir o dia inteiro antes de ser acordada por batidas um tanto grosseiras.
— Senhorita Min?— ouço a voz de um homem.
— Quem é?— questiono.
— Um guarda real, a imperatriz deseja lhe ver.— pulo da cama em um salto antes de começar a me ajeitar rapidamente.
Com magia troco minhas roupas e ajeito meu cabelo.
Me analiso no espelho vendo minha roupa tradicional e os adornos mais bonitos que eu tenho.
— Pode me guiar?— peço delicadamente após abrir a porta e vê-lo me esperar.
— Me acompanhe senhorita.
Após uma longa caminhada percebo que estávamos a caminho do palácio, pela entrada dos jardins e pátios.
Era lindo e enorme, com ouro e pedras preciosas por todos os lugares, nunca imaginei que a noite esse lugar pudesse ser tão lindo.
Durante o caminho das escadas vejo vossa alteza o deus Hwang Yoongi.
— Eu saúdo vossa alteza, o deus Yoongi que o Sol e o seus sons estejam com vós.— me curvo.
— Que assim seja.— ele diz.
Percebo a semelhança com sua irmã, não muita mas posso ver o traço Hwang nele.
Existem rumores de que ele é adotado, mas acredito que sejam mentira.
— Está a caminho de minha irmã?— ele pergunta.
— Sim, vossa majestade me convocou e estou indo atende-la.— respondo cortes.
— Boa sorte, ela fica mal humorada quando a lua atinge o céu.— o homem ri fraco.— Seja bem vinda aliás.
— Agradeço, vossa alteza.— me curvo quando ele parte.
Continuamos até uma porta iguais as outras que vimos, porém algo, um brilho emanava dela talvez pelo o que dentro dela momentaneamente residia.
— Vossa majestade, a senhorita Min está aqui.— o homem diz.
— Mande entrar.— a voz melodiosa engueirasse pelas frestas da porta que rapidamente é aberta.
Ela estava lá, com um traje diferente e sentada em uma mesa repleta de chás e doces.
— Eu saúdo vossa majestade a deusa do Sol, que o Sol e suas chamas vos ilumine.— me curvo educadamente.
A deusa se vira para mim, mas seu olhar não era doce.
— Sente-se e me faça companhia.— sorrio fraco agradecendo e seguindo com seu pedido.— Coma, mandei prepará-los para você.
— Muito gentil de sua parte, majestade.— digo aceitando o agrado.— Deseja algo?
— Desejo saber sobre você.— ela dispõe chá em minha xícara e na dela de forma delicada.— Me diga, sua família não é de magos, certo?
— Exato, majestade.
— Seus tios são condes da floresta azul, terá um futuro tranquilo, porém por que decidiu ser maga?
Okay, essa pergunta me pegou.
— Receio desapontar-lhe, não tenho um motivo heroico, muito menos plausível.
— Motivos são motivos, não devem ser medidos.— ela diz tranquila.— Apenas me conte.
— Eu era boa com magia, então decidi treinar na academia de magos antes de vir para cá.
— Era? Não é boa mais?— questiona.
— Ah, depois que vim para cá percebi que existem muitos melhores que eu.— respondo me servindo de um pedaço de bolo.
— Essa é a melhor parte, a parte de se superar.— ela diz.— Você tem uma magia muito forte, só tem que canaliza-la e medi-la.
— Não é tão fácil, majestade.
A deusa sorri fraco retirando uma varinha de sua mangá.
— Tente isso, eu a utilizei por anos quando era mais nova.— conta.— Me ajudou a controlar a magia.
A varinha era leve como uma pena, adornada por cristais e de cor dourada sútil.
— Tente sem a varinha, faça aquela pequena rosa desabrochar.
Me concentro para não fazer feio bem em sua frente, porém falho queimando a rosa.
— Me perdoe majestade, ela estava tão linda no meio das outras rosas.— digo sentida.
— É apenas uma rosa.— ela diz.— Diferente de nós, ela volta a vida.— em um pequeno balançar de suas mãos a rosa volta a ser um broto.— Tente com a varinha, leve e tranquila.
Tento novamente não fazendo uma única pétala desabrochar.
— Com um pouco mais de força.— ela diz tombando a cabeça em sua mão.— Se sinta desabrochar.
— Não é tão fácil!— me estresso mas logo tapo minha boca olhando para ela.— Me perdoe majestade.
— Não se preocupe, errar é frustrante.— ela diz inóspita.— Seguinte, use esse fogo em outros feitiços, porém nesse seja calma.
Respiro fundo, tão fundo que perdi o fôlego me sentindo quente com o toque da imperatriz no meu ombro, me assusto pois ela foi extremamente silenciosa.
— Tente novamente.— sorrio fraco tentando e vendo a flor desabrochar lentamente.— AH FOI! Eu nunca havia conseguido antes!
— Pois bem, agora conseguiu.— ela diz se sentando novamente.
— Obrigada, majestade.— entendo a varinha para ela que sorri empurrando minha mão para ela lentamente.
— Será útil para você durante o treinamento com os outros deuses.— ela diz.
— Por que está sendo tão legal? Eu temo não poder lhe proporcionar nenhum benefício como pode me proporcionar.— digo vendo ela me encarar suspirando ao ver a Lua.
— Fiquei preocupada quando entrou aqui a uma semana, porém como deusa pude ver que estava tudo bem e com séculos de vivência, eu nunca vi algo como seu mana, tão bruto e não polido, eu quero esculpir e lhe transformar no que você quer, uma maga.
— Bom... não sei dizer se isso é bom, majestade.
— É ótimo, eu já nasci direcionada a ser a deusa do Sol, a ter esse mana como o meu porém você pode ser qualquer coisa.
— Qualquer coisa?— questiono confusa.
— Bom, quase qu-
Um tremor atinge o palácio, fazendo a imperatriz ficar em alerta se levantando rapidamente.
No segundo tremor eu perco o equilíbrio caindo da cadeira.
— Vossa majestade, a senhora está bem?— o guarda entra rapidamente.
— Sim estou, tudo bem Hyejin?— ela se abaixa para me ajudar.— Convoque os magos, ordene que descubram o que isso significa!
Ela parecia preocupada, estranho da parte dela porém acredito que seja plausível.