Autora On:
Emoções é o que não falta nessa fic kkkkk.
Espero que gostem ❤️
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Win nunca pensou que um dia em sua vida seria preso, como estava sendo agora. Ele estava com tanta raiva, que os seguranças foram obrigados a chamar a polícia, já que o acastanhado não conseguia se acalmar... Daniel também não cooperava, ficava provocando e isso foi criando um tumulto ao redor deles.
Win estava cego de ódio... Ver Daniel debochando da situação, debochando de Bright, estava acabando com ele. Ele queria continuar o socando, queria deixar ele ainda mais arrebentado do que estava, mas para sua infelicidade, a polícia chegou e agora estava algemado e sendo levado para a delegacia...
" Bright definitivamente não vai gostar disso, mas... Eu avisei aquele merda do Daniel. Avisei pra não se meter com meu Bai... Definitivamente meu único arrependimento, era não ter o socado mais um pouco", pensava Win.
Não estava tão preocupado com sua situação, daria um jeito. Ele já tinha alguns planos em mente, talvez só precisasse adiantar no fim...
Gulf fora pra delegacia em outro carro e quando chegaram lá, Win olhou para o amigo que o encarava seriamente. Sabia que quando tivesse uma oportunidade boa, levaria uma bronca daquelas e isso o fez se estremecer todo, afinal quando Gulf brigava com ele, era feio.
Isso o fez desviar os olhos e ver a ambulância que fora chamada para trazer Daniel, estacionar também na delegacia.
" Espero ao menos que tenha ficado inchado. Aquele babaca merece... " continuou pensando Win, ainda morrendo de raiva.
Só de lembrar o sofrimento que Daniel estava causando em Bright novamente, o fazia querer surtar. Justo quando eles estavam fazendo novos planos, começando a recomeçar juntinhos, grudados um no outro, vem aquele desgraçado jogar todo o passado de seu noivo para o mundo saber...
Win sabia o que ele estava fazendo. Estava humilhando Bright publicamente e tentando o chantagear , pois o acastanhado corria risco de perder a carreira como médico e o outro sabia disso. Ele só não sabia que Win se importava mais com Bright do que qualquer outra coisa e que quando disse que faria qualquer coisa pelo moreno, não estava mentindo.
" Nada vai o tirar o Bai de mim. Se aquele cretino achou que conseguiria, está muito enganado. Isso por que ele não me conhece verdadeiramente, mas agora vai conhecer. Vou calar a boca daquele imbecil direitinho" refletia Win.
Então viu a porta ser aberta e os policiais o levarem para dentro, direto na sala do delegado.
- Doutor Metawin. Uma coisa que eu jamais pensei que fosse acontecer é ver você por aqui - disse o delegado Jones, totalmente surpreso.
Win realmente era conhecido na cidade inteira, como um dos melhores médicos cirurgião.
- Nem me fale, Delegado. Acredite, eu nunca pensei que estaria nessa situação - falou Win envergonhado, olhando para as próximas mãos machucadas.
- Podem o soltar - ordenou o delegado e os policiais obedeceram.
Win ficou aliviado ao ter as mãos soltas e as esticou, ainda que tivessem doloridas...
- Sente- se - pediu ele e Win obedeceu.
Logo em seguida, Daniel chegou.
- Doutor Stuart... - falou o delegado - sente- se.
Como Win era o agressor, não chegaram a prender Daniel com algemas.
Daniel se sentou e em seguida, um policial trouxe Gulf até eles.
- Ele pediu para estar presente - esclareceu ele.
Win se sentiu mais tranquilo ao ver o amigo ali.
- Vai ser importante Gulf estar aqui, Delegado. Será a minha testemunha sobre o que tenho pra falar - falou Win tentando não surtar.
Agora que a adrenalina da raiva estava começando a passar, a ficha estava caindo do que estava acontecendo... Cristo, Bright realmente ia surtar quando soubesse. E seus pais? Win não sabia onde enfiar sua cara, afinal, nunca fora do tipo violento... Mas para proteger Bright, ele ultrapassou muitos limites, inclusive como médico.
Ele estremeceu só de pensar nas consequências envolvendo sua carreira, mas ainda tinha confiança de que conseguiria passar por essa fase um tanto complicada de sua vida...
- É claro que vai. Ele é seu amiguinho, não?- provocou Daniel. Seus olhos estavam roxos , a boca cheia de cortes e ele falava com dificuldade, mas ainda assim, estava ali, querendo o tirar do sério.
Win ia responder quando o delegado pediu para ele se acalmar.
- Pode ficar , Doutor Kanawut - concordou o delegado e em seguida, voltou a olhar para os outros dois médicos, sentados a sua frente - Vocês dois entendem que o que fizeram foi extremamente grave?- questionou ele.
- O que eu fiz?! Esse animal me atacou do nada! - falou Daniel esbravejando.
O delegado ergueu as sobrancelhas.
- Você está certo. Quem começou foi o Metawin mesmo, mas sabe o que eu vi pelas câmeras? Mesmo enquanto apanhava, você estava o provocando, eu achei isso um tanto curioso - falou o delegado os estudando - Não preciso nem falar que vocês dois terão que responder legalmente como profissionais também, não é?
Win suspirou.
- Estou ciente disso, delegado. E sei que o que eu fiz, foi errado. Eu não sou do tipo de pessoa explosiva, não mesmo. Eu amo ser médico, de verdade, jamais pensei que chegaria ao ponto de agredir alguém, ainda mais na frente do hospital. Confesso que perdi a cabeça, mas tenho motivos. O Doutor Daniel aqui está me assediando já tem tempos, e isso é de conhecimento geral. Ele é extremamente chato, não entende que eu não quero nada com ele e fica em cima de mim o tempo todo!
Daniel o olhou chocado.
- Sério que vai usar isso como desculpa? Você já foi melhor!
Win o fuzilou.
- Cala a boca que eu ainda não terminei, seu cretino!- disse Win firme e então baixou a bola, voltando a olhar para o delegado - A questão é que eu sou noivo - disse Win erguendo a mão - E desde quando Daniel soube disso, se tornando ainda mais possessivo em relação a minha pessoa... Meu noivo, Bright, passou por muita coisa Delegado - disse Win sentindo seus olhos lacrimejarem - Ele tem realmente um passado, não vou mentir para o senhor. Se o senhor pesquisar o nome dele aí, provavelmente vai achar a ficha criminal dele. Porém, isso não o define quem ele é, entende? Eu conheço Bright desde os meus seis anos de idade, nós crescemos juntos, nos apaixonamos, até que nos afastaram. Eu fiquei quinze anos longe dele, Delegado. Sabe o que é passar quinze anos longe do amor da sua vida? Sem saber o que aconteceu com ele, se está bem, se está vivo?- questionou Win chorando.
Gulf se aproximou do amigo e massageou seus ombros, se emocionando também com o relato dele.
- Então ele voltou pra mim, da pior forma possível. Ele voltou praticamente morto! Gulf está aqui de prova, ele salvou meu amor. Aí o senhor pensa, ficou tudo bem, não é? Não, não ficou, por que pro meu total desespero , Bright ficou em coma. Por um ano!- disse Win entre lágrimas - Não estou tentando comover o senhor, eu garanto. Só estou dizendo, que desde quando Bai voltou pra mim, eu prometi que faria aquele homem feliz. Fiquei sabendo por cima na época o que ele passou e até então eu tenho cuidado dele. Por que agora que estamos juntos novamente, nada , nada mesmo vai me tirar daquele homem. Eu o amo com todo o coração, delegado.
- E vou ser bem sincero. Não estou arrependido de ter socado o Daniel. Se não tivessem me impedido, era bem provável que eu teria socado ele ainda mais, por que é o que ele merece! Desde que meu Bai acordou, ele tem sido insuportável e agora, esse babaca está tentando destruir com a vida nova que o meu Bright está tentando construir. A vida que nós dois estamos construindo juntos - disse Win fungando- Ele simplesmente saiu divulgando por aí que Bright é um bandido junto com sua ficha criminal e o senhor já deve ter visto, está em todas as mídias!
O delegado Jones o olhava seriamente, engolindo em seco ao ouvir as palavras de Metawin, era impossível não se envolver com a narrativa que estava ouvindo.
- Sim, estou ciente disso.
- E foi esse babaca aqui, que fez isso!- disse Win e então ele riu ironicamente, riu alto.
- O que é tão engraçado?- questionou Daniel.
Win o olhou e então sorriu largamente.
- Eu sei o por que fez isso. Você envolveu até a minha carreira no meio, achando que o que? Que eu me afastaria do Bright, não é? Por que eu corro o risco de perder meu emprego, não é?- falou Win firme, olhando dentro dos olhos do outro.
Ele só não tinha notado, que alguns minutos atrás, Bright tinha entrado na sala, e estava encostado , assistindo a cena. Sabia que quando Win começava a falar desse jeito, era bom não interromper...
Desde que soube por Gulf que Win estava preso, foi uma loucura. O moreno ligou para seus sogros e explicou resumidamente a situação, e eles já foram correr pra acionar um advogado experimente. E em seguida, Bright se despediu de Dew e disse que mais tarde continuava explicando o que estava acontecendo para ele, mas que precisava ir.
Bright pegou um Uber e logo estava na delegacia. Explicando para um dos policiais que era noivo de Win, que estava com o delegado, conseguiu autorização e ele entrou na hora que o acastanhado começou a se justificar para o delegado. Viu que Gulf estava massageando seus ombros e sorriu , contente por seu ursinho ter um amigo tão fiel assim.
Mas quanto mais Win falava, mais Bright sentia seus olhos se encherem de água, ao sentir o amor de Win em cada sílaba, em cada gesto... Saber que Win tinha se metido nessa confusão para o proteger, aquecia seu coração e ao mesmo tempo o deixava louco da vida, por que sabia que Win teria que lidar com as consequências... Ainda que Daniel merecesse cada soco que recebeu, Win não merecia perder a carreira por conta disso.
Então ele engoliu em seco e pediu para Deus os ajudar a sair dessa. Não via a hora de poderem serem felizes realmente, mas parecia impossível...
- Você afirma que eu fiz tudo isso, mas tem como provar?- retrucou Daniel com as sobrancelhas erguidas.
- Eu amo ser médico - afirmou Win - eu amo a minha carreira, amo poder ajudar as pessoas. Mas sabe, Daniel, tem algo, ou melhor, que eu amo mil vezes mais. E é o Bright - falou firme - Não me importo com que consequências terei que lidar agora. Você mereceu cada soco que eu dei e te ver desse jeito, com o rosto arrebentado, é um alívio para mim... Fez valer cada risco que tô correndo agora - falou Win começando a limpar as lágrimas - Eu passei quinze anos lutando pelo amor da minha vida. Não será você, um simplesmente merdinha que vai me fazer desistir dele. Ou da minha carreira. Se eu tiver que passar a vida inteira lutando pelas pessoas que eu amo e pelas coisas que amo fazer, eu vou - disse Win firme - Mas não vou deixar um mimado, irresponsável e infeliz como você, destruir a minha vida. E principalmente, não vou deixar você destruir o meu Bai. Então é bom que você não me apareça nunca mais na minha frente!- disse Win firme.
Daniel só o olhava e então riu, olhando para o delegado.
- Você viu só? E ainda deixam esse tipo de gente, que defende bandidos , se tornar médico!- falou Daniel para o delegado.
Só que ninguém previu o que aconteceria em seguida, pois Win surpreendeu todo mundo ao se jogar em cima de Daniel, porém, ele só não chegou a bater no loiro, pois Bright o conhecia perfeitamente bem e conseguiu o impedir.
- Me solta... vou acabar com a raça desse idiota!- gritou Win e Bright o fez virar para si, segurando o seu rosto com delicadeza.
- Chega, Metawin. Você só está piorando sua situação! Se aquieta, pelo amor! - pediu Bright o olhando com raiva.
- Bai?- falou Win amansando a voz e relaxando automaticamente - Que horas chegou? Não te vi.
- É claro que não viu. Estava se atirando pra cima do Daniel - falou o moreno firme.
Win baixou o olhar.
- Ele mereceu - resmungou e o moreno o abraçou.
- Só se acalme , ursinho. Por favor... Se não consegue por você mesmo, faça por mim. Respira bem fundo e relaxa.
Win fez o que ele pediu e baixou a bola.
- Agora chegou quem faltava - provocou Daniel - o bandidinho famoso.
- Agora chega! - falou o delegado firme, olhando para Daniel.
Gulf estava angustiado com toda a situação.
- Delegado, com todo respeito, o que vai acontecer com Win?- perguntou Gulf - ele não está errado, Daniel realmente sempre ficou o assediando, indo em cima dele, dando uma de bonzinho.
O delegado suspirou.
- Eu não duvido disso. Mas se isso aconteceu mesmo, por que ele nunca falou sobre?
- Por que , delegado, eu sou do tipo que releva e releva várias e várias vezes - falou Win suavemente, apreciando que Bright tenha o abraçado pela cintura. A mão dele acariciando suas costas, o deixou ainda mais relaxado.
O delegado suspirou.
- Em relação do que aconteceu, fica a critério da vítima ver o que vai fazer. Vocês dois podem se resolver agora ou Daniel poderá entrar com um processo por agressão contra você, Metawin - falou Delegado - O problema maior não vai ser aqui, e vocês sabem. Vocês dois são médicos bem conhecidos, trabalham em um dos melhores hospital da região. É inadmissível, médicos , principalmente desse porte, entrar em uma briga desse nível. Então, se preparem, sabem como o conselho de medicina são rígidos... se entrarem com um processo, um contra o outro, só irão piorar a situação de ambos.
- Vou processar Metawin por agressão - disse Daniel firme e Bright teve que se controlar para não partir para cima dele.
Win riu.
- Ótimo. Entre com esse processo, que eu entro com outro processo por assédio moral e sexual, danos morais e peço uma indenização gigantesca por toda a situação constrangedora que está fazendo contra o meu noivo.
Os olhos inchados de Daniel se arregalaram.
- Eu nunca te assediei sexualmente!
Win o olhou de forma inocente.
- Não? Vou ter que relembrar todas as vezes, doutor Daniel? Você sabe que consigo fácil várias testemunhas pra depor contra você - disse Win com as sobrancelhas arqueadas.
Bright olhou surpreso para Win.
Sabia que Daniel nunca tinha o assediado sexualmente e saber que Win estava disposto a mentir por ele...
" Eu definitivamente não sei o que faço com esse homem. Se eu brigo com ele até amanhã por estar sendo tão impulsivo... Ou se o beijo para sempre por me amar tanto a esse ponto" , pensava Bright tendo um misto de emoções.
- Ele está mentindo!- disse Daniel para o delegado.
- Vou dizer o que vai acontecer agora - falou o delegado - Não vou prender você hoje, Metawin, por que não a necessidade disso e ambos sabemos disso - falou o delegado firme - Você já terá bastante dor de cabeça pra resolver essa situação e tenho certeza que pensará duas vezes antes de agredir alguém a esse ponto - falou o delegado e Win concordou - Porém, não posso deixar isso passar ileso, então vou fazer uma advertência que vai contar no seu histórico - disse o delegado e pelo olhar, Win sentia que ele pedia desculpas - Isso...
- Eu sei. Minha situação com a medicina está complicada em todos os sentido e sei que piorei a situação. Prefiro assinar essa advertência do que ser realmente preso - concordou Win.
Daniel bufou.
- Eu preferia que ele fosse preso.
Bright o fuzilava com o olhar.
- Engraçado né. Seu amor por Win acabou rapidinho né? Pra quem dizia que o amava tanto.
Daniel o olhou com desprezo.
- Meu amor pelo Win passou no momento em que eu vi o quão disposto ele está em proteger um bandidinho feito você.
- Cala a porra da boca, Daniel. Agora sou eu que tô querendo te dar uns tapas!- falou Gulf firme...
- Deixa , Gulf. Não vale a pena se estressar com um verme desses - falou Bright e Daniel debochou.
- Você só está calminho assim pra não extender ainda mais a sua ficha criminal, não é?- provocou o louco e Win bufou.
Mas duas outras pessoas entrou na sala, o surpreendendo intervindo.
- Fale mais um a sobre o meu genro e eu juro, que vou fazer de tudo pra acabar com a sua raça - Falou Ayla firme.
- Mãe!- disse Win surpreso ao ver ela e o pai.
- Queridos - disse Ayla sorrindo para os dois calmamente - Fiquei sabendo da situação e já entrei em contato com um advogado. Porém, ele me disse que por enquanto, não teria motivo para Win ser preso. Confere , delegado?
- Sim. Eu acabei de explicar sobre isso - respondeu o outro - Porém, Metawin terá que assinar essa ficha - disse ele, quando outro policial entrou , com um documento na mão.
- Certamente - concordou Peter - Não foi certo o que ele fez. Independente do motivo... Não o criamos para agir dessa forma e então é justo, que ele assuma as consequências ainda assim - falou Peter olhando firme para Win, que se sentiu constrangido.
- Você tem razão, pai. Vocês não me criaram para eu agredir alguém. Porém, me criaram para amar e proteger quem eu amo, e foi isso que eu fiz. Assino essa ata com muito orgulho - respondeu ele.
Bright olhou para os seus sogros, como se pedisse desculpa, mas Ayla segurou sua mão suavemente.
- Não se preocupe... Sabemos como Win é fogo quando quer... - respondeu ela carinhosamente.
- Então, meu filho pode ir ou tem mais alguma coisa a ser feita?- perguntou Peter firmemente.
- Oi? Vocês vão simplesmente ignorar o que o filho de vocês fizeram comigo?- questionou Daniel - Está explicado por que ele é assim.
Peter continuou olhando fixamente para o delegado.
- Não, estão liberados - afirmou ele.
- Ótimo. Por que não quero ficar aqui e ter que falar com vagabundo - falou indicando Daniel - Passar bem, delegado.
Bright, Win e Gulf se despediram e em seguida saíram da sala do delegado. Porém, assim que saíram da delegacia, foram até uma cafeteria por perto , para poderem conversar.
- Ahhhh, Win! Você ficou doido?
Win abraçou a mãe.
- Fiquei. Mas não posso dizer que estou arrependido.
- Tem noção da encrenca que se meteu?- perguntou Peter preocupado.
Todos se sentaram agora, Bright e Win ficaram do lado um do outro.
- Encrenca que eu me meti? E o Bright que foi exposto ontem a noite daquela forma cruel? Daniel me usou querendo atingir nossa relação, mas isso não vai acontecer!- disse Win firme.
- Sim. Isso foi crueldade mesmo - concordou Ayla - Como você está querido?- perguntou ela para Bright, realmente preocupada.
- Ontem surtei um pouco, mas tô melhor. O problema mesmo agora é o Win que agiu feito um doido. Ele se preocupa comigo, mas ele tem que se preocupar com ele. Ontem, ele já foi relacionado a estar noivo com um bandido... Já estavam o questionando. Imagina agora que ele agrediu outro médico, não importa o quão verme ele seja. Quando Gulf me ligou e me contou, quase infartei.
Win suspirou.
- Vamos dar um jeito nisso. Não estou preocupado com a minha carreira.
- Mas deveria!- falou Peter, Ayla, Gulf e Bright ao mesmo tempo.
Win riu.
- Estão mesmo sintonizados, não?
- Win... Daniel mereceu aquela surra? Sabemos que sim. Mas você vai ser prejudicado - falou Gulf.
- Não se preocupe, já tenho outros planos em mente. Talvez eu tenha que deixar a poeira baixar mas vai dar certo.
- E o hospital?- questionou Ayla.
- Avisei do que aconteceu hoje - comentou Gulf - mas o posicionamento deles, com certeza não será dos melhores...
- Também não tô preocupado com isso - falou Win, entrelaçando a mão com de Bright, o moreno acariciou os machucados de Win, enquanto refletia sobre tudo que estava acontecendo - Vou pedir demissão.
Todos arregalaram os olhos e Bright se engasgou.
- Como é?
- Me nego a continuar trabalhando no mesmo ambiente que Daniel. E sim, mesmo se eu sair do hospital, ainda terei que responder no conselho de medicina e isso talvez não seja fácil de resolver - disse Win calmamente - mas, eu já não queria continuar trabalhando no hospital mesmo, então não se preocupem. Me matei de trabalhar por anos. E agora... vou tirar um tempo pra descansar e pensar no futuro. Vocês estão vendo isso da perspectiva errada. Isso é uma chance de criarmos novos planos... - falou Win olhando carinhosamente para Bright - Eu disse que por você passaria por qualquer coisa e agora estamos juntos, vamos passar por mais essa.
Bright suspirou e franziu o cenho.
- Só tenho medo de você estar se iludindo achando que as coisas vão se resolver rapidamente assim, Ursinho. Sabemos que quando se trata principalmente da área médica as coisas não são fáceis... - comentou o moreno.
- Eu concordo com ele - falou Gulf , também estando preocupado.
- Não acho que as coisas vão se resolver facilmente, não estou iludido a esse ponto. Eu sei bem como funciona as coisas - falou Win - eu só acho que... Passamos por tanta coisa, não vou me descabelar por conta disso agora. Preciso mesmo de um tempo para respirar e me encontrar novamente... Trabalhei feito um louco durante esses anos na área cirúrgica e eu amei. Mas não sei se quero continuar trabalhando nessa área pra sempre. Eu nunca tirei feiras prolongadas, será bom pra mim ter esse tempo, ao mesmo tempo que espero a poeira baixar... e vejo como fica no conselho.
- Não é uma má ideia - concordou Ayla - acho que vocês dois precisam de um pouco de tempo pra relaxar completamente... Realmente, você nunca tirou férias por muito tempo - pensava Ayla racionalmente - De toda a forma, já entramos em contato com um advogado bom mesmo e ele cuidará do seu caso.
Win concordou.
- Ótimo... Vou aproveitar esse tempo para curtir mais o meu noivo e o apoiar. Bright está treinando afinal para passar nas provas pros cursos de gastronomia e temos que fazer com que ele não perca essa oportunidade por causa das notícias. Essa é a maior preocupação agora.
Bright o olhou.
- Só você mesmo pra estar preocupado comigo, sendo que você está em uma situação mil vezes pior.
Win beijou sua mão.
- Você precisa se encontrar, amor. Eu quero que realize seus sonhos. Eu já comecei a realizar os meus e talvez agora, esteja na hora de eu realmente mudar um pouco , olhar para tudo que passei e ver se eu quero continuar nisso. E enquanto isso, você vai continuar lutando para realizar os seus, hum?
Gulf balançou a cabeça.
- Não sei como você consegue estar tão calmo, sinceramente. Eu já estaria surtando!- exclamou Gulf e logo pediram cafés com alguns pães doces para comerem.
- Eu não vou deixar Daniel destruir nossas vidas, não entenderam isso? Precisamos tomar o controle da situação e é isso que estou fazendo, tomando atitude - disse Win firme.
E então tudo fez sentido para eles.
- Vou pedir demissão do hospital, antes que Daniel faça mais algum escândalo. Vou ficar off por um tempo e cuidar de mim realmente. Cuidar de nós - falou Win olhando com ternura para Bright - e principalmente, cuidar de você.
Bright balançou a cabeça.
- Eu não sei o que eu faço com você, sinceramente. Isso tudo ... Cristo, é muita informação para processar.
Win riu.
- Tudo que estou falando pra vocês, são coisas que eu já planejava fazer. Por isso estou tranquilo. O meu problema maior é realmente o conselho... Preciso dar um jeito de abafar esse escândalo e deles saberem a verdade.
- Ou melhor - pensou Peter - Se Daniel está tentando acabar com você. Vamos acabar com ele primeiro. E talvez isso, te ajude a limpar a imagem.
- Vamos ver. Não quero ser baixo. Mas também não quero que ele saia impune. O que podemos fazer é investigar mais sobre ele... ver se achamos alguma coisa que possa ajudar - sugeriu Win.
- Sim, posso dar uma investigada lá no hospital - comentou Gulf - parece ser um bom plano.
- E quanto ao escândalo, não quero expor nossa imagem, então vamos tentar resolver isso de outra maneira - disse Win - vamos por esse caminho por enquanto.
- Por enquanto, é o que podemos fazer mesmo - concordou Ayla e Win pegou seu celular.
- O que está fazendo?- perguntou Gulf e então Win se lembrou.
- Droga, tenho algo a fazer ainda. Preciso cumprir minha promessa ... - falou Win se lembrando dos gêmeos... e de seus olhos doces - ah, Cristo. Essa vai ser a pior parte de sair do hospital - choramingou, encostando sua cabeça no ombro de Bright.
- Do que está falando, ursinho?
- Dos gêmeos. Prometi que os veria hoje e... eles não gostam do Daniel. E ainda não sabem da morte dos pais. Sair de lá, significa que não vou ver mais eles.
- Posso ficar de olho neles sem problema - falou Gulf, sabia como Win estava apegado aos meninos.
- Isso seria bom. Aqueles dois me preocupam muito. Ainda não tivemos notícias de outros parentes, algo me diz que vão mesmo para um orfanato.
- Isso mexe com você mesmo, não é?- perguntou Ayla e Win concordou.
- Eles só tem cinco anos. Eu sei bem o que é viver num orfanato. Nós sabemos - falou Win apontando para Bright - e então estou torcendo que com eles as coisas sejam diferentes... que tenham uma oportunidade melhor.
- Vamos rezar por isso também - comentou Peter e Win sorriu, se sentindo grato por ter aquelas pessoas em sua vida.
E é claro que quando mandou um áudio resumindo a situação para Tontawan, que já estava doida sem saber de nada, ela surtou.
- Eu vou acabar com a raça desse Daniel. Só de saber que ele causou tantas coisas assim, me faz ficar puta. Homem desgraçado!- disse Tontawan e Win riu, a acalmando e contando o que estava planejando... ficaram um bom tempo conversando e Tontawan se acalmou, torcendo pra que tudo desse certo para eles...
- Você tem que ir pro hospital agora, não?- perguntou Bright algumas horas depois, Gulf foi direto pro hospital, iria comer alguma coisa por lá e iniciar o plantão.
Já Win, teria que conversar com Vânia. E ele se sentia nervoso.
- Sim - respondeu Win suspirando e fazendo um beicinho.
Tinham acabado de almoçar e enquanto Bright lavava a louça, Win estava esticado no sofá, pensando em como sua vida andava mudando radicalmente nos últimos tempos.
Assim que terminou o que estava fazendo, Bright se aproximou de Win no sofá e beijou sua bochecha delicadamente.
- Eu sei que está nervoso com todas as mudanças que irão acontecer daqui pra frente , amor - disse Bright encostando sua testa no ombro - eu queria que muitas dessas não precisassem acontecer, pra ficarmos juntos. De verdade... eu jamais quis isso.
Win pegou em sua mão e a entrelaçou com a sua.
- Hey, Bai... Eu sei... Como eu disse, sinto que essas mudanças serão boas. Claro que eu preferia ter feito ela de outra maneira... Mas tinha que ser assim, então que seja... Preciso mesmo de um tempo pra descansar, vai ser bom.
- Sim. Parando pra pensar nesse lado realmente.
- Vamos poder ficar mais tempo juntinhos... poderei te apoiar com a preparação para o curso, hum? Falta pouco para o grande dia chegar.
- Será ótimo poder ter você mais perto realmente... - concordou o moreno.
- Então vamos pensar nisso, no lado bom das coisas.
Bright depositou muitos beijos em seu pescoço.
- Eu te amo demais. Estou orgulhoso de você, mesmo estando muito puto da vida por você ter machucado suas preciosas mãos com aquele verme.
Win sorriu.
- Quando se trata de você, eu realmente faço qualquer coisa... inclusive machucar minhas preciosas mãos.
Bright se afastou um pouco e eles trocaram olhares apaixonados.
- Você definitivamente é impossível - falou Bright, acariciando suas bochechas.
Win pulou para seu colo e encostou sua testa na dele.
- Estou pronto pra passar por toda as situações difíceis que eu tiver que enfrentar, por que você vai está comigo.
Eles se olharam, completamente grudados um no outro. Bright o abraçou e pousou suas mãos em suas costas.
- Eu sempre estarei com você.
- É só isso que eu preciso. De você... o resto vamos dar um jeito. Então não quero que pense que está atrapalhando a minha carreira ou qualquer coisa do tipo. Eu realmente já faria o que eu farei hoje... só de outra maneira, me entendeu?
- Sim. Você já deixou bastante claro o quão louco é por mim, ursinho.
Win riu e o beijou lentamente, ambos aproveitando para passar tudo que estavam sentindo um pelo outro.
- Juntos até o fim - sussurrou Win e Bright sorriu.
- Juntos até o fim... - concordou o moreno.
Win afundou o rosto em seu pescoço e ficou daquele jeito por algum tempo, apenas sentindo as mãos de Bright acariciando toda as suas costas , enquanto sentiam aquele amor intenso e profundo que tinham um pelo outro, os envolvendo cada vez mais.
Um tempo depois, Win se levantou e pegou suas coisas.
- Me deseje sorte - disse ele, voltando a se aconchegar em seus braços.
- Boa sorte - respondeu Bright e novamente trocaram alguns beijos.
- Obrigado. E não fique nervoso, Dew jamais iria te deixar na mão... Ele vai entender tudo.
Bright concordou.
- Ele é uma boa pessoa - respondeu e Win sorriu largamente.
- Assim como você. O amor da minha vida toda.
- Aff, seu meloso. Vai logo antes que eu te agarre e não deixe você sair mais.
O sorriso de Win aumentou.
- Me agarrar é?
Bright concordou.
- Você também está merecendo muito amor e carinho. Então se prepare, mais tarde vou te mimar ainda mais do que já mimo.
Win suspirou.
- Já estou ansioso por isso, meu Bai.
Bright suspirou. Seu coração sempre disparava ao ouvir Win o chamar daquele jeito.
E depois que Win saiu, Bright voltou a se deitar no sofá e pensa na loucura que estavam vivendo... Win fora pra delegacia por socar Daniel...
E isso fez Bright rir. Rir alto... Pra logo em seguida chorar. Chorar por ver o amor enorme que Win sentia por si.
" Vamos passar por isso , meu ursinho. Ah, Cristo. Eu realmente quase não te deixei sair. Quase te puxei pra ficar nos meus braços , te dando todo o carinho que merece", pensou o moreno todo apaixonado.
Ele sabia que Win estava tomando decisões difíceis e estava extremamente orgulhoso dele e o amando ainda mais do que já amava ... Afinal, sabia que por mais que Win estivesse garantindo que estava tudo bem, Bright sabia que ele estava sofrendo e ainda sofreria um pouco mais pela frente.
As coisas estavam complicadas, mas eles dariam um jeito nisso, sem dúvidas.
Quando Win chegou ao hospital, ignorou todos os olhares. Sabia que estava sendo notícia em tudo que é coisa, então decidiu ir visitar seus meninos primeiro.
" Seus pacientes, Metawin. Não seus meninos. Você não pode se apegar neles desse jeito... lembre-se", se repreendeu Win.
Então ele bateu na porta onde eles estavam e uma enfermeira sorriu pra ele.
- Boa tarde, Doutor.
Win sorriu mais.
- Boa tarde - respondeu.
- Win, você veio!- falou Brayan alegremente, enquanto Liam sorriu todo fofo para ele.
Win suspirou.
- Será que posso ficar um pouquinho com eles?
A enfermeira concordou e os deixou sozinhos.
Essa conversa não seria fácil.
- Oi, meus amores. Como estão?- perguntou se aproximando deles.
Brayan e Liam o puxaram com tudo e o abraçaram forte.
- Estamos bem melhor agora - falou Brayan - Não é, Lim?
- Sem dúvidas - respondeu Liam se aconchegando mais nos braços de Win e o acastanhado sentiu seus olhos lacrimejarem.
Sentiria tanta falta deles.
- Fico muito feliz com isso.
- E nós por ter vindo.
- Eu prometi, não?
Eles se afastaram e Win se derreteu ao ver carinho naqueles olhos doces verdes. Os cabelos cacheados loiros escuros, estavam ainda mais bonitos e Win sorriu ao segurar os cachinhos deles com as mãos.
- Acordamos nos sentindo ainda melhor que ontem. Só é chatinho ficar aqui. Por mais que as moças de desenhos pra gente pintar, queremos sair logo daqui - falou Brayan.
Win sorriu.
- É assim mesmo... Mas vai dar tudo certo. Hoje vocês terão aula de música, olha que legal.
No hospital, para distrair as crianças, eles realizavam algumas atividades com as crianças como teatro, literatura, desenhos e música.
- Obaaaaa!- exclamou Brayan
- Adoro música - comentou Liam.
- Vocês vão se divertir - falou Win depositando beijos no rosto dos dois... - Passei só pra dar um oi rapidinho, preciso ir já.
- Tá bom - disse Liam - mas amanhã você volta né?- perguntou ele esperançoso.
Win sorriu tristemente.
- Eu espero que sim.
Brayan fez biquinho.
- Você parece triste, Win.
- Vou ficar bem - respondeu ele sorrindo levemente - não se preocupem. Se recuperem bem, viu?
Eles concordaram.
E antes de Win sair, Liam puxou um braço dele, o fazendo se virar novamente.
- Obrigado por ter salvo a gente, Win. Nunca vamos esquecer isso - disse Liam - você é especial pra mim e tenho certeza que é especial pro Bray também, não é?
- Simmmm! Você mora no nosso coração, Win!
Win se segurou pra não desabar na frente daquelas crianças.
- Vocês dois também moram no meu coração - disse todo emocionado - de verdade.
Brayan e Liam fizeram coração com as mãos deles e Win se derreteu, fazendo o mesmo gesto e vendo aquele sorriso enorme no rosto deles.
O acastanhado sentia que era a última vez que estava os vendo e de alguma forma... Parecia que os gêmeos também sentiam a mesma coisa.
Win voltou a se aproximar deles e os abraçou fortemente, depositando beijos em seus cabelos.
- Se cuidem - disse todo protetor e quando saiu da sala, o acastanhado encostou a testa na parede e chorou.
Chorou pensando nos quinze anos em que trabalhou no hospital, em cada paciente que atendeu e em cada carinho que recebeu. Nos seus colegas de trabalho, nas situações que pareciam impossíveis, mas que no fim deu tudo certo. Nas vitórias, nas perdas... Tudo o atingiu com tudo na mente, como um flash back enorme. E doeu... Doeu pra caramba, ao pensar que não viria mais Brayan e Liam.
Isso o fez soluçar e pediu a Deus para que os ajudasse.
" Por favor... Cuide bem deles, Deus. Não deixe que nada os aconteça. Eu não poderia suportar saber que eles não ficaram bem ", concluiu mentalmente e então, se afastou da parede, limpando seus olhos rapidamente e indo encontrar com Vânia.
Logo que bateu na porta dela, a mais velha mandou ele entrar.
- Boa tarde, Win - disse ela.
- Boa tarde, Vânia- respondeu Win, se sentando a sua frente.
Vânia que estava mexendo no computador, deixou ele de lado e então o olhou, notando seus olhos vermelhos de choro e suas mãos machucadas.
- Imagino que já saiba o que aconteceu - começou o acastanhado.
- É impossível não saber. Está em tudo que é notícia e as pessoas não param de falar sobre...
Win concordou e ficou em silêncio.
- Como você está?- perguntou Vânia delicadamente.
- Está doendo bem mais do que imaginei que doeria - disse Win engolindo em seco - mas vou dar um jeito, tudo vai dar certo.
- Win...
- Eu vim facilitar as coisas pro hospital.
Vânia estreitou os olhos.
- Como assim?
- Vim pedir demissão. Não posso trabalhar no mesmo ambiente que Daniel e o hospital não vai me querer aqui, não depois da agressão. Na qual Daniel mereceu!
- Mereceu mesmo - concordou Vânia - Mas... Demissão? Você é um dos nossos melhores médicos!
- Gulf continuará aqui - falou Win calmamente.
- Você deu a vida a esse hospital nos últimos anos, Metawin... - disse Vânia , os olhos se enchendo de lágrimas - Por que você não se controlou? Eu sei que Daniel é um ridículo, mas por que não se controlou?
Win chorou.
- Por que ele atingiu a pessoa que eu mais amo no mundo... - falou aos prantos.
Vânia se levantou e o abraçou, toda maternal.
- Eu acho lindo o amor que vocês dois tem. E a forma como você faz de tudo para o proteger...Mesmo se sacrificando em nome desse amor.
- Não estou arrependido e sei que não vou me arrepender. Mas dói...
- É claro que dói. Você construiu uma vida aqui.
Win chorou ainda mais e Vânia puxou uma cadeira e o olhou com carinho, enquanto Win tentava se recompor.
- O que vai fazer?- perguntou ela.
Win respirou fundo.
- Vou dar um tempo. Meu advogado vai cuidar de tudo... O problema é o conselho, você sabe... Vou ter que comer muito arroz com feijão pra fazer eles não serem tão rígidos comigo. Daniel pode não cooperar e piorar ainda mais. Ele quer me ver destruído também.
- O que eu puder fazer pra te ajudar, irei. E todos desse hospital também. Você é querido, Win. Não se esqueça disso.
Win sorriu.
- Sou extremamente grato por ter trabalhado todos esses anos com vocês, de verdade. Obrigado por tudo.
- Isso não é um adeus e sim um até logo.
Win sorriu.
- Posso ser abusado uma última vez?- pediu ele e ela riu com gosto.
- É claro que tinha que pedir algo até na sua saída... - provocou ela - Diga.
- Os gêmeos... Brayan e Liam. Eles não sabem da morte dos pais ainda... me promete que vai os ajudar ? Nem que seja pra arrumar outro pediatra pra eles, se for preciso. Eles odeiam o Daniel. Me preocupo também como vai ser com a saída deles.
- Você gosta mesmo deles não é?- perguntou ela suavemente.
Win concordou.
- Eles são uns amores.
Vânia sorriu.
- Não se preocupe. Verei pra eu mesma cuidar do caso deles com mais proximidade.
Win suspirou, aliviado.
- Obrigado. Imagino que não vai querer que eu termine a semana não é?
Vânia suspirou.
- Por mim , você nem sairia daqui.
Win sorriu tristemente.
- Eu sabia que sempre fui seu favorito.
Eles riram e Win se despediu dela.
- Não suma.
- Você não vai se livrar tão rápido assim de mim, Vânia.
Ela sorriu.
E assim que Win sorriu, foi procurar por Gulf, que estava na sala de descanso.
- Eu sabia que você viria. Venha aqui - falou Gulf suavemente e Win imediatamente foi, se jogou nos braços do amigo e terminou de chorar ao ponto de soluçar.
- Sei que dói. Mas você merece mais, Win. Merece se encontrar realmente e ser feliz. Com quem ama e fazendo a coisa que ama - falou ele suavemente - Você fez muito por esse hospital e ninguém irá te esquecer. Mas está na hora de você voar... ser feliz com seu Bai finalmente e se encontrar novamente... você jamais sairá da medicina, Win. As coisas podem demorar a se ajeitar, mas vão se ajeitar e aí... Ah, amigo. Tem um mundo inteiro dentro dela pra você descobrir o que quer fazer.
Win chorou ainda mais.
- Eu via como você sempre se matou de trabalhar... sempre pegava todos os plantões e trocava... E isso não é saudável. Eu até diria que nos últimos tempos, você estava meio saturado. E ainda assim continuou sendo um médico incrível. Mas agora você precisa pensar em você, me ouviu? Você tem razão. Temos que ver pela perspectiva boa e agora... você vai poder viver de verdade e ser feliz. E estou profundamente orgulhoso de você.
- Obrigado, Gulf. Você... é o melhor amigo que eu poderia ter.
- Eu sei... Sempre serei o número dois no seu coração, já que o primeiro lugar é do Bright, posso aceitar essa segunda colocação - provocou Gulf e Win gargalhou.
- Eu te amo.
- Também te amo, Win.
Ficaram por mais um tempo assim e o amigo o ajudou a arrumar suas coisas na sala. Win achava incrível como tudo estava acontecendo rápido demais. Era sempre assim que acontecia quando envolvia polêmicas e demissões? Ele não sabia.
Mas achava bom acontecer tudo de uma vez, assim poderia sofrer o que tinha pra sofrer e seguir em frente... Ele só não esperou receber uma homenagem de todos os seus colegas de trabalho, quando estava prestes a sair do hospital com diversas caixas nas mãos e com Gulf ao seu lado também.
Win viu pelo menos uns vinte médicos ali e sorriu largamente.
- Tudo aconteceu tão rápido e ainda estamos em choque com tudo isso. Foi um presente de última hora mas que demonstra toda nossa admiração pelo senhor. Nunca duvidaremos do seu caráter. Você , Doutor Metawin, sempre será uma inspiração pra nós e só temos a agradecer por tudo que você fez no hospital. Em nome de toda equipe, nunca esqueceremos do senhor e torceremos sempre por você. - disse Joyce, entregando um enorme buquê de flores brancas com uma caixa de chocolate.
- Ah, meu Deus. Vocês querem que eu chore, não é?- disse Win já chorando.
Todos sabiam como ele era emocionado.
- Muito obrigado por tudo... De verdade - disse ele aos prantos - Obrigado por acreditarem em mim e não duvidarem do meu caráter. Eu também nunca vou esquecer vocês... Venham. Venham me dar um abraço!
Vânia que estava vendo se fora sorriu largamente ao ver os vinte médicos se reunindo e o abraçando. Win realmente sempre fora muito querido por todos e ver-lo receber tanto carinho por tudo que aconteceu, a deixou muito feliz.
Assim que souberam do acontecimento da agressão e viram o jeito que foi, eles já imaginavam que algo do tipo podiam acontecer. O que deixou todo mundo triste, por que sabiam o quanto Daniel era um babaca. Mas ainda assim, a equipe correu quando surgiu boatos de que Win seria demitido por aquilo... Afinal, o hospital não poderia ser sua imagem manchada, então compraram um buquê e chocolate pra representar a gratidão que sentiam.
Definitivamente todo mundo ia sentir falta do Doutor Win Metawin Opas-iamkajorn.
E quando Win voltou para o apartamento, desligou todas as notificações do celular. Ele chegou com suas caixas, e já era quase seis da noite... Abriu a porta e tornou a pegar as caixas que tinham colocado no chão, assim como o buquê e a caixa de chocolate. Ele trancou a porta e então olhou pra frente, se surpreendendo ao ver a sala toda arrumada...
No chão tinha um cobertor quentinho estendido em cima do tapete, com várias e várias almofadas. Win também viu algumas comidas ali, salgados, doces e bebidas. Viu dois pote de sorvete e isso o fez rir.
- Aí está você - disse Bright se aproximando dele , totalmente confortável. Vestia uma calça de moletom e uma camiseta preta.
- Bai... - disse Win manhoso.
Bright sorriu levemente e abriu os braços.
- Vem cá... Hora de eu cuidar do meu ursinho.
Win não hesitou e se jogou nos braços de Bright, chorando ainda mais do que tinha chorado.
O moreno o apertou nos braços e também chorou.
- Eu... tá doendo.
- Eu sei. Nem todas as mudanças são fáceis... Pode chorar, meu bem. Chore tudo que precisar - falou ele, os levando até o tapete quentinho e o embalando novamente nos braços.
- Meu coração tá partido em mil pedaços... não pensei que fosse doer tanto.
- Estou aqui, hum? E vamos catar todos os caquinhos juntos, nos momentos bons e ruins...
- Ahhhh, Bai. Eu te amo.
Bright o fez olhar em seus olhos.
- Eu te amo, ursinho - respondeu olhando pra aqueles olhos doces e cheio de dor - e vai ficar tudo bem. Mas se permita sentir toda a dor que sente, hum? E depois disso... Nós vamos dar um jeito. Me ouviu?
Win concordou e voltou a afundar o rosto no pescoço de Bright.
- Meu ursinho dengoso - disse Bright sorrindo.
- Seu ursinho está precisando de muito amor agora.
- É? Que bom. O que eu mais tenho pra dar, é muito e muito amor mesmo - respondeu Bright, fazendo Win se derreter todinho.
" Ainda bem que eu tenho esse homem na minha vida", pensou Win o apertando mais em seus braços ...
" Está doendo mas por ele eu faria tudo de novo... Bright vale cada sofrimento que eu vier passar", concluiu.
" Eu te amo, eu te amo e eu te amo" pensava Bright ao mesmo tempo, como se respondesse cada pensamento de Win.
Por que sim, eles eram tão almas gêmeas um do outro, que eram conectados a esse ponto.
Autora On:
🥺🥺🥺🥺
Mais uma fase nada fácil vindo aí... Será que Win perderá a carreira como médico ou não?
Será que Bright conseguirá realizar seus sonhos?
E o gêmeos, o que acontecerá com eles? 🥺🥺
Win na delegacia, sabendo que a situação tava tensa mas ainda assim tentando partir pra cima dele hahaha...
Motivo do Win ter saído tão rápido do hospital:
- Ele é um médico que agrediu alguém no estacionamento do hospital. É algo grave que levaria demissão imediata, imagino eu.
Mas Win é esperto e optou por pedir demissão primeiro. Até pra evitar Daniel piorar ainda mais a situação...
Bright o apoiando com todo amor possível 🥺🥺🥺 mesmo Win sendo confiante, sabendo que foi melhor assim, o bichinho tá sofrendo viu? ❤️🩹😭
O amor dos Brightwin ficando mais forte cada dia mais 🙏
Estão gostando da história? 👀👀