Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸ

By graywson

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【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. +💘 】 Para onde vamos quando morremos? Essa é uma pergunta que todo mundo já se fez em al... More

Prólogo - parte 1
Prólogo - parte 2
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Epílogo

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By graywson

NOAH U.

A.Soares:
Estou chegando!


Faz vinte minutos que você disse que estava chegando.


A.Soares:
Agora estou chegando de verdade.


Antes você estava mentindo?


A.Soares:
Sim. Está chocado? *.*



Apareça em cinco minutos ou vamos partir sem você.


A.Soares:
Estou cogitando não viajar com o doutor ao meu lado. Prefiro a classe econômica de um Boeing.

Quatro minutos.

Ela visualizou a última mensagem, mas não respondeu. Tornei a guardar meu celular no bolso e caminhei de um lado para o outro ao lado do meu jatinho enquanto meus dois seguranças, o piloto e o copiloto olhavam para mim como se me perguntassem silenciosamente se eu ia mesmo ficar esperando pacientemente por aquela mulher. A verdade era que ela era um dos motivos de eu estar tendo cabeça para ir até esse evento.

Antes que eu pareça melodramático, não estou dizendo que a companhia de Any é crucial ou tão importante para mim, mas sim, eu vinha tendo uma espécie de afeição por ela nos últimos dias. Ela era autêntica, excêntrica, falante e engraçada. Ela será o meu alívio cômico essa semana, alguém que me fará esquecer que o meu pai estará por lá tentando puxar o meu tapete. Não que essa fosse a intenção principal dele, mas ele queria que eu saísse do meu cargo de qualquer maneira.

Eu disse para a Any que era quase uma obrigatoriedade ir acompanhado a esses eventos, mas não era bem assim. Sim, a maioria dos empresários levavam suas esposas ou namoradas, mas alguns também iam sozinhos ou com um grupo de amigos. Eu mesmo fui sozinho a essas viagens algumas vezes. A questão agora era realmente ter alguma companhia mais leve para tirar o estresse do trabalho. Any era perfeita para isso, pois era a única funcionária que não era nada formal comigo. O que era estranho era que se ela fosse qualquer outra pessoa eu já teria a demitido por ser tão audaciosa, mas não consigo sequer cogitar em fazer isso com ela. Apesar de ser desastrada, ela era eficiente e mesmo sendo respondona me fazia rir.

Até guardei o vídeo da câmera do meu escritório onde ela me imitava exageradamente. Eu ri muito assistindo aquilo e talvez pudesse usá-lo no futuro para importuna-la.

Um carro – provavelmente um Uber – parou não muito longe da pista de pouso. Vi Any descer do carro e acenar para o motorista de maneira gentil. Ela trazia apenas uma mochila, já que eu havia garantido que não precisaria de nenhuma de suas roupas em Washington porque eu comprei coisas novas para ela. Ela não se vestia mal, mas não tinha nada que fosse condizente com esse tipo de evento.

Any abriu um largo sorriso e apressou o passo na minha direção. Cruzei os braços e mantive o semblante sério para que ela ficasse ciente de que seria repreendida pelo atraso.

— Céus! — ela gritou, me ignorando e olhando para o jatinho boquiaberta. — Eu nunca andei em um jatinho.

— Ainda prefere a classe econômica de um Boeing?

— Eu posso aguentar o sacrifício de ficar ao seu lado por algumas horas. — foi sarcástica. — A gente entra por aqui? — foi andando na minha frente. — Oi, gente, bom dia! — cumprimentou os outros com animação enquanto subia os degraus para dentro do jatinho.

Esqueci da reclamação que pensei em fazer pelo horário. Ignorei isso e apenas entrei também, sentando em uma das poltronas do lado oposto de onde ela havia se sentado.

Any estava grudada na janela, seus olhos brilhavam e ela estava sorrindo de forma genuína. Eu não fazia ideia de como uma coisa simples para mim poderia ser tão incrível para ela. A observei involuntariamente por um bom tempo, até a voz do piloto soar no alto-falante anunciando que iríamos partir e que deveríamos colocar os cintos para a decolagem.

Quando já estávamos nas alturas, Any tirou o cinto e saiu de seu assento, levantando e começando a caminhar de um lado para o outro, observando cada coisa como uma criança curiosa. Eu ri assistindo a cena e parei de sorrir quando ela se sentou ao meu lado.

— Qual é a sensação de ser tão rico? — perguntou.

— Ah... Eu acho que... Normal?

— Eu deveria perguntar para a sua avó, ela sabe a diferença e você não. Você nasceu em berço de ouro.

— Tem visitado a minha avó, não é, Soares? — ergui a sobrancelha. — É estranho ela gostar de você. Ela não gosta de nenhuma das minhas assistentes.

— Talvez porque ela preferisse estar com o neto dela e não com uma substituta. No meu caso, eu sou muito mais interessante que você, então ela prefere a mim. — jogou os cabelos para trás.

— Você é tão irritante! — rolei os olhos e virei a cabeça para observar a janela.

— O doutor gosta de mim que eu sei. — riu.

Neguei com a cabeça a olhando de relance.

Any tirou seu celular do bolso e desbloqueou a tela.

— Ei, Siri, como está o clima em Washington?

Sorri sutilmente enquanto a observava. Ela era o tipo de pessoa que não maneirava com essa coisa de ter uma assistente virtual no celular. Eu ouvia ela fazendo perguntas aleatórias o tempo todo, até sobre as coisas mais bobas como "Siri, o que é um pendrive?" Ao mesmo tempo que tinha a energia de uma criança de cinco anos, ela também tinha o conhecimento tecnológico de uma senhora de oitenta. Isso me deixava curioso para saber que tipo de vida ela teve e o porquê de não conhecer coisas básicas do século XXI, mas eu não me atreveria a perguntar. A vida dos meus funcionários nunca foi importante para mim e não era agora que isso tinha que mudar.

Não saber nada sobre ela era uma maneira de manter a relação patrão/funcionário no nível mais neutro possível. O estranho era que mesmo não sabendo de onde Any veio, onde morava, seus hobby's e demais peculiaridades, eu ainda tinha aquela afeição esquisita crescendo dentro de mim. Às vezes eu nem a via como uma reles engrenagem da minha empresa. Era como se ela fosse uma amiga amoravelmente inconveniente e engraçada, o tipo de companhia que na maioria das vezes te faz querer arrancar os cabelos antes de te arrancar algumas risadas.

— Vai estar bem ensolarado hoje, eu vou querer dar um mergulho na piscina do hotel, caso o doutor não precise de mim, é claro. — seus olhos verdes vieram até os meus e eu me dei conta de que ainda a estava encarando.

— Eu acho que também vou nadar.

Sentimos um leve tremor no avião e rapidamente, de forma consciente ou não, Any colocou sua mão sobre a minha e apertou enquanto olhava para os lados. Eu travei, não por medo da pequena turbulência, mas porque o contato me deixou desconfortável.

— Estamos passando por uma nuvem densa, vocês vão sentir uma pequena turbulência, mas logo vai passar. — o piloto avisou.

— Eu não posso morrer... — ela sibilou com a voz trêmula.

— Você não vai morrer, é só uma turbulência, acontece o tempo todo. — arrastei minha mão para longe da dela.

Outro tremor, dessa vez um pouco mais forte.

— Pelos céus! — Any gritou, jogando parte do seu corpo sobre mim e me abraçando repentinamente.

— Soares, me solte! — mandei, tentando tirar seus braços do meu pescoço, mas ela estava com tanto medo que tinha uma força sobre-humana. — Caralho... — resmunguei, surpreso com a força que ela tinha.

— Eu não posso morrer... Eu não posso morrer... — repetia com o rosto enfiado no meu peito, mantendo os olhos fechados.

— Você não vai... — eu ia repetir que ela não iria morrer, mas parei de falar quando ouvi ela soluçar.

Ver Any chorar me fez ficar sem reação. Eu estaria sendo insensível demais se insistisse que ela me soltasse, mas ainda assim não estava achando a situação confortável para mim. Eu nunca, em hipótese alguma, permitiria que alguém me tocasse daquela maneira e era estranho estar com seu corpo contra o meu, tão perto que eu podia sentir ela tremer.

Respirei fundo e me concentrei em fazer a coisa certa, por mais que detestasse tudo aquilo. Devagar, ergui minhas mãos até seus ombros e arrastei meus braços em volta do corpo dela, devolvendo o abraço com uma cautela exagerada, como se eu pudesse machucá-la se a abraçasse de verdade. Instintivamente, toquei sua cabeça com uma das mãos e acariciei devagar, alisando seus cabelos enquanto me concentrava em deixar a mão menos rígida, o que não era uma tarefa fácil para mim.

Passamos pela turbulência e o piloto avisou que estava tudo certo e que teríamos céu limpo até pousarmos. Mesmo assim, ela não se afastou de mim, continuou me apertando com um pouco menos de força. Seus soluços também cessaram, mas ela não se moveu, ainda com seu rosto em meu peito. Eu também não me movi e mantive minhas mãos nela, sentindo que aquilo estava se tornando prazeroso de certa forma. Voltando ao meu estado de lucidez, eu ergui meus braços, parando de tocá-la e desejei que ela se afastasse imediatamente.

— Soares, a turbulência acabou. — eu disse com seriedade. — Me solte.

Como se tivesse acordado, ela ergueu a cabeça e se afastou, voltando a sentar de maneira ereta na poltrona. Minha camisa estava com uma mancha molhada por suas lágrimas e eu soltei um resmungo olhando para aquele estrago. Any ficou vermelha e olhou para mim como se estivesse prestes a se desculpar, mas ela não disse nada, apenas levantou e andou pelo corredor até o banheiro do jatinho.

Alguns minutos depois, ela retornou, mas não sentou ao meu lado, foi direto para a poltrona onde esteve anteriormente. Encolheu-se no assento e encostou a cabeça perto da janela, olhando para a vista lá fora com um semblante vago. No que ela estava pensando? Talvez estivesse em choque. Eu deveria perguntar se ela estava bem? Não era o tipo de coisa que eu fazia, então era melhor eu ficar quieto.

O resto da viagem foi silenciosa. Any e eu não trocamos sequer uma palavra até sairmos do jatinho, entrarmos em um carro que nos esperava e fomos até o hotel onde os demais convidados do evento estariam hospedados. O quarto dela ficava no mesmo corredor que o meu, ela seria minha vizinha de porta temporariamente. Deixei claro na recepção que ela poderia pedir qualquer coisa em meu nome e quando me ouviu dizer isso, Any olhou para mim com os olhos levemente arregalados, mas se manteve sem dizer nada.

Eu não estava acostumado a ver ela tão quieta e isso estava me incomodando mais do que todo o seu falatório de que tanto reclamo. Eu queria poder abrir a cabeça dela e saber no que estava pensando. Mesmo tão curioso, eu não perguntei absolutamente nada.

E a relação patrão/funcionário se mantém neutra.

Chegamos aos quartos e depois que o carregador deixou nossas malas e checou se estava tudo ok, eu paguei a gorjeta e ele se foi. A porta dos quartos estava aberta e eu podia ver Any andando pelo seu, girando ao redor de si mesma para poder olhar para o lugar. Lá estava aquele brilho no olhar que ela tinha sempre que achava alguma coisa incrível. E cá estava eu sorrindo para ela sem nem perceber. O que anda acontecendo com o meu rosto ultimamente? Eu costumava controlar melhor as minhas expressões faciais!

Saí do meu quarto e parei à porta do dela, esperando para falar depois que ela me notasse. Any olhou para mim e abriu um sorriso largo e sincero.

— Isso é tão legal!

— Se hospedar em um hotel? — perguntei com estranheza.

— Em um hotel de luxo! — afirmou como se fosse óbvio. — E eu posso mesmo pedir o que eu quiser?

— Sim. — assenti.

— Por que? Eu vim aqui a trabalho.

— Não. Você veio como minha acompanhante.

— Então eu não estou trabalhando?

— Só para emergências. — dei de ombros.

— Legal! — deu um pulinho. — Eu vou até a piscina! — correu para abrir a mochila que ela trouxe no jatinho.

— Soares. — a chamei. — Aquelas malas têm tudo o que precisa, inclusive biquínis e maiôs. Use-os. — falei apontando para as malas cheias com as roupas que comprei para ela.

— É só uma semana, por que comprou tanta coisa? — ela pegou uma das malas e colocou sobre a cama.

— Talvez hajam outras ocasiões como essa, então você já vai estar pronta.

— E quem garante que nas próximas ocasiões o doutor não esteja namorando? — desviou o olhar.

— Eu? Namorando? — soltei uma risada alta. — Acho que essa é a coisa mais engraçada que você já disse.

Ela sorriu de canto, mordendo o lábio inferior. E de repente, o meu amigo acordou dentro das minhas calças.

Que porra foi essa?

— Eu vou deixar você em paz agora. — falei saindo e fechando a porta atrás de mim.

Era a segunda vez que eu ficava duro por causa da Any. A primeira foi quando ela se molhou inteira de café e sua blusa ficou transparente, me dando uma boa visão dos seus seios. Naquele dia eu agradeci a sorte de estar sentado atrás de uma mesa, caso contrário teria sido bem constrangedor.

Eu tinha que afastar qualquer ideia daquele tipo sobre a Any. Ela era minha funcionária e eu tinha a decência de não sair com ninguém que trabalhava para mim.

Voltei para o meu quarto e me preparei para ir até a piscina. Usei um short de praia, uma camisa térmica preta, calcei meus chinelos e coloquei óculos escuros. A piscina não estava tão cheia, o que era ótimo. Tinha uma família dentro da água, duas mulheres tomando sol em espreguiçadeiras e um grupo de cinco homens bebendo e se divertindo enquanto falavam sobre futebol.

Sentei em uma espreguiçadeira vazia, longe o suficiente de qualquer pessoa. Peguei o meu celular e chequei meus e-mail e minhas mensagens.

Pai:Sua mãe e eu chegaremos uma hora antes do evento, então nos veremos apenas lá. Trouxemos presentes!

Rolei os olhos e deixei o aparelho ao lado depois de avistar um dos garçons do bar do hotel me trazendo a cerveja que pedi. Quando ele se retirou e saiu do meu campo de visão, eu avistei um par de pernas belíssimo saindo do hotel e vindo para a piscina. Abri um sorriso galanteador e olhei a mulher dos pés à cabeça.

Belas pernas, corpo definido, biquíni preto perfeito, a saída de praia propositalmente aberta, balançando atrás dela enquanto ela caminhava, a deixando como uma rainha, os cabelos loiros ainda mais brilhantes sob a luz do sol e... puta merda.

Quem diria que a Any era tão gostosa com pouca roupa? Acho que sua personalidade era tão forte que eu nem me dei conta da sua beleza. Como ela ficaria nas outras peças caras que comprei?

Tomei um grande gole de cerveja e tentei ignorá-la. Olhei para as duas mulheres tomando sol como uma forma de me distrair e notei que elas já me olhavam. Sorri de canto de maneira provocante e as duas pareceram interessadas. Era isso, eu só estava sendo mulherengo demais com a Any, nada demais, qualquer uma tinha esse efeito em mim.

— Você caiu do céu, meu anjo? — ouvi um dos caras do grupo de homens perguntar.

Virei minha cabeça na direção deles no mesmo instante. Ele disse aquilo para a Any, que estava passando por eles naquele momento. Pressionei meu maxilar, ficando levemente irritado com aquilo.

— Tecnicamente sim, mas obrigada. — ela riu com graça, como se estivesse respondendo positivamente ao flerte.

— Fica aqui, a gente paga uma bebida pra você. — outro sugeriu, puxando uma cadeira para ela.

Any fez uma cara pensativa e parecia que iria aceitar.

— Ah, eu...

— Any! — gritei, a chamando. Ela olhou na minha direção. — Eu guardei lugar pra você. — apontei para a espreguiçadeira vazia ao meu lado.

Não era verdade, o lugar estava vazio por acaso. Mas por que eu menti? Por que não deixar ela escolher se juntar aqueles homens?

— Bom, obrigada pela gentileza, rapazes. Quem sabe uma outra hora? — ela se despediu e veio andando na minha direção.

Any sorriu para mim, sentou-se na espreguiçadeira e tirou totalmente a saída de praia. Eu assisti o tecido descendo por seu corpo até ela estar coberta apenas pelas pequenas peças de seu biquíni. Engoli em seco e voltei minha atenção para o rosto dela. Ela já estava olhando para mim e agora era como se estivesse se divertindo com alguma coisa que ia muito além das suas férias fora de época em Washington.

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