Amor de Inverno

By AndressaD_autora

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Rain estava no auge de sua vida quando tudo desmoronou sobre sua cabeça. Com sua vida estabilizada fazendo o... More

01_ Viagem repentina.
02_ Bem vinda a Denver.
03_ Príncipe das malas.
04_ Confeitaria Jordan.
05_ Gatinho Banguela.
06_ Livraria.
07_ Por que escolheu Denver?
08_ Supermercado.
09_ Paredes finas.
10_ O beijo.
11_ Floresta de Pinheiros.
12_ Saia comigo.
13_ Choque de realidade.
14_ Não vou desistir tão facilmente.
15_ Chalé.
16_ Então, já sabe o que fazer.
17_ Loja de antiguidades.
18_ Ele tá sendo atacado.
19_ Céu aberto.
20_ Neve.
21_ Eu amo cozinhar.
22_ Quero que goste de mim.
23_ Estava ferrada.
24_ Não tenha medo de amar de novo.
25_ Família.
26_ Seu próprio romance.
27_ Almoço em grupo.
28_ Blog dos Clichês.
29_ Caleb...
30_ Jornais.
31_ 11 anos.
32_ Conexão inexplicável.
33_ Meu bem.
34_ Casa de Campo.
35_ Treasure.
36_ Você me deixa segura.
37_ Desejos.
38_ Tradições natalinas.
39_ Um jantar surpresa.
40_ Aceito ser sua namorada.
41_ Noite mágica.
42_ Little Writers.
43_ Voltar a Nova York?
44_ Depressão e dependência.
45_ Bêbada.
47_ Festa de Natal.
48_ Estou com medo do futuro.
49_ Eu te amo, meu bem.
50_ Feliz Natal.
51_ Qualidade duvidosa.
52_ Feliz Ano Novo.
53_ De volta a Nova York.
54_ FIM!
Personagens.
Epílogo.

46_ Revelações.

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By AndressaD_autora

24 de Dezembro.
Às 10h00

Tudo parecia calmo demais sob meus olhos, o que eu estava achando estranho pela situação da noite anterior que não foi nada agradável. Todo mundo não abriu á boca para falar de nada, nem para tocar no assunto.

Cumprimentamos apenas um mísero bom dia, porque acabamos que mudando o foco para a finalização da decoração. Hoje é a véspera de Natal, ou seja, tínhamos um longo dia pela frente e parecia que ninguém estava disposto a mudar isso.

Payton, após o café, disse que não estava se sentindo bem pela ressaca e acabou voltando para o quarto. Me controlei para não segui-la, querendo um momento para por os pingos nos is, mas meu amigo me interrompeu alegando que não era o momento.

E eu xinguei ele internamente, porque no fundo sabia que ele tinha razão e tudo isso poderia ficar pior do que já estava. Tudo o que não queríamos era isso.

ㅡ Quais os planos para hoje? ㅡ Indaguei, me segurando na porta de madeira após colocar o pisca-pisca empendurado. ㅡ Ninguém comentou nada.

ㅡ Isso não é importante ㅡ Kevin afirmou, se sentando no braço do sofá segurando um corpo entre os dedos. Não pude ver o que é, já que ele estava afastado de mim consideravelmente. ㅡ Estou mesmo é ansioso para o almoço maravilhoso que meu amor vai preparar.

ㅡ É importante, sim ㅡ Easton afirmou, se encostando na ilha da cozinha com um avental ao redor da sua cintura. Ele estava um fofo daquele jeito. ㅡ Minha sugestão é comer meus biscoitos e assistir filmes natalinos.

ㅡ Ou ir numa festa de Natal ㅡ Aruna se pronunciou enquanto saia do seu quarto, com os cabelos bagunçados e uma cara de quem não dormiu. ㅡ Recebi convites para uma festa que vai acontecer hoje.

ㅡ Festa? ㅡ Sorri instantaneamente, porque era bom pensar na hipótese de ir a uma festa.

Embora eu não conheça ninguém aqui, tenho certeza que conseguiria me divertir de qualquer maneira. Afinal, eu não estaria sozinha.

E eu adoro uma desculpa para dançar e me vestir.

ㅡ Eu topo! ㅡ Kevin sorriu animadamente, batendo palmas quase que pulando. ㅡ Sempre arrumo uma desculpa para me arrumar e ser fotografado. Estou precisando de momentos chiques.

ㅡ Meninos? ㅡ Aruna olhou para os garotos.

Wiley deu com os ombros continuando mexer na panela, já que ele estava ocupado na sua comida para prestar atenção nos planos que tínhamos.

Notei que Easton ficou em silêncio, apenas preferiu balançar á cabeça em afirmação e me observando profundamente. Sabia que a ideia da festa não era bem a praia dele, o que me fez ter certeza que a qualquer momento iríamos entrar em uma conversa super sigilosa por causa disso.

... ... ...

Postei o capítulo no blog, desligando a música que tocava nos fones e sorrindo com o coração aquecido. Já fazia dias que eu estava escrevendo o blog, mas sempre que eu postava era a mesma sensação de agradecimento por ter conseguido me encontrar no meio da tantas turbulências.

O dia estava bonito. Embora o sol estivesse presente entre as nuvens, a neve ainda tomava conta de tudo e sabia que isso duraria até o ano que vem.

Ouvi a porta do quarto se abrindo, o que me fez perceber que Easton estava entrando ali e sentou-se na cama. É claro que iríamos ter a festa para ir hoje a noite, mas como já estava tudo pronto para amanhã iríamos tirar a tarde de folga.

Eu, obviamente, iria passar o dia atualizando meu blog e minhas redes sociais como presente natalino.

ㅡ Terminou, meu bem?

Tirei os fones das minhas orelhas, colocando-as em cima da mesa e me virando para olhar para ele. Easton tirou suas botas e se deitou na cama, enquanto tirava seu suéter.

Balancei á cabeça em concordância, levantando-me da cadeira me ocupando em tirar minhas pantufas. Deitei-me na cama ao seu lado, deslizando pelos lençóis até estar próxima o suficiente do seu corpo.

ㅡ E o pessoal?

ㅡ Wiley e Kevin entraram no quarto sorrindo um para o outro, então prefiro não imaginar. ㅡ Explicou, o que me fez rir sabendo exatamente o que ele quis dizer. ㅡ Payton continua no quarto evitando todo mundo, Ruby está na sala assistindo e Aruna saiu. Avisou que voltaria antes da festa, já que ele tem nos guiar.

Pressionei meus lábios em uma linha fina quando percebi o tom nele na frase final, notando que ele não estava nenhum pouco feliz por ir.

ㅡ Não gosta de festa? ㅡ Indaguei, colocando minha mão em seu peitoral coberto pela camisa.

ㅡ As festas que frequentei no ensino médio me traumatizaram um pouco. ㅡ Comentou, soltando uma risada.

ㅡ Ai, Jesus. As festas eram as típicas dos filmes? Tipo, 16 anos bebendo, se agarrando, brigando e depois parando na delegacia? ㅡ Questionei com desdém, soltando um resmungo ao ver ele balançar a cabeça afirmativamente. ㅡ Credo, Easton. Você viveu, literalmente, a vida de um adolescente dos filmes teen. Como conseguiu?

ㅡ Estou na vida errada, pelo visto.

Acabamos que começamos a rir daquilo, porque era realmente estranho a vida dele ter sido igualzinho aqueles filmes que todo mundo ama. Era estranho e, ao mesmo tempo, engraçado ao ver que realmente poderia existir uma diferença entre aqueles iguais.

ㅡ Easton... ㅡ Deslizei meus dedos pelo seu braço, sorrindo ao notar sua pele se arrepiando em automático, com uma dúvida plantada na minha cabeça. Nessas semanas que tivemos juntos nunca tive coragem ou curiosidade em perguntar, até porque sempre tinha algo a mais que interrompia essa minha linha de raciocínio. No entanto, aquele momento pareceu perfeito. ㅡ Nós nunca aprofundamos o assunto do seu trabalho. Então... Por que desistiu de atuar? Você sentiu que não gostava mais e que precisava parar?

Ele passou a língua pelos lábios quando perguntei, erguendo a mão passando pelos seus fios em sinalização de nervosismo. O mesmo encostou a cabeça na cabeceira da cama, observando a parede parecendo perdido ou tentando achar uma resposta para minha pergunta.

Ou melhor, parecendo pensar na melhor forma de me explicar.

ㅡ Lembra quando você disse que eu era perfeito?

Assenti, me sentando na cama para que eu pudesse estudar melhor suas reações.

ㅡ Eu respondi que você não merecia saber do meu lado ruim... ㅡ Continou, pegando na minha mão e entrelaçando nossos dedos. ㅡ Eu tenho um lado sombrio. Como sabe, eu moro com o Tarantino desde os 9 anos e sabe tudo até o dia de hoje. Eu só não contei uma parte.

Engoli com dificuldade, porque a forma que Easton estava dizendo me deixava curiosa e com receio do que eu poderia descobrir.

ㅡ Eu tive uma época rebelde, mas eu já não era um adolescente. Tinha acabado de me mudar para Los Angeles, após receber um convite para ser testado antes de ter um papel de verdade. ㅡ Continou explicando, parecendo tomar cuidado com as próprias palavras. ㅡ Quando meus pais descobriram que, ao contrário do Tarantino, eu iria tentar uma profissão de verdade eles ficaram orgulhosos e tentavam uma aproximação.

ㅡ De verdade? Como assim?

ㅡ Tarantino trabalha como atendente de academia, o que eu não acho que seja coisa ruim, é um emprego como qualquer outro. Meus pais não achavam isso, o que resultou em mais repulsa deles pelo meu irmão. ㅡ Aquilo atingiu em cheio o Easton, eu podia sentir na sua voz trêmula e no brilho de dor vindo dos seus olhos. Olhos que costumavam demonstrar alegria e calmaria. ㅡ Eu tentei ser ator, por muito tempo, porque eu realmente gostava e me via na frente das câmeras. Até que eles foram para Los Angeles, na busca de que pudessem me ter de volta na casa deles.

ㅡ Isso... Isso é sério?

Ele riu sarcástico, com um claro tom de quem não estava nada feliz.

ㅡ Na cabeça deles aquilo iria funcionar, porque eles estavam fingindo muito bem que estavam arrependidos e queria o filho de volta. Entretanto... ㅡ Pendeu á cabeça pro lado, fazendo movimentos circulares nos meus dedos perdido nos próprios pensamentos. ㅡ Eles só queriam a mim. Porque, diferente do Tarantino, eu estava me tornando alguém de verdade e não um mísero atendente.

Uma lágrima desceu pela bochecha vermelha de Easton, vislumbrando um lado sensível dele que já sabia que existia e que ele escondia extremamente bem. Sempre deixei claro que Easton conseguia controlar seus próprios sentimentos e emoções, no entanto, naquele momento percebi que a dor era maior.

Muito maior do que ele poderia controlar.

ㅡ Quando isso aconteceu simplesmente explodi, Rain. Explodi. ㅡ Afirmou, sussurrando a última parte como se pudesse quebrá-lo. ㅡ Nunca fiquei com tanta raiva como naquele dia. Eu gritei, chorei, discuti com meus próprios pais e disse na cara deles que tinha nojo deles de todos os jeitos possíveis. Minha mãe passou mal, mas eu não senti um pingo de pena e jurei para eles que jamais nutriria sentimentos bons por eles. Porque, da mesma forma que eles repudiavam o Tarantino, iria fazer o mesmo com eles.

•••

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