Thomas Queen narrando
Me despeço dos companheiros de reunião rapidamente para ir até a Cherry, aquela mulher
Ela não faz nada do que eu mando, não me escuta e ainda sempre faz o mesmo discurso de que não posso isso nem aquilo
Minha vontade era de jogá-la sobre meus ombros e levá-la para onde eu quisesse, aí eu queria ver ela falar alguma coisa
Mulher difícil, ela só testa a minha paciência, não vejo a hora de calar sua boca com um beijo, vou me sentir extremamente vitorioso
Estou muito irritado e frustrado por não ter dado certo ainda, tudo que eu tento ela impede, preciso de novas estratégias
Chego no hall do meu andar no instante em que ela se levanta pegando suas coisas:
_ onde vai? _ pergunto e ela nem se quer me olha
_ almoçar senhor Thomas
_ já disse para não me chamar assim_ falo me aproximando e vejo um traço de sorriso em seu rosto
_ sim, senhor Queen_ ela diz e disfarço a diversão que sinto
Percebo o Josué e Thiago chegarem perto de nós e sigo minha Cherry até o elevador, chamo o privativo antes dela e bloqueio sua passagem para pedir um diferente:
_ senhor, pode me dar licença?
_ não, vamos almoçar juntos, preciso tratar de algumas coisas com você, sobre seu emprego
_ embora eu também ache que precisamos conversar sobre, eu quero muito almoçar em paz
_ eu não vou tirar sua paz_ falo e ela revira os olhos em minha frente_ mas nós vamos almoçar juntos e pronto, em paz com uma conversa amigável
_ eu duvido disso
_ vamos_ falo assim que o elevador abre e ela entra primeiro
Ficamos em silêncio todo o tempo até a garagem, abro a porta do carro para ela que faz cara feia mas entra
Sorrio sentando ao seu lado, coloco o endereço que quero e os seguranças seguem em silêncio
Aproveito seu aroma por um certo tempo apenas apreciando sua presença por perto, acho que seu cheiro tem algum feromônio de acalento:
_ podemos já conversar?_ ela pergunta e observo com cuidado sua expressão
_ com pressa?
_você não sabe o quanto, esperei anos para poder pedir a demissão que eu tanto almejava, para agora ter que passar por isso no meu tempo final na empresa
_não sabia que é tão torturante assim trabalhar para mim_ falo agora irritado pela sua resposta
_ você nunca sofreu a desvalorização do seu trabalho senhor, todos sempre te olharam nos olhos e apertaram sua mão com firmeza, nunca foi sexualizado pelas suas roupas, julgado pelo seu sexo, e eu sei exatamente o que é passar por cada uma dessas coisas, eu vivi a experiência completa em sua empresa, o bastante para uma carreira inteira_ ela diz claramente sem saber de como foi meu começo difícil
_ se eu te oferecer uma mudança nisso, você aceitaria, finalmente, ficar?
_ não se cola uma porcelana quebrada, se compra outra_ ela diz e vira seu rosto para a janela observando a rua
Em silêncio o restante da viagem, chegamos ao nosso destino, não espero sua paciência mas para minha surpresa ela aceita que o chofer do local abra sua porta e apoie sua mão
Fecho ainda mais minha feição demonstrando minha insatisfação e tento me decidir, entre agarrar sua cintura e entrarmos ou eliminar esse ser humano de perto da minha cereja:
_vamos_ falo grosseiramente e ela suspira cansada para mim mas caminha ao meu lado_ você ainda me pertence
_ prefiro não responder_ o maître nos recebe e opto por falar pouco e desejar um local reservado, com poucas interrupções de funcionários
Puxo a cadeira para ruiva que tira minha paciência e em silêncio tento analisar a situação, o que eu devo fazer, a muito tempo que não tenho que me preocupar com o que os outros pensam, todos me adoram ou adoram minhas posses e os lucros que obtenho
Ela está errada em sua afirmação anterior, eu já tive que ser muito humilhado até assumir meu lugar e exercer o respeito que tenho, foi um caminho árduo, com tão pouca idade e experiência fiz o que famílias do ramo demoraram gerações para obter
Mas admito que a parte sobre a sua objetificação me irrita profundamente, isso não deve ser admitido, nenhuma funcionária deve passar por isso, minha empresa deve ser um local seguro para elas, preciso rever isso
Pego meu celular entrando com minha equipe de gestão e abordando o tema, quero ideias e soluções imediatas para isso
Percebo que a Cherry pede o seu almoço e me olha esperando que eu faça o mesmo, não tinha percebido o garçom:
_ o mesmo que ela
_sim senhor
Espero que ele se retire e observo a bela dama a minha frente, ela me olha séria e percebo certo incomodo nela:
_ pode falar Cherry
_ falar o que?
_tudo, absolutamente tudo o que você precisa e sente necessidade, quero resolver tudo
_eu não vou continuar na sua empresa senhor Thomas
_no momento eu só quero que fale, agora_ tento mas um pouco da minha dominação escapa
Ela parece perdida por onde começar e para seu alívio as bebidas chegam junto a entrada, ela se serve com um pouco do suco e percebe que não me movo para a salada a nossa frente, dando toda minha atenção para ela:
_ eu me senti humilhada, invisível, durante muito tempo trabalhando para o senhor, você não tem ideia de como é ser apenas um numero na vida de alguém, um alguém que por mais que seja seu superior e muito ocupado, ainda deveria ser humano e olhar ao seu redor, ver que são pessoas que trabalham para ele, não máquinas
_ eu preciso de eficiência, por isso pago bem, eu só consegui o que tenho hoje por essa seriedade nos negócios e na minha empresa_ devolvo a minha verdade e ela deixa seus ombros caírem
_nunca reclamei do salário, mas eu realmente não me encaixo no perfil da empresa então, eu valorizo o valor humano tanto quanto o empresarial senhor Queen, temos isso de diferença
_ você não acha que se a empresa começar com esse, 'sentimentalismo', a seriedade e desempenho começará a diminuir?
_sinceramente? Eu não sei, falo apenas por mim
_me desculpe, por ter te tratado como um numero, quando você é muito mais_ falo sinceramente e estranho a sensação que essas palavras trazem, acho que nunca as disse antes, nem durante a infância sempre fui focado e muito orgulhoso para dizer tal coisa
Continuando a olhando esperando que fale alto mais me surpreendo, ela me olha desacreditada por um tempo e percebo uma lágrima cair de seus lindos olhos
Seus lábios tremem levemente e um suspiro escapa entre eles, ela se recosta a cadeira como se tivesse levado um baque, suas bochechas e seu nariz ficam pouco rosa e ela em instantes cai em lágrimas
Observo atônico sem saber como reagir, alcanço sua mão sob a mesa e percebo como é pequena, seus dedos finos e delicados, com unhas perfeitas, ela é tão delicada:
_eu peço de verdade Cherry, me arrependo de não a ter visto antes_ ela assente com a cabeça e coloco uma mão sobre a boca desviando seu olhar de mim, seu corpo treme levemente e fico ainda mais surpresa pelas suas reações tão honestas
Eu não vejo alguém tão sincero assim a muito tempo, ela parece tão pequena e frágil agora, tenho vontade de pega-la e por em meu colo, abraçar até que se sinta segura e leve contra meu corpo
Não tinha ideia que apenas um simples pedido de desculpas desencadearia tantas coisa:
_desculpa pela reação senhor Queen_ ela diz e recolhe sua mão limpando suas lágrimas_ eu não esperava isso, nunca mesmo, ser reconhecida foi algo que eu esperei muito, foi importante para mim esse pedido de desculpas, obrigada_ ela bebe um pouco de suco mas não me olha nos olhos_ com licença
A vejo sair e ir até o toalete feminino me deixando preocupado
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Eitaaa, muitos acontecimentos em um só capítulos, o que acharam?
Como será que a Cherry está depois dessa conversa ?
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