Grávida do Bilionário Petulan...

By ManuhCosta_Official

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SEM REVISÃO - DEGUSTAÇÃO Por onde passava, Aquiles Theodoro Braga e Fonseca deixava algumas impressões sobre... More

Classificação e Informações 🖤➕1️⃣8️⃣
O Garoto
A Festa
Namorado Inesperado
Diálogos
Liberdade
Proposta Aceita
Rotina
Outras Conversas
Aqui e Agora
Outro Jantar
Mais que Beijos
DISPONÍVEL NA AMAZON

O Jantar

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By ManuhCosta_Official




— Você está atrasada!

— Me desculpe, peguei trânsito.

Até conseguir chegar aqui levei cerca de uma hora e meia.

Avisei ao senhor Braga que estava estacionando o meu carro e quando olhei para trás aqui estava ele bem diante dos meus olhos. Usa terno e camisa social, sapatos de cor preta.

Escolhi um vestido azul escuro de alcinhas com decote reto para poder vir a este jantar, a verdade é que vim me arrastando, não estava tão disposta quando acordei hoje, porém iniciei o meu dia de todas as melhores formas.

Tive que repetir diversas vezes para mim mesma que sou forte o suficiente para sobreviver a qualquer briga que eu tenha tido com meu filho e com o Tate.

Sinto que ao mesmo tempo também ter colocado um ponto final nesse ciclo sem fim de discussões e a relação que eu tinha com o meu filho será sem sombra de dúvidas a melhor coisa para mim.

Mesmo que no começo eu sofra um pouco.

— Você não parece muito bem.

— Só o cansaço mesmo, tive dois casamentos esta semana, um foi em Los Angeles, com deslocamento fiquei cansada.

— Está bem.

Não espero por perguntas.

Primeiro porque eu sei que o senhor Braga não é do tipo de homem que é indiscreto ou que faz muitas perguntas, segundo porque sei que tudo isso é um acordo que fizemos e não será nada além do óbvio.

Terei que agir como se isso fosse um encontro e eu fosse sua nova namorada, mas será apenas por esta noite.

Tento colocar um sorriso nos lábios enquanto atravessamos o hall de entrada da mansão dos Johnson, a casa deles fica instalada em um bairro classe alta da cidade, é uma dessas mansões super arejadas com uma estética sulista incrível.

Eu já estive em algumas casas assim da cidade de Colúmbia, elas costumam ser bem requintadas e modernas apesar das características externas lembrarem as casas mais clássicas e antigas da cidade.

Observo toda a decoração em tons de mogno e marfim assim que adentramos na sala de estar da casa avisto o casal Johnson próximos aos sofás, o senhor Johnson servindo uma xícara de chá enquanto a senhora Johnson está colocando alguns biscoitinhos em pratos de sobremesa.

Fico surpresa com a simplicidade por trás das roupas de ambos, ele com uma calça de brim marrom e camisa xadrez e ela com um vestido beje de mangas, é óbvio que eu nunca poderia imaginar que seria um jantar tão informal.

Também não me arrumei tanto, me maquiei com cuidado, mas tentei não pesar tanto a mão em nada.

— Ah, ela chegou!

Eu sei reconhecer um sorriso sincero e genuíno quando vejo um e o dela é verdadeiro. Tenho trabalhado com pessoas há vinte anos, aprendi a ver muito além do óbvio com os meus atendimentos.

Sorrio de volta para ela, Aquiles Braga segura a minha mão e sinto a aspereza de alguns calos grossos novamente. O acompanho até lá em silêncio, eu sei que de todas as formas nisso consigo ser muito boa, sei como lidar com pessoas e como trata-las.

— Boa noite, Éden, seja muito bem-vinda! — Adela diz.

— Me perdoem o atraso, peguei trânsito! — respondo e troco dois beijinhos nas faces com ela. — Boa noite, senhor Johnson.

— Sem o senhor, obrigado! — Kley diz e me dá um sorriso gentil.

Ele indica o sofá grande e eu me sento, Aquiles Braga se senta ao meu lado, não faço muito ideia de como funciona essa relação entre ele e seu pai, não me dei ao trabalho de pensar tanto sobre, tenho meus próprios problemas e isso já me lota o suficiente para que eu esteja ocupada demais para pensar sobre quem quer que seja.

Eu conheço os Johnson 's porque prestei serviço para eles há três semanas, imagino que Heather ainda esteja de lua de mel aproveitando as núpcias. Sei de algumas coisas sobre eles porque fui obrigada a saber quando me contrataram, mas só coisas superficiais.

Tenho que conhecer meus clientes o suficiente para saber como proceder com cada um deles.

O senhor Kley Johnson é um homem de muitas posses e dono de fazendas produtoras de soja milionárias, já sua esposa é alguém que veio de uma família bastante rica também, os dois juntaram fortunas ainda jovens e decidiram continuar com os negócios na área de agricultura.

Todos os filhos trabalham basicamente com ele, sei que tem cinco netos porque duas das crianças Johnson entraram na cerimônia de Heather carregando cestinhas e jogando pétalas de flores na igreja antecedendo a entrada da noiva, os outros três sobrinhos dela são já adolescentes, também foram incluídos como convidados da mesa da família.

Parece que foi ontem, mas semana que vem fará um mês desde que a Heather se casou, preciso lembrar a Enid de enviar flores para ela assim que ela voltar de viagem, gosto de fidelizar clientes e principalmente porque sei que serei indicada para futuros trabalhos.

— Então, que bela surpresa saber que você e o Aquiles estão juntos — Adela comenta e me entrega uma xícara de chá.

A porcelana é fina e cara, já dá para ver que é pintada a mão, gosto disso, adoro esses pequenos detalhes, por mais que eu saiba que eu nunca poderia dar mais do que quarenta dólares num conjunto de xícaras.

Imagino que seja herança de família.

— Heather ficou superfeliz com a notícia — completa ela toda simpática.

Sorrio mais uma vez e provo do chá, é de amora com um leve toque de limão, está docinho e gostoso, é do tipo de chá que eu amo.

— O Aquiles nos disse que vocês dois estão juntos há alguns meses, deveria ter dito! — Kley Johnson fala me analisando por alguns instantes.

É claro, é o filho mais velho dele, imagino que esteja curioso para saber quem é a nova namorada dele.

Estou sempre cercada de pessoas muito importantes, ricos, milionários, tenho constantemente visto várias provas de validação em ensaios de igreja, festas de casamento e em outros momentos esses tipos de olhares vindo de quem costuma pagar as contas.

— Agora você é da família — Adela comenta e pega uma xícara de café se sentando no sofá de frente para nós dois toda elegante.

— Só estamos juntos há alguns meses — Aquiles fala todo travado.

Eu não sei o que aconteceu aqui, também não é da minha conta, mas não tem como não estar curiosa sobre o envolvimento dele com o senhor Johnson nesse sentido. Eles dois são tão diferentes em tantos sentidos que nunca poderia contar nos dedos, exceto pela cor dos olhos nada parece concilia-lo a imagem do pai.

— Você pretende se mudar para o Brasil? — questiona Adela e bebe um pequeno gole de seu próprio chá.

— Eu tenho minha empresa aqui — respondo surpresa.

Aquiles mora no Brasil?!

— E quanto a sua família? — Kley pergunta novamente me analisando.

Acho que é um daqueles tipos de testes que os pais do namorado fazem para saber mais sobre a namorada do filho só que para Kley talvez seja um pouco mais.

É por isso que eu havia perguntado ao Aquiles se ele queria trocar informações, eu sabia que perguntas e dúvidas surgiriam, ainda mais porque sei que por mais que os norte-americanos sejam pessoas discretas e impessoais na maioria das vezes, não costuma ser tanto assim quando alguém entra para a família deles.

Bem, o que estou falando? Também sou metade estadunidense, meu pai é norte-americano.

— Meus pais moram aqui em Colúmbia, meu irmão é advogado.

Eu nunca falaria sobre o Luís, ele não tem nada a ver com isso e bem, é adulto, não mora comigo, não quero envolver ele em nada do que se refira a minha vida.

— Mas você não foi para a universidade, certo?

Kley pai se informou muito bem, mas não me desespero.

— Querido, não seja indiscreto! — repreende Adela constrangida.

Os olhos azuis de Kley Johnson pairam sobre mim, ainda me sinto estranha com essa análise, quer dizer, ele é um homem loiro e mais alto, cabelos brancos e espessos, olhos azuis e não deve ter mais do que sessenta anos, não me intimida, mas incomoda de alguma forma.

— Não vejo problema que ela não tenha ido para universidade, eu mesmo me formei há cerca de cinco anos em administração. — Aquiles comenta e seu tom é mais sério. — Isso não diminui a capacidade de ninguém.

Eu já sei que ele não gosta do pai, mesmo que não saiba o motivo direito.

Ao mesmo tempo me vem uma sensação tremenda de proteção vinda da parte dele, é algo do qual nunca ninguém da minha família tenha me dito nem que por conforto, muito pelo contrário, todos sempre me menosprezaram por isso inclusive aquele ingrato do meu filho.

Não quero nem lembrar dele.

— Tem razão — Kley concorda e o olha fazendo cara de quem comeu e não gostou. — Você é o maior exemplo disso, Aquiles, começou seus negócios do zero e hoje é um homem que ultrapassou seus sete bi.

Preciso de mais dois goles de chá, mas desce rasgando.

Porque puta que pariu, sete bilhões?

É muito mais dinheiro do que eu poderia ganhar em toda uma vida de trabalho duro com a Malena's Buffet e Festas.

Não deixo de perceber esse tom mais abusado quase desaforado na voz de Kley enquanto se dirige ao filho. Seria de deboche ou de sermão?

— Para o senhor ver — retribui ele secamente.

Não gosto desse clima de rivalidade no ar, é visível que Adela também está desconfortável.

— Eles adoram essas conversas sem graça — Adela diz com um sorriso incerto nos lábios.

— Não é? — tento sorrir também.

— Não são sem graça — replica o senhor Johnson e pega sua xícara de chá então se senta ao lado da esposa.

— Tenho que discordar — replico.

— Discorde então.

Pondero e reflito um pouco sobre isso.

Sei que deveria ficar calada, mas seria impossível uma vez que não seria algo tão convincente assim.

— Não acha que os assuntos dos homens possam ser mais interessantes?

— Bem, vocês homens têm isso de querer se motivar e se interessar por qualquer coisa que proporcione algo que tire suas atenções dos problemas. — falo sincera. — Há sempre uma motivação para que faça o óbvio.

— Interessante! — exclama ele muito pensativo. — Então por favor, explique de forma mais clara sobre isso, me considera superficial por falar sobre negócios com o meu filho?

— Claro que não, mas essa disputa de ego é uma coisa que não parece funcionar tanto entre nós mulheres.

— É claro, vocês competem para ver quem tem as unhas mais bem feitas ou cabelos mais escovados.

— Kley! — exclama a senhora Johnson horrorizada.

Olho rapidamente para Aquiles e ele bebe seu chá em silêncio, mas o olhar não o deixa discordar do que o pai acabou de dizer. É claro, é um machista igual ao pai.

— As mulheres competem porque vocês sempre disseram como elas devem ser para que consigam a atenção de vocês. Não é como quando há uma motivação tão mais óbvia com mulheres se matando entre si para demonstrar que são boas o suficiente para estarem perto de homens como o senhor, não haveria tempo para nem três por cento delas conseguissem competir com o senhor de igual para igual.

— Eu discordo completamente — ele diz. — Há coisas, minha jovem, que uma mulher não é capaz de fazer, fisicamente eu digo.

— Eu sei que em algumas questões o senhor pode estar correto, porém, é desvantajoso que faça essa comparação quando provavelmente o senhor não teria nenhuma ascensão financeira se não tivesse uma mulher que proporcionou ao senhor ter estabilidade em diversos sentidos. — dou de ombros. — Imagine o senhor trabalhar o dia todo numa lavoura e chegar em casa, não ter um prato de comida feito, ir trabalhar sem levar sua refeição, não ter quem lave suas roupas ou as passe, ah, o que estou falando? O senhor não sabe o que é passar por isso, mas, eu imagino que sem a sua esposa para dar ao senhor o tempo e a paciência dela nos momentos em que o senhor precisou, provavelmente não haveria chegado onde está.

Vejo a senhora Johson sorrir de forma doce, o marido dela a olha rapidamente com faíscas brilhantes no olhar e por um segundo noto essa admiração que ele tem por ela, depois quando olha para mim novamente ele está bastante sério.

— Homens precisam de algo no qual acreditar, eles criam essas coisas nas quais se apegam para não pensar demais. Não há tanta vontade sem essas motivações, lutas, violência, homens correndo atrás de uma bola ou perseguindo uns aos outros em carros e motos. Alguns se divertem acertando uma bola com um taco num gramado. Estão sempre se convencendo de que o básico é algo tão incrível. É uma pena que isso é medíocre! — reflito. —, mas bem, por que os culpar se isso é da sua natureza? Vocês não têm todas essas paranoias nas quais somos ensinadas a ter desde pequenas, nem metade das cobranças.

— Tem razão, eu fui ensinado a ser o provedor, não sei qual seria a minha importância para a minha família se eu não tivesse nada a oferecer.

— Não consigo imaginar um dia em que eu não tenha acordado e pensado o mesmo que o senhor — tento sorrir. — Venho de uma realidade diferente, há muitas mulheres que têm que ser suas próprias provedoras e de suas famílias, eu nunca usaria isso como prerrogativa para nada. Quer dizer, fora todas essas inseguranças sobre o futuro, as cobranças que fazemos a nós mesmas sobre aparência, comportamento e a tudo o que somos condicionadas desde pequenas.

Ele não tem resposta.

— Eu não fui para a universidade porque tive que trabalhar desde cedo, meus pais não me ensinaram a ser provedora me dando algum tipo de dinheiro ou me deixando herança, mas sim me ensinando que quanto mais cedo eu começasse a cumprir com as responsabilidades de subsistir, mais cedo eu aprenderia que a vida nunca será tão justa com qualquer mulher que exista na terra.

Depois que falo ouço o som do silêncio, não é desconfortável, mas é estranho porque sei que falei muito o óbvio.

Eu não poderia deixar que me humilhassem mais uma vez porque não fiz um curso idiota na universidade ou porque não acham que sou boa o suficiente para um homem, ainda mais porque ele não é meu homem de verdade.

Mais tarde em casa isso só terá sido por dinheiro como qualquer outro trabalho.

— Você é ousada, aprecio isso em qualquer pessoa — diz ele quebrando o silêncio e bebe alguns goles do chá. — Você fez uma boa escolha, filho.

O outro faz apenas um gesto positivo com a cabeça e continua calado, é claro, é um machista que nunca concordaria com o que falei, mas de todas as formas, não dou a mínima.

— Bem, então vamos jantar?

Adela se levanta e sei que o assunto a agradou, mas se conheço bem o tipo de mulher que ela é, jamais rebateria o marido na frente de ninguém. Mulheres ricas na maioria das vezes não demonstram frustração diante de pessoas de fora.

Elas dão chilique no particular, são educadas para isso.

Na minha cabeça acho ainda que serei sempre assombrada por um espírito de pobre que jamais me permitiria que ficasse calada diante de qualquer adversidade ou pessoa.

— Assado com molho barbecue com batatas, meu prato predileto! — o pai dele se levanta também e vai seguindo-a para o rumo da cozinha que fica do outro lado da residência.

Eles começam a conversar sobre o cheiro da comida, sinto mesmo um cheiro de carne de forno surgindo pela casa, é gostoso e saboroso.

— Seja mais educada! — ele ordena num tom baixo e seco.

— Eu estou sendo — replico e coloco minha xícara sobre a bandeja no centro de madeira da sala.

— Se continuar a falar essas coisas...

— Vai cancelar meu pagamento? Ou vai mandar eu calar a boca? Pode escolher, não vai funcionar! — me ergo chateada. — Eu já estou com problemas demais para ter que suportar essa sua "cara de cu"! — falo as últimas palavras em português. — E com licença!

Pego a bandeja e me afasto levando-a até a cozinha ignorando-o completamente.

É um riquinho petulante e desagradável, não vou deixar que estrague o resto da minha noite com suas exigências.

— Gente, esse assado está cheirando demais! — exclamo com um sorriso enquanto levo a bandeja até a pia da cozinha.

— Minha esposa faz um assado divino — o senhor Johnson sorri pela primeira vez desde que cheguei.

— Eu imagino que sim.

— Aprendi com a minha avó...

Enquanto ela fala, vejo o desagradável arrogante se aproximando, me olhando como se eu fosse errada ou algo assim, bem, todos mais cedo ou mais tarde têm de mim o que desejam, se ele quer isso de mim é o que terá, não vim por ele, vim para jantar com os Johnson 's e assim o farei.

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