Fontaine - Meu Amor de Verão...

By dattebaka

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Marinette é uma adolescente insegura, dona de um cabelo peculiar e um temperamento forte. No início de suas f... More

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Reclames do Plim Plim
Desencontros no Outono [SEGUNDA TEMPORADA]
🐞.Introdução
🐞. Mudando a rota
🐾. Responsabilidades
🐞. O maior casal de Paris
🐾. Amores de Verão...
🐞. O menino do cachecol
🐾. Chamadas Perdidas
🐞. Quites
🐾. Um dia bom
🐞. Reencontros
🐾. O Baile
🐞. O encontro dos sonhos
🐞. Fofocas e Verdades

🐾. O vovô.

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By dattebaka



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Estava entardecendo quando recebi uma ligação da minha mãe. Torci para não ser o pior e respirei fundo antes de atender. Meu avô estava com a saúde cada vez mais debilitada e minha mãe não escondia mais isso de mim, pois sabia que era algo inevitável. 

— Oi, mamãe! Que bom que me ligou! Como estão as coisas? O vovô está melhor? — atendi o celular tentando me manter forte.

— Filho... — minha mãe disse com a voz trêmula, parecia que estava segurando pra não chorar.

— Mãe? O que aconteceu? — perguntei preocupado.

— O seu avô... Ele não tá bem. Eu acho que...— minha mãe foi interrompida no telefone pelo meu pai entrando no quarto sem avisar, como sempre.

— Adrien, desliga esse telefone, agora! — meu pai esbravejou.

— Pai, eu... eu não posso. — falei quase chorando.

— Agora. — ele disse sério.

— Mamãe, desculpe, depois conversamos. Fica forte. Eu te amo. — desliguei o celular e mantive a postura, mas por dentro eu estava em cacos.

Meu pai jogou várias fotos sobre a minha cama e eu já estava ficando de saco cheio daquela mesma novela de sempre. Qual é, parecia que eu estava em um livro! Eram fotos minhas e da Marinette de novo.

— Pai, isso é... — falei nervoso e engoli seco.

— Eu não quero saber o que é, moleque! Essas fotos não foram pra imprensa porque eu dei um jeito de salvar a sua imagem de novo. Eu avisei que não era pra sair com essa garota. E o que eu ganho com isso? Desobediência. Pois bem, eu vou tomar medidas mais drásticas a partir de agora, pelo seu bem. — ele jogou uma pasta na minha cama e eu abri, eram vários documentos sobre a Doceria dos pais de Marinette.

— Pai, o que é isso? — olhei assustado, folheando as páginas e eram contratos, dados e muitas outras coisas só sobre a empresa dos pais dela.

— Isso, meu filho, é a empresa toda dos Dupain-Cheng. Todos os direitos, ações, informações. Tudo na minha mão. Todo esse sonho dos Dupain Cheng na minha mão. E você sabe o que vai acontecer se continuar saindo com essa garota? — ele deu uma risada que me fez tremer.

— Não. — respondi sem conseguir olhar pra ele, ele pegou um isqueiro do bolso e começou a queimar as folhas.

— É isso que acontece quando me desobedece! — ele continuou rindo e jogou as folhas no chão, pisando nelas.

— NÃO! PAI! PARA! — eu comecei a chorar em desespero e tentei recolher as últimas que haviam sobrado. Ele saiu em direção a porta contente com minha reação.

— Eram apenas cópias. Na próxima, você já sabe. — ele parou na porta dizendo e depois saiu, fazendo um grande estrondo na porta, me deixando imóvel.

Foi quando meu celular tocou de novo, era minha mãe e eu estranhei aquilo, porque ela não era de me ligar mais de uma vez.

— Mãe, me desculpa. Era meu pai. — suspirei.

— Filho, o seu avô quer muito falar com você. Você pode? — ela disse com a voz ainda trêmula.

— Claro, mãe. Passa pra ele. — eu disse sorrindo tentando não preocupar ela, estava tão acostumado a fingir expressões que esqueci que pelo telefone ela não podia me ver.

— Oi, filho. — meu avô disse, a voz dele estava bem fraquinha já.

— Oi, vovô. Estou com saudades! — eu falei tentando parecer animado.

— Meu filho, eu preciso ir. Preciso descansar. Mas eu te amo, Adrien. — ele disse com a voz cada vez mais fraca.

— Ei, vovô, o que está dizendo? Pra onde você vai? Que isso? — falei preocupado.

— Eu vou sempre te olhar. Preciso descansar. Preciso deixar vocês. — ele parecia emocionado.

— Ei, ei, ei. Não precisa. Não...— fiz uma pausa pra não chorar. — Droga, não precisa nos deixar, vovô. Não diga essas besteiras, ok? Vai ficar tudo bem. — eu disse secando as lágrimas no meu rosto.

— Preciso... Um dia você vai me entender. — a voz dele se esvaiu e eu sabia o que aquela despedida repentina significava.

— Vovô, aguenta só um pouco. Por mim, tá bom? Eu prometo que vou chegar a tempo. Eu te amo. Por favor, aguenta só mais um pouco. Por favor, vovô. — Meu peito parecia explodir.

Então desliguei o celular e nem troquei minha roupa, simplesmente saí de casa como um foguete sem ninguém nem me ver. Meus olhos estavam segurando as lágrimas, foi quando saí do portão que ouvi aquela voz tão amada chamar o meu nome e pensei já estar delirando.

— Adrien! — era Marinette. Eu não teria percebido a chuva, se Marinette não tivesse me trazido de volta para a realidade.

— O que você quer? — eu disse ríspido virando as costas, me lembrando das palavras do meu pai.

— Eu quero te entregar o seu amuleto, você perdeu na festa. — ela explicou.

— Eu não quero. — continuei no mesmo tom.

— O-oque? — ela disse com a voz falha.

— Isso não significa nada pra mim mais. Ouvi dizer que você está com o Luka agora, não é? Que ótimo. Porque finalmente não preciso fingir que sinto algo por você. E posso finalmente deixar aquela diversãozinha barata de Verão pra trás. Você segue o seu caminho e eu o meu. — falei tudo de forma seca. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu estava de costas novamente e estávamos sob a chuva, então ela não saberia. Além do mais, eu era um bom ator.

— Quer saber, Adrien? Eu sempre soube que aquele Adrien de Fontaine, tinha ficado em Fontaine. E agora eu conheço o Adrien de Paris, o que eu tanto temia. — Ela realmente achava isso de mim? Não que eu estivesse fazendo pouco jus disso.

— Eu não tenho mais tempo pra essa conversa idiota. — Eu tirei o meu casaco e dei pra que ela se protegesse do frio, mas sem olhar pra ela. — Só estou sendo educado porque perdeu seu tempo vindo aqui, espero que não confunda as coisas.

— Você é muito pior do que eu pensava. — ela disse com raiva.

— E eu não me importo com o que você pensa, Marinette. — dei de ombros e caminhei com destino ao ponto de táxi.

— Adrien, eu sei que esse não é você. Não pode ser. — ela choramingou e correu me abraçando pelas costas.

— Vai embora. Por favor, vai embora. Eu preciso ir. — eu disse me rendendo ao abraço e caí de joelhos chorando muito. O peso do cansaço e da tristeza estava me consumindo por inteiro. Eu parecia anestesiado em 100% do tempo e naquele momento, eu não conseguia mais fingir. Ao cair, o jeans acabou por se arrastar nos meus joelhos, causando algumas feridas neles, o chão molhado só piorava.

— É realmente isso que você quer? — Marinette disse com a voz chorosa me soltando e eu me recusava a olhar seu rosto.

— Sim. — Eu disse mais uma vez de forma seca, ignorando todos os meus sentimentos. 

Então ela foi em silêncio e quando me virei, ela não estava mais lá. Só deixou o amuleto ao meu lado e foi embora. A chuva já tinha me deixado completamente encharcado e no auge do meu stress e esgotamento emocional, de joelhos no chão, eu pus meu rosto também no chão e gritei. Gritei chorando de soluçar.

Um senhor asiático com uma roupa em estilo havaiano que estava passando me deu apoio e me levou até o ponto de táxi debaixo do seu guarda-chuva. Ele checou se eu estava bem e quando eu melhorei, ele me deixou prosseguir com a viagem de táxi. Demoraria algumas horas para chegar no hospital que ficava perto de Fontaine, mas eu sabia que meu avô era bem forte e atenderia o meu pedido. Foram 3 horas de viagem e quando cheguei no hospital, minha mãe se assustou.

— Caramba, Adrien! Seu pai sabe que você veio pra cá? Por que está nesse estado? — Eu neguei na mesma hora com a cabeça que meu pai sabia. Eu ainda estava bem molhado e meus joelhos tinham marcas de sangue pelos machucados que o jeans causou.

— Me desculpa, eu precisava estar aqui. — Abaixei a cabeça.

— Tudo bem, querido. — ela me abraçou e fez cafuné na minha cabeça.

A mamãe me levou até o quarto em que meu avô estava e eu mal o reconheci. Estava magro, pálido e com uma aparência de cansaço. Ele me olhava com os olhinhos fundos, sua barba estava por fazer e um sorriso se esboçou no cantinho de seus lábios. Ele estendeu sua mão pra mim, já não conseguia falar mais e eu só segurei a mão dele. Eu o dei um beijo no topo de sua cabeça e fiquei ali com ele, bem quietinho. Sussurrei no ouvido dele de forma doce.

— Estamos juntos agora, obrigado por me esperar, vovô. — eu sorri com lágrimas nos olhos e mamãe ficou ao lado dele, do outro lado da cama, fazendo carinho em sua cabeça.

O vovô não parava de olhar pra mim e segurava minha mão com a força que conseguia ter naquele momento. Até que a sua mão foi perdendo a força e se soltou por completo. A máquina começou a apitar indicando o fim dos batimentos cardíacos e a mamãe me olhou chorando muito.

— Você foi um bom avô. Obrigado. — falei com ele olhando para o céu.

Acabei chorando e fui abraçar minha mãe. Naquele momento era impossível de pensar em qualquer outra coisa, somente no vovô. Então nós continuamos abraçados por um bom tempo, até que a minha mãe precisou assinar as papeladas e eu precisei sair da sala para que os médicos cuidassem do corpo. Quando minha mãe voltou, nos sentamos na recepção e eu estava naquela fase estranha de negação, mesmo vendo tudo na minha frente.

— Ele realmente te esperou. — ela sorriu.

— Fiquei feliz com isso. Ele me ama mesmo. — eu também sorri.

— Sempre amou, querido. Mas lembrei de um detalhe... Preciso te levar pra casa... — minha mãe disse pensativa.

— Eu não posso ficar aqui? — eu disse meio triste.

— Você sabe que não, seu pai surtaria! — minha mãe explicou.

— Você vai ficar bem, mãe? — eu disse preocupado.

— Tudo bem, filho. A gente sabia que essa hora ia chegar. Seu avô estava doente há bastante tempo. Sua avó vai vir ficar comigo por um tempo. Vou ficar bem, prometo, ok?

— A qualquer momento, você pode me ligar e eu venho correndo tipo um super herói pra te salvar, ouviu? — eu disse.

— Digo o mesmo, pequeno príncipe! — ela riu. Parecia cansada, exausta. E eu me dei conta de que talvez, eu só atrapalharia mesmo. Minha avó saberia melhor o que fazer.

Nós fomos à enfermaria, pois minha mãe queria que eu voltasse inteiro para casa, então precisei fazer alguns curativos. Minha mãe me comprou um lanche no hospital e comeu comigo, ela contou que não comia direito há dias e que aquele era o primeiro lanche que ela conseguia comer inteiro. Eu nem imaginei o que minha mãe tinha passado durante esse tempo todo com meu avô doente. Sem auxílio, sem nada. Somente ela segurando a barra sozinha. E eu com essa vida de luxo em Paris sem ajudar nem um pouco. Que vergonha. O problema é que não dependia só de mim.

Então minha mãe me levou para casa, novamente de táxi durante 2 horas, já que o trânsito estava um pouco mais ameno. Assim, eu fiquei em casa e ela voltou para Fontaine. Fiquei com pena dela, pois sabia o quanto estava cansada, mas no final das contas eu consegui deixar o vovô ir e me despedir do lado dele.

Aquele turbilhão de emoções que aconteceram ainda estavam sendo digeridos quando toquei o interfone da mansão. Estava bem tarde e pensei em dormir em um hotel próximo, mas por sorte fui atendido por Natalie, que ainda estava acordada. Quando adentrei os portões e depois a porta da minha casa, fui surpreendido com meu pai preocupado me esperando.

— Adrien, onde você estava?! — ele disse bravo e batendo o pé no chão.

— O vovô, pai. — eu disse anestesiado.

— O que tem seu avô, Adrien? — ele disse confuso.

— Naquela hora, ele me ligou. Eu precisava. Eu precisava ver ele. Ele foi embora. Pra sempre. O vovô... O vovô morreu. — Ao pronunciar aquelas palavras, minhas defesas se quebraram completamente e eu comecei a chorar de forma desesperada com o peso do que todo aquele dia havia sido.

— Filho, eu... eu sinto muito. — meu pai veio em minha direção e me abraçou. Natalie também me abraçou. E até o Gorila veio me abraçar.

Aquela foi a primeira vez que me senti acolhido pela minha família. 

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Deixando claro, essas frases não te fazem psicopatas, óbvio.