A Bruxa da Lua

By Bia140

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Todos sabem que desde de sempre bruxos e humanos não se dão muito bem, depois da guerra entre os dois povos... More

Ampulheta
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15

Capítulo 4

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By Bia140

O sacolejar da carruagem a estava deixando enjoada, o cocheiro parecia fazer questão de passar por cada buraco na estrada. Laila temia que a qualquer momento pudesse vomitar, apesar de não ter nada no estômago para por para fora.

Ela pensou em tentar dormir para ver se esquecia o enjoo, mas o medo de ter algum pesadelo de novo a assutava mais do que a possibilidade de vomitar em si mesma -e em todos na carruagem- e mesmo que não tivesse pesadelos seria impossível dormir com o esse vestido que mais parecia um bolo de casamento feito de tecidos.
Para esconder o quanto a princesa era magra, Laura pegou o vestido que Laila usaria para o baile e pediu para que uma das costureiras o ajusta-se para que parecesse mais cheio assim escondendo a falta de peso da princesa, o resultado foi, um vestido azul gelo com detalhes prateados, com tantas camadas de tecidos que até andar se tornova uma tarefa bem cansativa.

Pelo menos ela não estava muito diferente de sua mãe e sua irmã, seus vestidos variavam de azul gelo até branco e prateado e ambas também não pareciam muito confortáveis com suas vestimentas e deixaram bem claro para Laila que ela tinha sorte de não precisar usar um espartilho e ainda poder respirar direito. Nem mesmo seu irmão e seu pai pareciam muito confortáveis em seus trajes de baile. A única que realmente parecia confortável com seu vestido era Laura (que sempre acompanhava a família real para o caso de alguma coisa acontecer com Laila), o seu vestido era simples, mas ainda assim muito bonito em tons de azul claro e branco, que fazia um contraste com sua pele escura, o que na visão de Laila a deixava ainda mais bonita.

- Falta muito para chegarmos à mansão Silven?- Sua irmã pergunta cansada e estressada.

- Na verdade não, eu consigo ver os muros daqui em pouco tempo chegaremos á mansão Silven- seu pai responde ao olhar pela pequena janela da carruagem.

Aquelas poucas palavras foram suficientes para deixar Laila com um frio na barriga. A princesa mal tivera tempo de se preparar para o que estava por vir.

Mas que exatamente iria acontecer ? Ela não sabia dizer.

Tantas coisas tinham acontecido em tão pouco tempo que Laila até havia se esquecido- para seu completo azar-que o baile da Duquesa Silven era em dois dias. No dia seguinte, depois de ter tido aquele "pesadelo" sua mãe lhe disse quando foi vê-la no quarto, que o baile seria em dois dias, e Laila achou que iria morrer no mesmo instante.

Eles partiriam nesta tarde para a mansão da duquesa Silven para comemorar o solstício de inverno e Laila rezou para que ficasse doente e não pudesse ir, mas pelo visto seu corpo resolveu lhe dar uma "folga" para que pudesse aproveitar o baile.

Que sorte a minha. Laila pensou com ironia.

Obviamente Laila não sabia o que iria acontecer, mas sabia que seria algo ruim, não conseguia parar de pensar naquela mulher misteriosa que viu em seu sonho e nem de suas palavras.

" No solstício de inverno, quando a duquesa Silven dará uma festa para todos os nobres. Você, minha querida, vai receber uma surpresinha."

O fato de não saber mas o que era a estava deixando louca. E também não conseguia parar de pensar no final de seu pesadelo. Quem era aquela mulher que a salvou das chamas? Por que ela se parecia tanto comigo? Eram perguntas para quais Laila não tinha resposta e tentava não pensar nelas.

O "incidente" que teve no seu quarto não voltou a acontecer, as vezes Laila imaginava se tudo aquilo não passou de uma alucinação ou uma brincadeira de mau gosto feita pela sua própria mente, mas aí ela sentia aquele formigamento nos braços e uma coisa dentro de si tentando se libertar e aquilo lhe mostrava que não estava ficando maluca, porém sempre que Laila sentia esse formigamento ela o reprimia até se tornar uma coceira suportável e no fim sumir -pelo menos por alguns minutos- e quando voltava era como se seus braços estivessem sendo queimado em uma fogueira e a princesa tinha vontade de arrancar os próprios braços.

Como se não bastasse o aviso daquela mulher assustadora e essa coisa dentro dela ansiando por liberdade, agora a princesa também tinha que lidar com o medo de alguém saber o que tinha acontecido em seu quarto graças à aquela carta, sem endereço ou assinatura que simplesmente apareceu em sua cama.

Eram coisas demais para conseguir lidar em tão pouco tempo.
As vezes Laila acreditava que os deuses a odiavam essa parecia ser a única explicação plausível para todas as desgraças em sua vida.

Ficou tão absorta em seus pensamentos que nem notou quando a carruagem passou pelos portões da propriedade, só saiu de seus devaneios quando a carruagem parou em frente à entrada da mansão.

- Bom... chegamos- O rei disse um tanto nervoso, o que era um pouco estranho.

- Certo, vamos acabar logo com isso- seu irmão diz, impaciente e sainda as pressas da carruagem assim que o cocheiro abre a porta.

- Luís! Por favor se comporte hoje- sua mãe o repreende.

Um por um todos vão descendo da carruagem, mas Laila ficou parada na porta, milhares de pensamentos passavam por sua mente e nenhum deles era bom, seu coração começou a acelerar e o suor foi brotando de suas mãos quando uma coceira - agora tão familiar - apareceu. Mãos asperas e delicadas seguraram as suas a tirando de seus pensamentos, ao erguer a cabeça viu que eram as mãos de Laura que seguravam as suas fortemente e seus olhos castanho escuro só tinham calma e pareciam lhe dizer que ia fica tudo bem.

- Vamos.- Laura a encorajou.

A princesa estava com medo, mas como sempre, Laura conseguiu acalmá-la um pouco, e sendo o que o que os deuses quisessem. Laila saiu da carruagem e foi com sua família, todos pareciam quererem lhe dizer alguma coisa, mas final apenas subiram em silêcio a escadaria de entrada da mansão Silven.

🌘🌕🌒

A mansão da duquesa Silven mais se parecia com como uma fortaleza assombrada do que uma mansão, por fora a mansão inteira estava cercada por belas mortes -flores pretas com espinhos brancos e venenosas para bruxos- o que contribuia para a aparência macabra do local, mas por dentro tudo parecia um verdadeiro castelo de conto de fadas.

A cada início de uma nova estação, a duquesa fazia questão de dar a maior festa em comemoração aos solstícios, e nesse inverno não seria diferente.

Tudo estava decorada em tons azul claro, prata e branco, com ramos de flores, frutinhas e até galhos de secos espalhados estrategicamente por toda a mansão e todos os empregados usavam máscaras de animais típicos do inverno, era como estar em uma verdadeira floresta encantada de inverno.

Apesar de quase todos os nobres de cinco reinos diferentes o salão ainda possuía espaço o suficiente para caminhar sem as pessoas ficarem esbarrando uns nos outros.
Não era comum ter tantos líderes reunidos assim sem que seja para tratar de assuntos diplomáticos de seus reinos, mas a duquesa tinha uma certa influência sobre todos esses monarcas. O correto seria dizer que ela tem um certo poder sobre eles.

Muitos vieram cumprimentar a família real de Constrea, muitos nobres-ou bajulandores, sanguessugas e intereisseiros, como seu irmão gosta de chamá-los- só queriam jogar suas graças para cima do rei e da rainha, felizmente a maioria deles não estavam acompanhandos de seus filhos -demônios mimados- era como Laila pensava neles.

Laila ignorou a maioria dos que vieram cumprimenta-los, apenas lhes dando um sorriso educado e bem ensaiado e tentou não se deixar abalar pelo olhar de desgosto deles, que era bem nítido mesmo quando tentavam esconde-lo. Mas a princesa estava mais interessada em ouvir a música que ecoava pelo salão, o que era um pouco difícil com tanto falatório.

- Atenção, senhoras e senhores!- Uma mulher anuncia do topo da escadaria que ficava do outro lado do salão- Vossa belíssima e digníssima anfitriã, finalmente resolveu se juntar a vocês! - Mesmo de longe, era nítido a diversão na voz da mulher enquanto ela anunciava a duquesa - Aqui está, com vocês, a Duquesa Calidora Isabel Silven!

Então a duquesa aparece no topo da escada e o salão é quase todo tomado por suspiros.
A duquesa trajava um lindo vestido branco e a saia rodada era toda brilhante, como se tivessem estrelas grudadas nele, e seu cabelo vermelho, estava preso em um coque bem elaborado.
Ela graciosamente desceu as escadas, abriu seu leque feito de penas e foi cumprimentar seus convidados.

Por onde passava a duquesa cumprimentava todos em seu salão e logo atrás vinham suas damas de companhia-umas delas tinha cabelos pretos e longos e a outra tinha cabelos dourados na altura de seus ombros -a última sendo aquela que anunciou a chegada da duquesa.

A duquesa deu uma ordem aos músicos para que eles tocassem algo mais alegre e dançante, e assim foi feito. Enquanto várias pessoas se juntaram no centro do salão para iniciar uma dança, a duquesa Silven foi em direção a família real de Constrea e sorriu largamente para todos.

- É uma honra poder recebê-los em meu baile, majestades - ela e suas damas de companhia fezem uma breve reverência que é retribuida pela família real.

- O prazer é nosso por termos sido convidados - o rei responde cordialmente.

Estando tão perto assim da Duquesa, Laila pode notar que seus cabelos eram de um vermelho intenso semelhante a cor das rosas e em como sua pele era tão clara que parecia ser feita de porcelana, seu leque cobria boa parte do rosto a única coisa que Laila conseguia ver eram os seus olhos cor de mel que derrepente passaram a encara-la.
Já havia visto a duquesa em inúmeros bailes antes, mas nunca estiveram tão de perto assim antes.E pela forma como ela encarava Laila, a princesa preferia que tivesse continuado assim

- Alteza, é muito bom ver que pode vir ao meu baile. Acredito que a essa altura você já tenha uma resposta quanto a minha proposta.- a duquesa manteve o mesmo tom cordial, mas olhava para Laila com expectativa.

A princesa ficou confusa com a fala da duquesa. Do que ela está falando?

- Oh- a duquesa parece perceber a dúvida de Laila- Pela sua expressão posso supor que não recebeu minha carta.

A seu olhar vai diretamente para o rei e a rainha, que parecem tensos derrepente, mas nenhum deles pronuncia uma palavra.

Laia e seus irmãos olhavam da duquesa para seus pais, esperando que alguém lhes dissesse o que estava acontecendo.
No fim, Laila decide falar para quebrar o silêncio estranho entre eles.

- Ham...-pigarreia chamando a atenção de todos- Se me permitem, posso saber à que proposta a senhora se refere?

- Laila, não é um bom momento para...

- A minha proposta- a duquesa interrompe o rei-, para que você se torne minha aprendiz e venha morar comigo.

Laila arregala e pensa não ter entendido direito o que acabara de ouvir. Ela, aprendiz da duquesa? Mas como? Por quê? E como não soube dessa proposta?
Pelo visto a princesa não era a única a ter ficado surpresa, tanto Laura quanto seus irmãos pareciam quase tão perplexos quanto ela.
Olhou para os seus pais em busca de alguma resposta, mas os mesmo a olharam de volta, e pareciam ficar cada vez mais nervosos.

- Perdão duquesa, mas eu não recebi nenhuma carta da senhora. - Laila diz desviando o olhar de seus pais e se voltando para a duquesa.

A mesma lançou um olhar de raiva para os monarcas, estava prestes a dizer alguma coisa quando uma de suas damas de companhia colocou a mão em seu ombro.

- Aqui não é lugar e nem hora para essa conversa- disse a mulher de cabelos pretos, em aviso.

-Tem razão Mel- a duquesa concorda- Aqui não é lugar para essa conversa.- Ela volta seu olhar para o rei e a rainha, era um pouco difícil dizer o que ela estava sentindo, com o leque cobrindo metade de seu rosto- Mejestades, poderiam me acompanhar até meu escritório.

Pelo tom de sua voz todos entenderam que aquilo não foi um pedido e logo começou a anda até a saída mais próxima do salão.

- Cali...- a outra da dama tentou chamá-la.

- É por aqui.- A duquesa ignora sua dama de companhia e continua andando.

O rei e a rainha a seguem, um pouco hesitantes.

- Laura, por favor fique de olho...

- Ah, ela deve vir junto.- A duquesa diz, cortando a fala da rainha.

Laila pode ver Laura ficar tensa e mesmo relutante ela os seguiu.
A duquesa mostrou o caminho e todos a seguiram, suas damas de companhia trocaram um olhar preocupado logo antes de os seguirem também, Laila e seus irmãos os observaram sair do salão, os três estavam tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

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