Playing Against Time | Bento...

By patxom4

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(+18) Ahri Aikyo possui uma incrível herança de família: uma máquina do tempo. Junto com a sua irmã, Ayumi, e... More

Palavras Iniciais da Autora
Prêmios
Cast
Playlist
Primeira Parte [Separador]
001. O Bracelete
002. Casa de Shows
003. Dia dos Namorados
004. Sinal Vermelho
005. Na Garagem
006. Casa Japonesa
007. Inconsciência
Segunda Parte [Separador]
008. A tal da "resenha"
009. Almoço pós festa
010. Brigados
011. Ciência e Teorias
012. Culpa do TCC
013. Traíra
014. Razões e Emoções
Terceira Parte [Separador]
015. Perrengues... Dos "Brabos"
016. "Free Bird"
018. Teste de Learjet
019. Fedor de Querosene
020. Albert Einstein
Quarta Parte [Separador]
021. Dilema Emocional
022. Desabafos
023. A resposta é "não"!
024. C(ensored) Temporal
025. Despedida
Quinta Parte [Separador]

017. Homens de Preto

179 19 0
By patxom4

Sim, leitores lindos, eu e o Bento viramos a noite toda naquele pequeno paraíso na Terra, vidrados em olhar para o céu e apenas aproveitando a companhia um do outro. A gente não praticou atos carnais, apesar disso. Diferente do que a Ayumi costuma me chamar, eu não sou uma cadela no cio desesperada por sexo. Às vezes prefiro apenas aproveitar os momentos que eu vivo ao máximo, e aquele no topo da serra era definitivamente um dos mais marcantes que eu já presenciei em toda a minha vida.

Ao amanhecer, por volta das cinco horas, o meu namorado me levou de volta para casa. Chegamos lá perto das seis e meia. Como estávamos a um bom tempo sem comer nada, eu o obriguei a entrar para tomar café da manhã comigo e com a minha tia. Sabe, era a primeira vez que o Bento pisava lá dentro. Ficou super entretido observando cada detalhezinho da decoração, a princípio. Eu entendo, não julgo, também fiquei do mesmo jeito quando fui na casa dele pela primeira vez.

A minha tia, por outro lado, nem sequer desconfiou que a mente dele estava super ocupada reparando em detalhes sutis da humilde residência de Miyuki Aikyo. Tanto que o rapaz foi pego de surpresa assim que a mais velha adentrou a sala de estar, apenas alguns segundos após a gente chegar ali, segurando uma colher de pau na mão esquerda enquanto seus braços se encontravam cruzados na frente do seu peito. Sua expressão na minha direção e na do guitarrista definitivamente não era boa.

— Então quer dizer que a pombinha inventa de dormir na casa do pombinho e nem sequer me avisa?

A bronca era pra mim, mas quem foi ágil o bastante para despertar do seu mundinho da lua e responder à altura — ainda que educadamente — foi o Alberto:

— Eu não a levei para a minha casa, senhorita Aikyo — o meu namorado se aproximou da minha tia e a rondou enquanto lhe respondia. Já diante dela o suficiente, se curvou perante de si, mostrando um sinal de respeito por ela. Dentro da cultura japonesa, o ato de se curvar (ou também chamado de fazer uma reverência) era um gesto muito nobre e respeitoso que poderíamos ter com qualquer outra pessoa. Ao erguer a postura, ele portava um sorrisinho neutro no rosto. — O que importa é que a sua sobrinha está inteira, não é?

Miyuki ergueu uma das suas sobrancelhas ao ouvir isso. Em seguida, disse:

— Sexo no carro pode até ser mais gostoso, mas é mais propício a fazer a mina ficar buchuda.

Eu tenho certeza que fiquei vermelha igual um pimentão no momento em que a ouvi falar isso. Assim como a minha irmã, a minha tia era uma pessoa totalmente sem filtro, como vocês puderam perceber acima. Claro, isso tinha um lado bom, mas o lado ruim era esse de justamente falar certas coisas que eram capazes de deixar qualquer pessoa com o rosto pelando de tanta vergonha. Bem, pelo menos eu fiquei. O Alberto riu da frase dela, mas não negou a fala da mulher que afirmava que nós havíamos feito sexo. Eu quis dar um tapa nele por conta disso, mas preferi me controlar porque eu não sou uma pessoa que parte para a agressão com facilidade. Existem casos e casos, e eu julguei na hora que este não era um caso preciso. Porém, no momento em que a Miyuki voltou para a cozinha e deixou eu e o guitarrista a sós novamente, eu o fuzilei com um olhar de raiva para que ele entendesse que aquilo me deixou irritada. Acreditam que, ao ver a minha expressão, ele ainda teve a coragem de sorrir para mim?

Ai, esse Bento… E o pior é que ele, com um simples sorriso, conseguiu me fazer esquecer que eu estava com raiva dele por algum motivo. Ah, é, eu estava perto de dar início ao meu período menstrual do mês. Logo, o meu humor estava oscilando várias vezes em curtos períodos de tempo.

Enfim, nós chegamos em casa justo na hora que a Miyuki estava preparando o café da manhã. Ela cozinhou e descascou ovos, fez um sanduíche natural com maionese, azeitona, frango desfiado e alface e ainda preparou suco de morango. Esse banquete foi servido como café da manhã. E não, não foi porque o Bento estava lá. A minha tia tinha hobbie em cozinhar, sempre que podia, ela ia para a frente do fogão preparar comidas gostosas.

Enquanto todo mundo enchia a sua barriguinha em completo silêncio, ela deu uma bela mordida no seu sanduíche e depois tateou um dos bolsos traseiros da sua calça jeans. Tirou de dentro dele um cartão de visitas, desses de empresa, e o estendeu na minha direção. Curiosa, eu o peguei. Ele era todo preto e, escrito, só tinha um número de telefone fixo. Confusa com o que era aquilo, eu olhei na direção da mulher. Enquanto ela mastigava, ela estava focando em mim, e assim que os nossos olhares se cruzaram, ela fez um gesto com a canhota pedindo para que eu a esperasse engolir a comida antes de falar qualquer coisa. Foi o que eu fiz.

— Hoje eu acordei com batidas na porta. Eram três homens de preto e eles queriam falar com você, Ahri. Eles deixaram isso e pediram para você ligar.

Homens de preto, é? Três homens de preto, então…

Espera, três homens de preto!? Certo, quem já assistiu alguma série de mistério sabe muito bem que um único homem de preto te procurando pode não significar uma coisa boa, três, então, com certeza era algo catastrófico. O que eles iriam querer comigo? Na minha cabeça, neste momento, só se passou uma única explicação plausível: o segredo do meu bracelete do tempo tinha vazado de alguma forma e agora tinha algum chefe maluco mandando três outros malucos virem atrás de mim me sequestrar para conseguir roubar a minha relíquia.

Sim, eu sou fanfiqueira, não me julguem.

— Eu devo ligar? — Essa foi a pergunta que lancei para a mais velha. Não me respondendo com palavras, ela apenas deu de ombros na minha direção. Eu não sou boa com interpretação de texto, muito menos de sinais, então aquilo poderia facilmente ser um "sim" ou um "não". Eu preferi interpretar como um "sim". Dessa forma, me levantei na mesa antes mesmo de terminar de comer e caminhei até o telefone fixo da sala. Disquei o número que continha no cartão e esperei que alguém atendesse.

Felizmente não fiquei por muito mais de um minuto esperando. Ou, talvez, infelizmente. Interpretem como preferirem.

— Alô? — Vocês sabem uma voz masculina, tão grave e tão forte que lhe faz estremecer até a alma só de ouvir? Pois bem, foi o dono de uma voz dessas que me atendeu. Essa simples palavra que ele disse me fez engolir em seco e pensar se havia sido uma boa ideia ligar para aquele número. Eu quis desligar, mas isso seria muito estranho. Então, ao optar por falar de uma vez o que eu queria, acabei gaguejando ao dizer:

— M-me pediram para ligar p-pra este número...

A resposta do cara não veio imediatamente. Por uns segundos eu até achei que ele tinha desligado a ligação e já estava até pronta para desligar também. Entretanto, ao retirar o telefone do ouvido, eu pude o escutar falar:

— Só um minuto.

E lá foi eu pregar o telefone na orelha novamente…

Aliás, pensa em um minuto que durou uma eternidade? Com certeza eu fiquei esperando por uns cinco minutos. Decidida a desligar de vez aquela ligação e voltar para a mesa junto com a minha tia e o meu namorado, alguém entrou na linha e falou comigo antes que eu tomasse a atitude de colocar o telefone no gancho. Dessa vez foi uma mulher. A sua voz era doce e delicada, semelhante à de uma menina adolescente.

— Com quem eu falo? — Ela indagou. Pelo telefone era difícil prever, mas de acordo com o seu tom, ela parecia estar apressada.

— O meu nome é Ahri Aikyo. 

— Ah, claro — claro? Como assim? — Eu estava esperando por sua ligação — oi? Então isso significava que ela era a possível chefe dos homens de preto que a minha tia tinha dito? Apesar dessa minha dúvida, não achei conveniente a interrogar. Fiquei apenas esperando que ela dissesse mais alguma coisa. — Pode me chamar de Senhorita Chair. Soube que você se formou em Engenharia Aeronáutica no ITA. Tenho aqui comigo um relatório impresso da sua faculdade alegando que você foi uma das alunas mais eficientes da sua turma em relação ao seu desempenho acadêmico e, principalmente, durante a preparação e apresentação do seu último TCC. Eu me interessei por você e pelo seu projeto denominado FlexAir. Sou dona de uma empresa de Táxi Aéreo e gostaria de conversar contigo pessoalmente.

Calma eu sei o que vocês estão pensando neste exato momento: "uau, muita informação de uma só vez". Se vocês acham isso, se coloquem, então, no meu lugar naquela hora. Quando ela terminou de falar eu estava boquiaberta e sem saber o que responder! Obviamente levei alguns meros segundos para processar toda aquela informação. Depois disso, eu tampei o microfone do telefone e me virei na direção do meu namorado e da minha tia para lhes perguntar:

— Vocês contaram para alguém sobre o FlexAir? 

Eu sei, também, que vocês estão confusos nessa parte. Então deixem-me explicar…

Sim, o FlexAir foi um projeto que eu coloquei em prática em dois mil e vinte e dois. Sendo assim, não tinha lógica a minha família nos anos noventa conhecer ele, não é?

Tinha sim. Tecnicamente dizendo, eu tinha o feito para que ele ficasse apenas nos anos dois mil. Porém, depois da minha formatura, o ITA devolveu os trabalhos que eu e os meus colegas fizemos. Eu poderia facilmente guardar o projeto dentro daquele antigo espaço que o Kenzo havia reservado na sua casa somente para isso se os pais dele não tivessem ocupado aquele lugar com móveis antigos depois que ali foi esvaziado. O espacinho que sobrou o meu noivo usou para guardar o drone dele, então eu teria que me virar com o FlexAir de alguma maneira.

Na minha casa seria muito arriscado deixar. O motivo? As loucuras da Ayumi. Para ela inventar de pilotar aquilo, sem saber, durante a minha ausência, pouco custava. E se algo de ruim acontecesse com ela, mesmo que fosse por irresponsabilidade dela, eu definitivamente nunca me perdoaria.

Para evitar essa situação, eu expliquei tudo para a Miyuki e ela permitiu que eu deixasse o meu jatinho nos fundos da sua casa. Ela, desde então, tinha se tornado a guardiã do avião. Se ela visse a minha irmã se aproximando dele, sequer, ela gritava pela janela e espantava a outra de perto. Não vou negar que eu amava assistir a essas cenas.

Bom, e quanto ao relatório que ela disse anteriormente… Quando eu me formei, eu recebi junto com o diploma um relatório de aluna contemplada. O Bento tinha me pedido uma cópia do meu diploma para que ele pudesse colocar em uma moldura no seu quarto (o motivo disso eu também não sei bem, mas eu não questionei). Quando estava em frente ao meu computador mudando as datas do diploma, eu encontrei o arquivo do relatório e decidi fazer o mesmo com ele. Depois eu os imprimi numa papelaria e fui entregar ao meu namorado. Aquele relatório com certeza tinha saído dele, já que ele era o único naquele tempo que o tinha. Quanto àquela moça saber do FlexAir, poderia ter sido ele ou a minha tia, ou os dois juntos. O fato é que, ao ouvir a minha pergunta, os dois se entreolharam rapidamente antes do Alberto confessar:

— Eu contei para o Dinho.

— E eu vi o Dinho comentando com um grupo de amigos depois de um show — e a mulher completou a fala dele.

Metade do rolê já estava explicado só com aquilo ali. Eu recoloquei o telefone no ouvido e, então, respondi para a moça do outro lado da linha:

— Estou disponível para conversar.

Enquanto esperava ela dizer alguma outra coisa, lancei um olhar de "nós vamos bater um papo depois" na direção do meu namorado. Ele definitivamente ainda teria que me explicar muitas coisas.

— Perfeito — a moça prosseguiu. — Adiantando a conversa, eu gostaria muito de fechar um contrato com você para a fabricação de dois exemplares do seu projeto. Entretanto, eu preciso ver e o avaliar primeiro. A minha empresa possui sede em uma cidade chamada Itaquaquecetuba, aqui em São Paulo. Gostaria que você viesse nesta tarde aqui, voando no seu jatinho. Assim poderemos entrar em um consenso de um tratado legal para ambas as partes.

Mais uma vez eu tampei o microfone e me virei na direção deles, que ainda prestavam atenção em mim. Dessa vez sussurrei bem baixo que o som quase não saiu, mas alto o suficiente para que eles escutassem da onde estavam:

— Ela quer o FlexAir!

Ao ouvirem, tive dois japoneses arregalando os seus olhinhos puxados na minha direção. O guitarrista, então, estava de boca cheia. Tadinho, ele quase engasgou com a comida no momento em que eu lhes dei a notícia.

De repente eu me empolguei com aquela oportunidade que me surgiu do nada. Trabalhar com táxi aéreo nunca foi o meu sonho, mas estando nos anos noventa e com uma missão para resolver, talvez estar em uma empresa dessas me deixasse mais próxima da resposta em relação ao acidente dos meninos. Talvez. Eu também não tinha certeza de nada disso. Eu apostava que estivesse certa em relação ao meu pensamento.

— Tudo bem, eu vou.

Ok, eu sei que vocês acham que talvez não fosse a melhor ideia destampar o microfone e aceitar aquela proposta. Mas, a princípio, não era uma proposta! Eu só… Não sei exatamente o que se passou pela minha cabeça naquele momento. Talvez eu realmente não deveria ter aceitado, mas já era tarde demais para dar pra trás, agora.

2328 palavras.

Hey girls & boys, como vão vocês? Estão bem?

Eu espero que estejam bem! Por aqui eu estou na correria por conta da faculdade, mas super na paz (pelo menos por enquanto, até começar a fazer programação)...

Bem, o capítulo de hoje é bem intrigante, não acham? Eu acho! Considero essa uma introdução para uma parte bastante crucial nesta história, então mesmo que o capítulo pareça simples, vocês em breve vão ver a importância que ele tem para o desenrolar da trama!

Enfim, eu amo o plot twist que isso aqui possui. Já aconteceu tanta coisa e ainda tem tanta coisa interessante para acontecer que vocês não tem nem noção! Continuem acompanhando que vai valer a pena, eu garanto!

Enfim, é isso! Beijinhos, bebam água e durmam bem e bastante!

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