IRRESISTÍVEL | VegasPete

By vegaspetit

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No mundo de almas gêmeas, onde a conexão entre duas pessoas é tão forte que os destinos se entrelaçam, Vegas... More

IRRESISTÍVEL | avisos
PRÓLOGO | Vínculo
ONE
TWO
THREE
FIVE
SIX
SEVEN
EIGHT
NINE
TEN
ELEVEN
TWELVE
THIRTEEN
FOURTEEN
FIFTEEN
SIXTEEN
SEVENTEEN
EIGHTEEN - JUNELUTER
NINETEEN
TWENTY
TWENTY-ONE
TWENTY-TWO
EPÍLOGO | MATRIMÔNIO

FOUR

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By vegaspetit

Oii! Dessa vez não demorei nada!

Espero que gostem desse!

Drudak | caçadores:
Essa é a forma mais comum que as espécies chamam os caçadores. Na verdade, é um jeito meio pejorativo de chamar, pois o nome carrega uma história não tão legal da época onde os caçadores eram assassinos e não buscavam nada além de exterminar qualquer outra espécie que não fosse humana. 

O termo é conhecido por  submundanos mais velhos, já que parou de ser usado alguns anos depois do fim da Grande Seca.

Consciência:
Termo utilizado para se referir a ligação mental de criação e de sangue que o líder do grupo tem com sua espécie. Além dos Vamphris, os Lúpus (lobisomens) são os únicos que podem se comunicar de tal forma.

Sob a influência da Consciência, qualquer Vamphir é forçado a se submeter ao líder.
Não existe nenhuma forma natural de romper esse vínculo de espécie, apenas por meio da magia, embora ela enfraqueça com o tempo se Vamphir estiver afastado o suficiente.

Mordida Vamphir:
A mordida de um Vamphir, se dada da forma correta e desejada, é capaz de liberar uma carga temporária e elevada de hormônios no corpo do receptor. A testosterona, responsável pelo desejo sexual inicial; a oxitocina, responsável pela sensação de felicidade e amor; dopamina e endorfina, responsáveis pela sensação de euforia e bem estar.

Basicamente, a mordida pode ser uma experiência sexual muito agradável.









Vegas Theerapanyakul sempre foi muito racional. Desde de sua infância até a idade adulta ele sempre usou o raciocínio ao invés das emoções, e vem dado certo por um longo período. Seu irmão mais novo, Macau, é o melhor exemplo que ele tem do que acontece quando um Vamphir não pensa com o cérebro antes de qualquer coisa.

Pensar racionalmente nunca foi realmente uma questão para Vegas, isso até o momento que ele decidiu, emocionalmente atraído pela faísca de um talvez, perseguir o jovem Drudak para fora da boate naquela noite, há quinze dias. Como Vamphir, ele sabia que era uma má ideia, mas algo dentro dele, algo que parecia adormecido há muito tempo, se remexeu insistentemente e o cutucou até que ele estava seguindo o garoto para a porta dos fundos.

O que aconteceu depois foi muito rápido. Em um instante Vegas estava observando o jovem idiota quase ser morto e no outro ele estava sentindo as raizes de um vínculo em formação se arrastando bruscamente para dentro dele. No último momento, a sensação se tornou quente e acolhedora, mas então Vegas estava caindo para frente e sendo engolido pela escuridão.

A coisa é que não foi ruim. Ele se sentiu confuso e nauseado depois de acordar mas de um modo geral, não foi e não é ruim. Pete Saengtham é alguém bastante emotivo e muito bagunçado, o que as vezes deixa Vegas irritado porque ele ainda não aprendeu como lidar com os sentidos de outra pessoa ligados aos seus, mas na grande parte do tempo, seja lá o que Pete esteja fazendo, não é de todo insuportável.

Estar ligado a ele foi o menor dos problemas, no entanto, quando sua mãe decidiu que era uma boa ideia uma união estável entre um Vamphir e um caçador. Aparentemente ela não era a única delirando na sala quando todo o Conselho Drudak concordou com essa loucura.

Por esse motivo, não é de se admirar que os Vamphirs tenham se revirado do avesso. Nem mesmo a Consciência tem sido capaz de deixá-los menos enraivecidos sobre isso.

"Isso é um ultraje!" Diz o chefe da família Dragnar em um tom de voz agressivo. Ele é o Vamphir mais antigo que Vegas conhece, embora as marcas da idade não sejam tão evidentes em seu rosto quando deveriam. "É uma vergonha para o nosso povo!"

"Pelo amor de Deus, Belion" Diz sua mãe, Helin, pressionando as duas mãos contra as têmporas.

Ela está levemente inclinada sobre a mesa, onde eles estiveram debatendo sobre Vegas como se ele não estivesse lá por quase duas horas. Embora a palavra final esteja toda nas mãos de Helin, o Conselho Vamphir ainda tem algum tipo de poder com decisões que implicam com o futuro da raça.

De todos os doze, apenas três estão mais resistentes, o que é um avanço considerável em comparação à semana passada, quando eles sequer quiseram permitir que Helin compartilhasse seus planos.

"Isso é o século vinte e um. Não estamos em guerra e não precisamos de mais mortes" Diz sua mãe pacientemente. "Um acordo de paz é o melhor que podemos fazer por nossas crianças."

"Você está quebrando sua promessa" Diz Belion, apontando um dedo. É como se ele nem tivesse ouvido o que ela acabou de dizer. "O seu primogênito está prometido à minha filha mais nova. Esse é o acordo original."

Não que houvesse alguma chance de Vegas se casar com ela.

"Esse era" Concorda Helin, parecendo tão exausta quanto ela soa. "Mas nós não vamos contra o destino. Vegas tem um vínculo."

Luter Kylton solta um resmungo desagradável, atraindo a atenção.

"Isso é impossível" Diz o homem mais novo. Ele não se parece nada com os duzentos anos de vida passadas que carrega sobre as costas, e seu rosto continua o mesmo desde que Vegas se lembra. Nem mesmo um único fio de cabelo branco, ou marcas de expressão. "Um Vamphir e Drudak? Impossível."

Resistindo a vontade de revirar os olhos, Vegas limpa a garganta. Ele ficou quieto por tempo demais.

"Me pareceu bem real" Diz Vegas, olhando para Luter com desinteresse. "E não seja ciumento. Você e eu não daríamos certo."

O Vamphir ergue uma sobrancelha teimosa, seus lábios se esticando em um sorriso arrogante. Luter é o tipo de beleza atraente que não dá para olhar uma vez só, e sua personalidade orgulhosa foi uma das razões pela qual Vegas se envolveu primeiramente. Antes do outro homem se provar um maníaco por controle.

"Com todo respeito, Alteza" Diz Luter, inclinando o queixo para cima. "Não é do meu feitio sentir ciúmes. O que eu quero, eu pego."

"Majestade!" Grunhi Belion apontando para eles, parecendo mais ofendido.

"Sim, já chega" Diz sua mãe, erguendo uma mão decidida. "Kan e eu já nos decidimos e Vegas aceitou o acordo. Seja da sua vontade ou não, haverá um casamento."

O rosto marcado de Belion se transforma em uma expressão odiosa. Ele se levanta de sua cadeira e olha para Helin como se pudesse voar sobre ela.

"Traição."

Os olhos dourados de sua mãe se erguem e Vegas sente quando ela empurra Belion de volta com a Consciência.

"Belion." Diz Helin, a voz soando duramente fria. Um aviso.

O pomo-de-adão de Belion balança quando ele engole a saliva.

"Todos vocês vão se arrepender disso" Diz Belion, olhando ao redor do salão. "Drudaks não são confiáveis por uma razão."

Em seguida ele caminha com passos pesados para fora da sala, não deixando de bater a porta ao passar por ela.






[...]





"Alteza" Diz a criada de sangue, olhando para Vegas com seus grandes olhos castanhos ansiosos. "Você não vai... se alimentar?"

Ela é uma garota jovem, pouco atraente, mas muito gentil e doce, o que torna seus traços a menor preocupação. Vegas gosta dela, tanto quanto ele gosta de seus animais de estimação. Foi mais fácil se adaptar com seus gemidos quando ele não sentiu nenhuma atração por ela.

"Me dê um minuto, Sara"

Só que foi um dia muito estressante, a dor de cabeça está cutucando a nuca de Vegas sem pausa e a queimação da fome incomodando no estômago. Vegas quase se arrependeu de ter saído de seu apartamento quando sua mãe avisou que eles estavam indo para Unidade tratar sobre seu casamento. Mas ele sabia que eles precisavam falar sobre isso não importava o quanto muitos ainda pareciam transtornados com a decisão.

Vegas se arrependeu novamente naquela manhã quando colocou os olhos em Pete Saengtham e recebeu como um choque repentino toda a bagunça que ele estava sentindo. Era uma mistura de fascinação, rebeldia e raiva que logo depois se transformaram em algum... tipo de atração sexual não reversível.

O momento que compartilharam no elevador só serviu para confirmar isso.

Pete está atraído por ele mas não é o bastante.

Não é o que Vegas quer, ele pode não estar certo do que é ainda ainda mas Vegas quer... mais.

Isso cutucou algo dentro dele durante toda a tarde, depois de ceder e deixar Pete na faculdade para assistir o restante das aulas do dia. Mesmo quando Vegas estava revisando os documentos com os termos do casamento deles, ele não conseguiu parar de pensar nisso. Que... essa coisa dentro dele quer algo a mais.

Esticando as pernas sobre o colchão macio, Vegas desfaz três botões da camisa de linho e suspira.

"Claro, Alteza" Diz Sara, erguendo a parte do roupão que estava descobrindo seu pescoço e ajustando a postura. "Sabe, eu ganhei um anel hoje. Dustin finalmente me pediu em namoro."

"Aquele covarde" Diz Vegas, implicando. "Deixe-me ver."

Os olhos de Sara estão brilhando quando estica uma mão, mostrando o anel de prata com uma única pedra no topo. É uma porcaria barata e sem qualidade mas Vegas não tem intenção de dizer à ela.

"Não é bonito?" Diz Sara, olhos castanhos brilhando.

"Sim, é." Diz Vegas, inclinando o pulso dela para cima. Ele desliza a ponta do nariz por cima da pele, inspirando o aroma ferroso do sangue.

Sara puxa o braço.

"Ah, você poderia...?"

"Desculpe" Diz Vegas, liberando o pulso dela. "Eu sei que você não gosta aqui."

Sara sorri suavemente, empurrando com a outra mão parte do roupão para baixo. Ela inclina o pescoço esguio e bonito em sua direção, oferecendo.

"Tudo bem" Diz ela. "Você está pronto?"

Imitando o sorriso gentil, Vegas se inclina sobre suas pernas dobradas e segura o rosto macio com as duas mãos. A pulsação das veias debaixo de seus dedos enche sua boca de água.

"Sua pervertida"

"Cala a boca."

Rindo, Vegas se inclina mais um pouco e a beija suavemente nos lábios antes de levar a boca para onde realmente é interessante. Sua gengiva sensível se alarga para comportar a raiz mais grossa dos caninos afiados, e ele precisa mover o rosto para alcançar a artéria carótida com segurança. O gosto forte do sangue quente explode em sua língua assim que os dentes rompem a camada de pele e músculo por inteiro, dando vazão para quantidade que ele precisa.

Vegas suspira de alívio, o paladar completamente em êxtase.

Sara imediatamente amolece em seus braços, suspirando e gemendo de prazer. Pela proximidade, Vegas sente os seios dela contra seu abdômen e a forma que seus mamilos se tornaram rígidos de excitação.

"Vegas..." Diz Sara, uma mão em sua nuca empurrando o rosto mais fundo.

Vegas diz outra voz ao mesmo tempo, através do vínculo. Vegas!

O estômago de Vegas se aperta.

Fechando os olhos com força, Vegas segura Sara com firmeza e suga mais rápido, se esforçando para mantê-la parada mesmo enquanto ela se contorce. Ele bloqueia os pensamentos, como uma parede invisível e muito resistente ao redor de seu subconsciente, mas mesmo assim a ligação parece inflamar sob a pele.

Sara solta um ofego dolorido, as mãos em seus ombros tentando afastá-lo.

"Desculpe" Diz Vegas, se afastando para longe do pescoço. A língua ainda está cheia com o sangue dela, o canto dos lábios e sua gengiva. "Machuquei você?"

"Um pouco" Diz Sara com uma careta, instável e meio tonta. Suas bochechas estão coradas e há um pouco de suor grudando o cabelo loiro trigo na testa.

Com o humor perturbado, Vegas dá um passo para longe da cama segurando seu próprio cabelo com as mãos trêmulas. Algo que ele não sabe o que é aperta através vínculo, incomodando, chamando e implorando.

Irritado consigo mesmo, Vegas olha ao redor do quarto, procurando por seus sapatos.

"Eu preciso sair." Diz Vegas, limpando os resquícios de sangue da boca com a língua úmida.

"Agora?" Questiona Sara, tocando a ferida quase completamente fechada no pescoço. Ela ainda parece meio bêbada. "Eu não vou à lugar nenhum. Sua cama parece muito confortável."

"Peça Yoffrey algo para comer" Diz Vegas, empurrando os sapatos nos pés de qualquer forma. "Eu odeio quando você fica doente. Tem gosto ruim."

Ele não perde quando Sara revira os olhos.

"Adeus, Alteza."

A sensação de que há algo errado ainda está cutucando Vegas por dentro quando ele alcança o nível da garagem. Não passa das onze horas da noite, embora a maioria dos empregados já tenham se recolhido, e a mansão está completamente em silêncio. Então Vegas fica um pouco surpreso ao encontrar seu pai encarando-o quando ele entra na Maserati.

"Para onde você vai?" Questiona Kan, uma mão apoiada na lataria enquanto ele está inclinado contra a janela do passageiro.

Onde ele vai? A pergunta faz Vegas pensar na melhor resposta que ele poderia dar a seu pai, exceto que não há uma. Para onde ele está indo?

"Dar uma volta" Diz Vegas, baixando um pouco o vidro.

"Eu sei que você não se interessa tanto pelos negócios da família" Diz seu pai pragmaticamente. "Mas há uma pilha de papéis bem grande esperando por você no escritório. Que tal dar atenção a eles ao invés de dar uma volta?"

"Posso fazer isso amanhã" Diz Vegas, ligando o carro. O ronco suave do motor preenche seus ouvidos no mesmo instante em que Kan se afasta da porta. "Tenho algo para resolver."

Com a expressão neutra, seu pai cruza os braços.

"Eu sei como é" Diz Kan, suavemente.

Vegas franze o cenho.

"O que?"

Um minuto depois ele diz:

"Quando o vínculo chama" Diz Kan, o olhar suavizando como se tivesse vendo uma lembrança. Em seguida ele pisca para Vegas. "Tenha cuidado com o Drudak."

Vegas quase diz a ele que o garoto só está respirando porque o Vamphir que ele estava perseguindo na noite em que se conheceram era um idiota falante, mas rapidamente muda de ideia.

"Eu vou ter."

Cerca de dez minutos depois Vegas está estacionando em frente a mesma boate onde encontrou Pete pela primeira vez. Instintivamente ou não, ele guiou o carro naquela direção da cidade, com a mesma sensação incômoda no estômago. Como se algo estivesse errado.

Vegas aperta a jaqueta ao redor do corpo, não de frio ou qualquer coisa, caminhando com passos largos para a saída do beco escuro atrás da boate. Há alguns metros, Pete suspira, como Vegas imaginava, sentado sozinho no meio fio. De alguma forma ele se sente meio aliviado.

Meio minuto depois Pete levanta a cabeça. Seus olhos estão avermelhados, assim como a ponta do nariz, e há um pouco de umidade acumulada nos cílios.

"Como você...  O que está fazendo aqui?" Diz Pete duramente, se levantando.

Cruzando os braços, Vegas aperta o maxilar.

"Você chamou."

Pete arregala os olhos castanhos.

"Eu não..." Diz ele, a voz morrendo na garganta no meio da frase. "Eu não estava pensando em você."

Novamente irritado consigo mesmo, Vegas se pergunta por que ele foi. Pete está certo, ele não chamou, mesmo que a ligação deles estivesse estremecendo e implorando por alguma coisa, ele não havia chamado.

Racionalmente falando, Vegas sabe disso. Emocionalmente, ele não tem mais cem porcento de controle sobre seu próprio corpo. Não com as emoções e sentimentos de outra pessoa atrapalhando seu julgamento.

"Isso nem mesmo passou pela minha cabeça." Diz Vegas duramente. Pete faz alguma coisa com o nariz, fungando, e isso faz alguma coisa com Vegas. "Por que você está aqui sozinho? A última vez não foi o suficiente?"

Os olhos bonitos dele vagam para longe.

"Eu não sei" Diz Pete, baixo. "Eu precisava... Respirar."

Pete se vira na intenção de cobrir o rosto quando um grupo de mulheres, Dunas, passam por eles rindo de algo, sem realmente prestar atenção. Pete exala confusão e nervosismo pelo elo, tanto que Vegas deseja questionar o que está errado, embora ele não faça.

"Não havia um lugar melhor do que um bar cheio de submundanos que odeiam a sua espécie?"

Pete então ofega, como se ele não tivesse pensado nisso antes. A forma que ele morde o lábio inferior faz Vegas querer saltar sobre ele e mordiscar os lábios finos por ele mesmo.

"Sim, mas... Eu queria..." Diz Pete, enrubescendo. "Eu precisava... Eu não sabia onde..."

Vegas suspira, suavizando a expressão. Ele sabe muito bem o que Pete realmente queria.

"Me encontrar?"

O rosto do Drudak rapidamente fica mais avermelhado, e seus olhos desviam para longe outra vez.

"Eu já te disse" Diz Pete, suas orelhas ficando vermelhas. "Ser arrogante não é atraente."

Vegas achou que seria difícil gostar dele, não apenas pela particularidade que é o passado de suas espécies, mas pela forma que Pete parecia horrorizado a maior parte do tempo. Mas ele percebe com surpresa que na verdade foi muito mais fácil, o que realmente é irritante é a maneira que o garoto continua negando o vínculo deles.

Foi raro, mas Vegas já viu dar errado uma vez. A negação. Ele já viu alguém sucumbir e agonizar até a morte por negar uma ligação. Negar sua alma-gêmea. E não foi bonito para nenhuma das duas parte.

Ele não quer isso para Pete e nem para si mesmo.

"Vamos." Diz Vegas, começando a caminhar pela rua.

Não que se importe, mas está razoavelmente frio para a grossura da jaqueta jeans que Pete está usando, e mesmo que, geneticamente falando, ele seja mais resistente que um humano comum, ainda é muito pouco.

"Eu não estou indo a lugar nenhum com você" Diz Pete em suas costas, no mesmo lugar.

Vegas sabe por que, é claro. Ele não tem medo. Está longe disso, na verdade. É mais como uma profunda aversão a todo sentimento e emoção que e os mantém ligados. Pete acha que quanto menos souber, quanto menos tempo eles passarem juntos, mais fácil vai ser para quando ele descobrir alguma coisa.

Por algo, quer dizer uma maneira de quebrar o vínculo deles. E Vegas não a menor intenção de dizer a Pete que só existe uma forma de fazer tal coisa.

Cerrando os dentes com o pensamento, Vegas endurece os passos. Ele não olha para trás nenhuma vez, mas depois de dez passos ou mais ele escuta a maneira sútil que Pete começa a segui-lo, bufando. Ele bate a porta do carro com raiva, e mesmo quando Vegas começa a dirigir Pete continua em silêncio.

Vegas guia a Maserati com calma pelas ruas movimentadas, os vidros fechados para abafar o som da cidade. Ele não precisa olhar para Pete para saber o quão chateado ele está, não por compartilhar um espaço fechado, mas com toda a situação. Ele está enviando isso sem parar através do vínculo deles, chateação e raiva. As vezes tristeza, algo amargo que faz a pele de Vegas arrepiar e o faz querer... Fazer alguma coisa para Pete parar de sentir assim.

Em algum momento eles pegam uma estrada para longe do centro da cidade, e a confusão de Pete suaviza conforme os prédios altos e arranha-céus são substituídos por uma paisagem menor, mesmo que escuro o bastante para não enxergar nada além do que os faróis iluminam.

Dez minutos depois Pete começa a agir estranho.

"Por favor, para o carro"

Mas não tem nada próximo ao redor, apenas outros carros passando ocasionalmente na pista contrária.

"Por que?" Questiona Vegas, encostando o pé no freio.

Olhando de relance para o lado, Vegas pega o exato momento que Pete também olha para ele e seu lábio inferior treme.

"Por favor." Sussurra Pete.

Jogando o volante para o lado, Vegas diminui até parar no acostamento.

Não dá para ignorar; eu não quero isso; preciso voltar diz o eco de uma segunda voz em sua cabeça. Seja como for, Pete parece ter aprendido alguma forma de diminuir sua frequência. Ele só escuta os ecos.

"Para onde você está indo?" Grita Vegas, batendo a porta do carro quando Pete começa a andar na beirada da estrada, um pouco além da luz dos faróis acesos.

Aqui o vento parece mais frio.

"Para longe de você!" Grita Pete de volta, se encolhendo em seus próprios braços. "Eu não consigo pensar com você por perto!"

Vegas o alcança tão rápido que Pete tropeça para trás, arregalando os olhos e erguendo as mãos como se fosse se defender de um ataque. Ele raramente precisa usar suas habilidades, como a facilidade de convencer pessoas, humanos comuns e até mesmo alguns submundanos a fazer suas vontades, ou a velocidade acima do normal, mas aparentemente Pete trás à tona o que Vegas nunca pensou que traria.

"Volta para o carro" Diz Vegas secamente, agora muito perto de perder a paciência. "Agora, Pet. Para o carro."

Sorrindo mesmo sem ter graça, Pete empurra um dedo contra seu peito.

"Você não manda em mim" Diz ele, erguendo um pouco o queixo pra olhar em seus olhos. "Eu vou para onde eu quiser, quando eu quiser."

"Porra, o que você quer?" Questiona Vegas, aumentando o tom de voz. Ele dá um passo para frente e diminui ainda mais a distância entre eles. "O que você quer, Pete?"

Com os olhos brilhando em lágrimas e as bochechas coradas, Pete coloca as duas mãos sobre seu peito e o empurra para trás.

"Eu quero desfazer isso!" Diz ele, meio rouco. "Eu não quero esse vínculo, eu não quero essas sensações e eu não quero você!"

O silêncio cai sobre eles, denso e muito pesado.

Pela terceira vez no dia, Vegas se arrepende de ter feito algo. De ter dado ouvidos para voz em sua cabeça insistindo que ele deveria ir atrás de Pete, mesmo quando ele não se cansa de negar. Vegas abre a boca para dizer algo mas não parece nem mesmo bom o bastante então ele continua em silêncio.

Talvez eles devam conversar sobre isso como adultos e parar de afinetar como duas crianças. Ou talvez Vegas deva realizar o maior desejo de Pete no momento e dizer a ele que há uma forma de quebrar o vínculo.

Mesmo que um deles acabe morto.

"Volte para o carro." Diz Vegas muito baixo, quebrando o silêncio.

Pete se move um pouco para trás, fazendo um som no fundo da garganta. Os olhos dele ainda estão brilhando quando Vegas começa a caminhar de volta para a Maserati.

"Vegas" Diz Pete em suas costas.

"Volte" Diz Vegas sob o ombro, mordendo o interior da bochecha. "E eu te conto como romper o nosso vínculo."

Provavelmente é uma péssima ideia.

Péssima ideia.



[...]



Espero que tenham gostado! Cataram algo do Vegas nesse cap ou passou batido?

Vejo vocês no próximo! Beijo!

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