Enquanto eles saiam do corredor que cheirava a tapetes empoeirados, pessoas de outras salas passavam por eles. Karlyle estava preso à parede do corredor. Ash se inclinou ligeiramente o bloqueou o espaço entre as pessoas e Karlyle. Os olhos que olharam para baixo sorriram. Uma pequena multidão afundou no corredor. A outra pessoa ficou em silêncio.
"Peço desculpas."
Ash disse de repente. Karlyle olhou para ele. Sem perceber a postura que parecia presa entre Ash e a parede, ele perguntou de volta.
"Por que você está pedindo desculpa?"
"Escolhi um filme chato."
Karlyle, que não podia avaliar se o filme era bom ou não, porque não conseguiu prestar atenção no contexto, apenas apertou os lábios e disse.
"Foi bom."
Sua consciència pesou devido à resposta que equivalia a uma mentira. Uma coisa era o silêncio e outra eram mentiras. Por algum motivo, Karlyle, que não se lembrava da última vez que contou uma mentira, sentiu estar cometendo um grande erro.
"Vou escolher algo mais interessante da próxima vez."
Karlyle se assustou quando ouviu a palavra próxima vez. Ele ficou preso naquele olhar emaranhado e abaixou os olhos.
"Você não precisa se incomodar."
Essa foi a única coisa que conseguiu dizer, em vez de responder que não haveria uma próxima vez.
Ash sorriu inclinado um pouco a parte superior do corpo, fixou os olhos nele.
"Bem, parecia que Karlyle queria sair."
"De qualquer forma..."
Essa foi a única coisa que conseguiu dizer. Seus rostos se aproximaram como se seus narizes estivessem se tocando. Uma suave tonalidade vermelha de lábios chamou sua atenção. O lábio superior e o inferior, estavam perfeitamente fechados, e iam se alinhando em curvas suaves, como se fossem pintados.
"Ash"
Karlyle chamou seu nome em uma estranha corrente de ar. Ash respondeu com um sorriso nos olhos. Ele ergueu sua mão hesitante e agarrou o ombro de Ash. Karlyle disse, dando um pouco de força para afastá-lo.
"Em um lugar público, esse tipo de comportamento é..."
"É isso que você pensa?"
Sentiu uma sensação de constrangimento com a voz questionadora ingênua. As costas estavam quentes. Ash ainda não fez nada. Parecia que o próprio Karlyle estava esperando algo primeiro.
"O que acha que vou fazer, Karlyle?"
"É que..."
"Pensa que vou fazer isso...?"
Após falar, os lábios de Ash tocaram os de Karlyle levemente. Seu olhar estava fixo nele. Era como se uma pena macia o tivesse o tocado e caído.
A mão que agarrou o ombro de Ash ficou mais forte. Pensando que a outra pessoa pudesse estar fora de si, mas continuou pensando que Ash era um Alfa. Mesmo o menor e simples toque deixava seu corpo rígido.
"Ou algo parecido com isso?"
Antes que ele pudesse falar, Ash se moveu novamente. Ash mordeu o lábio inferior de Karlyle e o chupou suavemente. O lábio inferior se enrolou entre os lábios de Ash e esticou ligeiramente a membrana mucosa úmida. Rapidamente uma sensação de formigamento passou por suas costas que latejavam.
"Ash, alguém pode nos ver..."
O rosto inexpressivo se quebrou. Uma respiração longa e involuntária saiu. Os olhos de Ash caíram profundamente ao som de um suspiro sufocante. Uma grande mão envolveu sua bochecha. Os braços se prenderam em volta de sua cintura. Seu corpo o tocou. Logo seus lábios estavam se tocando novamente.
"Oh, ah!"
Um breve gemido foi engolido direto de sua boca. Ash devorou Karlyle sem dar oportunidade dele escapar. A língua, cravando-se nos lábios abertos, lambeu os dentes com habilidade primeiro. A lingua pontuda esfregou o céu de sua boca. Seu corpo estremeceu com a sensação de formigamento que veio da zona de fricção. Sem perceber, seus olhos se distorceram estranhamente. Ele agarrou os ombros de Ash com tanta força até suas mãos doerem.
A língua, que esfregava suavemente o céu da boca, pressionou firmemente contra a outra língua desta vez. Ao mesmo tempo, havia uma sensação de forte pressão na parte inferior do abdômen. 'Durma, agora', o alarme disparou na sua cabeça. Foi estranha. Isto...
Línguas entrelaçadas estava sem tempo para reagir. Teve a sensação de que o chão iria desabar. Ele sentiu como se seus pés estivessem vazios. Seus tímpanos estavam dormentes. Não havia mais nenhum som além das duas linguas se chupando.
A saliva estava emaranhada. Ele já beijou inúmeras vezes, mas dessa vez foi diferente. Ele sentiu como se seu corpo estivesse prestes a entrar em colapso. Se os braços de Ash não estivessem agarrados a sua cintura com força, ele poderia ter mostrado uma atitude ruim agora. 'Este homem, beijos, é demais...'
"Penso que esta é a resposta."
No momento em que sentiu a sensação de queimação, Ash separou os lábios e se afastou. A língua que se agitou em sua boca o deixou sem nenhum arrependimento. Ash sussurrou com um novo olhar, como se nada tivesse acontecido.
Karlyle suspirou. Seus lábios estavam queimando. Ele nem mesmo pressionou sua língua com força, mas ela ainda estava formigando. Acima de tudo, ele sentiu que algo estava faltando. Karlyle franziu a testa, envergonhado com a ideia. Ash riu disso.
"Me desculpe se te surpreendi."
A mão segurando sua bochecha se moveu. Seu polegar roçou levemente os lábios de Karlyle. Podia sentir a saliva no dedo de Ash do qual não sabia de quem pertencia.
"Não consegui me concentrar porque pensei que isso seria mais divertido do que o filme."
Suas costas ficaram dormentes novamente devido ao seu tom sutil. Ele pode estar animado. Não deve revelar isso de maneira nenhuma.
"Foi divertido... certo?"
"Sim."
Uma voz satisfatória soou e Ash a deixou ir.
"Essa foi a coisa mais divertida que já fiz até agora."
Com o polegar, Ash limpou seus lábios. Os olhos se fixaram nos lábios claramente avermelhados por alguns minutos. Por um momento, teve a ilusão de que o cheiro de Ash estivesse se espalhando.
Karlyle empurrou Ash para longe com uma sensação de vertigem. Ash se afastou silenciosamente. Sentindo estar no lugar errado, Karlyle deu um passo para trás. Então ele olhou para Ash e disse.
"Aconteceu algo, então..."
Inventou uma desculpa qualquer, porque isso tudo era embaraçoso.
"Tenho que ir, com licença."
Deixando Ash com um rosto confuso, Karlyle rapidamente se virou. A parte inferior do abdomen ainda latejava. Tentando ignorar a rigidez de seus sentidos, Karlyle esfregou os lábios com a costa da mão, esquecendo seu rosto. Os lábios esfregados estavam queimando.
'Este homem é perigoso.'
O instinto o alertou.
Karlyle saiu do cinema em um ritmo acelerado e caminhou por um longo tempo. De repente, ele olhou para trás. Ash não o estava seguindo. Aliviado e desconfortável ao mesmo tempo, Karlyle passou a mão pelo cabelo com um olhar desapontado.
Este não é o Karlyle habitual. Depois de apenas dois, não, três encontros, Karlyle estava perdendo o jeito.
Aparentemente, ele precisava mudar o plano.
Com os olhos fixos nas costas da mão manchada de saliva, Kartyle mudou de ideia.
Continua...