• O capítulo contém Conteúdo de Violência Explicita. Caso não se sintam confortáveis, peço gentilmente para que não leiam. As descrições são pesadas. Estarei marcando com a exclamação (!) quando começar e terminar, para que estejam sinalizados.
Os três lanchavam em uma lanchonete após fazerem uma parada obrigatória já que o motorista havia encontrado alguns problemas no ônibus, mas nada assustador e que não pudesse ser resolvido após chamar alguns mecânicos. Todos os passageiros aproveitavam aquele momento para alongarem as pernas e comerem.
— Por que estão tão quietos? Esse café da manhã parece um enterro. — Kim comentou, olhando para os dois.
— Ainda tô com sono... Queria estar no nosso apartamento agora, jogado no tapete felpudo da nossa sala enquanto encarava o teto — lamentou Jimin com o costumeiro bico birrento nos lábios.
— Eu queria mais carne.
— Os dois casos tem solução, então parem de agir como crianças mimadas e sorriam. — Ambos forçaram um sorriso falso, esses que fizeram com que Taehyung gargalhasse, levando comida para a boca. — Já sei, podemos continuar com a brincadeira de nos conhecermos, que tal?
— Que legal tem nisso? Já conheço você, e você já me conhece. O Jungkook já conhece você também, muito provavelmente — falou, desinteressado naquilo. — Eu só precisava saber dele porque não o conhecia — apontou.
— Ele não sabe tudo sobre mim, bobo. E nada sobre você.
— Só que parece uma fêmea. — Desviou rapidamente quando Jimin jogou um pedaço de pão em sua direção, com olhos perigosos. Sorriu em uma falsa inocência.
— Filhote de cão sarnento. — Suas palavras saíram com desgosto, mas sequer feriram o outro que continuava a se divertir por vê-lo assim.
— Vocês são lindos brincando um com o outro, mas eu gosto de paz nas manhãs. — Jimin revirou os olhos e apoiou o rosto em sua mão, virando-se para o lado oposto. Taehyung sorriu arteiro e orgulhoso, continuando: — Bem, eu tenho vinte e nove anos e sou do signo de capricórnio. Minha comida favorita é Japchae... — Foi cortado.
— Ah, qual é, Taehyung! Você tá contando coisas desnecessárias. Conta a sua história, sei lá.
— Na verdade, é bem necessário para mim. Você pode falar sobre você também, Jimin. — Jungkook pediu, com os olhos brilhando.
— Tá escutando um zumbido? É irritante, né? — Park se direcionou ao Kim, evitando Jungkook, esse que olhou em volta à procura de moscas, o que causou um sorriso escondido do baixinho.
— Você está certo, ursinho, apenas estava enrolando. Bem, eu não tenho muito o que contar. Fui abandonado pelos meus pais, minha avó me pegou para criar e fiquei com ela até ela morrer. — Respirou fundo, evitando pensar demais na velha. Então sorriu pequeno e sem estar feliz para Jungkook, batendo fraco na mesa com o punho. — Passei a morar com o Jimin quando consegui grana o suficiente do trabalho para ajudar ele com a faculdade. Então fui promovido e levado para o laboratório, onde encontrei o meu segundo destino.
— Segundo destino? — Jungkook perguntou, envolvido pela conversa.
— Ele jura que somos um destino. É o caminho que ele sempre deve ir. — Jimin explicou, sem entender de fato essa lógica do maior.
— Eu gostei. — O Alpha sorriu para o Kim, recebendo um sorriso de volta. — Agora você, galinha.
— Jungkook, eu só não arranco os seus olhos porque... porque... — Parou de falar quando pensou nos verdadeiros motivos, então suas bochechas ganharam um tom avermelhado.
— Porque...? — Taehyung provocou, querendo que ele desse continuidade. O seu coração encheu-se de esperança, talvez por algo impossível, mas ainda sim se mantinha positivo.
— Vou pegar mais uma torta pra mim e ir ao banheiro — avisou ao se levantar e se afastar.
— Você sabe o porquê? — Kim elevou a sobrancelha quando recebeu a pergunta direta do Jeon. Sorriu de lado e negou com a cabeça, mentindo para ele. — Você mente, e eu sei disso.
— Algumas respostas eu não posso dar, Alpha. — Usou o seu antigo nome. Na verdade, nunca considerou um nome. Aquelas pessoas sequer se preocupavam de vê-lo como humano.
Felizmente viu em Jungkook a vida. Mesmo machucado após torturas, esgotado depois de tanto treinar fora dos seus limites e sem esperanças de uma vida fora daquelas paredes frias, enxergou em seus olhos o brilho que buscou por toda a sua vida. Foi a primeira vista e desde então tal sentimento está continuamente crescendo dentro de si.
Já amou muitas pessoas na vida, mas apenas três ultrapassam qualquer limite que já impôs sobre seus próprios sentimentos: sua avó, Jimin e Jungkook.
A velha foi um milagre em sua vida, se é que pode dizer isso. Mesmo com a idade avançada, pouca comida e vestes de segunda mão para usar, lhe adotou mesmo com todos julgando-a, dizendo que isso a levaria a fome e também a fadiga. Mesmo assim, foi amado e cuidado como nunca antes. O colo da mãe e a proteção do pai que precisava, foram resumidos em tardes boas comendo bolo de fubá com a mulher mais guerreira que já conhecera em toda a sua existência.
Não foi uma criança calma, no entanto, a causando muito estresse e dor de cabeça, mas enquanto crescia, aprendia lições valiosas, seja na marra ou sozinho. Quando finalmente pôde se virar só, passou a retribuir toda a ajuda dela, ainda assim podendo aproveitar o melhor gosto da infância. Todos os momentos dela se resumem em carinho, amor e família.
Jimin foi a segunda pessoa que o acolheu em momentos de desespero. Nele encontrou a verdadeira amizade, o apoio que precisava e a coragem para enfrentar as aventuras da vida. No começo ele era tímido e acanhado, talvez pela família de merda, mas juntos descobriram os prazeres e desprazeres da vida. Foi com ele onde encontrou o verdadeiro amor. Um amor puro, com sabor extremamente doce, mas não enjoativo, carregando consigo o gosto da expectativa e uma nova etapa. Todavia, daquela vez sua bravura fora pequena demais para continuar, magoando ambos.
Foi um tolo, e sabe disso.
Ainda o ama como na primeira vez, mas esse amor tem se somado cada dia mais. Toda vez se pergunta o que tem de especial para alguém tão incrível como Jimin gostar de si, mesmo tendo buscado se relacionar com outras pessoas para esquecer um amor, em sua visão, platônico.
Antes, se sentia desencorajado, dessa vez quer ser quem expõe seus sentimentos. Só que há um porém.
Seu coração é grande o suficiente para amar igualmente duas pessoas, por quem se apaixonou perdidamente. Mesmo que seus sentimentos estejam cobertos com um manto escuro para proteger-se de decepções e temores, agora, com dois, finalmente achou sentido para tudo isso.
Talvez seja por isso que não deu certo com Jimin antes, nem com os seus relacionamentos falhos no meio do caminho que não valem a pena serem citados. Talvez seja por isso que não se sentiu bem se doando para Jungkook desde o primeiro momento em que o viu. Precisa deles dois como um só. Quer ser parte de um trio, parte deles. Quer vê-los se amando ao mesmo tempo que é amado na mesma medida. Com todos juntos, consegue achar a sua direção, o seu próprio destino.
— Taehyung? — Finalmente acordou para realidade quando sentiu a mão firme de Jungkook apertar o seu ombro. Piscou algumas vezes antes de encará-lo, notando o seu olhar preocupado.
— Desculpa, acho que viajei na batatinha.
— Viajou na batatinha? — Franziu o cenho com uma expressão estranha.
— Só fiquei um pouco fora da realidade. Viajei nos meus pensamentos — explicou. Então olhou para o próprio prato e sorriu ao ver alguns pedaços de carne sobrando. Como não estava com fome, pegou e levou para a direção dele, notando os olhos redondos encararem aquilo com devoção. — Abre a boca.
E assim ele o fez. Sorriu bobo e ficou alimentando-o, sequer ligando para os maus olhares em sua direção.
A Coreia é super conservadora e homofóbica quando envolve afetos homossexuais sendo demonstrados em público. Mas, porra, teve lidar com o governo coreano não faz nem quatro dias. Enfrentou homens armados e agora ama um cara com puta força e com genes de animais lupinos. Não tem tempo para se preocupar com essa gentinha insignificante, apenas tem o prazer de continuar causando desgosto para eles.
É engraçado imaginar se fosse com Jimin, afinal, nesse exato momento ele estaria arrumando briga com os olhares assim. Não tira sua razão, já que traumas passados que ele adquiriu com a família o fizeram ser uma pessoa que sempre está na defensiva.
— Cadê o Jimin? — perguntou assim que procurou ele com os olhos e não o encontrou. — Já era para ter voltado.
Jungkook também ficou preocupado ao notar a demora, então se levantou, começando a farejar para procurar o perfume do garoto. Caminhou em direção à saída, onde ficam os banheiros, sendo seguido pelo Kim que apressou os passos para lhe acompanhar.
Ambos pararam de supetão ao enxergarem os carros pretos estacionados e alguns homens os encarando.
A espinha do loiro se arrepiou por se ver em uma situação sem saída. Com cuidado, pegou na mão do maior e entrelaçou seus dedos. Com o olhar desesperado, passou a procurar pelo Park de forma desesperada, sentindo o seu coração batendo freneticamente em seu peito sem parar.
— Olá, Taehyung, como é bom vê-lo. — Noori deu passos à frente, reconhecendo o velho colega. O mencionado franziu o cenho e deixou o maxilar marcado. — Vejo que domou muito bem o Alpha.
Jungkook rosnou, não gostando nada de ser encarado por todos eles. Queria, naquele momento, arrancar todas as cabeças de seus corpos só por terem pegado Jimin.
— Onde ele está? — A voz grave se fez presente junto com rosnados.
Os homens armados se moveram um pouco e então seguraram as armas com mais firmeza por pura segurança e prevenção.
— Está falando daquele homenzinho bravo? — debochou com um sorriso de lado, não ligando para a situação de ninguém ali a não ser o experimento. — Na mira dos nossos homens. Se vocês não entrarem nesse carro por bem, iremos atirar e então entrarão por mal.
— Mostre-o! — Kim mandou. — Caso contrário, como acham que terão nossa confiança?!
Bastou um aceno para mais soldados saírem do banheiro, mantendo Jimin preso com algemas em suas mãos e uma arma apontada para a sua cabeça. Os dois se desesperaram e suas mentes ficaram em branco ao tentarem pensar numa maneira de fugir em segurança.
Os homens apontaram para um grupo de turistas que gravavam aquele momento, mas que pararam ao serem coagidos. A verdade é que o governo não estava ligando em apavorar os cidadãos caso precisasse, só não podiam deixar o motivo escapar. Jungkook não poderia ser visto usando suas habilidades sobre-humanas, isso iria apavorar qualquer um, além de chamar a atenção de grandes potências mundiais que iriam considerar isso uma grande ameaça para a terra.
— Entrem agora — mandou mais uma vez, com os punhos fechados.
Taehyung apertou novamente a mão de Jungkook antes de dar passos para frente, causando um sorriso satisfeito em Noori.
— Taehyung, para! Você tem merda na cabeç... — Jimin parou de falar ao sentir a arma em seu pescoço. Tremeu e apertou os olhos com força, ofegando em desespero.
Quando Kim estava perto o suficiente de Noori, olhou no fundo dos olhos dele antes de fazer um sinal com os dedos para Jeon, o que não passou despercebido por ele. Então se agachou de supetão, vendo apenas o seu corpo passar por cima num pulo e se jogar nos soldados que começaram a atirar.
Os passageiros dos ônibus, famílias e funcionários começaram a gritar e também a tentar fugir dos tiros, assustados por verem um humano matar facilmente tanto quanto jogar dois ou três na parede de uma só vez, usando apenas os braços. Procuraram abrigo dentro da loja, onde começaram a ligar para a polícia e também a serem enrolados. Afinal, ela já estava ciente do que ocorria, mas por ordens superiores deveriam agir contra a população, não a favor. Se algum inocente morresse, o caso seria encoberto e inventariam mais mentiras em cima para não serem pegos.
Jimin se jogou no chão quando foi empurrado pelo homem que o segurava, numa tentativa de se proteger. Ficou apavorado ao ver Taehyung ser levado para um dos carros enquanto berrava e tentava se soltar.
— TAE!! — Se revirou no chão enquanto havia tumulto. Quando finalmente achou um meio de se levantar, um soldado esbarrou em si, levando o seu corpo ao chão brutalmente novamente. Soltou um gemido de dor e lágrimas começaram a cair ao ver a van se distanciar rapidamente. Então encarou Jungkook, esse que corria atrás de Noori que precisava de homens para protegê-lo. — JUNGKOOK!!
Assim que ouviu o chamado da doce voz, parou de andar e olhou para ele, se preocupando ao vê-lo no chão e com o rosto sangrando. Porém, ao tentar se aproximar, ouviu ele falar sobre Taehyung, foi então que o seu coração quase parou de bater por um segundo. Ao olhar em volta, não o encontrou. Gemeu dolorido ao receber um tiro na costela, o distraindo mais uma vez. Colocou a mão na região, rosnando irritado.
— NÃO O MATE! PRECISAMOS DELE VIVO! — Han gritou.
!
Quando o seu lado animal começou a tomar conta de todo o seu corpo, urrou por conta da dor terrível que sentia por todos os ossos e músculos. Jungkook se curvou no chão, respirando rápido e com dificuldade. Arregalou os olhos quando as garras começaram a crescer e o ar quente sair da sua boca em demasia. Seus olhos já estavam vermelhos. Quando o primeiro osso se quebrou, todos tremeram em pavor, presenciando a cena horrenda de membros de um corpo se quebrando até virarem alguma coisa mais grotesca e animalesca.
Jimin, com lágrimas nos olhos, engoliu o próprio soluço, não sabendo do que estava diante. Até mesmo a dor havia sumido do seu corpo, dando lugar apenas à adrenalina. Queria correr dali, mas junto com Taehyung e Jungkook; fugir desse medo que sempre voltava a assombrá-lo: o medo de serem pegos com mais péssimas surpresas.
— Meu D-Deus... — Noori proferiu com a voz trêmula ao ver que Jungkook tinha se transformado em um animal enorme, semelhante aos lobos, mas com menos pelos que eles. Mesmo com olhos mais humanos e patas misturadas com mãos, estava nítido a sua combinação com os lupinos.
Jamais imaginou que algo assim pudesse acontecer. Jungkook nunca se transformou no laboratório, sempre teve uma aparência humana embora as suas proporções fossem maiores. Seus superiores precisavam saber disso o quanto antes. Precisavam tê-lo de volta urgentemente.
Gritou quando o animal o encarou e rosnou alto enquanto mostrava os seus dentes maiores que qualquer cão. Não demorou para começar a correr. Suas horas de vida não se adiaram muito já que sua cabeça, em questão de segundos, estava sendo agarrada pela mesma boca que temeu e rasgada para fora do resto do seu corpo.
Ainda com consciência, Jungkook começou a correr atrás da van para conseguir alcançar Taehyung. Mesmo com uma distância significativa, conseguiu acelerar os pés até estar ao lado do motorista, esse que se assustou e perdeu o controle por rápidos segundos antes de manter firme o veículo de novo. Ele até tentou jogar o carro para a sua direção, mas conseguiu facilmente desviar e pular na porta. Ali começou uma luta terrível de agarrar o metal forte o bastante para não cair.
— PORRA! — O passageiro gritou de susto. Com as mãos tremendo, foi em busca da arma. Levantou o rosto de supetão quando ouviu os gritos do motorista e seus olhos cresceram ao ver o seu braço dentro da boca do lobo. Quando finalmente conseguiu encontrar o revólver, apontou para o monstro.
Taehyung lutava, dentro da van, contra dois homens para não ser desmaiado. Do nada foi jogado para o lado e gritou assim que o veículo capotou e começou a se arrastar no chão. Gemeu de dor quando tudo parou, ainda sentindo a cabeça girar.
Levou o seu olhar para os homens que estavam junto consigo, notando um deles consciente e tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Foi o momento perfeito, onde aproveitou para pegar a arma atirada no chão. Quando conseguiu alcançar, gemeu ao receber um soco no rosto. Então se virou, começando ter uma luta corporal com o soldado que tinha uma força maior que a sua. Seus olhos reviraram e seu rosto tomou uma tonalidade avermelhada ao começar a ser enforcado sem piedade alguma.
De repente, um som alto soou. Era o som de metal sendo amassado, puxado sem um controle de força. Quando o som estridente ecoou por aquela van, deixando que o ar frio entrasse, sabiam que as portas de trás haviam sido arrancadas, mesmo estando trancadas.
O soldado virou o rosto pálido lentamente para o lado, encontrando um lobo enorme e com os fios molhados pelo sangue rosnando em sua direção. A saliva escorria em grande quantidade pelos seus dentes sujos pelo vermelho. Ao fundo da boca, era notável uma mão arrancada e toda rasgada, evidenciando até mesmo uma parte do osso. Tentou não vomitar com a visão, se sentindo amedrontado e ameaçado.
— D-Deus, me ajude... — sussurrou em súplica, recorrendo a uma intervenção divina naquele momento. Não queria, de forma nenhuma, morrer pelo monstro.
Taehyung, ofegante, sorriu de lado ao ver a situação e se afastou aos poucos. Seus olhos se conectaram aos de Jungkook por longos segundos antes dele avançar naquele que, antes, lhe enforcava. Foi nesse momento que se arrastou até onde conseguia e pegou a arma, conseguindo alcançar a saída. Embora machucado e com um grande ferimento na cabeça, fez o seu melhor esforço para conseguir se manter calmo e acordado.
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Conseguia ouvir os gritos e os tiros inúteis dos soldados. Naquele momento sabia o que Jungkook estava fazendo. Mesmo já tendo visto com os próprios olhos, preferia não assistir e dar atenção aos próprios machucados e também ao celular de um dos homens que estava ligado, mostrando uma última ligação para o número desconhecido. Franziu o cenho, tentando mexer na tela rachada, percebendo vários bugs irritantes.
— Taehyung. — Voltou à realidade quando a voz grave e séria de Jungkook soou ao seu ouvido direito. Se virou para ele, percebendo, somente então, que sua respiração estava desregulada e suas mãos tremiam. O, agora, humano, as segurava na tentativa de conter a agitação. — Precisamos te ajudar.
— E-Eu tô bem, só preciso ver isso... — Seu olhar vagou pelo corpo nú dele, encontrando feridas que já se curavam rapidamente. — Você tá legal?
— Irritado — respondeu antes de farejar o mais velho, rosnando ao sentir o cheiro dos imundos nele e também o forte odor de sangue. Se levantou rapidamente e foi até os homens mortos, começando a pegar suas vestimentas para saírem dali o mais rápido possível. Precisavam voltar para ver Jimin.
Kim se apoiou no chão, conseguindo se levantar com um pouco de dificuldade, mas não conseguiu fugir dos cuidados do Alpha, esse que o pegou nas costas. Sorriu, apenas deixando. Apertou o celular na mão esquerda e encarou uma última vez a van e o pé de alguém jogado no meio da estrada.
— Está vindo um carro, vá para a floresta. — Se pronunciou ao ouvir o barulho vindo muito antes da curva. Aproveitando a estrada vazia e também a região montanhosa, Jungkook correu para dentro da florestal, ficando longe de onde o "acidente" ocorreu. — Irão chamar a polícia, então se apresse!
Jeon fez com que seus passos se tornassem mais rápidos. Segurando Taehyung firmemente entre suas mãos, apertando suas coxas para evitar a queda dele, correu em direção ao posto que estava alguns quilômetros ao longe. Quando chegaram, conseguiram ver poucos veículos ali, mas nenhum ônibus. As únicas pessoas que enxergaram estavam subindo numa moto, não demorando para partirem.
— Cadê ele? — O cientista indagou, tremendo de medo.
Os mirantes do Alpha capturaram a estatura pequena e magra sentada um pouco mais ao longe, tentando, inutilmente, tirar as algemas dos próprios pulsos. Então sorriu ao ver que não havia nenhum ferimento nele. Porém, antes de prosseguir, rosnou ao ver um soldado vivo no chão, mas banhado pelo próprio sangue.
— Não o mate. Quero conseguir algumas informações. — Taehyung pediu. Antes que ele se afastasse, segurou sua mão e o puxou para perto novamente. — O que foi? — Seus olhos se conectaram e ficaram segundos em silêncio.
— Está machucado.
— Ah, isso? — apontou para a testa e soltou uma risada soprada entre os dentes. — Não é nada. O Jimin estuda enfermagem, então ele vai conseguir me ajudar. Não se preocupe. — Novamente não conseguiu se afastar. — Jungkook?
— Fique à minha vista.
— Eu irei. — Quando finalmente pôde ir até o soldado, olhou para trás e enxergou o experimento correndo até Jimin para soltá-lo. Mesmo longe, conseguiu ouvir os xingamentos dele. — Dongyul ainda insiste em continuar com isso? — indagou ao pisar no pescoço do homem machucado.
— A-Apenas estava... e-estava seguindo o-ordens — falou com dificuldade, lutando para não se engasgar com o próprio sangue na boca.
Kim passou o olhar pela farda e sorriu ao encontrar o aparelho conectado à ela. Puxou bruscamente antes de apertar um dos botões, ouvindo uma voz conhecida soar.
— Taehyung...
Não ficou surpreso ao constatar que já sabiam o que havia ocorrido.
— Não sei o que leva a crer que irá conseguir pegar o Jungkook, Dongyul, mas é melhor desistir antes que eu te mate ou que os seus experimentos sejam expostos para o mundo.
— Se eu fosse você, não estaria tão otimista.
— É melhor ser inteligente, Song. Tenho certeza que o showzinho que aconteceu aqui será visto por muita gente. Será difícil dessa vez para vocês encobrirem tanta bagunça — riu enquanto zombava. Não estava se preocupando com a exposição dos fatos, isso já ultrapassou os limites. O governo deveria pagar pelo que estão fazendo escondido da população.
No caso de Jungkook, torceria para que não pudessem reconhecê-lo. E, durante o tempo que ficar com ele, o protegeria com a sua alma. Não deixaria ninguém tocar nele, como viu durante todos esses anos.
Nem mesmo Jimin. Protegerá todos que ama com unhas e dentes, assim como sua avó fez consigo após ser abandonado pelos próprios pais. A sua família são aqueles dois, então fará o impossível para que nada de ruim aconteça com eles.
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Acalmem-se, tudo ainda pode piorar! Kkkkkkkkkk
Espero que tenham gostado!
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Até amanhã! Se cuidem!