𝗪𝗢𝗡𝗗𝗘𝗥𝗟𝗔𝗡𝗗, acotar;...

By dayligzt

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*ೃ༄ WONDERLAND A irmã de Rhysand estava viva. Viva, e em perigo. Havia um feiticeiro caçando-a, querendo usá... More

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ೃ༄ 𝗣𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼 ೃ༄
𝟎𝟏 -𝗪𝗲𝗹𝗰𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗡𝗲𝘄 𝗬𝗼𝗿𝗸, 𝗶𝘁'𝘀 𝗯𝗲𝗲𝗻 𝘄𝗮𝗶𝘁𝗶𝗻' 𝗳𝗼𝗿 𝘆𝗼𝘂!

𝟬𝟮 -𝗬𝗼𝘂 𝗡𝗲𝗲𝗱 𝘁𝗼 𝗖𝗮𝗹𝗺 𝗗𝗼𝘄𝗻!

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By dayligzt

Aquele lugar era horrível. Ainda fedia. Ainda tinha pessoas grosseiras que vestiam roupas esquisitas, até mesmo para os padrões da Corte Noturna, que era muito mais liberal que as demais, onde a maioria dos feéricos se sentia a vontade para usar trajes leves e que não cobrissem o corpo por completo.

A única coisa em comum com o lugar de onde Azriel viera fora que todos andavam armados, só que ao invés de espadas e adagas, usavam os celulares.

Ele ainda precisava voltar para aquele prédio e encontrar o tal Sr. Hood. Talvez ele conhecesse Artemis.

Se suas sombras estivessem ali, já teriam encontrado o homem. Talvez já estivesse até mesmo com Artemis.

Azriel sentia falta das sombras, talvez ainda mais do que sentia das asas.

Sua bagagem havia desaparecido e ele só tinha a Reveladora da Verdade consigo e aquele papel que Cahir o dera. O terceiro andar e número 303 ele havia encontrado, mas Sylvie? Quem diabos era Sylvie?

Talvez Sylvie conhecesse Artemis, talvez soubesse onde encontrá-la.

Ele passou o dia inteiro reconhecendo a área. Descobriu que se chamava Queens. Mas além das carruagens amarelas com barulho alto e pessoas falando ao celular, não viu nada que pudesse ajudá-lo em sua busca por Artemis.

As pessoas ali não pareciam ter costume de caçar o alimento, a comida era sempre servida em caixotes metálicos com buracos cheios de óleo. Eles conseguiam transformar qualquer coisa em comida gordurosa.

Qualquer coisa mesmo.

Ele conseguiu pegar algumas frutas e verduras de um mercado -vieram embaladas em saquinhos de plástico-. Nada parecia fresco ali. O gosto completamente diferente do alimento feérico era, além de tudo, artificial.

Quando escureceu, Azriel estava de volta no lugar em que tinha passado a primeira noite. Ele se deitou, a mão posicionada próxima da Reveladora da Verdade escondida nas fendas do couro illyriano.

— Escuta, eu tinha pedido uma salada para a Sra. Hill. Uma salada. Então, imagine a minha surpresa quando ela quis jogar um hambúrguer com fritas na minha cara! Eu podia ter sido demitida, cara! — a voz chegou aos ouvidos de Azriel, fazendo-0 erguer o rosto para observar a jovem que tinha conhecido na noite passada. Ela também o viu, e deu um pulinho para trás, tirando o celular do ouvido por um instante.

Azriel se levantou do banco de ferro horroroso, já preparado para desarma-lá caso o celular fosse apontado para ele.

— Por favor, por favor, por favor, preste atenção antes de mandar o pedido dela para não acabar confundindo de novo. Meu trabalho e minha vida dependem disso. Tchau— a jovem diz antes de clicar no celular e o apertar mais em sua mão, dando outro passo para trás.

Ela usava roupas esquisitas. Uma calça azul de tecido estranho e uma camisa de mangas compridas fina e cor-de-rosa, além de um sobretudo branco que descia até seus joelhos e um gorro da mesma cor. E sapatos com cadarço, como se fossem botas, mas bem menores e sem salto.

— Você passou a noite nesse banco? — A mulher perguntou indicando as grades cinzentas de ferro em que Azriel estava. O cabelo castanho claro cheio de cachos grandes, sendo um pouco amassado pelo gorro branco e felpudo.

— O tal abrigo comunitário estava lotado — Azriel respondeu, dando de ombros. Não era tão ruim assim, dormir no banco. Ele já tinha passado por situações piores em suas missões em Prythian.

— E você não pode... voltar para a sua casa? — ela perguntou, ajeitando as alças da mochila enorme e branca em suas costas.

— Eu moro longe — ele repetiu o mesmo que na noite passada.

— E por que não volta para sua casa?

— Preciso encontrar a minha amiga. Ela precisa de ajuda — Azriel explicou.

A jovem respirou fundo, analisando Azriel. Ela reprimiu os lábios em uma linha tensa antes de dar as costas para ele e seguir em frente, e então, parou no lugar, e olhou Azriel por trás do ombro. Ela deu indícios de que voltaria até onde ele estava, mas seguiu em frente.

Depois de mais alguns passos, a mulher parou de andar de novo, bufou e se virou de frente para Azriel. Ele franziu levemente o cenho, observando-a.

— Sua amiga morava no meu prédio?

— Aparentemente, sim.

Ela mediu o traje de couro illyriano de Azriel, depois prestou atenção no semblante cansado do illyriano. A jovem bufou mais uma vez, respirando fundo antes de fechar os olhos.

— Como você se chama? — perguntou ela.

— Azriel — o macho respondeu, arqueando muito discretamente uma das sobrancelhas. Mas sua voz saiu baixa demais, e a mulher franziu o cenho.

— Ariel? Como a Pequena Sereia?

— Existem ninfas aqui?

— Nin.. o quê? — a mulher franziu ainda mais o cenho, seu rosto formando uma careta de confusão.

— Me chamo Azriel. Azriel, não Ariel — ele achou melhor responder a primeira pergunta.

Ela o encarou com os olhos semicerrados agora. Olhos cor de mel.

— Você está pensando se eu sou ou não louco — Azriel falou.

— Não. Estou pensando se você é ou não um assassino louco — a jovem corrigiu.

— Não quero ferir ninguém — ele garantiu. — Só quero...

— Achar sua amiga, eu sei — a jovem interrompeu, e depois ficou em silêncio por um momento, até dizer: — eu sou Maggie.

— Maggie?

— Sim, Maggie.

— Seu nome é Maggie? — Azriel arqueou um pouco mais as sobrancelhas.

— Meu nome é Margareth, mas todos me chamam de Maggie... Qual o problema com "Maggie"?! — ela franziu o cenho.

— É um nome bem singular, nunca conheci uma Maggie.

— Olha só quem está falando, seu nome é Azriel! — ela rebateu rapidamente.

— Não é um nome incomum no lugar de onde eu venho — respondeu ele, dando de ombros.

— Do lugar longe — Maggie resmungou, com desconfiança.

Ela não disse mais nada, apenas o observou. Se virou e começou a caminhar. Azriel a viu olhá-lo por trás do ombro com as sobrancelhas arqueadas antes de dizer: — venha logo!

Azriel continuou parado, sem entender. Mas ela começou a gesticular com impaciência para que ele se aproximasse. Ele não o fez.

A mulher tinha o ameaçado com o celular na noite passada, e agora estava o chamando? Para quê?

— Você prefere ficar aí no banco? — quis saber ela, com uma das sobrancelhas arqueadas.

Definitivamente, não. As costas doíam como se tivesse dormido em uma cama de pregos. Talvez pregos fossem mais confortáveis.

Azriel se levantou, caminhando lentamente até a mulher, e ela arqueou as sobrancelhas, colocando uma das mãos na cintura antes de indicar o celular com a outra.

— Se tentar me assassinar, vou usar o celular e explodir os seus miolos.

— Não quero assassinar ninguém.

Ela umedeceu os lábios e deixou a língua presa entre eles, fazendo uma feição pensativa até bufar e assentir, seguindo pela rua e resmungando algo sobre precisar parar de fazer essas caridades.

Os dois seguiram por algumas ruas escuras até que estivessem de volta a frente do prédio em que se conheceram. Maggie entrou primeiro, seguindo até a enorme caixa de ferro em que jogou Azriel na noite passada.

— Não vai entrar no elevador? — ela perguntou, indicando a caixa grande e prateada com um espelho por dentro.

Azriel entrou, cauteloso, observou a jovem apertar um dos botões e a porta se fechar. Ele sente um solavanco antes do elevador começar a subir.

Maggie olhava-o de soslaio com estranheza enquanto Azriel erguia o rosto para observar a estrutura em que eles estavam dentro.

A porta se abriu, e Maggie continuou parada, esperando que Azriel saísse, mas ele indicou a saída para ela, murmurando um: — damas primeiro.

Margareth passou, rolando os olhos para cima antes de pegar uma chave do bolso do sobretudo e destrancar a porta com certa dificuldade. Ela entra no apartamento e espera que Azriel faça o mesmo.

— Você pode passar a noite no sofá — ela falou, indicando o sofá da pequena, mas aconchegante, sala de estar. — Acho que consigo umas roupas para você tomar banho. Fique aqui.

Azriel a olhou enquanto a mulher cumprimentava o cachorro com um carinho na cabeça e seguia pelo corredor.

Ele perambulou pela sala, se atentando à decoração. Haviam bonequinhos espalhados pela mesa que ficava a baixo de um artefato grande e preto, como uma tela gigante. A mesinha de centro estava uma bagunça, com uma caixa branca grande e alguns papéis espalhados.

Margareth, ou Maggie, não parecia uma pessoa muito organizada.

Ela reapareceu no cômodo -sem o sobretudo e o gorro felpudo- segurando uma muda de roupas e uma toalha, e indicou que Azriel se aproximasse. O guiou pelo pequeno corredor de paredes de um amarelo claro e indicou a primeira porta.

— O registro esquerdo é da água quente — ela explicou, apontando para uma das manivelas que estavam presas a parede no fim do banheiro.

Azriel franziu o cenho para o pequeno cômodo, olhando para a pia branca cheia de produtos, um espelho acima dela e alguns armários, mas faltava alguma coisa.

— Onde está a banheira? — Azriel quis saber, olhando Maggie por trás do ombro.

— Não tem banheira — ela respondeu com o cenho franzido.

— Você toma banho com bacia, então? — ele perguntou, vendo-a negar com a cabeça. — Panos molhados?

— Que nojo — ela fez uma careta antes de passar por ele e apontar para uma estrutura redonda acima de sua cabeça, ao fim do banheiro, cheia de minúsculos buracos. — Tenho um chuveiro.

Maggie olhava para Azriel como se ele fosse burro. A mulher se afastou do tal chuveiro antes de girar um dos registros abaixo dele. Água começou a escapar por aqueles buraquinhos.

— Você fica debaixo disso para se molhar — ela explicou bem devagar, como se estivesse falando com uma criança, e depois se aproximou de uma gaveta do móvel abaixo da pia, pegando um produto fechado. — Sabonete líquido. Para você se ensaboar e ficar limpo e cheiroso. Tem cheirinho de cookie, é bem gostoso. Mas não pode comer, 'tá?

— Certo — Azriel assentiu, vendo-a se abaixar um pouco mais para também pegar uma escova de dentes embalada e entregar ao illyriano.

Ele desembalou a escova de dentes rosa enquanto Maggie deixava as roupas por cima da pia junto com a toalha.

— Se precisar de alguma coisa, estou na sala — ela avisou, dando um sorriso preocupado para Azriel, que ainda observava o chuveiro de soslaio.

Maggie fechou a porta, deixando-o sozinho no banheiro e disse "vamos comer, Nate? Comprei sua ração, aquela que você gosta!"

O chuveiro ficava um pouco abaixo da altura do pescoço de Azriel, mas para Maggie parecia ter um bom tamanho, sendo ela muito menor. Talvez fosse só um pouco mais alta que Amren.

O illyriano se banhou, usando o sabonete com cheiro adocicado -até demais para o gosto dele-, depois enrolou a toalha em volta do quadril e se aproximou da pia para escovar os dentes.

Ele se virou um pouco, ficando de costas para o espelho e notou grandes marcas em sua pele, riscos que pareciam cicatrizes, onde suas asas deviam estar, saindo da pele.

Precisava encontrar Artemis e voltar para casa o quanto antes.

As roupas ficaram um pouco apertadas nele, as mangas curtas justas demais em seus bíceps, mas era o melhor que ele podia ter. A parte debaixo terminava um pouco acima do joelho e era vinho.

Saindo do banheiro e voltando para a sala de estar, Azriel notou que havia algumas roupas de cama no sofá e a mesinha de centro agora estava limpa. O cachorro estava deitado em cima do sofá com um brinquedinho azul na boca, os grandes olhos redondos e castanhos estavam focados no illyriano.

— Que tal você pedir a pizza enquanto eu tomo banho... — Maggie sugeriu ao aparecer no corredor, segurando roupas nos braços.

— Pizza? — Azriel arqueou muito levemente as sobrancelhas enquanto se sentava no sofá, o cachorro se esgueirando pelo estofado para apoiar a cabeça peluda na perna dele.

— Esquece, deixa que eu peço — ela soltou um suspiro antes de se aproximar e observar a postura rígida do Encantador de Sombras. — Quer... assistir televisão enquanto me espera?

— Estou bem, obrigado — Azriel preferiu simplesmente negar ao invés de perguntar o que diabos era uma televisão.

Maggie assentiu com a cabeça e se virou para deixar o cômodo, mas observou Azriel por trás do ombro mais uma vez, incomodada.

— Algo errado? — ele quis saber.

— Você sempre fica tão... quieto e parado assim? Parece que eu tenho uma estátua no meu sofá — Maggie falou, os olhos claros analisando-o com estranhamento.

— Estou bem assim.

— 'Tá... — ela se aproximou da mesinha de centro e pegou um objeto comprido e preto, repleto de pequenos botões brancos e clicou em um deles.

Azriel levou a mão para a Reveladora da Verdade presa escondida nas vestes quando aquela caixa preta se iluminou, barulhos saindo próximos dela e imagens surgindo.

— Por que não assiste The Kardashians até eu voltar? — ela perguntou de maneira sugestiva antes de deixar o objeto na mesinha novamente e seguir para o banheiro, fechando a porta.

Haviam pessoais dentro da caixa. Falando e conversando. E comendo tigelas de salada.

O cachorro de Maggie subiu no colo de Azriel e ficou deitado ali, virado para a tal televisão, como se estivesse assistindo ás mulheres que gritavam umas com as outras.

Televisão era tipo um... espelho mágico? Azriel preferia não arriscar falar e atrair a atenção das mulheres raivosas dentro da televisão.

Depois de alguns minutos, Maggie saiu do banheiro. A jovem vestia uma camisa grande com duas pessoas estampadas e uma frase abaixo delas. A parte de baixo que cobria suas pernas era um pouco mais curta que as que ele usava, e rosa. E ela também usava meias caneladas azuis com gatos bordados.

— Quem são esses? — Azriel se viu perguntando, indicando a camisa branca de Maggie.

Ela olhou para si mesma, segurando as pontas da camisa nas mãos antes de responder: — Kanye West e Taylor Swift. Essa frase "adoro ser seu amigo" é uma brincadeira.

De repente, um ruído foi ouvido vindo da porta, e Azriel franziu o cenho. Maggie ergueu as mãos na direção dele, como se já esperasse por aquela reação do macho.

— É só a campainha, 'tá? — explicou ela calmamente, seguindo em direção a porta.

A jovem abriu um pouco a porta, sua postura ficando cansada assim que identificou quem estava do lado de fora.

— Mike! — ela forçou entusiasmo. — Que surpresa. Sabe, é realmente uma surpresa, já que você não avisou que viria.

— A intenção era te surpreender, mesmo — a voz masculina atrás da porta soou travessa. — Tenho uma coisa para você. Duas, na verdade...

— Olha, não é uma boa hora — Maggie explicou, ainda falando com o homem só pela fresta da porta.

— Uma das surpresas é pizza — ele disse. — Vou ser rápido, eu prometo.

Maggie soltou um suspiro vencido antes de abrir a porta e permitir a passagem.

O cabelo de Mike é estranho.

Loiro e espetado para todos os lados, como se tivesse sido bagunçado repetidamente para ter aquele efeito. Ele era magro e alto, usando uma camisa preta e as partes de baixo eram iguais as de Azriel, que terminavam na altura dos joelhos, mas em preto.

Mike foi se aproximar da mesinha de centro para colocar a caixa em suas mãos e franziu o cenho ao reparar em Azriel no sofá. O cachorro continuou deitado no colo do illyriano, assistindo The Kardashians como se o loiro não estivesse ali.

— Quem é esse? — Mike desceu os olhos por Azriel, seu cenho ficando ainda mais fundo ao perguntar: — por que ele está usando minhas roupas?

— Esse é Azriel, um amigo que estava precisando de um lugar para ficar, porque veio de longe — Maggie explicou com um pequeno sorriso, tirando a caixa das mãos de Mike e respirando fundo, parecendo satisfeita com o cheiro. — É pepperoni?

— De onde ele é?

— De longe — Maggie repetiu.

— Longe... mas...

— Vamos conversar lá dentro — Maggie deixou a caixa por cima da mesinha de centro e olhou para Azriel por um momento. — Fica assistindo The Kardashians com o Nate, eu já volto.

Então, ela puxou o homem pela mão e seguiu para o fim do corredor, entrando em um cômodo e fechando a porta.

Mas, mesmo de onde estava sentado, acariciando a cabeça peluda de Nate, Azriel foi capaz de ouvir a conversa.

— E então? — Maggie perguntou, apoiando as mãos na cintura e abrindo um sorriso cansado. — O que está fazendo aqui?

— Vim te entregar... isso! — ele disse animado, tirando dois papéis do bolso e mostrando para Maggie. — Nossas passagens para a Califórnia! Uma semana inteira lá!

Michael tinha dinheiro, ou a família dele tinha, no caso. Ele sempre tinha tempo livre, ao contrário de Maggie, já que não tinha emprego e investia toda a grana que os pais davam.

— Isso é muito legal da sua parte, Mike, mesmo! Mas eu não posso simplesmente faltar uma semana inteira de trabalho, e tenho uma festa infantil no sábado, então...

— É só inventar que está doente — ele dispensou a fala dela com um gesto de mão, os olhos verdes mostrando diversão. — Vai ser divertido, Maggie!

— Eu não posso...

— Iremos para a Disney.

— Disney? — Maggie abriu um sorriso grande.

— Sim! Tem aquela parte enorme cheia de atrações de Star Wars... — Mike falou com empolgação, Maggie soltou um muxoxo. Ele trocou o argumento: — tem aquela roda gigante com a cabeça do Mickey...

— A carinha do Mickey está tão fofinha nessa roda gigante — Maggie respirou fundo, triste. — Mas eu não posso, Mike. Além do mais, onde ficaríamos? Eu não tenho grana para bancar hospedagem por uma semana inteira e...

— Essa é a melhor parte: temos onde ficar de graça!

Maggie arqueou as sobrancelhas.

— De graça?

— Sim, depois falamos sobre isso. Agora, faça as malas e vamos! O cara no sofá pode cuidar de Nate por uma semana, não pode?

— Mike, onde você disse que seus pais moram mesmo? — Maggie perguntou com desconfiança. Michael coçou a garganta.

— E isso vem ao caso? Vamos, Maggie!

— São de Long Beach! Não acredito que está tentando me atrair para conhecer seus pais com a Disney! Isso é jogo sujo! — Maggie esbravejou. 

— É aniversário da minha mãe, e ela quer te conhecer, 'tá legal? Só um jantar na casa dos meus pais, e teremos o resto da viagem para fazer o que você quiser — Mike disse com calma, como se estivesse tentando amansar uma fera selvagem.

— Chega, não, não, não, não! — Maggie se virou de costas para ele e seguiu até o armário.

— O que está fazendo? — Michael franziu o cenho.

— Pegando suas coisas para te devolver — disse ela, pegando algumas roupas e colocando por cima da cama. — Eu sempre te falei que não quero ter um relacionamento, Michael, e essa é a terceira vez que você me engana para tentar me levar para conhecer os seus pais!

— Pode me culpar?

— É claro que eu posso! Tentou me enganar com a Disney! — Maggie pegou uma bolsa de papel debaixo da cama e colocou as roupas de Michael dentro dela.

— 'Tá legal, eu sinto muito, não vou fazer isso de novo — ele se aproximou de Maggie, os olhos verdes iguais aos de um cachorrinho pidão quando apoiou as mãos na cintura dela.

— Não, já chega — ela se soltou, abrindo a porta do quarto, mas Mike se coloca na frente, impedindo sua passagem.

— O que tem de errado em namorarmos, Maggie? Eu durmo aqui praticamente todo fim de semana, nós saímos juntos, nos divertimos, e eu sei que você gosta de mim!

— Também gosto de hambúrguer, Mike, e nem por isso namoro com um! — Maggie rebateu, se esgueirando pelo lado para poder sair do quarto.

— Quer saber? Que se foda! — Michael respondeu, pegando a sacola com suas roupas das mãos de Maggie e seguindo em passos largos em direção a porta.

Margareth suspirou pesado, enquanto ele abria a porta, e tentou dar um sorriso pequeno antes de chamá-lo.

— Mike, espera...

Mike se virou, os olhos esperançosos.

— Você quer a pizza de volta? — ela perguntou, indicando a pizza na mesinha de centro.

Michael saiu do apartamento e fechou a porta com um estrondo.

Quando ela se virou para o sofá, encontrou Azriel acariciando os pelos de Nate, com os olhos focados na porta que havia sido batida por Mike.

— Seu companheiro? — quis saber ele, se focando em Maggie agora.

— Eu não diria "companheiro"... Bem, acho que ninguém com menos de setenta anos usaria esse termo — ela seguiu para a pequena cozinha para buscar guardanapos. Quando voltou, sentou ao lado de Azriel no sofá. — Nós dois só estávamos ficando.

Azriel a observou abrir a caixa da pizza e tirar uma fatia com o guardanapo. Ela entregou a fatia para ele, que pareceu curioso, mas continuou em silêncio.

— Quero dizer, ele estava exagerando. Não era como se a gente tivesse alguma coisa séria! Só porque nos conhecemos há semanas ou... meses... — Maggie pegou uma fatia para si e jogou as costas contra o sofá, sentindo o olhar de Azriel a queimar de soslaio. — Tudo bem, um ano e uns cinco meses, mas tempo é uma coisa tão relativa!

Maggie mordeu sua fatia de pizza de pepperoni, ainda quentinha e fechou os olhos, apreciando o queijo e o molho de tomate.

— Você é vegetariano? — ela perguntou, vendo-o olhar com estranheza para a pizza.

— O que é isso?

— Pizza de pepperoni — Maggie respondeu. — Nunca comeu pizza? Todo mundo já comeu pizza alguma vez na vida.

— Não tem isso no lugar de onde eu vim.

— Experimente.

Ele torceu o nariz para a pizza.

— Estou sem fome.

— Mentira, seu estômago está roncando. Por que não quer comer? É a melhor coisa do mundo!

— Está pingando de gordura.

— Meu Deus, dê pelo menos uma mordida! — Maggie brigou. — Até Nate gosta! E ele tem uma dieta muito balanceada.

Azriel respirou fundo, preparando-se antes de morder. Ele mastigou calmamente. Fez uma careta.

— Só pode estar brincando comigo — Maggie o olhou com puro choque.

— O lugar de onde eu vim tem... — ele fez uma pausa, pensando e se forçando a engolir a comida em sua boca — algumas iguarias que deixam o alimento com o sabor muito melhor, e isso acaba fazendo com que a comida mundana pareça ruim.

Comida mundana? — Maggie franziu o cenho com desdém.

Azriel observava a feição de Maggie com olhos minuciosos, mas um semblante indecifrável. Ele não era muito de falar. Ou de se mexer.

Mas ele parecia querer acabar com a discussão, porque deu outra mordida na pizza e não fez careta.

— E então? — ela perguntou com expectativa.

— Vou acabar me acostumando com o sabor.

— Você é uma causa perdida — Maggie resmungou ao se levantar do sofá —, vou pegar refrigerante. Você quer?

Azriel a olhou. Piscou.

— Você não sabe o que é refrigerante.

— Imagino que você vá me fazer experimentar de qualquer jeito.

— Fofinho simpático — Maggie deu um sorrisinho fingido antes de seguir para a cozinha.

Ela não devia ter um estranho em sua casa. Azriel não tinha uma faca? Onde estava a faca?

Meu Deus, ele iria matá-la.

Ele ainda tinha medo de celulares, Maggie tinha essa vantagem. E Nate Archibald parecia gostar dele.

Devia ligar para a polícia e falar que o possível sequestrador/ninja/assassino estava com ela. Podiam levá-lo embora.

Devia, pelo menos, avisar Amy, para se Azriel a matasse, sua amiga fosse até lá salvar o cachorro.

Mas quando Maggie voltou para a sala de estar com duas latinhas de Coca-Cola e viu o homem bonitão assistindo á Kendall Jenner falar mal da família, ainda fazendo carinho em Nate...

Por algum motivo, sentiu que não precisava ter medo de Azriel.

·˚ ༘ Mais um capítulo postado! E aí, o que acharam?

·˚ ༘ Em breve vocês vão saber um pouquinho mais sobre a Maggie, e o motivo pelo qual ela não gosta de relacionamentos. Ainda tem muito sobre ela que vai ser contado, e espero que vocês gostem!

·˚ ༘ Azriel conhecendo o nosso mundo é tudo para mim, o pobre não sabe nem como se chama uma bermuda kkkkkkkk, imagina se visse nossos looks brasileiros de shortinho beira cu e cropped.

·˚ ༘ Por hoje, é isso! Mas nos vemos logo! <3

——— F.  21 de outubro de 2023.

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