Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸ

By graywson

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【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. +💘 】 Para onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em al... More

Prólogo - parte 1
Prólogo - parte 2
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Epílogo

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By graywson

ANY G.

Eu estava sonhando ao sentir que alguém dedilhava o meu rosto delicadamente. Seria um sonho lúcido, claro, já que eu tinha consciência de que não era real. O calor da presença ao meu lado, o cheiro perfumado, os dedos macios em minha pele e o som de uma respiração profunda me deixaram com uma sensação confortável e até prazerosa. Sorri de maneira serena e me estiquei sobre os lençóis, afundando-me no conforto daquele colchão caro e daquele cobertor tão caro quanto.

E de repente a mão que estava em meu rosto desceu até o meu pescoço, o envolvendo em um perfeito encaixe, mas sem apertar, apenas acariciando de forma gentil e um tanto quanto erótica. Joguei minha cabeça para trás e mordi meu lábio inferior sentindo que eu estava tendo mais um sonho daqueles que me deixaria com uma sensação molhada quando eu acordasse.

A mão foi até meu queixo, segurando meu rosto enquanto um dos dedos ia até a minha boca, adentrando devagar até tocar a minha língua. Sorri ainda mais quando houve o movimento de vai e vem da minha língua até os meus lábios.

E de repente alguém se esquivou sobre mim e me cheirou, passando o nariz pela lateral do meu rosto até chegar em meu pescoço. Eu ouvia a respiração, sentia o vento bater em minha pele e arrepiá-la. Nunca um simples sonho havia me excitado tanto. A menos que... A menos que não fosse um sonho.

Abri meus olhos e vi a silhueta de alguém sobre mim. No primeiro momento, não reconheci, pois a luz do quarto estava apagada. Arregalei os olhos e tomei fôlego para gritar, mas minha boca foi coberta pela mão que antes me tocava.

— Shhh... Sou eu. — deslizou sua mão devagar para longe do meu rosto.

— Noah, o que está fazendo? — perguntei com a testa franzida.

— Eu quero falar com você.

Ele ainda estava perto demais, as mãos de cada lado do meu corpo enquanto ele se esquivava sobre mim, seu rosto a poucos centímetros do meu. Estava sendo difícil raciocinar com essa pouca distância, mas então eu me lembrei de que estava puta com ele e rapidamente me arrastei para baixo, passando por baixo do seu braço e me esticando até acender o abajur, que não iluminava todo o ambiente, mas era o suficiente para que eu o visse com mais clareza.

— Como entrou aqui!?

— A reserva está em meu nome, eles me deram uma cópia da chave.

— Isso é perturbador! — reclamei. — Por que não esperou até de manhã para me dar alguma ordem?

— Eu não estou aqui para te dar ordens.

— Eu detesto ser acordada. — cruzei os braços, o olhando com irritação.

— Eu sei. Isso não importa agora.

— Nada em relação a mim importa pra você. — desviei o olhar.

— O fato de eu estar aqui contradiz isso. — aquilo foi quase um sussurro, como se ele estivesse se obrigando a falar. — Any — ele aproximou sua mão de mim, mas eu me afastei, então Noah soltou um suspiro pesaroso e desistiu de me tocar. — Mais cedo quando você estava com a Bree no corredor... Você estava indo até o meu quarto?

— Por que isso seria relevante? A sua noite acabou exatamente como você queria, porque não interessa com quem seja, um orgasmo sempre é um orgasmo. Não sei como eu ainda fiquei chocada por você ter convidado ela tão rápido. — bufei.

— Eu não a chamei, ela veio sem avisar. E eu não dormi com ela, a mandei embora assim que você bateu a porta.

O encarei com desconfiança, incapaz de dar o braço a torcer enquanto não tivesse certeza de que ele não estava mentindo para mim. Noah não recusaria uma mulher daquela maneira, não havia motivos para isso, ainda mais depois de mostrar que estava com tanta vontade de transar com alguém.

— Mentira. Eu não acredito em você. — fui firme.

— E por que eu invadiria o seu quarto e te acordaria no meio da noite só pra mentir pra você? — arqueou a sobrancelha.

— Porque... Bem, porque... Eu não sei! Você me confunde às vezes, mas sei que não tem boas intenções e que não está falando a verdade!

Ele respirou fundo com impaciência e depois soltou o ar devagar.

— Eu estava assistindo um filme, pensando em ir dormir logo depois quando comecei a ouvir a voz estridente da Bree do lado de fora. Ela sempre vem atrás de mim nesses eventos e eu levantei da cama e fui até a porta pronto para dizer que não estava com nenhuma vontade de fazer nada. Quando abri a porta eu vi você lá e no mesmo instante me dei conta de que você estaria pensando em talvez ir até mim. E aí você bateu a porta antes que eu dissesse qualquer coisa.

A explicação de Noah parecia bem convincente, mas eu não sabia até que ponto eu poderia cair na lábia dele. Um cara que sempre conseguiu qualquer mulher certamente saberia como enrolar uma pessoa. Além disso, ele era advogado. Que Nathan e minha mãe pudessem me perdoar, mas eu não confiava cem por cento em quem era graduado em manipulação.

— Por que está aqui, Noah? — perguntei, mantendo minhas armaduras.

— Porque eu queria que você soubesse a verdade. — deu de ombros. — E você não respondeu a minha pergunta.

De repente ele subiu na cama e avançou até mim, me encurralando contra a cabeceira enquanto me olhava como um predador. Engoli em seco e tremi na base novamente, entreabrindo os lábios conforme minha respiração foi se intensificando.

— Você estava indo até o meu quarto ou não?

Seu hálito quente tocou a superfície dos meus lábios e eu tive vontade de agarrá-lo e beijá-lo sem me preocupar com as consequências disso. Mordi minha língua para afastar esse desejo e manter o meu orgulho intacto. E apesar de querer mentir para machucar o ego dele, eu achei melhor dizer a verdade, pois em menos de oitenta dias eu poderia estar me arrependendo de não ter dado a resposta certa naquele momento.

— Sim. — sussurrei.

O canto da boca de Noah fez uma curva em um belo sorriso diabólico. A mão dele veio até a minha coxa e eu soltei um suspiro involuntário quando ele apertou a minha carne e chegou perto do meu ouvido.

— Que tal deixarmos as formalidades de lado, Soares? — sua voz rouca me fez arfar mais uma vez.

Ele estava me desmontando e faltava só um passo para que eu me derretesse de vez e não pensasse mais em nada. Entretanto, o medo do limbo ainda era algo que gritava bem alto na minha cabeça. Se eu dormisse com o Noah naquele momento, eu estaria sendo só mais uma. E pior seria se eu o decepcionasse na cama, isso o faria não me procurar nunca mais. A última vez que dormi com alguém foi há mais de quarenta e cinco anos atrás e foi terrível. Tive poucas experiências e não me orgulho delas. Primeiro eu preciso fazer com que ele me queira tanto que qualquer coisa relacionada a mim seja única.

O empurrei e levantei da cama rapidamente. Noah olhava para mim como se estivesse tranquilo, conseguindo o que queria com muita facilidade. Ele ficou de pé, deu a volta na cama e veio andando na minha direção ainda sorrindo. Eu sabia que ele tentaria me encurralar novamente e não podia deixar que acontecesse porque eu não suportaria dizer não por tanto tempo.

Dei alguns passos para trás até chegar à porta. Coloquei minha mão sobre a maçaneta, tateando com pressa até abrir de vez. Escancarei a porta e apontei para o corredor.

— Sai!

— Não pode falar comigo dessa forma, eu sou seu chefe. — sorriu de canto de maneira cínica.

— Você sabe que eu sou louca, doutor Urrea. Se não sair daqui eu mesma tiro você.

Ele cruzou os braços e me desafiou com o olhar. Respirei fundo e senti minhas bochechas corarem. Que chances eu tinha contra aquele homem forte? Ele me quebraria em duas – de muitas maneiras – se quisesse.

— Por favor, sai. — usei uma voz mais suave, quase suplicante.

Noah bufou e descruzou os braços, se dando por vencido.

— Você não acredita mesmo em mim? — perguntou, dessa vez com mais seriedade.

— Por que você se importa?

Ele olhou para os lados e depois tornou a olhar para mim dando de ombros.

— Tem razão. Não me importo. — passou pela porta, saindo do meu quarto.

— Noah — o chamei.

Ele parou e se virou novamente para mim.

— O que?

— A cópia da chave. — pedi, estendendo minha mão. — Não quero dormir achando que você vai entrar aqui de repente pra me cheirar.

Noah enfiou a mão no bolso e tirou a chave de lá, me entregando em seguida. Depois ele simplesmente deu as costas e entrou em seu quarto sem se despedir.

Entrei novamente, tranquei a porta e me joguei de costas na cama. Eu tinha que aprender a transar urgentemente, mas como faria isso? E se eu transasse com outra pessoa primeiro? Não, não, que loucura! Eu não sinto atração por mais ninguém, então seria tão ruim quanto as experiências que eu já tinha. Só me restava recorrer à minha assistente virtual, que respondeu inúmeras das minhas perguntas desde que pisei na Terra.

— Siri, procure por sexo no Google. — pedi.

O que apareceu me fez ficar em choque. Fechei o navegador rapidamente e depois tive uma crise de riso. Eu não fazia ideia de que acessar pornografia era tão fácil no século XXI. Ninguém notava o perigo disso? Uma criança poderia simplesmente digitar quatro palavrinhas e se veria de frente a uma lista que ia desde dupla penetração à orgias.

Depois de conseguir parar de rir, eu voltei a dormir, dessa vez um pouco mais tranquila sabendo que de certa forma eu estava atingindo o Noah, mesmo que fosse a parte sexual dele. Já era alguma coisa.

[•••]

Acordei a tempo para o café da manhã e depois de um banho relaxante eu vesti uma das roupas chiques que Noah havia comprado para mim. Uma blusa curta – acho que eles chamam de cropped hoje em dia – branca e uma saia longa verde com uma fenda em uma das pernas. Nos pés, eu calcei uma sandália marrom simples. Usei pouquíssima maquiagem e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo lateral. Me olhei no espelho e gostei de me parecer uma madame rica. Só faltava o dinheiro e os bons modos.

Desci até a área das refeições, um espaço com vidraças enormes com vista para a piscina e o jardim. Estava um pouco cheio e eu com certeza não encontraria uma mesa vazia para me isolar. Fiquei parada e olhei em volta.

— Any Soares? — um garçom se aproximou de mim.

— Sou eu.

— O doutor Urrea a aguarda. Queira me acompanhar, por favor.

Ele queria tomar café da manhã comigo? Ok, mais pontos de estranheza. Segui o garçom por entre as mesas até chegarmos onde Noah estava. Uma mesa repleta de coisas, sendo impossível que apenas duas pessoas pudessem comer tudo aquilo.

— Bom dia, senhorita Soares. — ele sorriu para mim. — Eu não sei do que você gosta, então eu pedi um pouco de tudo.

— Estou vendo. — arqueei a sobrancelha.

O garçom afastou a cadeira para mim e eu sentei, sorrindo gentilmente em agradecimento.

— Desejam mais alguma coisa?

— Cupcakes. — eu disse ao notar que era uma das únicas coisas que não tinha na mesa. — O doutor Urrea quer três cupcakes. — sorri largamente.

Noah cerrou os olhos para mim, mas não contestou. Apenas assentiu para o garçom, que se retirou logo depois.

— Não é muito saudável começar a manhã com algo tão doce. — ele disse.

— Algo me diz que isso não é um problema pra você. — sorri.

— Parece que dormiu muito bem, Soares. — foi dizendo enquanto colocava um prato na minha frente e começava a me servir com panquecas.

Noah Urrea. Me servindo.

Tentei agir naturalmente, se eu desse algum sinal de que aquilo era algo inédito talvez ele surtasse e parasse de agir assim.

— Nem tão bem, eu estava com medo de estar sendo observada. — brinquei, garfando a massa em meu prato.

— Não é como se eu gostasse de ver as pessoas dormirem, isso é bizarro. Eu só não sabia como te acordar sem que você gritasse.

— Bater na porta é uma boa opção.

— Levando em conta a garrafa de vinho pela metade que estava em cima da mesa no seu quarto, eu acho que você não iria acordar com uma simples batida. — retrucou. — Não sabia que tinha gostos tão refinados.

— Não tenho, eu prefiro uma boa cerveja puro malte. Mas já que é você quem está pagando tudo eu vi uma oportunidade de provar algo chique. — sorri com ironia, sem me importar em admitir que estava gastando o dinheiro dele propositalmente.

Noah riu de forma suave e divertida, algo que também era bastante incomum. Eu sorri de maneira desconcertante e tentei fingir que nada estava acontecendo e que eu não estava surtando internamente ao notar a mudança repentina do meu chefe comigo.

O sorriso de Noah morreu quando ele olhou alguma coisa atrás de mim. Eu me virei e avistei seu pai caminhar em nossa direção. Provavelmente eles ainda não haviam conversado após a discussão no jantar e eu não gostava da ideia de ter que ser plateia de algo assim novamente. Seria extremamente constrangedor.

— Bom dia, Any. Filho. — ele disse educadamente quando parou em pé ao lado da mesa.

— Bom dia, M... Marco. — me corrigi rapidamente. Outra vez eu abreviaria o nome de alguém, quando eu iria aprender?

Ele franziu um pouco a testa, mas depois relaxou e sorriu, colocando a mão em meu ombro e apertando de maneira carinhosa.

— Oi, pai. Desculpe, mas Any e eu vamos tomar café da manhã sozinhos. — Noah foi dizendo.

— Eu não quero atrapalhar. — Marco deixou claro. — Só pretendia avisar que quero almoçar com você hoje. Só nós dois. Um almoço de negócios.

— Tenho certeza que já sabe as minhas respostas para as suas perguntas. — Noah disse com um olhar debochado.

— Entendo que começamos mal. Eu não posso fazer planejamentos sobre a minha carreira sem antes consultar a pessoa que mais vai ser afetada com isso. Vamos esquecer a paternidade por um tempo e vamos nos tratar como sócios da Urrea, ok? Assim vai ser melhor pra você?

Noah ficou em silêncio. Parecia confuso e sem ter o que dizer.

— Eu acho muito válido. — falei, me metendo no assunto e fazendo os dois homens olharem para mim. — Vocês dois não tiveram um tempo para falar sobre os detalhes sozinhos e é algo muito importante. Os dois precisam se ouvir com calma e sem plateia.

— Ok. — Noah disse após assentir. — Almoçaremos juntos. — sorriu fraco.

— Ótimo! — Marco sorriu também. — É a melhor assistente que você já teve. — piscou para Noah.

— Eu concordo.

Fiquei estática ao ouvir aquilo de Noah. Ele nunca elogiou o meu trabalho e nunca nem sequer me agradeceu depois de eu cumprir alguma tarefa, sem contar que "por favor" não era o seu termo favorito. Ouvir ele concordar que eu era a melhor assistente foi como um milagre e eu tive que segurar firme a lateral da minha cadeira ou cairia dela.

Marco pediu licença e se despediu de nós. Eu fiquei olhando para Noah por um tempo. Ele voltou a comer como se nada tivesse acontecido e como se aquele fosse só mais um dia. Quando notou que eu o encarava, olhou para mim com a testa franzida como se fizesse uma pergunta silenciosa. O que faria aquele homem mudar da água para o vinho? Eu não queria me iludir, talvez ele só estivesse tentando ser alguém melhor e isso incluía ser um chefe mais legal.

— Você está bem? — ele perguntou depois de um tempo.

— Sim. — pigarreei, voltando a atenção para as minhas panquecas.

O garçom chegou com os cupcakes e Noah sorriu animado, agradecendo e já dando uma grande mordida em um deles.

— Hum... — murmurou de olhos fechados de uma forma que me deixou com água na boca, mas não pelo doce. — Foi uma ótima ideia, Soares.

— Foi, não é? — sorri de canto.

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