Alpha | Jjk + Pjm + Kth

By SoloLunarC

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• • •「CONCLUÍDO」• • • ❝Taehyung cometeu o terrível crime ao desafiar as leis naturais da natureza ao compactu... More

𖥻ׅ˖Avisos:
Capitulo 1
Capitulo 2
Capítulo 3
Capitulo 5
Capitulo 6
Capítulo 7
Capitulo 8
Capítulo 9
Capitulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13

Capitulo 4

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By SoloLunarC

Depois de dormirem a noite toda, acordaram assim que ouviram os sons irritantes dos carros que passavam sem parar na estrada, formando um eco terrível e perturbador na floresta.

Embora seguissem com a esperança de conseguirem um meio mais rápido, estavam esgotados. Na verdade, apenas dois. Jungkook andava com a coluna ereta, demonstrando a sua saúde física invejável.

— Tae... Não vamos chegar a nenhum lugar se continuarmos andando, você sabe. — Jimin falou entre ofegos, parando para apoiar-se nos próprios joelhos.

— Vamos ter que andar até a cidade vizinha pelo menos, Jimin. Vou sacar o dinheiro e então vamos conseguir uma carona com um ônibus. — Ainda esperançoso e animado, embora cansado, Kim disse. — Vamos!

— Não era eu o atleta no colégio — relembrou. Revirou os olhos ao ver que teriam que continuar com o caminho.

— Se você quiser, eu posso te colocar nas minhas costas. — Jungkook de repente falou, parando apenas para olhar Jimin, esse que pensou por um tempo antes de negar com a cabeça. É uma pessoa orgulhosa demais para aceitar qualquer tipo de favor ou ajuda. — Você quer, Taehyung? — Então foi para o outro, ficando feliz quando ele aceitou.

Se agachou com cuidado e esperou que ele subisse em suas costas. Quando o sentiu, agarrou suas coxas e se levantou, ouvindo o suspiro surpreso dele. Sentiu-se estranho por ter o cheiro dele tão próximo, como na noite anterior. A sensação de anestésico voltou, como se pudesse cobrir qualquer problema do mundo para trazer um véu de pensamentos felizes.

— Você é forte. — O Kim comentou baixinho na orelha do maior, abraçando o seu pescoço, ainda surpreso. Nunca sentiu suas mãos em seu corpo, mas agora pode ter uma mera percepção de como seria um toque mais agressivo da fera. — De um jeito bom, é claro.

— Sério? — Continuou caminhando, ouvindo apenas o murmúrio de confirmação do outro. Não segurou o sorriso.

Taehyung voltou sua atenção para Jimin, não o enxergando. Então entrou em desespero, quase caindo das costas do homem se não fosse segurado firmemente. Quando o viu encostado em uma árvore, ao longe, parecendo observar algo, suspirou de alívio.

— O que faz aí? — perguntou em um tom levemente alto para que pudesse ser escutado.

— Olha o que achei! — Exibindo os seus dentes tortinhos, Jimin sorriu para eles e os chamou com a mão, começando a caminhar para a direção na qual não tirava sua atenção.

— Não! Espera! Temos que continuar, senão vamos perder o caminho! — bufou ao não ser escutado. — Vamos até lá, Jungkook.

Quando se encontraram com o acastanhado, estavam de frente a um lindo jardim natural, cheio de flores de diversos tipos, tamanhos e cores. O baixinho andava com cuidado entre elas, não querendo pisar em nenhuma.

— Se eu pudesse, ficaria aqui para sempre — comentou.

— É sério que você veio aqui só pra isso? Temos que continuar. Eu tô com fome, Jimin! — cansado, Taehyung reclamou, deitando a cabeça no ombro do maior.

— Só mais um pouco.

Jungkook franziu o nariz, achando enjoativo demais os cheiros das flores misturadas. Taehyung notou isso e o encarou com fascínio, descobrindo mais sobre ele. É inevitável, como cientista, não observar a grande criação de forma tão analista.

— Eu acho que tô vendo uma coisa. — O acastanhado avisou, olhando para o horizonte. Seus olhos cresceram ao notar que se tratava de uma grande fazenda. Finalmente teriam onde mijar civilizadamente, o que comer, talvez um abrigo momentâneo e também água, o que se tornou necessário após tanto andarem sem rumo. — É uma fazenda! — informou, apontando com o dedo.

— Sério? — Taehyung franziu o cenho e logo sorriu largo, indo até ele após descer do maior. Ambos foram até o baixinho e identificaram o seu ponto de visão. — Vamos até lá.

— Espero que nos dêem abrigo, pelo menos por uma noite. Talvez até uma carona pra cidade. Eu tô morrendo de fome. — Jimin continuou falando enquanto descia o morrinho.

Jungkook inspirou o ar com força, sentindo o cheiro de carne. Fechou os punhos, tentando não se entregar à imensa fome que sentia naquele momento. Os seus dedos chegavam a tremer de pouco controle. Park pareceu perceber isso quando, de repente, parou. Já o Kim continuou o percurso, determinado a conseguir ajuda.

— Tá tudo bem? — perguntou, com medo de se aproximar ao vê-lo um pouco diferente.

— Não. Eu tô com fome — falou um pouco agressivo, apertando as pálpebras e novamente tentando perseguir o cheiro daqueles animais.

Jimin deu dois passos para trás, lembrando de como ele se comportou na loja do posto. Então, gritou assim que o viu passar por si correndo e indo até lá embaixo, ultrapassando Taehyung que também se assustou. Ficou impressionado com o pulo que ele deu por cima da cerca, indo atacar os animais.

— NÃO, JUNGKOOK NÃO! — Taehyung gritou, correndo até lá de volta.

Jimin ficou em um impasse. Não sabia se ia até eles para tentar ajudar Taehyung ou se era melhor não fazer loucura para piorar as coisas. Ficou frustrado ao ver o melhor amigo tropeçar nos pés, então se pôs a correr na mesma direção. Pulou o cercado, aproveitando a fina coragem que sentia naquele momento para não parar.

Todavia, seu corpo travou quando a grande fera bufou e parou de correr, começando a socar a própria cabeça. Entrou em pânico, sentindo o seu coração disparado. Deu um passo para trás quando ganhou o olhar dele e foi direto ao chão assim que sua aproximação foi sorrateira.

— TAEHYUNG! TAEHYUNG!! — berrou em desespero, temendo pela sua vida.

— MANTENHA A CALMA! ESTICA A PALMA E NÃO FAÇA MOVIMENTOS BRUSCOS! — explicou em gritos enquanto passava pela cerca com muita lentidão.

Jeon estava fora de si mesmo, então qualquer ação poderia irritá-lo. Ele foi treinado para matar, então todo cuidado é pouco.

— Estica a palma... — murmurou novamente, minucioso em cada passo.

Mesmo a contragosto, sentindo os olhos marejados e o nó em sua garganta, Jimin levantou sua mão trêmula, tentando mostrar à ele que não queria de forma alguma machucá-lo. Ofegou e respirou mais rápido ainda ao ouvir o seu rosnado – que anteriormente já tinha o assustado – junto com os caninos pontudos.

Jungkook não lembrava mais o homem que estava consigo momentos antes. Sua face tinha se tornado outra, até mesmo sua presença. Seu rosto se contorcia em cada dobra, tornando-o quase demoníaco.

— Fale com ele.

— E-Eu...

— Com calma. Evite tentar mostrar medo.

— J-Jungkook... — Engoliu em seco, sentindo seu queixo tremendo, fazendo com que seus dentes dessem encontrões algumas vezes. — Sou eu, o J-Jimin.

— Isso... — sussurrou. Taehyung ficou bem atrás de Jimin, mantendo a palma estendida. Quando recebeu a atenção de Jungkook, estreitou o olhar firme para ele ao mesmo tempo que se agachava para conseguir segurar com força a camisa do menor. — Sou eu, Jungkook. Kim Taehyung, o seu amigo. Você me reconhece, eu sei que sim.

Ele rosnou e virou o rosto para o outro lado, talvez numa tentativa de se controlar. Essa foi a brecha que Taehyung encontrou para começar a puxar Jimin para a sua direção.

O antes citado se encolheu e soltou um gritinho quando a fera se aproximou e escondeu o rosto na curvatura do seu pescoço, ao mesmo tempo que agarrava a camisa do outro, puxando-a para sua direção.

— C-Calma, ele só tá demonstrando que tá com a gente. — Taehyung explicou com as mãos para cima, paciente. Não sabia com quem se preocupar mais: com Jimin que parecia quase falecido no chão ou com Jungkook que estava a ponto de perder o controle. — Lute contra os seus instintos. Você não é assim.

Jimin viu o meio-humano cheirar o seu corpo antes de levantar o rosto para Kim, também o farejando, mas dessa vez mais perto do seu rosto. Notou como que seus olhares se conectaram naquele momento e implorou para Deus para que aquilo desse certo.

— Sou eu, Jungkook. Você me reconhece — repetiu, vendo o grande sorriso sádico surgir dos lábios dele. Ali soube que o seu homem havia voltado ao seu estado normal após conseguir se conter. Então sua mão vagou pelo cabelo dele, como se quisesse recompensá-lo de alguma forma. — Muito bem, muito bem... Você foi ótimo.

Depois de tantos resultados falhos no laboratório, finalmente conseguiram achar um meio de conter os instintos selvagens de Jungkook.

— E-Ele voltou? — Jimin perguntou ainda petrificado, temendo mexer um músculo.

— Eu voltei, Jimin. — O sussurro do Alpha ecoou pela cabeça do citado quando foi pronunciado perto do seu ouvido, causando-lhe arrepios indescritíveis.

— B-Bom saber, Jungkook. — Mexeu com a cabeça positivamente, ousando encará-lo nos olhos. Os outros dois riram da sua situação, pois era o único não acostumado com aquilo, isso os divertia.

— O QUE ESTÃO FAZENDO AI?!

Quando escutaram uma quarta voz, rouca e aguda, moveram suas cabeças para o lado, encontrando um velho magricela e de estatura média, usando um chapéu grande, segurando uma pistola entre suas mãos. Jungkook viu quando ele destravou a arma e apontou para eles.

— SAIAM DAS MINHAS TERRAS! DEIXEM OS MEUS ANIMAIS EM PAZ OU MATAREI VOCÊS! — ameaçou.

— C-Calma, foi um grande engano! — Jimin tentou argumentar, se levantando com muito cuidado.

Se não morreu antes, morreria agora, nas mãos de um velho.

— SAIAM OU IREI ATIRAR!

Quando o acastanhado foi voltar a falar, sua mão foi segurada por Taehyung que o puxou com força para fora da cerca. Espantado, ainda tropeçando nos próprios pés, tentou ter o mesmo ritmo, mas não foi possível. Se assustou pela milésima vez ao ser levantado facilmente, dessa vez por Jungkook, esse que pulou pela cerca antes de puxar o outro pela cintura.

O senhor, assombrado com o que tinha acabado de ver, apontou a arma para eles, sabendo que era o próprio diabo e seus demônios que vieram amaldiçoar suas terras. O som do primeiro tiro ecoou pela floresta, assustando pássaros que estavam nas árvores. Contudo, não acertou ninguém.

— ESSE VELHO TA ATIRANDO MESMO! — Taehyung esbravejou, indignado. Parou de falar apenas quando Jungkook se agachou para lhe segurar em somente um braço.

Depois de se afastarem, Jeon deixou os dois com cuidado no gramado, mas mesmo assim Jimin caiu de bunda no chão, ainda assustado com tudo o que tinha acabado de vivenciar em pouco tempo. A sua vida virou de cabeça para baixo em questão de horas, coisa que nunca imaginou que aconteceria antes.

— Céus, eu nunca corri tanto na minha vida. — Kim se alongou com as mãos em sua coluna, apertando os olhos com força.

Jimin o encarou sem palavras. Como poderia agir com naturalidade com tantas coisas fora do comum acontecendo?

— Nós quase acabamos de morrer pela, sei lá, quarta vez, e você tá falando isso? — Fez uma pergunta retórica. Bufou, mas se encolheu e se afastou um pouco quando sentiu o indicador de Jungkook tocando a sua bochecha. — O q-que foi agora?

— Nada, você só parece... — Parou de falar, chamando a atenção do Kim.

— Parece...?

— Uma fêmea — respondeu por fim, causando espanto entre os outros dois. Então Jungkook, com as bochechas coradas, abaixou a cabeça e foi na direção dele, querendo se esconder em seu pescoço mais uma vez.

— FÊMEA?! — gritou, irado. — Vou te mostrar o "fêmea" no meio das minhas pernas! — ofendido, se afastou dele e cruzou os braços, tendo que aguentar as risadas altas de Taehyung. — Você tá rindo mesmo, seu filha da puta?

— Eu não julgo ele. Quando te conheci, também achei que fosse uma menina. — Foi ameaçado pelo olhar. — O que foi? É verdade. Não é culpa minha que você é andrógino. — Então se sentou na grama. — Não é atoa que me senti muito atraído quando criança.

— Caramba, ouvir isso conforta o meu coração. — Revirou os olhos e tentou ignorar a sua fala. Sempre soube que a sua aparência e estatura confundia as pessoas que tentavam adivinhar, de longe, o seu real gênero, mas não é como pudesse achar isso uma glória divina, embora algumas pessoas o invejem. É apenas algo incômodo. Sabe que nunca amará esse seu traço após sofrer comentários desconfortáveis. Só queria ser como Taehyung ou Jungkook.

— Você quer ter uma fêmea, Jungkookie? — Taehyung perguntou, afagando a cabeça dele, admirando os seus olhos redondos após vê-los transformados minutos atrás.

— Não preciso de uma. — Franziu o cenho e voltou a se sentar para brincar com a grama, ainda se distraindo da fome. Então surgiu uma dúvida em sua mente: como seriam os relacionamentos na sociedade deles? — E você?

— É uma pergunta confusa demais para ser feita nesse momento. — Jogou uma pedra na árvore, ouvindo o barulho que ecoou. — Talvez algum dia você tenha essa resposta.

A verdade é que Kim sempre se encontrou em um dilema. Nunca se interessou facilmente pelas pessoas antes. Na verdade, guarda consigo uma antiga paixão e também os atuais sentimentos confusos dentro de si. Almeja uma coisa, porém entende que isso não é para qualquer um e também seria de grande espanto. Não queria afastar mais pessoas da sua vida, então estava preferindo ser apenas um personagem secundário, como sempre.

Jungkook ficou o encarando por um tempo, tentando decifrar os seus pensamentos através das feições que ele expunha, mas nada. Então o farejou, conseguindo o cheiro de margaridas mais uma vez. Seu interior se moveu de forma estranha, mas ignorou. Então passou o olhar para Jimin, esse que ainda estava de costas, emburrado e com um grande bico nos lábios.

— Você deve estar querendo saber sobre o Jimin. — Taehyung supôs ao seguir o olhar dele, ganhando a atenção de quem citou. — Bem, ele não gosta de fêmeas, e sim machos.

— Você poderia falar a nossa língua, Taehyung? Ele não é um bicho do mato.

— Ora, se não enxergo uma evolução aqui? — provocou. — Ontem mesmo o igualava à um animal.

— Dá pra calar a boca? São fatos. Ele é um humano. — Jimin encarou Jungkook, por fim. — Eu gosto de homens, não me interesso por mulheres. Consegue compreender?

— Sim. — Acenou positivamente com a cabeça. — E como você descobriu? — Com interesse, inquiriu.

— Ah, sei lá. Com o tempo você consegue se encontrar. — Deu de ombros. — Acho que não sou o certo para explicar isso pra você. É como se você fosse uma criança, já que é a primeira vez que tem contato com o mundo.

— Você vai sentir quando gostar de alguém. — Taehyung murmurou, ainda de olhos presos em seus dedos longos e magrelos. — É como se você não conseguisse se enxergar, apenas vê aquela pessoa e nada mais. Quer cuidar dela e protegê-la do mundo. Acho que não há outro sentimento tão forte, talvez o ódio. É, acho que só ele.

Jimin encarou Taehyung por alguns segundos antes de voltar a fitar a grama, suportando memórias dolorosas em sua mente. Não sentia o olhar dele em suas costas, tampouco queria. Juraram, anos atrás, que esqueceriam qualquer resquício do amor puro que viveram juntos.

— Vamos continuar. — Kim se levantou após falar friamente, evitando qualquer sentimento quente que pudesse reacender em seu coração.

Sua mente está com um turbilhão de pensamentos, sobre duas pessoas que precisam da sua proteção e nada mais. Deve se manter quieto e também na sua para não machucar quem ama mais uma vez.

Jungkook voltou a caminhar com eles, suportando o silêncio terrível que pairou sobre todos. É inteligente ao ponto de aprender rápido. Depois de estudar no laboratório e vivenciar coisas com os dois, nota-se que há algo mais escondido e que não seria capaz de compreender até ter certeza de quem é Jeon Jungkook de fato.

— Eu acho que arranjei apelidos para vocês dois. — Quando ganhou a atenção deles, sorriu despretensioso e se lembrou dos animais. — Galinha — apontou para Jimin. — e vaca! — Essa foi para Taehyung, que ficou surpreso antes de cair na risada.

— GALINHA, JEON JUNGKOOK?!

— Não chamamos as pessoas pelo que gostamos? Gosto de galinhas e vacas. São gostosas e não canso de comer — argumentou, fazendo Jimin quase ter um surto súbito.

Demorou um pouco até chegarem a uma cidade próxima. A primeira coisa que Taehyung fez foi comprar algumas garrafas de água até zerar o dinheiro da sua carteira. Então, mais dispostos, mas ainda doloridos, seguiram para o banco e dali aproveitaram para sacar dinheiro, menos Jungkook, que ficou de guarda e atento para aprender sobre tudo.

— Vamos pegar um táxi e ir direto para a rodoviária. Dali pegamos um ônibus para o Sul — explicou Taehyung, olhando para Jungkook, o único atento em si. Jimin estava atirado no banco da praça com os olhos fechados, jurando sentir bolhas crescendo em seus pés.

— Lá iremos ficar seguros? — perguntou, comendo o seu sexto espetinho, sobrando mais quatro para terminar.

— Vamos sim. Você vai gostar da minha casinha. Talvez esteja empoeirada, mas nada que não possamos resolver. Lá tem uma floresta enorme e também uma cachoeira alguns quilômetros mais longe, então sei que é uma área que você poderá aproveitar muito — sorriu ao ver os olhos do Alpha brilharem, contentes. — Jimin, vamos.

— Só mais um pouco... Eu tô cansado demais. — Molenga, falou arrastado.

— Eu posso te carregar, galinha.

— Jungkook, eu já disse pra você não me chamar assim e o quanto é ofensivo — apontou o dedo para ele, com uma feição brava, lhe dando uma bronca como uma mãe daria em um filho. — É feio, não pode!

Jungkook é ciente, agora, de como isso pode soar como um xingamento, porém se diverte ao vê-lo zangado, pois assim pode também desencadear a gargalhada bonita que Taehyung tem. Por algum motivo, o seu coração acelera quando está com os dois e consegue observar coisas que ama ver neles. Seus traços distintos é algo que o intriga, justamente por gostar de coisas tão opostas ao mesmo tempo.

— Vamos logo, preguiçoso. — Taehyung sorriu para ele antes de puxar a sua mão. — Se nos apressarmos, você poderá dormir de forma confortável em um assento confortável, isso não é bom? — Jogou os braços por cima dos ombros dele, se perdendo, rapidamente, nas bochechas gordinhas do menor.

— Por um lado você tem razão, caro Kim. Você sabe bem chantagear uma pessoa.

Ao chegarem na rodoviária, Jimin ficou encarregado de comprar as passagens enquanto Taehyung ia ao mercado logo ao lado, aproveitando para pegar uma mochila e deixar tudo ali dentro. Duraria por um tempo, mas ninguém passaria fome pelo menos.

Assim que o ônibus estava pronto para ir, os passageiros subiram. Jimin ficou sozinho, ao lado de uma mulher com uma idade avançada, mas bonita e gentil. Já os outros dois sentaram juntos. Todos concordaram com isso, sem pensamentos contrários.

Como esperavam, Park não demorou para dormir após encher sua barriga com água e salgadinho, deixando os outros dois acordados e sem um assunto em mente.

— Como você conheceu o Jimin? — Jungkook perguntou, querendo saber mais dos dois juntos. Necessitava disso.

— Faz muito tempo. Lembro que sempre fomos muito colados. Inclusive, onde estamos indo agora, era o lugar que mais frequentavámos juntos. Era o nosso lugar favorito — sussurrou, de olho na estrada.

— Você parece triste.

Taehyung se surpreendeu com a observação do outro, então virou o rosto para ele, ficando bem próximo. Seus olhos se conectaram e os corações dispararam de uma só vez. Kim sentiu uma paz com isso, como se fosse uma das coisas mais certas da sua vida, então sorriu.

— É porque eu sinto falta — revelou.

Sabia que só faltava Park Jimin para o seu coração encontrar a paz naquele momento. Até mesmo sentado do outro lado, ele fazia falta. É como se não fosse certo com somente um, formando uma dupla. Desde que se juntaram, formando um trio, as coisas pareceram se encaixar. Justamente por isso aproveitou cada momento, descontraindo o ambiente, tentando aproximar todos, e julgou estar tendo uma das melhores viagens da vida, mesmo dada em ocasiões ruins.

— Dele? — Jungkook perguntou, tentando descobrir se sentia igual. Não é como se quisesse trocar os dois, mas sim estar com eles ao mesmo tempo.

— Uhum. Naquela época, eu era imaturo e rebelde demais, mesmo sendo mais velho. Odiava chatear a minha avó, que, na época, era a minha única familiar. Acabei decepcionando Jimin e o afastando com as minhas decisões. — Encostou a cabeça no banco, preso em escolhas do passado que nunca o deixaram esquecer o fatídico dia que magoou a pessoa mais maravilhosa que já conhecera em toda a sua vida.

O Alpha imitou o movimento, ficando em silêncio para poder ouvir mais.

— Ele confessou algo que, naquele tempo, eu achava absurdo. Eu... Não sentia que era certo. Então menti terrivelmente — encarou o outro. — Menti sobre não amá-lo.

— Então você o amou. — Jungkook sussurrou, maravilhado.

— Não — negou. — Ainda o amo, talvez até mais do que antes. — Seu tom de voz também baixou.

— E porquê não está com ele?

— Porque o meu coração não pertence só a ele, Jeon. Nunca foi feito para pertencer somente a um. Talvez você nunca entenda isso, e ele também, então prefiro sofrer sozinho e abster vocês dois dessa confusão mental que sou. Sempre fui uma bagunça — riu sem humor enquanto passava a mão em seu rosto, se negando a ficar frágil em um momento como esse. Precisava se manter forte, pelos dois. É o único que tem que ser um pedestal indestrutível para manter quem ama a salvo.

— Como tem tanta certeza de que não posso não entender?

Aquela pergunta pegou o menor de surpresa já que a todo esse tempo sempre pensou por Jungkook, nunca vendo-o como um indivíduo capaz de fazer suas próprias escolhas e de ter sentimentos próprios. Então julgou-se por se comparar àqueles homens que o tratavam como um ser inconsciente, feito apenas para obedecer ordens e nada mais.

— Eu não tenho, estava errado — murmurou, levando seus mirantes castanhos escuros para o outro. — Mas, por via das dúvidas, se um dia entender, me avise.

— Será o primeiro a descobrir.

Tae negou. — Inclua Jimin também.

O sorriso dele cresceu, focando em seus lábios por um longo tempo, mostrando seus caninos e os dentes de leite bem avantajados. Então Kim deitou a cabeça novamente para admirar a visão.

— Você e ele são as pessoas mais lindas que já vi na vida. — Pensou alto.

— Eu disse que ele é uma fêmea por ser delicada como uma, mas, mesmo você sendo um macho... — Se interrompeu. — Homem. Mesmo sendo um homem, também te acho muito bonito, Taehyung.

— Eu sei que sou bonito, Jungkookie, mas muito obrigado. — Piscou, rindo baixo junto com ele. — Você também é muito bonito.

— Eu também sei disso. — Dessa vez foram um pouco mais escandalosos, ouvindo resmungos de um homem no banco de trás. Então se limitaram a risadas baixas e sussurros. — Quando chegarmos lá, e o perigo passar, vamos viver juntos, nós três?

— Eu não sei se o Jimin toparia, mas acho que ele não tem escolha, já que o nosso apartamento foi invadido.

— Do que estão falando? Ouvi o meu nome ser citado. — Ao olharem para o lado, encontraram o acastanhado com os olhos quase fechados, o cabelo bagunçado e as bochechas rosadas. Uma clara feição de sono.

— Pensei que estava dormindo. — Taehyung murmurou, também sonolento.

— Estava, mas tive um pesadelo. — Se espreguiçou e coçou os olhos, olhando em volta e notando a maioria dos passageiros dormindo por já ser noite.

— Quer vir aqui? Você pode sentar no meu colo e deixar as pernas em Jungkook. — Taehyung perguntou, sabendo como é difícil dormir após um pesadelo.

— E se verem?

— Que se fodam! Vem logo.

Sem relutar, Park foi até eles. Sem vergonha, já que estava cansado demais para pensar, sentou no colo do amigo, de lado, e deixou as pernas sobre as de Jungkook. Perguntou para ambos se os incomodava antes de deitar sua cabeça sobre o ombro de Kim.

— Do que estavam falando? — Novamente perguntou, realmente interessado, embora o sono o dominasse de pouco à pouco.

— De como será a nossa vida daqui para frente, morando à três — O mais velho explicou, acariciando o seu cabelo.

— Hm — murmurou com uma voz rouca. — Será um desastre — respondeu, sequer cogitando outra possibilidade sem ser morar com os dois. Isso sequer passou pela sua cabeça e não se tornaria uma opção. Mesmo com as diferenças, se acostumou com a presença dos dois e seria estranho estar sozinho ou sem um deles presente.

— Não será, não. Será a minha liberdade. — Jungkook disse, roubando as atenções. Sorriu para eles, ganhando um sorriso de volta de Taehyung, esse que segurou sua mão. Sentiu carinho e conforto no toque. Justamente por gostar tanto disso é que Kim desenvolveu a habilidade de lhe acalmar com a palma estendida ou afegos no cabelo. Sempre fizeram isso escondidos no laboratório, para não ser mais explorado e sim algo deles. Só que não parece ruim incluir Jimin nisso, na verdade, ao se lembrar dele mais cedo, só pode sorrir feliz por sentir-se da mesma maneira.

— Como as estrelas? — O baixinho sussurrou, já caindo no sono, sentindo o seu corpo inteiro relaxar como nunca perto dos dois.

— Uhum, como as estrelas — respondeu, ainda o observando.

Taehyung acompanhou o mais novo, tombando sua cabeça para trás, mas sem soltar a mão de Jeon e também sem parar com as carícias no cabelo de Jimin.

Jungkook ficou por um tempo acordado, admirando os dois e absorvendo as palavras de Kim, antes de finalmente cair com a cabeça encostada no ombro dele e a mão vaga sobre a perna do menor após tanto fazer carícias naquela região.

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Espero que tenham gostado da leitura! O que estão achando da relação dos três até agora?

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Até o próximo final de semana, se cuidem!

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