Apenas Minha

By EmyllySanttos3

1.5K 183 55

O que você faria se começasse a ter sonhos dias antes do seu aniversário, com um homem que nunca viu na vida... More

/✿/Epígrafe/✿/
/✿/personagens/✿/
/✿/Prólogo/✿/
/✿/Capítulo 01/✿/
/✿/Capítulo 02/✿/
/✿/Capítulo 03/✿/
/✿/Capítulo 04/✿/
/✿/Capítulo 05/✿/
/✿/Capítulo 06/✿/
/✿/Capítulo 07/✿/
/✿/Capítulo 09/✿/

/✿/Capítulo 08/✿/

81 16 7
By EmyllySanttos3

Parada no jardim pude ver dois cavalos se aproximando, e chegando mais perto pude ver que eram duas pessoas caminhando em minha direção.

- Eles não podem nos ver. Não se preocupe.
Jenny disse. Eu nem percebi quando ela chegou.

- Como? - Perguntei assim que os dois estavam alguns metros de distância.

- Não importa quem esteja dentro da barreira, os olhos de fora não podem ver.
Dois cavalos passaram por mim como se eu não estivesse aqui e atravessaram as paredes do castelo como fantasmas.

- Como isso é possível? - Arregalei os olhos surpresa.

- A magia é capaz de muitas coisas.
- Mas se não conseguimos ver nada, então por que saiu da barreira mais cedo?

- Eu as vi quando voltei da minha caminhada. Não conseguiria entrar com as duas alí.
- Não faz sentido, mas tudo bem - eu ri.

- Os cavalos estão prontos e Minerva está na cozinha arrumando uma bolsa com comida.
- Não sei como agradecer por tudo - digo com sinceridade.

- Você não precisa me agradecer, só quero que você o traga de volta - diz em súplica.
- Eu o trarei - Prometi.

- Peguei algumas coisas que poderíamos precisar - disse Minerva, saindo e vindo em minha direção.

- Estarei aqui cuidando do castelo à espera dos três - disse com um sorriso.
- Voltaremos - eu prometo. - Vamos?

O sol ainda não tinha se posto, mas se quiséssemos chegar rapidamente ao nosso destino e sem preocupações, o melhor seria partir antes de escurecer. Eu não sabia quantos soldados estavam me procurando e a que distância eles estavam, então não consegui relaxar. Ambos os cavalos estavam selados, um com pêlo preto e outro com pêlo castanho claro. Escolhi a primeira opção, adorei a cor, sou apaixonada por cores escuras e foi isso que mais me chamou a atenção.

- Em que direção? - Pergunta já montada.

Toco o colar fechando os olhos à procura do laço, achando-o escondido e com sua luz agora mais forte. Sigo na direção indicada e o cavalo começa a correr entrando na floresta por uma pequena trilha.

Quando a noite está prestes a cair decido parar um pouco perto de um riacho. É claro que eu não estou cansada - dolorida com certeza - mas não poderia pensar o mesmo sobre um animal suportando meu peso por duas horas. Desmontei quando outro cavalo parou ao meu lado.

- Tudo bem? - Pergunta já no chão.
- Vamos deixar os cavalos descansarem um pouco, à noite não poderemos fazer isso. - digo o alisando.

Pego um pouco de água em minhas mãos e lavo meu rosto para tirar todo o suor. A água é corrente e penso duas vezes mas levo um pouco a boca. Se for para morrer não tem nada que eu possa fazer.

- Gostaria de algo para comer? - Ela perguntou, tirando a bolsa das costas.

Tirei uma maçã da bolsa e entreguei o cavalo ao meu lado. Procurei algo para comer e encontrei um bolinho com gosto um pouco salgado e com um toque de baunilha. Como olhando para a passagem - que nada mais é que árvores e mais árvores -, o céu está sem nuvens e o vento parado, o que torna tudo mais quente, por um lado é bom.

- Você ainda não percebeu para onde estamos indo - a olhei sem entender, esperando ela terminar - Para as muralhas Aylla, , estamos indo em direção ao reino dos humanos.

Olhei para o céu e percebi que a senhora Minerva estava certa, estávamos indo para o sul em direção à muralha mais alta do mundo.Tudo isso para se protegerem de nós, mal sabem eles, se os vampiros quisesse invadir isso já teria acontecido a muito tempo.

- Não percebi - estou falando a verdade.

- Será que aquela garota sabia? - Pensei na sua pergunta por um momento.

- Acho que não - digo inserta. Não tenho certeza, e principalmente eu não a conheço.

- Não sabemos quem ela é, talvez quando encontrarmos Atlas possamos resolver esse grande mistério.

Grunhi "sim" e me levantei, passando as mãos pela saia para remover a sujeira. Depois de descansar por um tempo, subimos no cavalo indo em direção às muralhas. Estou com medo por não saber o que irá acontecer
Fechei os olhos por um segundo só para curtir os sons da noite, minha audição estava mais aguçada e agora conseguia ouvir os sons de alguns animais ao longe, coelhos, corujas e até raposas.

Três dias de viagem e sem chegar a lugar algum. Meu corpo dói, foram horas em cima de um cavalo que mal consigo sentir minhas pernas. Paramos várias vezes para descansar, mas não adiantou muito, continuamos cansadas, tudo o que eu queria agora era uma cama e um bom banho.

O dia está indo embora, o céu está alaranjado e os pássaros indo para suas casas. O clima não está ruim, mas consigo sentir o cheiro da chuva se aproximando. Eu consigo sentir o cheiro de tudo ao meu redor, da terra e dos animais, não é forte mas ainda sim eu sinto. Hoje é finalmente o meu aniversário, o dia em que me tornarei uma vampira, não precisarei mais comer comidas humanas e nem dormir por muito tempo como eles. Hoje é o dia que eu entrarei meu companheiro custe o que custar.

- Estamos chegando - diz apontando para o horizonte.

A grande estrutura de pedra pode ser vista a uma distância grande. As paredes são de pedras e tem vários metros de altura.

Onde exatamente você está?

Fechei os olhos e as linhas douradas fluíram em direção à muralha. Sei que ele está em algum lugar ali, mas onde exatamente não sei. Tenho medo de como eu irei encontrá-lo, e se ele estiver na masmorra do rei? Como eu irei tirá-lo de lá? Não sei o que pensar sobre tudo isso. O que eu farei para entrar em um lugar em que todos caçam minha espécie? Minha mente está tão cheia de pensamentos que nem percebi quando Minerva parou ao meu lado.

- Quer dividir seus pensamentos? - sua voz doce é o que eu precisava para acalmar minha mente.

- Só estou preocupada - Sorrio - E ansiosa.

- Não é todo dia que isso acontece. Uma garota indo atrás do seu companheiro nas terras inimigas.
- Obrigada pelas palavras de ajuda - reviro os olhos.

Estou cansada, fisicamente e emocionalmente, e não tenho ideia do que o futuro reservava para mim, mas gosto de pensar que depois do nosso encontro seremos felizes para sempre em algum lugar distante. Mas a realidade não é essa, ele quer vingança e não irá desistir até conseguir isso.

- Estou com medo. - Confidencio - Do futuro. De tudo que vai acontecer.

- Não fique pensando muito nessas coisas querida. O futuro é algo imprevisível, nem os deuses o controlam. Às vezes manipulam um pouquinho para sair do jeito deles - Sorri dando de ombro.

- Me confortou muito agora - revirei os olhos sorrindo.

- Estou tentando dizer que não devemos nos preocupar com o futuro. Estamos nas mãos dos deuses e tudo o que acontecerá daqui para frente é porque eles querem assim.

- Eu sei - Murmuro olhando para o lado - Só que é quase impossível não imaginar como tudo será amanhã.

- Temos que planejar algo para conseguirmos entrar - muda de assunto.

A muralha está cada vez mais perto e em nenhum momento pensei em como passaríamos pelos portões. Essa é a hora para pensar em algo que não faça as duas serem mortas.

- Temos que entrar antes do anoitecer. Pelo menos seremos desconhecidas entrando a luz do dia.

- O que adianta? O sol já se pôs, então a claridade não ajudará em nada.

Antes que eu conseguisse responder avistei os portões. Tem uma grande fila de pessoas, carruagem e cavalos em frente aos pontos. Olho para senhora Minerva na esperança dela saber o que está acontecendo, mas ela parece não entender nada assim como eu.

- Devemos perguntar a alguém? - perguntei incerta.
- Vamos - diz seguindo na frente até o final da fila.

A distância de onde estamos até os portões não é tão grande, mas só os guardas falam tão baixo que não conseguimos escutar nada.
Uma mulher, com aparência cansada, que deve ter uns cinquenta anos está à nossa frente em uma carroça. Dentro tem caixas com vários vestidos, o que me dá ainda mais curiosidade para saber o que está acontecendo.

- Senhora - chamei sua atenção - Poderia me dizer o que está acontecendo? Por que tantas pessoas estão tentando entrar?
A senhora me olha com uma expressão de que não acredita em minha pergunta. Será que fiz algo de errado?

- Você não sabe? - neguei balançando a cabeça - Há séculos atrás o diabo veio a terra, e foi morto pelo rei da época. Todo ano fazemos uma festa para celebrar.

- Eles comemoram a morte dele, Aylla - diz Minerva olhando para mim. - Comemoram a morte de Atlas.

Essa última parte foi apenas um sussurro, mas ainda sim eu consegui ouvir. É um tanto estranho eu vim libertar Atlas justamente no dia em que comemoram a morte dele. Ainda em cima do cavalo me afasto da senhora e volto ao final da fila, bem atrás de Minerva.

- O que faremos para entrar? - pergunta.
- Para encontrar meu pai. Um caçador que nos abandonou em uma cabana no meio da floresta.

- Como consegue pensar tão rápido?
- Cresci mentido para os meus pais. - dei de ombro - Simples.

- Eles não foram bons pais.
- Não, não foram. O exército é o que o meu pai mais ama, já minha mãe só tem tempo para a rainha.

- Um dia eles vão perceber o que perderam.
- Não, eles não vão - digo por fim para acabar com esse assunto.

A fila foi diminuindo, a cada pessoa que entra eu fico ainda com mais medo. Os guardas estão perguntando nomes, onde moram e até o que vieram fazer em Arcádia, duas pessoas não conseguiram entrar e temo ser uma delas.

- Próximos! - Grita um guarda nos obrigando a nos aproximar - Nomes?
- Meu nome é Minerva e essa é minha filha Aylla - diz com nervosismo.

- Desçam do cavalo - ordena não deixando opção senão fazer o que mandou - O que as trazem à Arcádia?
- Viemos atrás do meu pai - eu disse me aproximando um pouco mais.

Uma mulher um pouco mais alta que eu e vestindo as mesmas roupas que os outros se aproxima e pega minha bolsa das mãos de Minerva.

- Não se importa se eu revistar vocês não é querida? - arregalo os olhos assustada, mas ainda sim, deixo ela se aproximar.

Suas mãos passam por todo meu corpo procurando qualquer outra coisa além da adaga. Vejo ela olhando para o meu pescoço e depois desvia para os meus olhos, sua mão puxa os dois cordões vendo do que se trata. O pequeno frasco de vidro é tirado de mim sem eu poder fazer nada. Mas o que eu faria? Lutaria com ela? Apenas seria morta.

- Veneno que mata vampiros? Onde conseguiu isso.
Pensa Aylla.

- Eu... eu... é do meu pai. Vim procurar por ele - falo ao outro guarda.

- Quem é seu pai?
- Eu não sei. Tudo o que minha mãe me contou é que ele é um caçador.

- Caçador? - pergunta se direcionando a Minerva agora.

- O nome dele é Boris. Ele não me falou muita coisa sobre ele, mas já faz semanas que ele não aparece em casa e estou preocupada - disse toda nervosa.

- De onde vieram? - suas sobrancelhas arqueadas me fazem duvidar se realmente ela está acreditando na história.

- Da floresta. Moramos em uma cabana um pouco distante. Ele sempre aparece duas vezes por semana, mas já faz tempo que ele não volta.

- Não sei se acredito em sua história, mas vamos tirar a prova agora. Kori - chama outro guarda - Espero que não se importe de fazer um pequeno teste.

- Teste? - Meu corpo treme de medo.
Pensei que eles não fariam. E agora? O que vai acontecer se eles nos testarem?
- Se não tem nada a esconder não vai se importar.

O garoto se aproxima e pega minha mão com brutalidade. Na outra mão ele tem uma adaga e vejo ele trazer ela até minha mão. O corte não é fundo, mas ainda sim, arde, quando o sangue aparece o garoto pega um pequeno frasco e derrama o líquido sobre a pequena abertura. Dói, mas ainda sim é suportável. O mesmo segura minha mão e vendo que nada aconteceu vai até Minerva e faz o mesmo processo. Nada acontece.

Não sei o que aquele líquido deveria fazer, mas a ferida aberta em nossas mãos é o que convence a mulher de que não somos seres sobrenaturais. Parece que o tão temido teste não serve para nada.

- Espero que encontrem a pessoa que procuram - Sorri com uma bondade fingida.

Puxando os cavalos e de mãos dadas passamos pelos portões. As ruas são longas e não parecem ter um fim, tão longas que mal consigo ver o castelo no horizonte. As casas são todas de pedras e algumas com mais de dois andares. Tudo é de pedra, o chão, os bancos, até os postes de luz.

- Para onde iremos agora? Perguntei olhando ao redor - Não posso ir atrás dele agora, vamos esperar anoitecer.

- Podemos procurar alguma estalagem.
- Não temos dinheiro - bufei. A ideia de uma cama agora parece tão tentadora.
- Podemos seguir o laço e esperar a hora certa para agir.

Seguindo seu conselho penso no laço e sigo na direção que ele aponta, que graças aos deuses é na mesma que todos estão indo, ainda não saímos da vista dos guardas e não podemos levantar suspeitas indo na direção contrária se nem conhecemos esse lugar

Continue Reading

You'll Also Like

16.7K 1.8K 25
Alicent Hightower filha do diretor da Red Keep University era uma ômega bonita e querida, mesmo tendo milhares de alfas caídos aos seus pés, ela só t...
3.6K 558 104
Assim que Tian Zhou se formou na Universidade Agrícola, ele queria voltar para casa, contratar uma montanha e ser seu fazendeiro, mas acidentalmente...
43.2K 2.8K 66
E se alguém conseguisse mostrar o futuro para eles? E se eles realmente quiserem se esforçar para mudar muitas mortes? E se eles realmente conseguire...
101K 7.6K 10
𝐑𝐇𝐀𝐄𝐍𝐘𝐑𝐀 𝐓𝐀𝐑𝐆𝐀𝐑𝐘𝐄𝐍, dessa vez. Ela não deixará ninguém roubar 𝐒𝐄𝐔 𝐓𝐑𝐎𝐍𝐎, 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎𝐒 𝐄 𝐒𝐔𝐀 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐂𝐈𝐃𝐀𝐃�...