Na ContЯamão - o Amor Te Fará...

By autora_oliveira

7.8K 1.8K 7.4K

Existe amor a segunda vista? Sofia retorna a Nova York após anos na prisão por um crime que afirma não ter... More

Leia com o Coração
Designers
Booktrailer
Playlist 🎶🎵
Personagens
Nas Redes#
PRÓLOGO
🍃🌹🍃
Cap. 1 - O Que Restou
Cap. 2 - Desafiante
Cap. 3 - Rastros do Passado
Cap. 4 Saudade
Cap 5 Pólvora 🍸
Cap. 6 - Ironias
Cap. 7 - Amores Fracos
Cap. 8 - 1%
Cap. 9 - Crível
Cap. 10 - Rota de colisão
🍃🌹🍃
Cap. 11 - Ensinamentos
Cap. 12 - Tolice
Cap. 13 - Meia Dúzia de Eu Te Amo
Cap. 14 - Amargura Adormecida
Cap. 15 - Vermelho Sangue
Cap. 16 - Agridoce Parte I
Agridoce (Parte II)
Cap. 17 - Conexões
Cap. 18 - Faça seu coração parar de chorar
Cap. 21 - Prenúncio
Cap. 22 - Traições
Cap. 23 - Rosa
Cap. 24 - O Lado Na Guerra
Cap. 25 - Irônico
Cap. 26 - Lealdade
Cap. 27 - Estilhaços
Cap. 28 - Debaixo do tapete
Cap. 29 - Estagnada
Cap. 30 - Agridoce
🍃🌹🍃
Cap. 31 - Pérola de Sabedoria
Cap. 32 - Embaraçoso
Cap. 33 - Confiança
Cap. 34 - Culpada
Cap. 35 - Silêncio
Cap. 37 A Porcaria do Amor
Cap. 38 - Revanche
Cap.39. - Metáfora
Cap. 40 - Meu Caro
Cap. 41 - A Dona da História
🍃🌹🍃
Cap. 42 - Fabuloso
Cap. 43 - Ruptura
Cap. 44 - Reconexão
Cap. 45 - O sentido do Amor
Cap. 46 - Confia
Cap. 47 - O Elo
Cap. 48 - O Vilão
Cap. 49 - Hachiko
Cap. 50 - Ecoando
🍃🌹🍃
Cap. 51 - Ontem
Cap. 52 - Proteger
Cap. 53 - Laura
Cap. 54 - Nós Três
Cap. 55 - Inimaginável
Cap. 56 - Olha Pra Ele
Cap. 57 - 1% de Nós
Cap. 58 - Encontro
Cap. 59 - Reticências
🍃🌹🍃
Cap. 60 - Capítulo Um
Cap. 61 - O Aviso
Cap. 62 - As Rainhas
Cap. 63 - Sacrifícios
Cap. 64 - Perfect
Cap. 65 - Da Janela Pra Dentro
Cap. 66 - Tudo Na Vida
Cap. 67- Garupa
Cap. 68 - Incondicional
Cap. 69 - PeЯfeita
Cap. 70 - E Se...
Cap. 71 Ninho
Cap. 72 Especulações
Cap. 73 O Ato de Amar I
O Ato de Amar II
Cap. 74 - Correntes
Cap. 75 - Toca do Lobo
Cap. 76 O Amor Te Fará Livre
Á Segunda Vista
Epígrafe
Agradecimentos
RESENHA
Prêmios 🥉
Prêmios II 🎖️
Prêmio III
Prêmio IV

Cap. 36 - Dívida

60 20 13
By autora_oliveira


🥀 Pois não há nenhuma garantia que essa vida é fácil. 🌹

🍃🍃🍃
...

Durante o abraço profundo entre Sofia e Henrique, uma música envolvente ecoava no ambiente. Era "When I Look at You" de Miley Cyrus, uma canção que parecia feita sob medida para a história deles.

Enquanto a melodia suave preenchia o espaço, as palavras profundas da música ecoavam nas mentes deles, como se a própria canção estivesse desvendando os segredos de seus corações.

Os olhares que trocaram ganharam uma nova dimensão, uma compreensão mútua que ia além das palavras, como se a música fosse a linguagem que finalmente os unisse.

Foi nesse momento, ao som dessa melodia, que eles perceberam que algo mais profundo e significativo os ligava, algo que nem mesmo o passado tumultuado poderia apagar, onde de alguma forma o perdão sempre se fez presente.

Henrique segurou rosto dela, que não o olhou, ela apenas tirou as mãos dele, não queria que a visse chorar.

Ela entrou pro quarto e trancou a porta. Foi ao banheiro da suite e apoiou as mãos na pia, respirou fundo. Lavou o rosto com a agua fria e pegou a toalha secando-se. Se olhou no espelho e saiu do banheiro. Pegou celular sob a cama e fez uma ligação.

Nova York

Rosa servia Julião, na mesa da sala, ele estava mergulhado em tantas informações desde o início da tarde.

Ela ouviu celular tocar e foi ao balcão e pegou. Sorriu atendendo-o.

- Oi meu amorzinho. Como estão as coisas aí entre vocês?

- Tá tudo bem, na medida. Só queria ouvir sua voz. Queria colo. - Disse Sofia

- Uhm... - Disse Rosa - Eu sei que é difícil, Sofia. Acho que se ele não fosse como ele é seria mais fácil. Não é?

- É - Disse Sofia, um pouco triste - Eu só... Só não quero falar. Entende?

- Lembra quando eu trabalhava na enfermaria e você cortou a mão? Levou 7 pontos?

- Ay nem me fale - Disse Sofia - Dá nervoso só de lembrar.

- Pois é. Teve que doer pra não doer mais, entende? - Rosa sorriu.

- Eu entendi - Disse Sofia - Mas ... É o meu coração que foi machucado.

San Diego / Pousada

Sofia saiu do quarto e Henrique estava acendendo a lareira. Ela olhou a cozinha

- Eu tô morrendo de fome. Vamos comer?

Ele levantou e assentiu, foi a cozinha e pegou os pratos e talheres

- Vou arrumar a mesa

- Eu ajudo - Disse Sofia o ajudando com os pratos e os copos - Acho que vai ter que esquentar um pouco.

- Tem razão

Ele esquentou e ela esfregou os braços

- Nossa que tempo louco. Deu uma esfriada. - Disse ela.

- Eu liguei a lareira - Disse Henrique - o vinho vai ajudar a esquentar o clima. O clima do cômodo, do hambiente

Ela riu, achou engraçado ele se corrigindo

- Quem é o tímido agora? - ela se sentou.

Ele sorriu e os serviu, colocou o prato dela, assim como o vinho.

- A cara está ótima, o cheiro também. Vamos ver o sabor. - Disse ela.

Ela cortou um pedaço do frango ao molho, experimentou. Estava séria.

- Diga em alto e bom som, pausadamente - ele pediu - está bom?

Ela limpou o lábio

- Está maravilhoso. Droga. Não conta isso pra Rosa. Ela vai me zoar até o fim da minha vida. Um homem cozinha melhor que eu!

- Mentira. Você é boa com massas: tortas.

- Não é o suficiente... - Bebeu vinho - Droga.

Eles jantaram, conversando sobre assuntos aleatórios. Outra vez. Sofia evitava entrar em assuntos que a magoaram.

- O Fernando? Me conta ele. Já rolou alguma coisa entre vocês? O cara morre de amores por você. - Disse Henrique

- Ele é um amigo. Ele me deu emprego, quando eu saí. Ele me incentivou a trabalhar, focar em ter uma carreira. Financiou meu estudo e me emprestou dinheiro.

- E você nem teve um date com ele? Não pelo dinheiro ou o material, mas era alguém que você poderia investir. Afinal ele tá interessado ainda.

- Eu sou apaixonada pelo Marcelo. Ele é o amor da minha vida. Uhm?

Ele não respondeu, se serviu de mais vinho, ela arqueou sobrancelha

- Não vai gritar, maldizer o Marcelo, criticar o que eu sinto por ele? - bebeu

- Eu não sou psiquiatra.

Disse Henrique, deixando copo de lado, limpou as mãos

- A Cecília... - Disse Henrique pensativo - Ela está numa realidade paralela. Ela está se perdendo tudo e todos por ... - Respirou profundamente - Acho melhor irmos dormir.

- Aconteceu alguma coisa? Entre você e Cecília? Você evita falar dela. Apesar dela ser uma louca, me odiar, eu acho bonito a relação de vocês. - Ela o olhava

- Ela não se importa com nada mais que não seja o Marcelo. - a olhou - Como ele consegue duas mulheres lindas que dariam tudo pra estar com ele? É muito louco isso.

Ele levantou e pegou os pratos deixando na pia junto com as taças. Ela fechou a garrafa de vinho. Levantou

- Obrigada pelo jantar, estava ótimo. Boa noite.

Ela entrou pro quarto e ele respirou irritado. Sofia andou pelo quarto, com as mãos na cintura, estava brava novamente.

- Idiota.

Ele pegou o roupão e foi trocar de roupa. Enquanto isso, Henrique terminou de limpar a pia. Secou as mãos com e olhou a pasta com arquivos sob a poltrona e pegou. Sentou na ponta da mesinha em frente a lareira e folhevou

Sofia deitou- se para dormir, apagou a luz e se cobriu. Usava um roupão branco. Aos poucos foi adormecendo.

Na sala, Henrique pegou um drink e sentou novamente. Lia as anotações. Nem percebeu a hora passar. Fazia algumas anotações. Sono não era uma palavra conhecida naquele momento.

- São 3 da manhã, homem.

Disse Sofia encostada na porta. Ele estava na poltrona, escrevendo.

- Estou sem sono. Preciso traçar o roteiro para amanhã mais conhecido como daqui a pouco. - Ele voltou atenção.

Ela olhou a garrafa de wisck pela metade, pegou a garrafa e deixou no balcão e pegou os papéis da mão dele, dizendo-lhe

- Esse roteiro é conhecido como ressaca. Eu preciso de você disposto, são e sóbrio. - Disse ela guardando as coisas.

Ele levantou e pegou o celular e a olhou. Foi pro quarto fechando a porta. Ela o fitou e foi pro quarto dela.

Assim, as horas passaram com a mesma ansiedade que tinham de encontrar novas pistas.

🍂🍂🍂

As 9horas, ela passava o café, usava uma calça sarja preta e uma blusa fina perolada de alças finas.

Ele saiu do quarto ajeitando a gola da camisa social azul marinho. Usava também uma calça jeans escura.

- Bom dia. Esse café é bebivel?

- Foi a tua mãe que fez. - respondeu ela.

A campainha tocou e ele olhou no olho mágico e abriu. Era a camareira levando pães para tomarem café. Ele deu gorgeta e fechou a porta

- Pães recheados. Boa, garota.

Ele colocou sob a bancada enquanto ela colocava as xícaras com o açucareiro. Com ima expressão séria com ele. Indagou.

- Qual o roteiro de hoje? Quem você vai jogar no carro, socar o estômago? - o olhou.

- Você sabe que se não fosse jogar ele no carro e quase tirar o ar do corpo dele foi o que fez ele soltar o que sabia não é? - Se sentou

Ela os serviu, estava sentada do lado da cozinha dessa vez. Parecia sorrir com olhar.

- Não vai admitir? - pegou a xícara de café.

- Se não fosse você, não teriamos essa pista importante. Graças a isso temos 70% de chance de reabrir o caso. - Ela tinha esperanças. - Satisfeito, meu caro?

- Então vamos atrás dos 30%. - Disse ele - Temos mais 2 testemunhas. Além de tentar achar essa bendita mulher. Aí é você quem vai ter que jogar ela no carro.

Ela sorriu dizendo

- Vai ser divertido. Mas precisamos descobrir onde essa benita Judith Oliver está. Também falar com a testemunha que mentiu e a outra morreu.

- Talvez o hotel tenta o Registro dessa mulher que sumiu. Se ela trabalhou lá, com certeza teem o registro. - disse ele.

- É. Pra isso é preciso irmos aquele hotel onde tudo aconteceu. - se serviu de mais café.

- Eu sei ... - Levantou - Você está pronta? Vou escovar os dentes.

...

Eles desceram do elevador e passaram na recepção. Saíram do hotel e ele tirou a chave do bolso e ela pegou

- Hoje eu dirijo.

Ela foi a porta do motorista e ele parou, perguntando

- Preciso rezar?

Ela fechou a cara e entrou, ligou carro e ele abriu a porta, entrou e ela saiu com carro acelerada. Colocou o cinto e ele também.

- Era brincadeira.

Ele pegou as anotações dele, olhou a hora, pouco mais de 10:00.

- Defunto, desaparecida ou mentiroso?

Ele perguntou e ela olhou e pensou

- O mentiroso é todo seu - Disse ela - ele mentiu na minha cara duas vezes. Foi agressivo comigo e manteve a palavra. Jogue no carro ou da janela eu não vou te impedir.

- Agressivo é? - Perguntou - Esse é meu então.

- Vamos deixar ele por último - Disse Sofia.

- Então vamos falar com o difunto - Disse ele

Ela o olhou e ele completou

- Com alguém da família.

- Certo. - Disse Sofia - A mãe dele não foi nada receptiva. Ela não vai falar nada. Nem pagando. Ainda mais com ele morto.

- Pessimista você - Disse olhando os papéis.

Ela fez uma ultrapassagem pela direita, o fazendo bater na porta. Ele a olhou a fitando e ela ignorou.

Ela diminuiu e encostou, para decidirem o caminho a seguir.

- E aí? Uni duni tê? - o olhou

- O difunto. Essa mãe dele - Disse ele. - Não foi essa a opção?

- Tá legal. Se segura. - Ligou o carro.

Ela saiu dirigindo, ele olhou a velocidade, voltou atenção as folhas.

- Ela não mora perto, é depois da ponte. Bem afastado e ela é bem humilde. Já tentei falar com ela, acho que é Maggie. Ela acredita no filho e não tem nada a declarar. Realmente ela não tem. Não tá envolvida no caso. Não tem

- Sabia que quanto mais você condiciona sua mente a algo negativo, mais as coisas são errado? Você ficou desesperada ontem e conseguimos uma pista importante. Além do depoimento a seu favor do advogado que te condenou. - A relembrou.

- Quem conseguiu foi você e não eu. Da outra vez ele estava irredutível e ontem... - Ela foi interrompida por ele.

- Eu estava lá por você, estamos nessa viagem por sua causa. Então é mérito seu sim - Assegurou.

Henrique disse essas palavras e voltou atenção aos papéis e ela não disse nada, mas se sentiu bem.

- Abastece - Disse ele olhando o posto mais a frente.

Ela foi até lá e o frentista veio

- Bom dia - Disse Sofia - Completa pra mim, por favor.

O frentista foi colocar a gasolina e Henrique deu o dinheiro e ela pagou.

- Quanto tempo? - Henrique olhou a hora.

- Menos de 20 minutos. - disse Sofia.

- Certo. - ele pegou o celular - Vou falar com Julião.

Ele ligou e comversava com o advogado pelo celular. A conversa durou uns 10 minutos. Quando desligou, ele olhou Sofia que parecia estar longe com os pensamentos, enquanto dirigia na estrada.

- Ele deu algumas recomend... Você está bem?

Ela assentiu - Claro. Já estamos chegando. o que ele falou?

Ela voltou atenção a Henrique e ele contou. Eles logo chegaram, o local parecia bem humilde, simples. A maioria das casas tinham grades altas e cinza, cachorros como cães de guarda.

Sofia olhou uma casa ao lado oposto, dizendo

- Aquela, 179. Maggie, mãe da testemunha que morreu. Quando eu vim aqui com Julião o filho dela Elliot estava vivo. Depois voltamos, mas ele havia falecido na Covid.

- Ela é amigável? - Ele tirou cinto

- Não quando se trata do filho. Acha que vou desrespeitar a memória dele. Que o filho não faria essa maldade comigo nem com ninguém. - Disse Sofia, indo o cinto também.

- Não - Disse ele - Eu vou falar com ela, sozinho. Diferente do que fez com Daniel Gary, não deixa ela ver você. Fica aqui.

- Por que não posso ir com você? - Ela indagou.

- Porque só um pai compreende o outro. - Disse ele - Confia em mim.

Ela assentiu e o observou sair e fechar o carro. Ele atravessou a frente do carro e ela acompanhou com olhar, enquanto ele se aproximava da casa. Ele bateu palmas e os cachorros latiram. Logo, uma mulher abriu a porta.

Ela era uma senhora negra, estatura mediana e um pouco magra. Aparentava ter uns 60 e tantos. Ela o olhava falar alguma coisa e a mulher o convidou a entrar. Patecia muito gentil com ele.

Sofia observava de longe Henrique entrar na casa e olhou em volta, um pouco tensa.
O celular dela tocou, ela se assustou e pegou o celular na bolsa.

Era Marcelo. Ela olhou o nome e ele desistiu da ligação. Logo chegou um áudio. Vinte segundos.

'Sofia, me atende. Precisamos conversar. Por favor. Me deixa olhar nos seus olhos e tentar resgatar o amor que sentimos. Eu te amo e juro nunca mais soltar a sua mão. Eu te amo tanto. Só preciso de uma oportunidade.'

O tom de voz de Marcelo na ligação era emocionado. Um pouco desesperado pelo amor de Sofia. Parecia em busca de redenção.

Enquanto isso, na casa de Maggie, a mãe de Eliiot, dizia na sala para Henrique

- Essa mulher quer manchar o nome do meu Eliiot, ela quer tirar a culpa dela. Essa Sofia tem as mãos sujas de sangue e você está traindo a memória da mãe da sua filha, senhor Henrique. - Disse indignada

- Dona Maggie - Ele tentou falar mas ela o interrompeu

- Essa mulher já veio aqui falar com meu filho, ela e um advogado almofadinha. Ele falou pra ela que não ia mudar a palavra dele. Que ela brigou com a outra mulher sim. Depois ela voltou aqui e meu filho tinha partido. E mesmo assim ela fez perguntas pra mim e queriam tirar informações de mim e eu os expulsei. Eu não acredito nela. Acredito em meu filho - Maggie assegurou.

- Esse cheirinho é de café? Pode me dar um pouco? - ele pediu. - Eu não dormi direito essa noite. A dor de cabeça tá me matando.

- Claro que posso - Disse ela. - Tenho um remédio também senhor. Espere um pouquinho.

Maggie trouxe o café e lhe deu

- Puro, sem açúcar. Eu não consigo. Meu médico fica louco com a minha diabetes. Senta, homem.

Ele sentou na ponta de um dos sofás desgastado, marrom e ela sentou no outro de frente.

- A minha menina, minha filha tem 21 anos. Ela é uma futura fotografa. Ela é muito sensível, tem um pouco de ansiedade e ... Eu morreria por ela. Pra defender minha filha. Eu criei ela sozinho, ela não teve o amor da mãe dela, a presença.

Ele tomou um pouco do café e ela o observava.

- Minha filha não sabe a causa da morte da mãe dela e por vinte anos, eu achei que tinha feito justiça, achava que tinha prendido a assassina da mãe dela. Mas eu vi que cometi o pior erro da minha vida e ... E talvez Sofia nunca me perdoe porque eu não vou me perdoar nunca. Mas ... Eu não consigo olhar nos olhos da minha filha e dizer que além deu ter ajudado a condenar uma pessoa inocente, a mãe dela não tem justiça. A mãe dela não está em paz.

- A culpa não é de meu Eliiot - disse um pouco emocionada - ele não faria isso.

- Não tem ninguém em paz, sra Maggie, minha esposa não está em paz, minha filha, Sofia, eu e principalmente o seu filho. Talvez a senhora não queira acreditar e eu te entendo, pra mim não foi fácil. Mas ... O seu filho mentiu, eu não sei se a sra é uma pessoa religiosa ou não, mas enquanto Sofia não for inocentada, ninguém vai ter paz, nem o seu Eliiot.

Henrique deixou a xícara e tocou a mão dela pedindo

- Eu estou em dívida com a Sofia, eu estou em dívida com a minha filha. O seu filho está em dívida e você pode ajudá-lo a ter paz. Precisa ajudar seu filho a descansar em paz. Enquanto Sofia não for inocentada ele não vai ter paz. - disse de forma terna e empática.

- Ele não mentiu - Disse ela com lágrimas sinceras - não vai manchar a imagem dele. Não faz isso com meu Elliot. - pediu.

Henrique a compreendia de certa forma, disse-lhe

- As vezes para ter paz, é preciso enfrentar a guerra e essa é a única forma do seu filho ter paz. Me diga, qualquer coisa que a senhora lembre. Qualquer detalhe que ele tenha dito a você. Te peço como um pai. Por favor.

Do lado de fora, no carro, Sofia esperava apreensiva e ele saiu da casa e a mulher fechou o portão e ele atravessou e Sofia abriu carro e ele entrou.

- O que você falou? Ela disse alguma coisa? Fala - Estava impaciente.

- Emanuelle Motta - Disse Henrique

- O que? Quem é essa injúria agora? - Ligou Carro.

- A terceira pessoa, a testemunha. - Disse ele.

- Não era esse o nome, Henrique. Seja claro.

Ela pôs o carro em movimento enquanto Henrique contava a conversa colocando o cinto

- Maggie me disse que Elliot havia comentado com ela a respeito de uma mulher que também viu sua briga com Patrícia. Essa mulher era um affaire do filho dela.

- Então... - Sofia juntou as peças

Sofia pisou repentinamente no freio, causando uma freada brusca que fez Henrique se segurar no porta-luvas para não perder o equilíbrio.

- Você enlouqueceu!
- Ele a encarou, surpreso.

- Então essa mulher mentiu, essa Emanuelle, ela deu outro nome pro Daniel e depois desapareceu. Ela fingiu ser Judith Oliver. Não é isso? Ela deve ter mudado de ideia. Ficado com medo ou caído em si. A gente tem que ir atrás dela, Henrique.

Ele tirou a chave do carro dizendo-lhe

- Vamos trocar. Eu dirijo... Você tá muito nervosa.

Ele saiu do carro e passou pela frente e abriu a porta dela. Ela tirou cinto a contragosto e saiu. Ele entrou e ela também.
Ele ligou o carro e saiu.

- Ela me disse que ela trabalhava no hotel, junto com Elliot na época e ficaram por uns 7 anos. Precisamos voltar aquele hotel. Tentar descobrir alguma coisa. - Disse ele.

- E o outro cara? O outro homem? O maldito mentiroso que está vivo - Ela o olhou - Vamos falar com ele. Deixa ... Deixa o hotel por último.

- Também não queria voltar lá. Mas uma vez você me disse que estávamos todos presos àquele hotel. É lá que começou e é lá que está a resposta. - Ele a olhou e olhou pra frente.

Eles pararam no semáforo e ela pensou, o olhou e ele perguntou

- O que foi?

- Eu pensei uma coisa, vamos parar um pouco na praia, tomar uma água de côco eu estou morrendo de calor. Lá eu te explico. - ela pediu. - Preciso relaxar um pouco.

- Lembra o caminho? - ele indgou.

Praia

Assim que chegaram, procuraram por um vendedor de água de côco, encontrando um carrinho colorido decorado com uma grande variedade de frutas tropicais.

Sofia pediu dois côcos gelados, enquanto Henrique admirava o cenário ao redor. Com as águas de côco em mãos, eles caminharam pela areia, a brisa suave balançando seus cabelos. Encontraram a mesma pequena mureta onde estiveram antes, um lugar perfeito para conversar.

Sofia se acomodou de frente para o oceano, observando as ondas com um sorriso sereno. Henrique se sentou ao seu lado, com uma perna de cada lado da mureta, sentindo a suavidade da areia sob seus pés.

Ela tomou um pouco da água de côco, os ventos batiam em seus cabelos. Ela olhou em volta, observando as pessoas ao redor.

- Pára - Disse ele.

Ela o olhou franzindo senho, ele olhou em volta, explicando.

- Tá pensando. Você sabe.

Ela franziu mais ainda

- Como assim, como sabe que...

- Tá com a mesma expressão de ontem, quando olhava a janela e provavelmente a mesma que observa a vista de seu prédio. - Bebeu um pouco.

Ela o olhava sem dizer nada, olhou as ondas do mar. Lembrou de algo do passado. Ela riu, respirou fundo.

- O que há de tão engraçado? - Ele a analisava curioso.

- Olha como a vida faz a gente de trouxa: disse ela. Marcelo e eu fomos seus padrinhos de casamento. Mas não nos casamos. Eu fui acusada de matar a Patrícia e você quis me matar. Agora estamos aqui, tomando uma água de côco.

Henrique deu largo sorriso, dizendo-lhe:

- Eu tenho uma razão melhor. Escuta essa: Quando Marcelo levou um tiro por você, a gente conversou. Eu e ele. A gente confessou que tinha inveja um do outro.

- Inveja? De que vocês se invejam? - Ela virou pra ele, deixou uma perna sob a mureta, meio de lado.

- Ele disse que tinha inveja do que eu era. De como resolvia as coisas. Ele queria ser como eu.

- É, talvez resolvesse muita coisa, eu gostaria que ele tivesse... me caçado - Disse enquanto tomava o côco. - E você? O que você invejava nele?

- Eu disse a ele que eu tinha inveja do que ele tinha. Era algo que... A única coisa que eu não tinha. Acho que é isso o que faz a diferença nos relacionamentos. Aquela vez na piscina eu te disse que Patrícia esqueceu de me falar que não queria a responsabilidade do casamento.

- É, eu lembro... - Disse ela recordando.

Sofia o olhou em volta e o olhou curiosa.

- O que você invejava no Marcelo? Ainda não me disse a razão.

Ele olhou o mar agitado, dizendo-lhe

- Eu disse a Marcelo que eu tinha inveja do que ele tinha. Alguém que tinha a plena convicção de que queria estar com ele.

Ele se virou para Sofia que o olhava fixamente:

- Ele tinha você.

...

Continue Reading

You'll Also Like

107K 18K 165
"A névoa tenta nos proteger, O fogo nos faz querer lutar, A chuva sempre chega para nos lavar. Toda alma é um oceano de bravura, E essa é a história...
445 109 17
Depois da morte de seu marido Katherine Ludovic, mesmo odiando essa situação,para honrar a mémoria de seu falecido, ela acaba ficando responsável por...
156K 18.4K 59
"OBRA COMPLETA" Depois de treinar, se aperfeiçoar, encontrar seu verdadeiro amor e descobrir a origem do mal que ameaça seu mundo, Aryen se vê em um...
26.5K 403 3
Quando monstros surgem das sombras prontos para espalhar caos e morte, ex-detentos são convertidos em caçadores com a missão de proteger a humanidade...