William
Acordei, e fui direto para o banheiro fazer minhas higienes, tomei banho me sequei e me arrumei para a escola, fui para a cozinha e minhas irmãs e minha mãe já estavam preparadas para o café, me sentei a mesa e comecei comer meu cereal, após terminar fui para a garagem pegar o carro e dar início a mais um dia tedioso e irritante no colégio. O dia está tranquilo e o céu me parece normal, na verdade nunca noto diferença. Após atravessar os portões da escola, estaciono o carro e entro, logo meus amigos vem na minha direção, Lucas e Diogo.
— Fala will firmeza mano? — Lucas diz dando um soquinho no meu ombro.
—Tô bolado cara, meu priminho irritante vai vir morar na minha casa e dormir no meu quarto, já posso até imaginar a bosta que ele vai fazer no meu quarto. — eu realmente odiava a ideia de dividir um espaço apenas meu.
— Cara lamento, crianças são irritantes mesmo bro — Diogo diz mas o problema não são as crianças, o problema é ser um adolescente e agir como uma.
— Pois é, o pior é que minha mãe tá dizendo pra mim tratar ele bem, o moleque perdeu os pais, e ela disse que ele é ingênuo e inocente, porra eu não tô nem aí pra isso. — ingênuo? Até parece que um guri desses é inocente.
— Vai tirar a inocência do moleque né Will — o idiota do Lucas disse fazendo eu me irritar.
— Sai idiota sou macho cara — Lucas é meio duvidoso as vezes.
— Falar em inocência já viram a garota do segundo ano que chegou? — Diogo fala num tom bem insinuador, pude ver malícia no tom de sua voz.
— Não, ela é bonitinha? — perguntei, porque seria mais uma que ia acabar na minha cama.
— Como os gregos diriam, ela é uma filha de afrodite. Já viu os peitos e a bunda dela? Eu me acabaria naquilo. — Lucas fala e gesticula com as mãos, isso pra mim era o de menos, eu sempre conseguia pegar alguém da escola.
— Essa já é minha caras, agora vamos logo pra sala não quero pegar mais uma advertência. — minha vida escolar estava repleta de advertências, já tinha perdido as contas.
Fui andando com eles quando alguém tropeçou e quase me derrubou
— Porra quem foi o filho da puta? — falei enquanto me recuperava da trombada.
— O garoto do primeiro ano ali — lucas disse rindo, os novatos da escola, normalmente não conhecem as coisas por aqui, então tem que ensinar né.
Olhei e era um garoto que usava um óculos, ele veio na minha direção fazendo gestos exagerados com as mãos
— é... Desculpa eu não vi você — revirei os olhos pra ele.
— Porra moleque mesmo usando essas bostas de óculos você não enxerga? — ele começou ficar nervoso e eu só me divertia com a situação.
— Desculpa...... Por favor — disse nervoso. Dei um tapa nele.
— Vê se aprende a olha por onde você anda babaca — falei e me afastei, nem me preocupei com a ideia de ser delatado pra diretora, ninguém fazia isso ou estava fodido.
Continuei indo para a sala quando meu celular tocou.
— Ah mais que inferno — parei para atender quando vi que era minha mãe me ligando, provavelmente pra falar sobre a boneca de porcelana.
— Alô mãe.
— Oi filho seu primo chegou estou indo buscar ele, tem como pegar suas irmãs depois da sua aula? — quando ela não podia, normalmente sobrava pra mim.
— Tem sim mãe, pode deixar, vai lá pegar o intruso — disse sem ânimo algum.
— Filho por favor tenta ser bom pra ele — ri forçado e me despedi.
— Ahh mãe me deixa, adeus tenho que ir — desliguei o celular, e os meninos estavam me esperando.
— Enfim parece que o moleque chega hoje — provavelmente um nerdzinho tosco com notas altas.
— Boa sorte cara — lucas diz e eu assenti.
— verdade — diogo disse rindo.
Louis
Após ter arrumado toda minha mala, o carro chegou para me levar para o aeroporto, a princípio fiquei meio perdido porque não sabia onde o portão de embarque ficava, mas logo pedi ajuda para um moço que me levou para o embarque do vôo para Brad Ford, embarquei e quando o avião começou levantar do chão meu coração palpitou super forte, logo todas as lembranças que tive com meus pais vieram a tona e as lágrimas começaram rolar pelo meu rosto, apenas olhava para as nuvens e chorava, acabei adormecendo.
"Senhores passageiros, já estamos pousando em Brad Ford por favor permaneçam em seus acentos "
E foi essa a voz que me fez despertar, cocei os olhos e logo levantei para sair do avião, quando desci lá estava minha tia segurando uma plaquinha com meu nome, fui até ela é abracei bem forte.
— Oi lou você cresceu filho — disse minha tia cheia de empolgação. Apenas sorri envergonhado e fomos buscar minhas malas, entramos no carro e ela começou puxar assunto.
— Como você está filho, tá grande aposto que deixou muitos corações partidos para trás — falou fitando a rua.
— Hum deixei? Não necessariamente. — a verdade era que eu não tinha muitos amigos, parece bem engraçado, mas era a realidade nua e crua.
— Matriculei você na escola do Will, aí vocês dois vão poder ir juntos e se conhecerem melhor okay? — assenti e fitei ela, que mantinha o olhar na pista.
— Tudo bem tia, tô um pouco cansado, se importa de eu dormir quando chegar na sua casa? — apesar de saber a resposta, eu sempre perguntava algumas coisas.
— Claro que não amor. — encostei a cabeça na janela e fitei as coisas passarem rápido.
Após longos minutos o carro parou em frente a uma casa Branca, não exagerada e nem tão simples parecia ser aconchegante, tinha um jardim e um caminho de pedrinhas que levavam até a varanda. Pude notar que havia um quintal também, e parecia ser grande.
Peguei as malas e fui acompanhando minha tia até o segundo andar, onde paramos na frente de uma porta com uma placa escrito "Não entre", após passar pela porta o quarto era bem espaçoso, tinha pôster de jogadores de futebol americano, algumas bandas, roupas jogadas, era meio bagunçado, tinha uma cama grande, que pareceu me chamar acabei me deitando nela e os cobertores estavam com um cheiro tão bom, minha respiração foi desacelerando e acabei por pegar no sono
William
Após a escola acabar, passei na escola das minhas irmãs e peguei minhas princesas Jade e Sofia.
— Oi will — elas disseram em uníssono e sorri, minhas irmãs eram fofas, eu as amava.
— Oi princesas — essa era uma das poucas vezes que eu era sentimental, minhas irmãs eram tudo pra mim.
— Mamãe disse que o Louis chega hoje — Jade diz animada, e na verdade elas parecem mais animadas que eu.
— Como ele deve ser? — Sofia tinha na sua voz um tom de ansiedade.
— Tanto faz não quero ele comigo. — mamãe poderia por ele pra dormir no quintal talvez.
— Ele vai poder brincar com a gente maninho. — jade fala esperançosa, apesar de amar as duas, odiava brincar. Então talvez tivesse um ponto positivo.
— Não me importo com isso amor, agora vamos logo não quero chegar e dar de cara com ele. — mas eu sabia que provavelmente ia ter que fazer isso.
Após chegar em casa, fui para o quarto tirei a camisa da escola, e quando me virei lá estava, um ser pequeno, encolhido na minha cama agarrado com o meu travesseiro dormindo. Fiquei olhando aquela cena, até me tocar do real sentindo. Desci e procurei minha mãe.
— Mãe não me diga que o garoto que tá na minha cama é o moleque? — disse já indignado com aquela situação.
— Sim filho é ele, o nome dele é Louis e você sabe disso, já arrumei a cama dele, pode deitar nela se quiser até que ele acorde. — nunca que eu ia sair da minha cama pra outro ficar.
— Mãe eu não quero ele na minha cama porra. — corri o risco de levar uma porrada na cara, mas minha mãe não ligou e deu de ombros.
— Então carregue ele com cuidado pra cama dele. — não podia acreditar que estava ouvindo isso.
— OQUE? você acha mesmo que vou carregar o fedelho? — só podia ser uma piada, e eu realmente ia ter que fazer isso.
Bufei e subi para o quarto ao perceber que minha mãe não deu atenção para mim, parei em frente à cama e fiquei observando ele dormir e logo me abaixei passando os braços pela cintura depois pelas costas, e o coloquei na outra cama, na verdade joguei ele de qualquer jeito lá. Parece que vou ter que aturar muitas coisas.