Conte-me Seus Sonhos

By groliveira

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SINOPSE Valentina é uma professora que adora viajar para participar de congressos. Ela sofreu uma grande perd... More

CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38 (FINAL)
Epílogo
NOTA DO AUTOR
LIVRO NOVO
Livro com capítulos a mais...

CAPÍTULO 27

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By groliveira

UM MÊS DEPOIS

VALENTINA

Faz aproximadamente 40 dias que enviei uma carta a Michael. Não obtive nenhum tipo de resposta, sabia que corria esse risco. Não estava bem; não dormia direito, não comia direito... Neste último mês perdi três quilos, meu rosto está mais magro que o normal, meu corpo está sentindo a diferença de peso; sinceramente, estou um bagaço. Penso que Michael não quer nem ouvir falar do meu nome mais.

Eu mereço isso, nunca corro atrás de algo que acho que posso merecer. O amor de Michael foi sempre algo sincero, e eu, burra, não dei o devido valor pra isso. Ele sempre me deu mostras de que me amava, e eu nunca demonstrava o que realmente sentia por ele. Sei que o amo, mas nunca pude provar de verdade isso; fui uma idiota.

Ainda posso correr atrás de Michael, mas ele está detido e pediu para que nunca mais o procurasse; penso que temos que correr atrás de quem amamos. Estou aflita... Michael pelo menos tinha que avisar que recebeu a minha carta, que esclarecia tudo, o que faço agora? Ele poderia pelo menos falar que recebeu. Queria ouvir sua voz, alguma coisa que me confortasse.

Tive uma ideia: ligarei para o hotel dele e, quem sabe, Jéssica poderá me ajudar e perguntar se ele leu minha carta. É isso que irei fazer, chega de correr, de ter medo de tudo em minha volta. É isso que irei fazer.

Liguei para o hotel de Michael. Uma voz feminina me atendeu:

- Marea Hotel, bom-dia. Sou Jennifer, em que posso ajudar? - Será que o hotel mudou de nome?

- Bom-dia, Jéssica ou Rosie estão no local? - Indaguei já preocupada.

- Me desculpe, não conheço essas pessoas.

- Estranho, será que liguei no número errado? Elas trabalham pro Michael. - Disse ao telefone.

- Ah, sim. Este senhor vendeu o hotel há mais ou menos 15 dias. - Ela se limitou a dizer.

- Como? - Eu estava surpresa. - Ele estava preso. Até pensei que sua irmã estava tomando conta do hotel e das propriedades da família.

- Não, ele saiu da cadeia. Na verdade, a irmã dele que está presa, foi descoberto que ela armou tudo. Não sei bem o que aconteceu aqui na cidade, mas foi o que ouvi falar. Ela e seu cúmplice foram presos, e ele decidiu vender o hotel e sair da cidade.

- Obrigada.

Foi tudo que consegui falar; estava em lágrimas no momento. Não acredito, aquele tempo todo Michael estava falando a verdade, e por algum tempo não acreditei nele. Isso não pode estar acontecendo, não posso acreditar! A pessoa que amei, que amo, e que sempre jurou amor por mim tinha falado a verdade, e eu só fui acreditar nele depois de muito tempo, e o pior de tudo: Expliquei tudo na minha última carta ele não me respondeu. Minha vida acabou.

Tomei uma decisão: irei atrás de Michael, não sei por onde começar, mas irei para Notre Ville à sua procura, ou pelo menos ver se consigo alguma informação de seu paradeiro.

Hoje era sexta-feira. Liguei na escola e disse que não poderia ir nem pela manhã e nem pela tarde. Nem fiz questão de entrar em mais detalhes; peguei meu carro e fui em direção a Notre Ville.

Chegando lá, fui direto ao hotel. Ele estava com a mesma aparência, tirando o fato de que o nome havia mudado e que não conhecia nenhuma das duas recepcionistas. Acabei adentrando no local, tendo sido recebida por uma moça.

- Olá, em que posso ajudar? - Ela disse sorridente.

- Olá, não sei se foi com você que falei mais cedo, perguntando algumas informações sobre o antigo dono, se lembra? - Ela parou por um momento e pensou.

- Sim, claro, só que além daquelas informações, não tenho mais nenhuma que possa lhe ajudar.

- Então, estava pensando aqui... teria como eu falar com o novo dono do hotel? Pode ser que ele tenha alguma informação sobre Michael. - Fiz uma cara de pena. Na verdade, do jeito que me encontrava - roupas simples, rosto incrivelmente abatido -, acho que nem precisaria fazer nenhuma cena a ela.

- Só um momento que irei ver se ele está ocupado. Pode-se sentar na poltrona.

Eu estava desesperada. Essa era a palavra que me definia mais facilmente. Em instantes, a moça ligou para o novo dono e, logo após, ela me chamou.

- O Sr. Edward já virá pra cá. Aguarde só um instante.

Aguardei. Minha mente estava fervendo, não estava raciocinando direito; essa minha mania de agir por impulso um dia irá me matar. Alguns minutos depois surgiu um senhor, que aparentava ter uns 60 anos de idade, vestindo trajes sociais. Ele me abordou onde estava sentada.

- Olá, meu nome é Edward. Jennifer disse que você gostaria de falar comigo.

- A propósito, meu nome é Valentina. Eu conheço Michael tem algum tempo, e fiquei sabendo que recentemente ele saiu da prisão. Não sei a história ao certo, e desde então não consigo falar com ele. Estou preocupada com o que possa ter acontecido. - Disse apressadamente, parecendo uma desesperada.

- Então, moça - ele se sentou. - Há muito tempo havia conversado com Michael sobre a compra do hotel. Ele sempre havia me dito que era uma propriedade da família há muito tempo, e não estava interessado em vendê-la. Procurei-o várias vezes, no fim desisti, pois ele estava irredutível. Só que no momento em que houve esse incidente com sua irmã, e após ele ser liberado, o próprio me procurou e disse que estava disposto a vender o hotel. Ele não queria ficar na cidade, estava até disposto a vender o empreendimento pela metade do que eu havia oferecido na época. Então fechamos o negócio. - Ele disse calmamente.

- Mas ele não disse para onde ia, ou se iria comprar algum imóvel, alguma coisa do gênero? - Perguntei com uma expressão triste, esperando que ele me dissesse algo.

- Não, infelizmente, não, me desculpe. Não posso ajudá-la.

- Tudo bem. Obrigada pela compreensão.

Fui me encaminhando para a porta quando ele disse algo para mim.

- Olha, moça. Não lhe conheço bem, mas acho melhor você não procurá-lo mais. - Ele disse um tanto quanto sem graça.

- Por quê? - Perguntei incrédula.

- Porque depois que ele vendeu o hotel, ele disse a mim que não queria que ninguém soubesse seu paradeiro. Tanto é que ele nem me contou o que iria fazer da vida... só que ele me falou algo mais.

- O quê? - Perguntei ressentida, mas esperançosa.

- Principalmente se quem me procurar for uma pessoa chamada Valentina. Me desculpe.

Tristeza me descrevia. Agora era notório: Michael não queria mais me ver e, o pior de tudo, ele estava certo. No momento crucial de sua vida eu não acreditei nele, eu pequei por meus erros e agora não consigo consertá-los. Voltei ao carro, estava tentando ser forte o suficiente, mas estava mal, abalada, com o psicológico lá embaixo.

Neste momento avistei Lizzy, a dona da cafeteria. Ela me viu e veio em minha direção.

- Olá, Valentina, como está? - Ela perguntou preocupada, por causa das minhas feições.

- Não estou tão bem. - Disse a verdade. - Vim procurar Michael, e não o encontrei. Pelo que ouvi, ele não quer que eu o procure. - Me limitei a dizer.

- Hum. Posso entrar no carro e me sentar ao seu lado? - Ela parecia querer me falar algo.

- Sim, claro.

Lizzy adentrou ao carro e logo começou a dizer:

- Michael foi embora da cidade de verdade. Pouco tempo após a venda do hotel, ele veio conversar comigo. Ele estava muito triste, nunca havia o visto do jeito que ele estava. - Ela falava de uma forma triste também. Ela tinha uma grande afinidade com Michael; dava para se notar.

- Mas o que ele disse a mais? Não falou nada sobre aonde ia, ou por que estava indo embora? - Perguntava com a respiração ofegante.

- Calma, Valentina. Michael nunca foi de detalhar muito as coisas. Nós conversamos por no máximo 10 minutos, ele estava triste com toda a situação que ocorreu, com a traição da irmã, e falou muito de você. - Ela deu um sorrisinho discreto.

- O que ele disse? - Quis saber, olhando firmemente em seus olhos.

- Infelizmente disse que você era a pessoa que mais importava pra ele, mas que você não foi capaz de confiar no que ele havia dito sobre sua inocência. Disse que te amava, mas que era melhor nunca mais lhe ver, pois pelo simples fato de te ver ele mudaria de ideia. - Ela parou. - Me desculpe falar deste modo, Valentina, mas basicamente foi isso que ele me falou. - Ele disse, com lágrimas brotando em seus olhos.

Neste momento comecei a chorar. Estraguei minha vida; nunca achei que existiria alguém perfeito, nem existe, mas comigo os momentos com Michael beiraram a perfeição. Tudo fora mágico, e no fim das contas eu nem ao menos acreditei nele e estou pagando o preço. Não tive oportunidade de falar muitas coisas que sentia, não fui sincera totalmente com ele também, até porque guardo grandes segredos em minha vida que nunca tive coragem de lhe falar.

- Tudo bem, Lizzy. A verdade é que a maior culpada nessa história sou eu, pois não dei o valor merecido a ele e demorei a acreditar em sua inocência. Por favor, lhe peço só uma coisa - por mais que Michael tenha dito isso a você, ainda tenho esperanças de consertar de alguma forma isso: se você tiver alguma noção ou saber onde ele se encontra, por favor, me conte, isso é muito importante pra mim. - Disse, praticamente implorando a ela.

- Infelizmente, Valentina, nem pra mim ele contou isso, só veio se despedir. Não tenho a mínima noção de onde ele possa estar, de verdade. Tenho medo de que ele possa fazer alguma coisa a si próprio, ou se isolar em algum local e ficar sozinho. Por mais que Michael seja um homem bom, ele já passou por muitas coisas na vida: perdeu a família, sua irmã e sua ex-namorada o traíram e você apareceu na vida dele.

- E fiz questão de sair. Cometi o pior erro da minha vida. - Comecei a chorar com mais intensidade. - Terei de voltar para minha cidade. Se Michael não está aqui, não tenho a mínima ideia de onde possa estar, mas, pelo jeito, sei que está bem distante de mim. - Estava me conformando com a situação.

- Isso eu já não concordo. - Ela disse com uma leve esperança no ar.

- Por que você diz isso?

- Ele me falou uma última coisa. Por mais que ele falasse que você não acreditou nele, ele disse que te amava, e o principal: ele falou que, se você prestar bem atenção em todos os seus sinais, você saberá onde encontrá-lo. Não sei se na verdade ele quer ser encontrado, mas o que deu a entender é que você sabe onde achá-lo. - Ela parou por um momento e continuou: - Espero que um dia você possa encontrá-lo, e ele te perdoar, pois acho que os dois formam um lindo casal e estavam muito felizes quando os vi juntos. - Ela pousou a mão em meus ombros.

Não entendi o que ela quis dizer, só que ainda havia alguma esperança. Ela se despediu e saiu do carro, e lembranças invadiram meus pensamentos. O que será que ele havia dito com essa frase? Não sei por onde procurar, não fazia sentido. Foi neste momento que tive uma ideia: pode demorar o tempo que for, mas irei percorrer todos os lugares que eu e Michael passamos juntos. Pode ser que ele tenha ido para algum desses lugares.

Primeiramente, quero me certificar de que Michael não está em Notre Ville. Irei percorrer todos os locais onde passamos juntos aqui.


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