Jogando as chaves em cima da mesa, Skyler se jogou de bruços no sofá afundando a cabeça no travesseiro para esconder a sua vergonha.
Agora que havia se demitido, ela precisava de um novo emprego.
— Chegou cedo do trabalho... — Layla apareceu com uma toalha na cabeça e a escova de dentes na boca.
— Eu me demiti. — Skyler respondeu com a voz abafada.
— Desculpe, eu pensei ter ouvido você dizer que se demitiu. — Layla riu porque sabia que seus ouvidos não haviam lhe enganado.
— Foi exatamente o que eu disse. — Skyler se sentou no sofá encarando a amiga que se segurava para não rir. — Eu não sirvo para ser garçonete.
— Eu te disse. — Layla respondeu.
— E cortaram o meu telefone. — Skyler disse envergonhada. — E se eu não pagar a parcela do meu carro já era.
— Sky, eu sinto muito. — Layla disse vendo a amiga se jogar no sofá de novo. — Mas você sabe que isso mudaria se fizesse uma simples ligação.
— Eu não vou pedir dinheiro para a minha mãe.
— Então venda uma de suas bolsas. — Layla disse e Skyler pareceu tomar um choque ou melhor, ela sentiu como se estivesse levado um tapa na cara. — Ou um daqueles seus sapatos de marca.
— Eu prefiro morrer. — Skyler respondeu se sentando no sofá. — Meus Manolo Bhalink são meus melhores amigos e minhas bolsas da Louis Vuitton são o mais perto que vou ter de um relacionamento saudável.
— Você deveria pensar melhor nisso. — Layla disse causando enjoo em Skyler só de pensar em vender ou leiloar sua coleção de bolsas e sapatos de marca. — Conseguiria quitar suas dividas e ainda sobraria uma economia.
— Esse carro nem é tão importante assim. — Skyler respondeu dando de ombros. — Eu posso andar de ônibus.
— Você? Andando de ônibus? — Layla não conteve a risada.
— Eu peguei o metrô uma vez. — Skyler esticou as pernas pensativa. — Não deve ser tão difícil.
— E você acabou pagando caro para voltar de uber porque se perdeu. — Layla disse e Skyler rolou os olhos. — Você precisa do seu carro.
— Está cedo, eu vou dar uma volta e quem sabe conseguir um emprego novo... — Skyler levantou do sofá em um pulo. — Nem que seja vestida de palhaço na frente do Mc Donalds.
— Eu quase ia me esquecendo. — Layla chamou a atenção de Skyler que parou de andar se virando para a amiga. — Um cara veio aqui atrás de você.
— Que tipo de cara? — Skyler estreitou os olhos. — O tipo de cara legal para quem eu daria o meu número ou o tipo de cara que me cobraria algo?
— O tipo de cara que dirige uma SUV e usa terno caro.
— Com certeza o tipo de cara que me cobraria algo. — Skyler disse com um sorriso no rosto. — Ele deixou recado?
— Disse que voltaria depois. — Layla respondeu.
— Então não deve ser importante. — Skyler deu de ombros pegando sua bolsa com suas chaves. — Não me espere para o jantar.
Dito isso, Skyler seguiu rumo ao Upper East Side.
Só naquela semana ela havia enviado currículo para todas as lojas de grife pedindo por qualquer tipo de emprego, até mesmo para servir cafézinho ou passar roupas a seco, porque ao menos ela estaria perto de algo que amava.
Moda e roupas de marca.
Seguindo pela rua para chegar ao seu destino, Skyler parou de andar bem em frente a loja da chanel porque a bolsa da nova coleção ainda estava lá.
A bolsa era azul em um tom pastel com pequenos detalhes em rosa e amarelo. A fivela com a logo da marca em dourado fizeram seus olhos brilharem, era a coisa mais linda que ela já havia visto na sua vida e um suspiro apaixonado saiu quase que involuntariamente.
— Um dia você vai ser minha. — Skyler disse para si mesma vendo o preço na etiqueta.
$6.500 dólares.
Em outra vida ela teria comprado aquela bolsa sem nem pensar duas vezes ou sem calcular o valor dos impostos, mas nessa sua nova vida ela precisava aprender a se controlar.
Seguindo pela rua, ela encontrou um edifício de luxo onde havia uma placa escrito "estamos contratando" e sem pensar duas vezes ela foi até lá reivindicar qualquer que fosse aquele emprego.
— Então, eu só preciso servir bebidas? — Skyler perguntou com uma ruga na testa achando todo aquele ambiente muito estranho.
Havia mulheres seminuas por todo o salão, carregando bandejas e servindo a homens ricos e só agora ela havia notado que só tinha homens frequentando aquele lugar.
— Isso e as gorjetas ficam por sua conta.
— Desculpe, é difícil me concentrar. — Skyler riu ao ver outra mulher seminua passar na sua frente. — Mas por que elas estão nuas?
— É o uniforme da nossa boate. — O homem respondeu e Skyler abriu a boca totalmente chocada.
Aquele sutiã rendado não podia ser um uniforme.
— Então isso é uma boate stripper? — Skyler perguntou voltando a atenção para o homem na sua frente que continuava negando aquela afirmação.
— Não pedimos para nossas garotas tirarem a roupa.
— Até porque ela já estão sem roupa. — Skyler respondeu de forma sarcástica.
— Você quer o emprego ou não?
— Eu vou ter que usar aquilo? — Skyler perguntou olhando com desdém para aquele "uniforme".
— Sim.
Sem dizer uma única palavra, Skyler pegou sua bolsa e deu as costas saindo daquele lugar.
A boate que o homem insistiu em dizer que não era stripper, ficava no primeiro andar de um edifício muito badalado e respeitado do Upper East Side, e aquela boate parecia um lugar clandestino onde homens casados e ricaços da elite gostavam de sair para a festejar sem que ninguém soubesse o que faziam entre quatro paredes e mesmo desesperada por dinheiro, Skyler não se submeteria a isso por alguns trocados e gorjetas.
Ao seguir pela rua pronta para decretar seu fracasso, ela tomou um susto ao ver seu carro sendo rebocado.
— Ei! O que está fazendo? Eu paguei o paquímetro. — Skyler disse se aproximando vendo que tinha mais uma hora ali. — Viu?
— Seu carro está atrasado e com uma procuração em seu nome. — O homem entregou para ela um papel com o carimbo do departamento de trânsito.
— Não pode fazer isso. Eles me deram um prazo. — Skyler disse desesperada segurando a mão do rapaz o impedindo de colocar o guincho.
— Que expirou hoje.
— Claro que não, eu tenho o papel aqui. — Skyler abriu a bolsa tirando de lá a nota onde havia a data em destaque "08 de outubro". — Hoje não é dia 07?
— Pague suas dívidas ou seu carro vai ser leiloado.
— Não existe nada que eu possa fazer para você liberar o meu carro? — Skyler disse desesperada pensando que aquilo provavelmente foi uma vingança do universo por dizer que preferia andar de ônibus ao invés de vender suas bolsas. — Por favor, eu posso enviar uma carta ao departamento dizendo que você é um excelente trabalhador!
— Existe algo sim. — O homem pigarreou sorrindo para Skyler que imediatamente fez uma careta ao entender a segunda intenção dele.
— Leva essa porra desse carro, seu pervertido. — Skyler deu dois passos para trás observando o homem pigarrear e cuspir no chão.
— Eu sei que uma filha de papai vai comprar outro calhambeque rapidinho.
Ao ouvir aquilo Skyler sentiu o seu sangue ferver e ela segurou firme a alça de sua bolsa para acertar na cara daquele homem mas era uma Gucci e ela não iria querer estragar aquela peça exclusiva da marca dando a surra naquele homem nojento.
— Qual o seu nome? — Skyler perguntou e ele apenas apontou para o crachá em seu peito. — Derek, certo?
Ele concordou com a cabeça.
— Eu vou te contar um segredinho. — Skyler se aproximou com um sorriso no rosto fazendo Derek se animar. — Conheço caras como você que tem o pau tão pequeno que precisam urgentemente diminuir mulheres e objetifica-las para se sentirem mais homens. Eu posso até conseguir comprar outro calhambeque...
Skyler abriu a porta do carro tirando o seu chaveiro de pompom rosa que estava pendurado do espelho.
— Mas você vai continuar um fracassado e desesperado que faz de tudo para ter a atenção de uma mulher. — Skyler forçou um sorriso. — O seu zíper está aberto.
Derek ficou imóvel e sem reação depois de ouvir aquilo mas ele se apressou em fechar sua calça. Skyler por outro lado não conseguiu parar de rir ao ver que tinha acertado em cheio e que o homem provavelmente iria chorar o resto da noite pensando naquilo.
E graças a ele, Skyler teria que voltar para casa andando e o pior, pegar metrô sem ajuda.
— Oi, Brenda. — Skyler sorriu para a garçonete assim que entrou na mesma lanchonete que frequentava quase todos os dias. — O de sempre, por favor.
— Cheddar na batata? — Brenda perguntou e Skyler negou com a cabeça.
— Dessa vez não, obrigada. — Skyler tirou o casaco do corpo e se sentou em frente ao balcão.
A lanchonete que ficava próxima ao metrô e era muito frequentada por Skyler e Layla já que depois de uma longa caminhada no Central Park as duas paravam para comer cachorro quente e fofocar com Brenda, a garçonete.
— Soube que o Fred te demitiu no seu segundo dia de emprego. — Brenda disse servindo uma xícara de café.
— Foi isso que aquele porco te contou? — Skyler perguntou chocada.
Brenda havia trabalhado naquela lanchonete antes de conseguir uma oportunidade melhor em Manhatthan e por isso ela havia recomendado Skyler para o seu ex-chefe.
— Aquele porco chauvinista assediador achou que seria uma boa passar a mão em mim. — Skyler segurou a xícara com as duas mãos dando um gole na bebida.
— Eu te falei que ele era cheio da mão boba.
— Preciso de outro emprego. — Skyler disse dando um suspiro cansada. — Eu já tentei de tudo e agora estou quase vendendo meus óvulos saudáveis em uma clínica de fertilização.
— Você conseguiria dormir a noite sabendo que tem mini versões suas andando por ai? — Brenda perguntou e Skyler meneou a cabeça tentando pensar nos prós e contras.
— Não, — Skyler fez biquinho. — Mas eu conseguiria viver se tivesse a bolsa da nova coleção da chanel.
Um rapaz no fundo da lanchonete acenou chamando a atenção de Brenda.
— Preciso atender outra mesa.
Tudo estava dando errado para Skyler naquela semana.
Seu celular havia sido cortado e ela estava sem internet e agora seu carro estava indo direto para um deposito onde provavelmente algum desconhecido iria compra-lo em um leilão a preço de banana.
— Eu entendo que muitas pessoas estejam se questionando sobre o que aconteceu... — Skyler imediatamente reconheceu a voz vindo da televisão.
Era Sebastian Stan dando uma entrevista, ou melhor, uma coletiva de impressa na frente de seu hotel.
— Alguém aumenta, por favor? — Skyler apontou para o gerente chamando a atenção dele.
— Não é novidade para ninguém que eu nunca tive um relacionamento duradouro, mas as acusações da... — Sebastian cutucou Chace que estava ao seu lado perguntando o nome da mulher mas pelo visto o amigo e m parceiro de banda também não fazia ideia do nome. — As acusações sobre mim são falsas.
— E por que demorou tanto para falar sobre isso?
— Por que eu estava com alguém que pode confirmar que eu não estou mentindo. — Sebastian disse olhando diretamente para a câmera e Skyler sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
Skyler estava com uma ruga na testa bebericando o café assistindo aquela palhaçada na televisão.
— E porque eu estou completamente e perdidamente apaixonado pela minha garota e eu jamais iria expor o nosso amor e nossa paixão sem o seu consentimento. — Sebastian segurou a mão da jornalista para pegar o microfone. — E se estão se perguntando, sim ela estava comigo o tempo inteiro no fatídico dia que a acusação foi feita.
— Será que ele acha que está convencendo alguém? — Brenda perguntou colocando o copo de milkshake em cima da mesa e Skyler riu com os olhos vidrados na televisão.
— Eu estou me perguntando quem é a pobre coitada que se apaixonou por isso? — Skyler riu da própria piada.
— E quem é ela? Algum dos seus antigos Affair?
— O nome dela é Skyler Vardon. — Sebastian disse olhando para a câmera e ao ouvir o seu nome Skyler cuspiu o milkshake em cima da mesa fazendo Brenda tomar susto.
— Mas que porra é essa? — Skyler estava com os olhos arregalados tentando processar o que ela tinha acabado de ouvir.
— Então ela vai testemunhar a seu favor?
— Não queríamos assumir nossa relação desse jeito mas em um momento difícil como esse... É o melhor a se fazer. — Sebastian disse balançando a cabeça.
— Você? — Brenda estava em choque. — Você conhece o Sebastian Stan desde quando?
— Eu preciso ir pra casa. — Skyler juntou suas coisas e se levantou para correr até o seu carro e dirigir o mais rápido que podia mas ao abrir a porta da lanchonete a ficha caiu. — Brenda, como eu faço para pegar o metrô para o Queens?
[...]
Depois de pegar dois metrôs errado e precisar andar 2 quarteirões fazendo seus saltos causarem bolhas em seus pés, Skyler conseguiu avistar sua casa que naquele momento parecia muito convidativa.
Se apoiando na caixa de correio, Skyler arrancou os saltos dos pés.
— Que delicia. — Skyler fechou os olhos massageando seus pés.
— Oi! — Uma garota de cabelos loiros e olhos cinzas se aproximou fazendo Skyler olhar torto para ela.
— Não estou interessada em comprar nenhum biscoito de escoteira. — Skyler deu as costas pegando as chaves dentro da bolsa.
— Você é a Skyler Vardon, certo?
Parecia que de repente todo mundo em Nova Iorque parecia conhecer ela e tudo graças aquele maldito baterista tatuado.
— Desculpe, você deve estar me confundindo com outra pessoa. — Skyler insistiu em ignorar a garota que se esgueirou atravessando o portão da frente para alcança-la.
— Eu vim falar sobre o Sebastian. — A garota se aproximou novamente tentando uma nova abordagem. — Sebastian Stan.
— Eu sei quem ele é. — Skyler disse estreitando os olhos desconfiada.
— Eu preciso falar sobre algo muito importante com você. — A garota parecia nervosa e Skyler notou que o assunto era mais sério do que pensava.
Mordendo o lábio inferior pensativa, Skyler resolveu dar o braço a torcer e ouvir o que ela tinha para falar. Até porque ela não deixaria aquela garota no meio da rua tarde da noite.
— Tudo bem, pode entrar. — Skyler deu espaço para que a garota pudesse entrar. — Qual o seu nome?
— Hope. — Hope olhou ao redor intrigada com aquele apartamento pequeno. — Hope Orlovschi.
— Sobrenome legal.
— É romeno. — Hope disse pegando o porta retrato em cima da mesinha vendo uma mulher morena sorrindo.
— Quer uma água ou... — Skyler abriu a geladeira vendo que não havia muitas opções além de água e cerveja. — Ou uma água?
— Eu estou legal. — Hope afastou os travesseiros para conseguir se sentar no sofá.
— Você disse que queria conversar comigo sobre o Sebastian... — Skyler se encostou na bancada observando Hope que tinha um sorriso doce no rosto.
— É um assunto um pouco delicado e eu nunca contei isso para ninguém. — Hope olhou dentro dos olhos de Skyler que estava nervosa com todo aquele suspense. — Posso confiar em você?
— Ai meu deus! Além da acusação de estupro ele também é pedófilo? — Skyler colocou a mão no peito totalmente horrorizada.
— Não! De onde você tirou isso? — Hope arregalou os olhos assustada mas Skyler estava tão em choque que não conseguia dizer uma única palavra. — O Sebastian é meu pai.
— Meu deus abandono de menor. — Skyler abriu a boca chocada.
— Você tem algum tipo de demência? — Hope perguntou e Skyler piscou algumas vezes sem esperar ouvir aquilo de uma garotinha.
— Como é que é? — Skyler perguntou se sentindo ofendida.
— Eu estou tentando conversar com você mas parece que você não consegue me escutar. — Hope disse e Skyler cruzou os braços de forma desafiadora.
— Vem cá, garota... Você tem quantos anos para falar comigo desse jeito?
— Meu pai não fez nada daquilo. — Hope disse ignorando a pergunta de Skyler para não começar uma discussão sem sentido. — E eu sei que você estava com ele no dia que aconteceu. Eu vi a foto e você estava nela.
— Você sabe que eu sou uma jornalista, não é? — Skyler perguntou arqueando a sobrancelha enquanto mentia para tentar amedrontar a garota. — E você acabou de me entregar uma exclusiva sobre o Sebastian e eu ganharia uma primeira página com essa fofoca.
Skyler estava longe de trabalhar em outra revista ou jornal mas aquela história com certeza poderia ser vendida para algum site de fofoca ou uma revista importante.
— Pensei que fosse uma desempregada. — Hope disse pegando Skyler de surpresa.
— Eu não sou desempregada. — Skyler riu nervosa. — Estou passando por uma pequena dificuldade, é diferente.
— Então você é desempregada.
— Tá legal, espertinha. — Skyler fuzilou Hope com os olhos. — Sim, eu estava com seu pai dentro daquele ônibus mas isso não quer dizer que ele não tenha feito aquilo. Pode ter sido antes ou depois de eu ter aparecido lá.
— Eu confio no meu pai e ele jamais faria isso.
— Um dia você vai aprender que não dá pra confiar em homens. — Skyler deu um sorrisinho fraco. — Muito menos em homens como o seu pai.
— O meu pai é diferente e se ele disse que não fez, eu acredito. — Hope disse firme em suas palavras.
— E o que você quer que eu faça? Seu foi um verdadeiro filho da p... — Skyler pareceu engolir o xingamento. — Da mãe, comigo.
— Você pode xingar, eu não me importo. — Hope disse dando de ombros. — As vezes meu pai é um pé no saco mesmo.
— Para não dizer o mínimo.
— Se você o conhecesse como eu conheço, saberia que ele jamais faria isso. — Hope disse e Skyler respirou fundo.
Talvez ela tivesse razão, Skyler não conhecia Sebastian bem o bastante para ter certeza de alguma coisa.
— Se ele fosse realmente inocente não mentiria para o mundo inteiro. — Skyler disse e Hope pareceu não entender do que ela estava falando. — Você não viu? Aparentemente ele está completamente apaixonado pela única pessoa que pode salvar a pele dele.
Hope parecia surpresa.
— Isso só pode ter sido ideia do meu tio Chace. — Hope disse para si mesma. — Olha, eu sei que parece ruim mas pensa bem... Isso pode ser uma boa pra você.
— Como isso pode ser uma boa pra mim?
— Você acabou de arrumar um emprego. — Hope disse animada fazendo Skyler franzir o senho. — Parabéns, você não é mais uma desempregada.
— Eles vão assinar minha carteira? — Skyler estava prestes a aceitar seja lá qual fosse aquela ideia.
Desde que isso envolvesse uma bolsa da chanel e seu carro.
— Eu sou só uma adolescente. — Hope respondeu segurando a mão de Skyler a puxando em direção a porta. — Por que não vamos até o meu pai e o empresário dele?
O cérebro de Skyler parecia ter parado de funcionar por alguns minutos porque naquele momento ela estava fantasiando qual roupa combinaria com sua nova bolsa da Chanel e ela só pareceu acordar quando se deu conta que estava em frente ao metrô.
— Eu acho melhor a gente pegar um uber porque eu não faço ideia de qual metrô pegar para chegar em Manhatthan. — Skyler disse parando bem em frente as escadarias do apartamento.
Depois de ter se perdido indo de Manhatthan para o Queen, Skyler não queria se perder de novo indo do Queens para Manhatthan.
— Relaxa, é fácil. — Hope segurou a mão de Skyler a puxando para que descesse de uma vez e parasse de atrapalhar o caminho daquelas pessoas. — Eu te ensino.
— Eu não preciso que me ensine a pegar o metrô. — Skyler disse dando uma risada nasalada. — Eu sempre pego o metrô.
— Se você diz.
[...]
— Mas que porra foi aquela seu filho da mãe desgraçado? — Kraig praticamente chutou a porta do quarto de Sebastian que estava deitado na cama com um cigarro entre os dedos assistindo a própria entrevista.
— Resolvi o nosso problema. — Sebastian apontou para a televisão. — De nada.
— Chama isso de resolver um problema? — Kraig não conseguiu se conter e bagunçou os cabelos quase os arrancando da cabeça. — Eu vou ter meu primeiro enfarte aos 55 anos e tudo por sua culpa.
— Eu já desmenti as acusações daquela maluca. — Sebastian respondeu. — E ainda obriguei a testemunha a aparecer.
Kraig fechou os olhos com força tentando se acalmar.
— Você pode me dizer que porra é essa? — Kraig perguntou pegando o gramofone dourado que estava ao lado da mesa da cabeceira.
— Isso é um grammy. — Sebastian respondeu com uma ruga na testa.
— Pelo que eu saiba eles dão esse prêmio para quem saber cantar e não para quem sabe atuar. — Kraig disse alterando o tom de voz. — A sua perfomance naquela coletiva de impressa foi patética!
— Foda-se! Eu resolvi a porra do problema. — Sebastian respondeu levando o cigarro até os lábios e dando uma tragada. — Agora aquela vadia da Rolling Stones vai ser obrigada a testemunhar ao meu favor.
— E o que te garante que ela vai depor ao seu favor?
— Foi por isso eu falei que estávamos apaixonados.
— Você está fumando crack? — Kraig perguntou e Sebastian rolou os olhos com o drama do empresário. — Você está andando tanto com o Chace que está falando asneiras que nem ele.
— A ideia foi do Chace.
— Puta que pariu! — Kraig arrancou um tufo de cabelo enquanto gritava.
— Eu só não queria adiar o lançamento do álbum. — Sebastian disse tentando se justificar. — Eu nunca toquei naquela mulher e nós temos uma testemunha... Para que esperar?
— Depois de hoje talvez você e sua banda nunca mais lance nenhum álbum. — Kraig disse com a voz pesada mostrando o quão sério era aquele assunto.
O silêncio tomou conta e aquela tensão só foi quebrada quando a alguém deu duas batidinhas na porta.
— Quem é? — Sebastian perguntou alto o bastante para que a pessoa do outro lado ouvisse.
— Sou eu. — A voz de Hope lhe deu um alívio e Sebastian correu até a porta a abrindo e tomando um susto ao ver quem estava acompanhando sua filha.
— O que ela está fazendo aqui?
— Estranho você dizer isso depois de dizer em rede nacional que estamos juntos. — Skyler disse praticamente rosnando cada palavra enquanto entrava no quarto. — Qual foi a palavra que você usou mesmo? Perdidamente apaixonados?
— Skyker Vardon? — Kraig se aproximou estendendo a mão para ela. — Sou Kraig Montez, empresário do Winter Soldiers.
— Aquela SUV lá na frente é sua? — Skyler perguntou e Kraig balançou a cabeça confirmando. — Foi você quem me procurou hoje mais cedo?
— Sim, sua colega disse que estava trabalhando. — Kraig disse com um sorriso simpático no rosto.
— Por isso esse idiota foi até o meu trabalho? — Skyler perguntou apontando para Sebastian.
— Ex-trabalho porque você foi demitida. — Sebastian riu.
— Eu pedi demissão. — Skyler o fuzilou com os olhos.
— A Skyler tem algo para falar, pai. — Hope disse e Sebastian engoliu seco ao vê-la chama-lo de pai na frente de uma desconhecida.
— Pai? — Sebastian riu nervoso. — Eu nunca vi essa garota na minha vida.
Skyler cruzou os braços e arqueou a sobrancelha vendo uma performance pior do que a que ele deu na TV ao dizer que estava apaixonado pela testemunha que salvaria sua pele.
— Tudo bem, eu contei pra ela. — Hope disse e Sebastian riu sem graça.
— Cara, você é um péssimo ator. — Skyler não conteve o sarcasmo em sua voz.
— Eu não precisaria atuar se você não fosse uma cretina. — Sebastian respondeu dando uma piscadela.
— Eu contei tudo a ela no caminho até aqui e talvez a ideia do Tio Chace... — Hope olhou em direção a Sebastian. — A ideia foi do Tio Chace, não foi?
Sebastian balançou a cabeça.
— Então você topa ajudar? — Kraig perguntou e Skyler meneou a cabeça.
— Eu não disse isso. — Skyler imediatamente cortou aquela conversa. — Primeiro eu quero saber qual é o plano de vocês.
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NOTAS!!!!
Pelo visto a Skyler vai conseguir comprar a bolsa que tanto queria porem não vai ser nada fácil conviver com o Sebastian kkkkkkkkkkkk E o que estão achando da Hope? Ela apareceu pouco até agora mas a mini diva vai ser muito importante daqui pra frente.