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By SEOKJINlE

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[CONCLUÍDA] Jimin ama tanto Jeongguk que mesmo quando ele está prestes a acasalar com um ômega, ele não quer... More

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I Take One Step Away



— Você convidou o Yoonsung? — Namjoon perguntou, incrédulo.

Namjoon e Hoseok comemoravam o aniversário de acasalamento deles todos os anos, sem falta. Não era nada grandioso. Eles apenas gostavam de convidar seus amigos, Jeongguk e Jimin, para uma refeição. A maioria dos casais preferiria comemorar sozinhos, passando bons momentos juntos, mas eles não eram como a maioria dos casais. E esse ano não foi diferente, eles convidaram os amigos também. Exceto que houve um acréscimo.

Yoonsung.

— É claro que eu o convidei! Querido, ele também é meu amigo, ele é seu amigo. — Hoseok olhou por cima do ombro para espiar Jimin e Yoonsung que estavam à mesa, ambos parecendo confusos. Namjoon pediu licença e arrastou Hoseok para a cozinha assim que viu Yoonsung entrar com Jimin.

— Eu sei, querido, mas normalmente não o convidamos. — Namjoon franziu a testa.

Ele estava certo. Eles não o convidaram no ano passado, nem no anterior. Eles nunca o convidaram porque ele era apenas um conhecido próximo, mas as coisas mudaram em pouco tempo.

Hoseok bufou.

— Há sempre uma primeira vez para tudo.

— Mas o Jeongguk estará aqui também. Você ao menos pensou nisso? E se ele e o Yoonsung... e se eles... — Namjoon suspirou. — Como você acha que o Jeongguk vai se sentir?

Hoseok conseguia literalmente sentir o calor viajar dos seus dedos dos pés até a porra da cabeça.

— Bem, problema do Jeongguk. Ele e o Jimin não estão mais namorando. Por que eu deveria me preocupar em como ele vai se sentir quando ele nem se preocupou em como o Jimin se sentiria quando o abandonou daquele jeito? Me diz...

Namjoon estava ciente do quanto Hoseok se importava com seu amigo, e era natural que seu companheiro reagisse dessa forma. Ele apertou os lábios para silenciá-lo. Hoseok estava falando muito alto, levado por suas emoções.

Felizmente, Yoonsung foi inteligente o suficiente para entender o que estava acontecendo, distraindo Jimin com um truque de mágica estúpido ao qual Jimin respondeu com admiração. Tão ingênuo quanto uma criança.

— Querido, preciso que você se acalme. — Namjoon implorou, segurando Hoseok cuidadosamente pelo ombro. Hoseok estava prestes a responder algo novamente. — Por favor?

— Tão irritante. — Ele revirou os olhos. Namjoon se inclinou para ficar na altura dos olhos de Hoseok e deu um beijo em sua bochecha. Hoseok sorriu, sempre tão fraco diante do charme de seu companheiro.

— O Jeongguk... ele também está sofrendo, acredite ou não, ele está. Eu sou o único com quem ele consegue conversar, então acredite em mim quando digo que isso também é difícil para ele. Na noite em que os Dalbit visitaram a nossa matilha eu o ouvi brigando com seus pais e não sei se devo dizer isso, mas o Jeongguk... ele está fazendo alguma coisa. Acho que ele está fazendo alguma coisa. Vamos apenas torcer para que tudo dê certo.

— Eu não quero que o Jimin tenha muitas esperanças.

— Ele não vai ter porque você não vai contar nada a ele. Ok, querido?

Assentindo, Namjoon deixou outro beijo em sua bochecha antes de eles voltarem para seus lugares, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Yoonsung estava olhando para eles com olhos questionadores, mas não se atreveu a expressar em voz alta enquanto Jimin sorria sem noção nenhuma para eles.

— O que aconteceu? — Jimin perguntou.

— Nada. — Hoseok respondeu, mas quando Jimin estreitou os olhos para ele, ele disse: — Acho que o nosso Joonie está um pouco animado para a comemoração desta noite.

Quando Jimin percebeu o que ele queria dizer, seu rosto ficou vermelho como uma beterraba, gritando blasfêmias para Hoseok e fazendo todos no cômodo rirem de sua fofura.

Já se passaram quase três dias desde que Jimin viu Jeongguk pela última vez. Três dias desde que ele não voltou para "casa". Três dias depois daquela noite em que ele os viu dançando abraçados.

Naquela noite, ir para casa era a última coisa que passava pela cabeça de Jimin. Ele não achava que desejavam sua presença lá — não, não desejavam. Então, ele perguntou a Hoseok se ele poderia passar a noite. Felizmente, seu amigo não perguntou por quê, apenas o recebeu de braços abertos.

Na verdade, houve rumores de que Jeongguk levou Mi Dam para sua cabana. Jeongguk levou seu futuro companheiro para a cabana deles. Houve rumores de que eles dormiram juntos. Jeongguk pode ter segurado outro ômega do jeito que costumava segurá-lo. Jimin imaginou seus corpos se explorando debaixo dos cobertores. Braços e pernas entrelaçados, corações em sincronia. Quente e íntimo.

Mas quem se importa, não era da conta de Jimin com quem Jeongguk dormia. Jimin disse a si mesmo que não se importava se Jeongguk transasse com outro ômega. Um ômega que era seu futuro companheiro. Jimin não ficaria surpreso se Jeongguk e Mi Dam já tivessem tido relações. O ômega era inegavelmente lindo e irresistível. Ele se perguntou se Jeongguk havia deixado uma marca no pescoço de Mi Dam, e apenas esse pensamento deixou Jimin triste e com raiva.

Sempre que ele e Jeongguk faziam amor, Jeongguk o tocava nos lugares certos. Ele sabia o que Jimin amava, onde Jimin queria, mas sempre havia hesitação por parte de Jeongguk. Ele sempre se conteve. Quando Jimin o confrontou sobre isso, Jeongguk admitiu que estava com medo de acidentalmente marcar Jimin, como se acasalar com Jimin o repulsasse. Às vezes, Jimin desejava que Jeongguk apenas dissesse foda-se e cravasse os dentes em seu pescoço. Mas ele sabia que Jeongguk nunca desafiaria seu dever como alfa da matilha.

Hoje Jimin veria Jeongguk pela primeira vez em três dias, e a forma como seu coração batia forte em seu peito o enfureceu ainda mais. Ainda mais porque ele não tinha controle sobre isso.

Jimin sabia que Jeongguk havia chegado pela maneira como seu cheiro de musgo úmido, folhas secas e troncos de árvores chegou até ele.

— Sinto muito pelo atraso. Eu tinha assuntos para resolver. — Jeongguk se desculpou assim que entrou no cômodo.

— Não se preocupe! Você chegou bem na hora. — Namjoon respondeu com segurança.

Todos se levantaram de seus assentos para fazer uma reverência a Jeongguk, o futuro alfa da matilha deles. Jeongguk gemeu para eles.

— Vocês sabem que não precisam fazer isso. Além disso, parece tão falso quando vocês fazem.

— Nós lhe prestamos respeito e você diz que é falso. Entendi. — Namjoon riu.

— Vocês são meus amigos, pelo amor de Deus.

— Tudo o que você quiser, Sr. Alfa Chefe. — Hoseok bufou.

— Vamos sentar e comer, por favor. Estou morrendo de fome. — Namjoon disse.

Jeongguk sentou-se em frente a Jimin, que foi inflexível em evitar contato visual. Yoonsung estava sentado ao lado de Jimin. Hoseok estava ao lado de Namjoon que estava ao lado de Jeongguk.

Quando os olhos de Jeongguk pousaram em Yoonsung, e este manteve contato visual, a tensão se tornou tão palpável no ar que Hoseok agarrou a túnica de Namjoon para pedir ajuda, e Namjoon murmurou um calma, está tudo bem. Yoonsung abriu um de seus sorrisos bobos que Jeongguk retribuiu rigidamente, dissolvendo com sucesso a tensão, pelo menos do lado de Yoonsung.

Eles finalmente decidiram comer. O casal alegou que não preparou muita coisa, apenas o suficiente para os três, mas Jimin achou que eles prepararam um banquete completo. Hoseok preparou o seolleongtang e o hoddeok favoritos de Namjoon. Havia bulgogi e, sem dúvida, kimchi. A festa ficaria incompleta sem kimchi. Jimin sorriu para Hoseok quando viu um prato de bolinho de arroz cozido no vapor. Ele se lembrou de ter reclamado com o amigo sobre estar com desejo de comer isso. Hoseok piscou de volta para ele.

Jimin não hesitou em começar, ele estava morrendo de fome. Ele estava tão preocupado com outras coisas ultimamente que mal tinha apetite ou tempo para comer direito e seu estômago provavelmente queria puni-lo por isso, e então o mesmo roncou. Os olhos de todos de repente estavam voltados para ele, e todos exibiam uma expressão de surpresa que logo se transformou em alegria, exceto Jeongguk. Ele parecia perturbado.

— Opa, sinto muito. — Jimin sorriu, sem realmente sentir.

— Tudo bem, coma... — Jeongguk estava prestes a colocar mais carne na tigela de Jimin, mas Yoonsung chegou antes dele.

— Coma! — Yoonsung sorriu, bagunçando o cabelo de Jimin.

Jimin enrijeceu, mas depois sorriu para ele cautelosamente.

— Obrigado.

Jeongguk enfiou os hashis em sua tigela de comida com força, assustando Hoseok. Jimin engoliu em seco, sentindo a raiva de Jeongguk saindo dele em ondas.

Durante toda a conversa, os olhos de Jeongguk permaneceram fixos neles, a mandíbula cerrada com força. Ele não foi sutil na maneira como olhou para Yoonsung ou para os lugares onde sua mão tocou Jimin. Hoseok e Namjoon trocaram um olhar, ambos com os olhos arregalados. Namjoon foi capaz de permanecer neutro em relação a isso, mas Hoseok não era Namjoon. Ele apertou os lábios para esconder o sorriso, mas a forma como suas bochechas inflavam tornava isso muito óbvio. Yoonsung foi o único que não pareceu incomodado. Jimin se concentrou em mastigar o bolinho de arroz, ele estava com muita fome para ligar para tudo isso.

Todos agradeceram a Hoseok pelo banquete que ele preparou. Embora fosse um dado adquirido que Namjoon não ajudava a cozinhar porque esse homem não conseguia nem cortar uma cebola corretamente, eles agradeceram mesmo assim.

— Por que vocês estão me agradecendo? — Namjoon riu.

— Por lavar tão bem a carne e os vegetais. — Jimin respondeu.

— Ei!

Todos riram de suas brincadeiras. Namjoon pode parecer um alfa durão, e Jimin inicialmente ficou intimidado por ele, mas ele era um molenga, um alfa gentil.

— Ó, tem bolinho de arroz cozido no vapor. — Yoonsung percebeu um tempo depois. — Jimin, você não estava com vontade de comer? — Ele perguntou retoricamente e então pegou alguns para colocar na tigela do beta.

— Como você sabe disso? Você anda me espionando? — Jimin semicerrou os olhos e comeu o bolinho de arroz que Yoonsung colocou em sua tigela.

— Eu sei tudo sobre você. — Yoonsung sorriu. Jimin beliscou seu corpo.

— Ai!

Depois de um tempo, os olhos de Jimin se desviaram para Jeongguk e ele percebeu que o alfa não estava comendo de fato. Ele estava apenas cutucando a comida com os hashis que segurava com muita força. Ele ocasionalmente pegava pedaços de sua comida e os mastigava devagar. Ele não olhou mais para Jimin, mas ainda estava chateado, pelo menos isso era óbvio. Jimin queria falar com ele e dizer que não era o que ele pensava. Jeongguk chateado nunca foi a versão favorita de Jimin, mas ele imaginou que isso não importava.

A refeição toda foi agradável, exceto pelo alfa emburrado sentado à sua frente. Foi muito melhor do que ele esperava. Ele estava com medo de que alguém mencionasse o acasalamento de Jeongguk, e Jimin teria que lidar com a dor enquanto encarava Jeongguk. Felizmente, seus amigos eram sensíveis o suficiente para não mencionar nada sobre isso e, na maior parte do tempo, se limitavam a tópicos mundanos e leves.

Em meio à conversa na mesa de jantar, Jimin começou a sentir uma dor aguda no estômago. Só poderia ser porque ele comeu demais e rápido demais. Estava desconfortável, para dizer o mínimo, mas Jimin conseguiu esfregar círculos calmantes em sua barriga enquanto ainda estava completamente envolvido na conversa.

Depois de mais meia hora, Yoonsung saiu para os afazeres da matilha para os quais ele estava realmente atrasado. Então Jeongguk o seguiu.

— Eu também tenho que ir embora. — O olhar de Jeongguk pousou em Jimin, que estava descansando a cabeça na mesa. Jeongguk teria pensado que estava dormindo se não tivesse visto sua mão se movendo em sua barriga. Ele desviou o olhar. — Obrigado pela refeição. — Ele disse para Hoseok e Namjoon antes de sair pela porta.

— Eu também tenho que ir, querido. — Namjoon disse, beijando um Hoseok mal-humorado.

— Tchau.

Houve um pouco mais de agitação. Jimin conseguia ouvir o som das tigelas e dos pratos batendo, Hoseok estava limpando a mesa. Jimin queria ajudar, mas talvez depois que a dor no estômago diminuísse. Então ele poderia se oferecer para lavar a louça.

— Jimin, você está morto? — Hoseok perguntou.

— Queria estar.

Hoseok riu.

— Mas, falando sério, o que há de errado? Você está assim desde que o Kook foi embora. Já sente falta dele?

Jimin gemeu, mas não se incomodou em levantar a cabeça.

— Não! Acho que estou com indigestão.

— Caganeira?

— Acho que estou... constipado também. — Jimin disse, envergonhado. Que maneira de começar o dia.

— Que dó. — Hoseok teve a audácia de rir.

Eram em momentos como esse que Jimin se arrependia de ter feito amizade com Hoseok. A menos que alguém estivesse em uma situação de vida ou morte, ele não poderia confiar nele para falar sério. Jimin deixou para lá, acostumado demais com isso.

Jimin saiu para ir ao quarto de hóspedes na cabana onde estava hospedado. Deitar não ajudaria sua estúpida dor de estômago, então ele se jogou na beira do colchão, ainda esfregando a barriga esperando que isso fizesse alguma coisa. Ele poderia sair e pedir um chá aos curandeiros, mas isso exigiria que ele saísse de casa e ele não queria. Ele não estava pronto para enfrentar os olhares de julgamento ou o ridículo que poderia receber de alguns membros da matilha, não que ele não estivesse acostumado com isso. Seu estômago que se dane.

Ele estava tão perto de bater a cabeça na parede quando alguém bateu na porta.

— Hoseok, eu juro... — Jimin começou, pronto para gritar com seu amigo caso ele tentasse tirar sarro dele, mas então lembrou que Hoseok nunca batia. — Hum, quem está aí?

— Eu posso entrar?

Jimin congelou ao som da voz. Ele estava esperando qualquer um, menos Jeongguk. Seu coração começou a disparar incontrolavelmente, para seu desgosto. Ele socou o próprio peito fracamente, esperando que seu coração se acalmasse um pouco.

— Tudo bem.

E então Jeongguk apareceu. Ele tinha visto Jeongguk há menos de uma hora, mas vê-lo assim, quando eles estavam sozinhos em um cômodo, parecia diferente.

— Você precisa de alguma coisa? — Jimin perguntou. Jeongguk não respondeu, em vez disso ele deu um passo à frente e se aproximou de Jimin para puxar sua mão onde ele estava distraidamente cravando a unha do polegar esquerdo na carne de seu braço direito, novamente. Jimin então seguiu o olhar de Jeongguk para seu braço e lá ele viu um corte pequeno, mas visível. Ele não tinha ideia de que tinha feito isso. Ultimamente, ele não tinha tempo para nada além de se distrair. — Ah, desculpe. Força do hábito. — Ele disse, cobrindo o corte.

Jeongguk apenas suspirou antes de entregar cuidadosamente a Jimin uma xícara de chá com o que parecia ser de camomila.

— Eu pedi aos curandeiros algo que pudesse ajudar com dores de estômago, e eles me deram isso. Beba, ok? Sua barriga deve ficar melhor depois. Se não ficar, então me diga.

Por um momento, Jimin ficou apenas olhando para Jeongguk, pasmo. Ele tinha tanta certeza que ninguém percebeu, mas aqui estava Jeongguk. Jimin sentiu que poderia chorar ali mesmo. Jeongguk não deveria se importar. Ele não deveria se importar. Ele não deveria fazer Jimin sentir que ele se importa. Mas, novamente, Jeongguk provavelmente faria o mesmo por seus amigos. Ele era um alfa gentil.

Ele pegou a xícara de chá da mão de Jeongguk e murmurou: — Obrigado.

Jimin esperava que Jeongguk fosse embora em um instante, mas, para sua tristeza, ele permaneceu imóvel. Ele ainda estava parado na frente de Jimin.

— Você vai ficar de guarda para garantir que eu beba o chá? — Jimin forçou uma risada. Jeongguk não respondeu.

— Quando você vai voltar para casa? — Jeongguk perguntou, a voz quase um sussurro. Jimin teve que apurar os ouvidos para entender o que ele disse. Jeongguk evitou seu olhar assim que as palavras saíram de sua boca, encontrando um súbito interesse no chão.

A pergunta foi uma surpresa para ele, e seu coração quase acelerou ao pensar que Jeongguk queria que ele fosse para casa, para ficar com ele. Mas então ele sentiu o cheiro de outra pessoa em Jeongguk.

Mi Dam.

Quão perto eles deveriam ter ficado para que o cheiro do ômega se agarrasse tanto a Jeongguk? Jimin não queria saber.

— Por favor, volte para casa? — Jeongguk implorou e, ó Deus, sua voz. Sua voz deixou Jimin fraco. Fez com que ele quisesse ceder.

Jimin colocou a xícara de chá na mesinha de cabeceira com as mãos trêmulas.

— Eu quero que você vá embora.

— Jimin...

— Agora!

— Eu vou. Eu... só por favor, me diga se seu estômago...

Jimin colocou as mãos ao lado do corpo para se preparar para as ondas de arrepios que estavam prontas para derramar na represa dentro dele. Ele conseguia sentir suas mandíbulas e dentes cerrando para se conter, mas a sensação avassaladora o consumiu.

— Saia daqui!

Seus cílios começaram a tremer para lutar contra as fortes gotas de lágrimas quando ele viu Jeongguk se atrapalhando com as mãos, claramente incapaz de falar. Os calafrios ficaram mais frios e agudos com seus arrepios quando Jimin observou Jeongguk quebrar o contato visual para girar lentamente sobre os calcanhares e sair de sua vista. Exatamente como Jimin disse para ele fazer.

Jimin imediatamente se arrependeu de ter levantado a voz para Jeongguk daquele jeito. Ele odiou a maneira como fez Jeongguk estremecer. Ele odiou a maneira como Jeongguk parecia assustado com ele. Jimin não queria atacar Jeongguk, mas assim que aquele cheiro atingiu seu nariz, ele simplesmente... perdeu o controle.

Era em momentos como esse que Jimin mais sentia falta da mãe. Ele desejou que ela ainda estivesse ali para que ele pudesse correr até ela e contar a ela sobre todas as coisas que doíam e fazer com que ela acariciasse sua cabeça enquanto ele chorava como ela fazia quando ele era um filhote.

Talvez ele devesse ter ouvido sua mãe quando ela lhe disse para não ir atrás de Jeongguk porque isso não lhe traria nada além de desgosto. Jimin era teimoso e afirmava que poderia lidar com qualquer coisa pelo homem que amava.

Mas agora, ele estava começando a duvidar disso.

. · . . . .

Os dias passaram em um piscar de olhos e Jimin nem conseguia se lembrar de ter vivido eles. Ele estava simplesmente vivendo no automático, fazendo as mesmas coisas todos os dias, sem falhar.

Seus dias consistiam em acordar de manhã, tomar banho, tomar café da manhã se estivesse com vontade ou se Hoseok o incomodasse tanto que ele não tivesse escolha a não ser ceder, ler livros para os filhotes, sair com Hoseok e Yoonsung nos jardins, voltar para a cabana, dormir.

Ele ainda não tinha voltado para casa. Ainda se recusando a ver Jeongguk. Ele até pediu a Hoseok — que não conseguia mentir por ter uma boca grande — que mentisse para Jeongguk sempre que ele fosse procurá-lo. Jimin achou que evitar Jeongguk o faria se sentir melhor. Ele achava que ao se separar de Jeongguk estava fazendo um favor a si mesmo, que assim seria mais fácil seguir em frente e esquecê-lo. Mas, ironicamente, quanto mais ele evitava Jeongguk, a vontade de estar com ele se tornava mais forte. Quanto mais ele tentava se separar de Jeongguk, mais ele sentia a falta dele.

Foi tolice da parte dele acreditar que de repente poderia deixar de amar a única pessoa que ele amou e se importou durante toda a sua vida.

No momento, tudo o que Jimin queria era se livrar da dor implacável dentro dele, mas ele não achava que isso seria concedido a ele tão cedo.

Depois de terminar mais um dia feliz com os filhotes, Jimin começou a arrumar os livros na sala como sempre fazia. Ele estava fazendo essa tarefa pacificamente quando um ômega que veio buscar um filhote, que ele não reconheceu, de repente se aproximou dele e perguntou se ele era Park Jimin.

— Sim, eu posso lhe ajudar? — Ele respondeu, com um sorriso gravado em seu rosto, apesar de se sentir confuso com a aleatoriedade da situação.

— Então você é o amante de Jeongguk? Ou devo dizer ex-amante? — Ele colocou as mechas de seu cabelo preto atrás da orelhas de forma zombeteira com um sorriso malicioso. Foi quase sinistro.

Ele estava confuso, sim, mas não surpreso. Ele esperava isso. Era só por isso que as pessoas o conheciam. O beta de Jeongguk. O pretendente de Jeongguk. O ex-amante de Jeongguk. Não Park Jimin. Nem Jimin.

— Você não deveria se dirigir a ele dessa forma. Tenha algum respeito. — Jimin respondeu para evitar a pergunta, mas também para lembrar ao ômega que abordar Jeongguk de forma tão grosseira poderia levá-lo a ser punido.

— É verdade que você cortejou o Jeongguk? Você? Um beta? Você certamente tem coragem, não é? — Ele gargalhou. — Eu nem sei o que ele viu em você.

Jimin estava quase terminando de arrumar a sala, ele poderia simplesmente ignorar o ômega e sair dali.

— A minha mãe me disse que eu não deveria ser como você. — O ômega continuou com tanto desgosto que surpreendeu Jimin.

— O que isso quer dizer? — Ele rosnou.

— Ela me disse que eu não deveria ser como você. Uma putinha desesperada.

Jimin viu tudo ficar vermelho.

. · . . . .

— Eu estou tão orgulhoso de você por deixar um corte enorma na cara daquele idiota! — Uma voz tirou Jimin de seu devaneio.

— Você está? — Ele bufou.

— Pode apostar que sim! Foi bem merecido, aquele idiota mereceu levar uma surra bem no meio...

— Ai! Cuidado! — Ele estremeceu quando Hoseok pressionou com muita força o corte em sua bochecha.

— Opa, sinto muito. Me empolguei. — Hoseok não sentia de verdade. — Mas, falando sério, belo soco. — Ele riu.

Jimin não esperava que Hoseok lhe desse um sermão sobre não brigar com outros membros da matilha pois seu amigo acreditava firmemente que era importante se defender se você estivesse certo. Além disso, se Hoseok estivesse lá, aquele pobre ômega teria mais do que apenas uma cicatriz.

Ele certamente teria sérios problemas por estar envolvido em uma briga com seu colega de matilha, mas ele não poderia se importar menos.

— Mas você me parou.

— Quero que você lute por si mesmo, mas não estou interessado em ajudá-lo a enterrar um cadáver. Isso é um trabalho pesado. — Hoseok deu um tapinha gentil em sua cabeça, como se não estivesse falando sobre assassinato.

— Eu não ia matá-lo! — Jimin protestou.

— É claro que não, querido. — Hoseok conseguiu curar as feridas no rosto com uma pomada que ele mesmo fez. Jimin não era um caçador habilidoso, mas sabia lutar. — Não pense muito sobre isso. Ele mereceu o que recebeu por abrir aquela boca suja.

Jimin assentiu, seu lobo estava satisfeito, mas estava inquieto.

— Você não parece satisfeito.

Após sua briga com o ômega, Jimin ficou exausto. Ele estava segurando tudo tão bem, mas talvez tenha sido necessário que aquele ômega o xingasse, palavras que ele tinha ouvido pela centésima vez, para ele finalmente perceber que não aguentava mais. Ele estava cansado de fingir que as palavras cruéis que lhe eram dirigidas não o afetavam. Ele estava cansado de fingir que não doía. Tão cansado de fingir ser forte.

Ele estava cansado de amar Jeongguk.

— Ei, por que você está chorando? Eu pressionei com muita força de novo? Está doendo tanto assim? — Desta vez Hoseok parecia preocupado.

— Dói. — Ele disse enquanto lágrimas rolavam por seu rosto.

. · . . . .

Jimin correu de volta para o que ousou chamar de sua antiga casa assim que Hoseok terminou de cuidar de seus ferimentos. Ele havia se decidido e deveria ter feito isso antes, mas só agora ganhou coragem suficiente para finalmente fazê-lo.

Ele iria embora.

Embora da cabana. Embora da vida de Jeongguk. Provavelmente embora da matilha também. Ele não tinha certeza de nada. Ele simplesmente não queria mais estar ali.

Ele presumiu que agora era o momento perfeito para fazer isso. Jeongguk estava muito ocupado com seus afazeres de matilha e os preparativos da cerimônia de acasalamento que aconteceria em menos de duas semanas para impedir Jimin de partir, e dessa forma ele não precisava se despedir. Não que Jeongguk fosse impedi-lo nem se importaria se ele fosse embora.

Jimin abriu sua gaveta e colocou tudo o que encontrou dentro de sua bolsa. Sua pequena pilha de túnicas, alguns de seus óleos, e então ele foi até a pequena despensa para pegar alguns restos de comida. Depois voltou à gaveta para pegar um casaco para as noites frias enquanto viajasse Deus sabe para onde. Ele simplesmente pegou tudo o que sua mão encostou, sem se importar muito. A este ponto, ele não conseguia ver claramente além do borrão de suas lágrimas e nem se importava.

Quando sentiu uma fraqueza repentina nas pernas e começou a tremer, ele largou a bolsa e sentou-se na cama. Jimin fechou os olhos e apertou os punhos entre as pernas. Ele respirou profundamente e expirou lentamente. Este exercício respiratório sempre o ajudou a se acalmar, mas agora estava fazendo tão pouco por ele, mas mesmo assim, ele continuou.

Ele não ouviu o rangido da porta nem percebeu Jeongguk entrar. Ele não percebeu a presença do alfa até sentir seu cheiro.

Musgo úmido, folhas secas e troncos de árvores.

Jimin queria se levantar. Ele queria gritar. Ele queria fugir. Ir o mais longe que pudesse de Jeongguk. Mas ele estava preso. Ele permaneceu sentado, imóvel. Ele enxugou a umidade do rosto com a bainha da túnica. Ele odiava a ideia de deixar Jeongguk vê-lo desse jeito.

A cabana estava silenciosa, exceto pela respiração irregular de Jimin e pelo coração descompassado acompanhado pelos passos apressados e barulhentos de Jeongguk.

— Você está bem? — Jeongguk ficou preocupado com ele assim que entrou na cabana. Ele não deveria estar aqui, ele deveria estar ocupado com seus preparativos para o acasalamento, mas aqui estava ele, ajoelhado na frente dele enquanto segurava o rosto de Jimin em suas mãos. Suas sobrancelhas estavam unidas e seus olhos examinaram cuidadosamente cada ferimento no rosto de Jimin. — Vou pedir ao curandeiro Son mais pomada mais tarde para acelerar a cura, e... e u-uma pomada também. Não queremos que as suas feridas contraiam uma infecção...

— Eu estou bem. — Jimin desviou o rosto das mãos de Jeongguk.

— Você não está! Olhe para o seu rosto... e o-olhe para as suas feridas. Jimin. — Esse nome novamente. Isso o deixava enjoado. — Você pode me dizer o que aconteceu, por favor?

— Não.

Jeongguk olhou-o diretamente nos olhos.

— Você tem alguma ideia em que condição está o ômega com quem você brigou? Jimin, você quase arrancou a cara dele. O que aconteceu? Você nunca foi tão agressivo.

— Nada. — Jimin se manteve firme.

Jeongguk suspirou, frustrado.

— Você sabe em quantos problemas você se meteu? Eles querem te expulsar da matilha! Mas isso não vai acontecer. E-Eu vou falar com os Anciões e...

— Você não precisa. Eu vou embora de qualquer forma.

— Você o quê? — Jungguk perguntou. Foi só então que Jeongguk percebeu a bolsa ao seu lado. Uma sacola cheia com os pertences de Jimin.

— Estou indo embora. — Ele repetiu.

— Por quê? — Jeongguk perguntou com a voz trêmula. Ele estava olhando para Jimin com aqueles olhos novamente, implorando por uma resposta.

— Eu não quero mais ficar aqui.

As pernas de Jimin ainda pareciam tão fracas quanto antes, como se não pertencessem a ele, mas ele estava determinado a sair deste lugar, então se levantou e pegou sua bolsa, mas Jeongguk bloqueou seu caminho, esbarrando em seu peito.

Jeongguk segurou os antebraços para firmá-lo.

— Vai ficar tudo bem! Os Anciões... eles não vão te expulsar. Eu não vou deixar eles fazerem isso, e a-aquele ômega nunca mais vai chegar perto de você. Vou me certificar disso. Você não vai precisar ir embora.

— Você não entende! — Jimin riu de forma vazia. — Eu não quero ficar aqui. Você ouve o jeito que eles falam de mim? Você sabe como eles me tratam?

— Eu...

— Eles me veem como uma vagabunda destruidora de lares que está estragando a sua eterna história de amor com o Mi Dam. Eles acham que estou tentando impedir você de acasalar com ele porque não consegui fazer com que nenhum outro alfa gostasse de mim ou... ou dormisse comigo... eles me tratam, me veem de forma suja. Estou cansado.

— Isso não é verdade! Nada do que eles dizem é verdade! Você... você não deveria ouvi-los...

— Isso é fácil para você dizer, porque não é sobre você que eles falam merda todos os dias! Não é sobre você que eles sussurram e fofocam. Não espero que entenda. — Jimin sibilou. — Era eu quem estava apaixonado por você desde que eu tinha o quê? Treze? Catorze? Era eu quem estava completamente apaixonado por você a ponto de até cortejá-lo.

Jimin afastou os braços de Jeongguk e se virou para tentar se recompor. Ele conseguia sentir as lágrimas queimando seus olhos. Ele estava se segurando tão bem. Ele não quebraria agora.

— Jimin... — Jeongguk estendeu a mão e tentou segurá-lo novamente, mas Jimin deu um tapa em sua mão. Por um minuto, ele ficou apenas olhando para o chão.

— Eu era um romântico incurável, sabe. Eu costumava sonhar com meu pretendente me dando lindos presentes feitos à mão que deixariam todos os meus amigos com inveja. Eu costumava sonhar com meu pretendente me dando flores em sinal de carinho, me pedindo para dançar sob o luar. Mas eu desisti de tudo para cortejar você. — Sua voz tremeu. Ele se esforçou para continuar, mas estava cansado de segurar tudo dentro de si. — Eu sei... eu sei que você não pediu por isso, que não o faria, então eu... eu fiz. Eu achei que essa era a minha única chance, então fiz sem qualquer hesitação, embora tenha perdido meus amigos porque eles achavam que eu era louco. Mesmo que todos me ridicularizassem, afinal como eu ousei tentar cortejar um alfa? Ainda mais um Jeon?

Jimin respirou fundo com a dor profunda que sentiu no peito. Todas as lembranças amargas voltaram correndo para ele. Ele se saiu tão bem em se convencer de que não se importava com o que as pessoas diziam sobre ele, que suas palavras ofensivas não importavam, mas importavam, e o feriram mais do que Jimin se permitiu sentir.

— Você me rejeitou tantas vezes que perdi a conta. Eu estava perdendo a esperança porque não importava o presente que eu te dava ou o que eu fazia, nada mudou. Você se lembra do meu primeiro presente? O cachecol? Eu fiz ele por semanas... fiquei com o coração partido porque nunca vi você usá-lo, nem uma vez. Você provavelmente nem gostou. E tudo bem.

Ele havia jurado que nunca iria chorar, mas tudo doeu e explodiu dentro dele.

As primeiras lágrimas escorreram de seus olhos, molhando suas bochechas coradas. Ele rapidamente as enxugou com as costas da mão.

Jeongguk estava congelado na frente dele, apenas olhando para ele como se tivesse visto um fantasma. Jimin não tinha certeza se ele estava ouvindo tudo o que dizia, mas isso não importava mais para ele. Ele só queria deixar tudo sair. Ser sincero, pelo menos uma vez.

Ele manteve tudo isso guardado por muito tempo.

— Então v-você disse sim, e eu era o beta mais feliz do mundo. Eu não conseguia acreditar, não conseguia acreditar que estávamos finalmente namorando. Eu não conseguia acreditar que você era meu porque... tudo e-era tão... surreal. Você era bondoso, tão carinhoso e gentil comigo e extremamente compreensivo. Você é literalmente tudo que eu poderia pedir em um companheiro. Mas mesmo quando estávamos próximos, eu sentia você tão distante. Cada vez que fazíamos amor, você sempre teve tanto medo de perder o controle e acidentalmente se acasalar comigo. Você sabe o quanto eu queria pedir para você se acasalar comigo? Era tudo o que eu sempre quis na minha vida, ser seu companheiro. Mas eu nunca pedi porque sei que você não quer...

— Não, bebê, não é isso... é que... — Jeongguk balançou a cabeça veementemente, lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Depois de anos de namoro, eu pensei que você aprenderia a me amar também. Achei que finalmente sentiria o mesmo. Aí você vem e me diz que precisa acasalar com um ômega, e... ah... nada mudou, não é? Fui estúpido o suficiente para acreditar que você me amava o suficiente para me escolher em vez da sua posição, mas acho que eu estava errado. Todo esse tempo, era só eu quem estava apaixonado. Você p-provavelmente disse sim para mim porque se sentiu mal, não é? Eu era tão patético. Sempre perseguindo você como um cachorro, mesmo quando você não queria ter nada a ver comigo. Me desculpe, não percebi isso antes. E-Eu estava tão apaixonado por você, queria ficar com você. Todo mundo está certo sobre mim. Eu sou uma puta desesperada. Eu forcei você a ficar comigo. Eu sinto... — Jimin soluçou — S-Sinto muito.

Seus joelhos dobraram e ele quase caiu para frente, mas Jeongguk o segurou e o equilibrou antes de guiá-lo para sentar-se na cama.

— Por favor, se acalme. R-Respire para mim, amor. — Jeongguk o segurou pela cintura, tentou puxá-lo para mais perto e acalmá-lo, mas Jimin o empurrou.

— Não me toque! — Ele deu um soco no peito de Jeongguk. — Eu v-vi você... eu vi você segurando-o desse jeito. Eu v-vi você! Você o segurou assim aqui também? Na nossa cama? Quando v-vocês... — A voz de Jimin falhou, incapaz de continuar a frase quando os soluços tomaram conta de seu corpo.

Apesar de sua vontade, Jeongguk o abraçou e deixou Jimin soluçar em seus ombros enquanto suas próprias lágrimas caíam por seu rosto. Ele queria dizer tantas coisas, mas agora tudo o que podia fazer era ouvir Jimin abrir seu coração.

— Durante toda a m-minha vida p-pessoas... eles... tudo o que falavam era como eu era um beta insignificante que você descartaria assim que encontrasse um ômega. Eu... eu n-não acreditei neles... não queria acreditar neles... mas é verdade. V-Você me deixou, você me deixou assim que o encontrou. Eu sei que sou apenas um simples beta e eu... eu não posso fazer você ser o alfa da matilha, mas eu achei... eu gostaria de ser o suficiente. Eu não... eu não valho a pena?

— Você vale. Você é o s-suficiente para mim. Você vale a pena. E-Eu te amo. — Jeongguk sussurrou no ouvido de Jimin, esperando que sua sinceridade fosse percebida.

— Pare! Ó Deus, pare de dizer c-coisas que você não quer dizer! — Jimin tentou se levantar e sair novamente, mas Jeongguk puxou os ombros de Jimin, virou-o e o abraçou.

— Eu estou falando sério. Por favor, não vá embora. E-Eu não posso... — Jeongguk chorou. Ele também tremia incontrolavelmente, mas seu controle sobre o corpo de Jimin era tão forte que Jimin não conseguia se mexer.

— Jeongguk... — Jimin começou. — Eu n-nunca pedi nada antes, mas agora estou pedindo que você, por favor... por favor, me deixe ir. Será mais fácil para nós dois. Eu...

— Eu te amo. Eu sempre... eu sempre amei apenas você. — Jeongguk soluçou.

Eles estavam tão perto. A cabeça de Jeongguk estava no ombro de Jimin, sua túnica estava encharcada com as lágrimas de Jeongguk. Desse jeito, Jimin conseguia sentir cada tremor do corpo de Jeongguk.

Ele tentou empurrar Jeongguk para longe, mas o aperto do alfa era forte e ele não tinha mais forças.

— N-Não... não vá embora. Não. S-Só, por favor, me dê mais tempo. Eu estou tão... perto de convencer Mi Dam a cancelar o acasalamento.

Jeongguk mal conseguia soar coerente com o quão alterado ele estava. Jimin pensou que tinha ouvido mal.

— O q-quê...?

— Eu não quero acasalar com outra pessoa. E-Eu não... eu não quero ele. Eu não quero isso. Eu não quero ser o alfa da matilha. Eu quero você... você... só você. Eu... me d-dê mais tempo. Por favor... amor.

Jimin não tinha ideia do que fazer com essa informação. Ele não tinha ideia se Jeongguk estava falando a verdade ou se estava dizendo isso porque estava dominado por suas emoções. Independentemente disso, Jimin sentiu seu corpo relaxar. Enquanto isso, Jeongguk o segurava pela cintura com tanta força que ele estava quase sem fôlego, pois ainda soluçava em seus ombros. A túnica de Jimin estava encharcada de lágrimas e provavelmente com ranho, mas ele não se importou.

— E-Eu vou... eu vou explicar tudo. Me dê uma chance de... de explicar tudo. M-Me ouça. Não me deixe, por favor. — Jeongguk choramingou.

Se Jimin pensava que seu coração não poderia quebrar mais, esse momento provou que ele estava errado. Ver Jeongguk assim, chorando, tão vulnerável, tão triste, fez seu coração se apertar.

As lágrimas de Jimin deslizaram silenciosamente por seu rosto. Ele provavelmente se arrependeria de fazer isso, mas depois de ouvir o próprio Jeongguk dizer que o queria foi o suficiente para Jimin ter esperança de que talvez eles tivessem uma chance. Embora nada estivesse certo agora, ele precisava tentar. Isso era tudo o que ele quis durante toda a sua vida.

— Tudo bem. Tudo bem. Nós... nós vamos conversar. — Ele sussurrou, acariciando o cabelo de Jeongguk, e seu coração partiu quando o alfa se inclinou em seu toque.

Jeongguk o puxou ainda mais para perto e enterrou o nariz no pescoço de Jimin.

— Eu... o-obrigado.










. · . . . .

falar pra vocês viu, foi nesse capítulo que chorei até desidratar 🥹🥹🥹🥹🥹

sério, gente, eu acho esse capítulo tão doloroso, mas ao mesmo tempo tão reconfortante, não sei explicar. mas quero saber o que vocês acharam dessa montanha-russa de sentimentos, o que vocês acham que vai acontecer, se acreditam no que o jeongguk disse, o que vocês pensam sobre toda a situação deles... me contem tudo pois estou curiosa.

e quero agradecer a chance que vocês estão dando à história, é muito importante para mim, obrigada por todo o carinho, e espero ler vocês para nosso último capítulo na quarta-feira, não se esqueçam hehe

beijocasss 💗

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