- Jisoo -
Acordo com uma forte dor de cabeça e um pouco zonza também, me levanto e vou fazer minhas necessidades básicas
— Eu vou morrer de tanta dor. - Digo descendo as escadas e indo até a cozinha. — Bom dia. - Meu irmão vem até mim com um prato de panquecas e um copo de suco nas mãos me entregando.
— Você precisa se alimentar bem. - Jin era a pessoa mais atenciosa do mundo. — Por que não comeu nada ontem?
— Você sabe como os papais são. - Digo dando uma garfada na panqueca e levando-a até a boca. — Muito obrigado oppa.
— Não foi nada demais. - Ele diz se voltando pra mim e se sentando a mesa. — Não é porque você está brigada com eles que deva deixar de comer, se isso acontecer de novo-
— Tá bom, eu já entendi. - Digo o interrompendo. — A comida está ótima, você precisa me ensinar a fazê-las.
— Quando se apresentar no palco pela primeira vez, eu te ensino a fazê-las. - Jin sempre me incentivou a me apresentar mesmo que eu não tenha certeza sobre isso. — Sobre os nossos pais que ele fodam, eu também vou parar de falar com eles.
— Ei!Não precisa fazer isso. - Digo encarando seus olhos. — Se continuar assim... Mamãe já me odeia o suficiente e você se afastar dela só me causará mais dor de cabeça, eu sei que você só quer meu bem, mas eu sei me cuidar.
— Eu sinto muito. - Ele entrelaça nossos dedos deixando um selar em minhas mãos logo em seguida. — Você vai pra faculdade hoje?
— Só irei na parte da manhã, não estou com cabeça para assistir as aulas de tarde. - Termino de comer e vou colocar a louça na pia. — Eu vou me arrumar... Quer que eu te espere pra irmos juntos?
— Não precisa, eu só irei mais tarde. - Ele diz se aproximando de mim e deixando um beijo em minha testa. — Eu te amo.
— Também te amo. - O meu sorriso foi quase inevitável. — Te vejo a noite!
Corro até meu quarto deixando o mais velho sozinho no cômodo de baixo, eu estava estranhamente empolgada para o dia de hoje
Separo uma roupa confortável e a deixo sobre a cama, vou até o banheiro da suíte e ligo o chuveiro esperando a água esquentar, mas assim que entro debaixo do chuveiro me assusto e meu corpo se arrepia a sentir a água mais gelada que o normal, hoje era um dia razoavelmente quente e uma água gelada era aceitável, mas a água estar fria daquela forma era estranho
Decido ignorar o acontecido e tomar meu banho normalmente, aliás não era como se fosse impossível se banhar naquilo
— Minha pele ficou um pouco vermelha. - Digo analisando algumas áreas do meu corpo que evidentemente estavam avermelhadas devido a água extremamente fria. — Espero que não fique dolorido.
Coloco a roupa que havia separado mais cedo e uns acessórios pra complementar, eu não queria me arrumar tanto assim hoje e por isso só fiz algumas ondas no cabelo e saí de casa levando somente meu celular e as coisas da universidade
Jin deve ter voltado para seu quarto já que não estava no andar de baixo, eu normalmente saio mais cedo de casa para não me encontrar com meus pais pela manhã, eu já tenho que atura-los no cotidiano e ter que ouvi-los me infernizando logo pela manhã seria completamente exaustivo, eu enlouqueceria
— Pode passar na farmácia antes? - Peço para o motorista que acente que sim com a cabeça. — O senhor já se alimentou hoje?
O senhor Lee é o motorista da família a anos e um amor de pessoa, meu pais nem sabem seu nome e o tratam com desdém, mas pra mim o senhor Lee sempre foi uma pessoa gentil e atenciosa
— Eu comi algumas panquecas que seu irmão fez pela manhã, estavam deliciosas. - Ele diz com um sorriso no rosto. — Eu falei pra ele que não precisava, mas você sabe como é seu irmão.
— O senhor precisa se alimentar bem e não pular nenhuma refeição se quiser me ver casar algum dia. - Senhor Lee nunca teve filhos e sempre me disse que amaria me ver casar e ser feliz.
— Você também deve se alimentar bem, eu soube que não comeu nada ontem. - Ele diz preocupado e estacionando o carro perto da farmácia. — A senhorita precisa comer bem, não basta se alimentar bem no café da manhã se no decorrer do dia você não ingerir nada além de água. - Ele diz me repreendendo.
— Eu estou bem e o senhor não precisa se preocupar comigo, afinal eu sempre tive que lidar com a fome em alguns momentos. - Digo sorrindo para o mesmo que se entristece ao ouvir aquela frase. — Não fica assim, eu sobrevivi.
— Uma garota da sua idade deveria viver muito bem e não sobreviver. - Ele diz descendo do carro e abrindo a porta pra mim descer. — Se até pessoas ricas como a sua família sofrem, imagino como a classe mais pobre deve estar.
— Eu também... Mas não se preocupe comigo, o senhor mesmo falou. - Digo apoiando minha mão em seu ombro. — Eu sou rica.
Entro na farmácia e vou comprar um hidratante labial e alguma coisa para dor de cabeça, eu vou até o caixa e assim que passo o cartão ele é invalidado, tive que pagar com dinheiro em espécie e sorte a minha que eu tinha alguns trocados comigo
— Vamos?Eu tenho que passar pra buscar a Jennie. - Digo e o mesmo abre a porta para eu entrar. — Muito obrigada.
Senhor Lee entra no carro e segue caminho até a casa de Jennie que nos esperava em pé do lado de fora com o celular nas mãos
— Bom dia senhorita. - Diz ele abrindo a porta para a menor entrar. — A senhorita está linda como sempre.
— Obrigada senhor Lee. - Jennie se acomoda no banco e me olha de relance. — Eu soube que seu aniversário será em breve.
— Eu farei 72 anos, mas devo passar o dia sozinho. - Ele diz acelerando o carro. — Depois que minha esposa morreu... As coisas nunca mais foram iguais.
— É uma pena o senhor não querer comemorar uma data tão importante. - Jennie me olha com um sorriso de canto e logo entendo o que ela queria dizer. — Quem sabe o senhor não acaba recebendo uma surpresa, eu faço questão de levar um bolo para comemorarmos juntos.
— Não precisa disso, vocês são jovens e não deveriam se preocupar com um velho como eu. - Ele diz parando no sinal vermelho. — Deveriam namorar e encontrar um homem que as tratem bem e com respeito.
— Se eu não quiser um homem e sim uma mulher? - Jennie diz franzindo o cenho.
— Melhor ainda... Mulheres costumam ser mais compreensivas que os homens. - Ele para por um momento para pensar. — Nunca entendi as pessoas preconceituosas, mas as vezes entendo os pais que se preocupam até demais com os filhos, infelizmente o mundo é cruel com pessoas que são diferentes.
— Por isso gosto de você senhor Lee, o senhor é compreensível. - O carro voltou a se movimentar e Jennie pega seu celular do bolso. — Eu só não te mostro o menino que fiquei ontem na balada, porquê o senhor está dirigindo.
— Isso não é um problema, me mande uma foto dele mais tarde. - Ele diz nos fazendo cair na gargalhada. — Já chegamos... Espero que tenham ótimas aulas hoje. - Ele diz abrindo a porta do carro.
— Tchau, senhor Lee. - Nos despedimos do mais velho e fomos para a primeira aula do dia.
A manhã foi bem tranquila, eu e Jennie nos encontramos com as outras meninas e durante o intervalo saímos para comprar croissant, Rosé comentou estar faminta e a acompanhamos
Quando chegou o horário do almoço decidimos ir pro shopping comprar algumas roupas e almoçar lá
— Unnie, o que você achou do vestido? - Lisa aparece na minha frente com um vestido azul caribe curto.
— O decote é bonito, mas você é nova demais pra usar isso. - Digo apreciando o decote que mostrava bastante de sua pele. — Vão ter muitas pessoas lá e elas vão ficar olhando, tira isso.
— Unnie... Como eu estou? - Rosé dá uma voltinha mostrando sua roupa escolhida. — Eu sei que estou linda assim como minha unnie.
— Você ficou uma delícia. - Jennie aparece apoiando sua mão no ombro da loira. — É uma pena eu ser hetero, vamos ali no cantinho?
— Com você eu vou. - A loira responde tirando ótimas gargalhadas da gente. — Não vai escolher nada Sooya?
— Pelo visto meu pais bloquearam meu cartão, então eu estou zerada. - Suspiro voltando a olhar para as meninas que pareciam preocupadas. — Não precisam se preocupar, eu estou bem.
— Seus pais são pessoas horríveis unnie. - Lisa diz fazendo Rosé dar um tapinha em seu ombro.
— Lalisa! - Diz Rosé repreendendo-a.
— Desculpa Rosé, mas eu estou com a Lisa nessa. - Jennie fala se sentando do meu lado. — Jisoo nunca comprou muitas coisas e de nós quatro ela é a menos consumista, eu te amo amiga, mas seus pais são uns monstros.
— Tudo bem meninas, eu não ligo se os chamarem de monstros ou qualquer coisa parecida. - Elas vem até mim me abraçando e no mesmo instante me sinto acolhida. — Fico feliz em ter vocês ao meu lado.
— Hoje nós iremos te bancar. - Diz Rosé séria até demais. — Você quer uma casa ou um país inteiro?
— Vocês são tão bobas. - Solto a risada mais sincera de toda a minha vida, elas sempre me animam mesmo quando estou na merda.
No final elas compraram um vestido que eu tinha achado bonito sem minha permissão, eu fiquei um pouco envergonhada, mas muito grata pelos mimo se é que posso chamar um vestido no valor de 2 milhões de wons de "mimo"
Mesmo tendo dinheiro pro almoço, elas fizeram questão de pagar a minha parte da conta dividindo só entre elas o valor cobrado, eu não sei o que faria sem essas meninas
Enquanto elas voltaram pra universidade decidi voltar pra casa e dormir um pouco, minha cabeça parecia que iria explodir
Mesmo hoje tendo sido um dia difícil devido a forte dor de cabeça que não ia embora e a briga com meus pais terem feito eles me proibirem de sair no final de semana e ficar com o cartão bloqueado, só o fato das meninas terem ficado do meu lado fez meu dia melhorar por completo... Eu amo aquele grupo mais que tudo!
Continua...
Hello Lovers🦢
Diferente dos capítulos anteriores esse teve um foco único na Jisoo, espero que vocês tenham gostado dessa nova visão e perspectiva.
Confesso que fiquei conflituoso sobre como escrever esse capítulo, mas acho que cheguei no melhor resultado possível, vejo vocês nos próximos capítulos.
Se cuidem,amo vocês💕