Hype Girl | Kajemac Fanfic [P...

By kjbrandman

6.1K 723 1.5K

Mackenzie Coyle era conhecida por ser uma aluna problemática. Karina Brandman, a presidente do Grêmio Estudan... More

1. Hell's Day
2. Nothing New
3. Daddy Issues
4. Self-Centered
5. Secrets
6. In Your Dreams
7. Mommy Issues
8. Deal
9. Cigarettes & Mint
10. Karininha
11. Prom
12. Normal

13. All the things I hate about you

586 53 226
By kjbrandman

[Mackenzie Coyle's Point of View]:

O modo como as coisas magicamente davam errado para mim, ainda me surpreendia. Erin permanecia paralisada com uma expressão exageradamente surpresa.

- É da Tiffany! - Me apressei em dizer, pois foi a primeira desculpa que veio na cabeça. 

Erin já estava sabendo do nosso acordo, então poderia funcionar. Porém, Tieng me olhava desconfiada como se analisasse minhas palavras. 

Quebrei o nosso contato visual, passando por ela impaciente. Estava tarde e eu não estava com tempo para aquela palhaçada.

Outro grande erro.

- Brandman - Erin leu o nome de olhos arregalados, apontando para minhas costas - Meu Deus, é o nome "Brandman", é da presidente!

Se eu pudesse voltar no tempo, não teria aceitado a jaqueta de Karina e morrido pateticamente de hipotermia. Era bem melhor morrer estupidamente do que lidar com o caos depois disso.

- Sério?! - Erin exclamou abismada - Mackenzie Coyle, sua desgraçada!

- Calma, eu posso explicar, ok? - Pedi - E não é nada disso que você está pensando!

- E tem outra coisa para pensar?! - Ela perguntou alto - Caralho! Como assim?! É da Karina Brandman! 

- Dá para parar de gritar? - Esfreguei as mãos no rosto impaciente.

- Você quer que eu faça o quê com essa informação?! - Erin questionou retoricamente - Passei todos os anos da minha vida vendo você dizer que odiava essa garota e agora está usando a jaqueta dela?! Meu Deus, você está usando a jaqueta dela!!! - Levou a mão à boca, finalmente caindo na real. 

- É só uma jaqueta! - Falei frustrada, mesmo sabendo que seria inútil. 

- Não é só uma jaqueta, é o caralho das caralhudas das jaquetas! - Erin disse exageradamente - Eu estudo nesse colégio há mais de 12 anos, Coyle, 12 anos! E eu nunca vi essa jaqueta na mão de outra pessoa sem ser as mãos da Karina. Nunca!!!

- Isso não é nada demais - Falei simplista, retirando a peça do meu corpo - Pronto, acabou.

- Eu estou em completo choque - A chinesa disse abobalhada - Você está entendendo a porra do meu choque?! Porque eu estou em choque!

- Claro que eu estou entendendo, você está gritando a porra do seu choque para o mundo inteiro ouvir! - Resmunguei irritada - Agora cala a boca, vamos embora e para de encher o meu saco!

- Da Karina... - Erin respirou pesadamente - D-da K-Karina... - Repetiu, caindo no chão de joelhos.

- Boa piada, Tieng. Adorei a reação dramática - Falei, revirando os olhos - Agora vamos logo, a tia Kim vai te matar se você chegar muito tarde.

Porém, em vez da idiota se levantar, apenas começou a gesticular com as mãos desesperadamente. 

- O quê? - Questionei, tentando entender o que ela queria mostrar. Erin segurava a própria garganta, fazendo sinais negativos com os dedos - Quer que eu te enforque? - Perguntei confusa - Para logo com isso, levanta daí.

Erin continuou negando com a cabeça e seus olhos rolaram nas órbitas. Somente então me dei conta do que estava acontecendo. Me joguei no chão ao seu lado, segurando o rosto arroxeado de Erin em minhas mãos. Seus olhos continuavam arregalados e, obviamente, ela lutava para levar ar aos seus pulmões.

- Respira, porra! - Pedi. 

Sem saber ao certo como reagir nessas situações, comecei a estapear o seu rosto. Erin apenas tossia e puxava o ar com força, como se tentasse respirar debaixo d'água. Olhei para os lados sem saber o que fazer, em busca de ajuda de qualquer um que passasse por ali. 

- Erin, se você não respirar, eu vou matar você - Adverti séria. 

Erin levantou o olhar irritado como quem diz "jura?" no tom mais debochado possível. E, certamente ela diria se não estivesse ocupada morrendo.

Como se não bastasse Erin me flagrando e começando a cogitar algo entre Karina e eu, ela ainda morreria no meio desse processo. Deixei a jaqueta verde de qualquer jeito no chão ao seu lado, buscando pelo meu celular. 

Sem bateria.

E, quando a situação não podia piorar, a situação simplesmente piora.

- Meu Deus, ela está bem?! - Ouvi a voz masculina aproximar-se apressadamente.

- Só me faltava essa... - Resmunguei baixinho.

- Eu vou chamar uma ambulância! - Henry disse desesperadamente, pegando o celular em seu bolso, discando o número da emergência. 

Inclinei o corpo de Erin, começando a dar tapas em suas costas, na tentativa de fazer o ar voltar a circular normalmente pelos seus pulmões.  

- O que você está fazendo?! - Henry perguntou ao se aproximar novamente - Ela não está engasgada, para de bater na menina! Eu já chamei a ambulância, eles estão vindo.

- Não morre, porra! - Adverti Erin mais uma vez - A tia Kim te mataria se você morresse!

Coloquei o corpo deitado novamente no chão, abrindo um tutorial no YouTube de como fazer um tubo de oxigênio caseiro pelo celular de Erin. Porém, entre o desespero de respirar, a chinesa tentou rir entre as puxadas profundas de ar.

- A gente nem está em uma casa para fazer algo caseiro... - Henry disse confuso.

- Mas que droga ela tem?! - Perguntei irritada, aquilo nunca havia acontecido antes.

- Ela tem asma - Uma terceira voz se fez presente, sequer notei em que momento havia se aproximado - Quer dizer, ela tinha... No sexto ano... Provavelmente é uma crise...

Naquele momento, minha mente pareceu acender. Asma! Isso!

Erin andava sempre com uma bombinha quando era criança, mas isso foi anos atrás. Como diabos Karina Brandman poderia se lembrar de algo assim se nem mesmo eu lembrava daquilo?!

Erin voltou a tossir, enquanto seu rosto contorcia-se em dor. Sua respiração era rápida e curta como se estivesse lutando ferozmente para não morrer ali, daquela forma patética. 

- Essa ambulância vai demorar demais? - Perguntei impaciente para Henry, já que fazia alguns minutos que a chinesa não respirava corretamente.

- Me deixem ajudá-la, se afastem... - Karina pediu, se aproximando de Erin. Não ousamos contestar, então a presidente apenas a colocou sentada e inclinada para frente - Agora, respira devagar - Instruiu, começando uma massagem cardíaca na chinesa - Você está assustada, só está piorando a situação...

Erin obedeceu, segurando fortemente a mão de Karina que estava em seu peito. 

- Ei... Você... - Erin tossia, tentando falar corretamente - Eu... Eu estou vendo u-um anjo?! - Perguntou, exibindo um sorriso fraco, porém galanteador. 

Foi inevitável não revirar os olhos. Aquela desgraçada estava quase morrendo e mesmo assim suas últimas palavras antes de uma possível morte seria uma cantada barata. Karina não respondeu, mas deixou uma risada escapar de sua garganta.

Segundos depois, ouvimos o som de sirenes se aproximando. Henry rapidamente esticou seus braços para chamar a atenção deles, enquanto a presidente continuava ajudando Erin. 

Quando a ambulância parou, os paramédicos desceram rapidamente, a colocando dentro do veículo, posicionando a máscara de oxigênio em seu rosto.

- Quem irá acompanhar a garota? - Um dos socorristas perguntou - Algum de vocês é maior de idade?

- Eu vou! - Respondi prontamente, entrando na ambulância e deixando os irmãos Brandman's para trás. Eu era a única próxima de Erin, a partir daquele momento, os dois não tinham mais nada haver com isso. 

Durante todo o percurso até o hospital só conseguia pensar em como a tia Kim mataria Erin se ela morresse daquele jeito. Analisando melhor a situação, a tia Kim nem poderia sonhar com aquilo. Ela proibiria a chinesa de sair de casa por um bom tempo e eu precisava da minha parceira de crime.

Ao chegarmos no hospital, duas enfermeiras apareceram e Erin foi levada às pressas para um enorme corredor. Porém, quando tentei os seguir, fui barrada por um dos seguranças. 

- Ela é minha amiga! - Tentei argumentar com o segurança.

- E ela estará sendo cuidada. Por favor, aguarde e assine a papelada - Instruiu pacientemente como se aquele tipo de situação fosse algo normal no seu dia-a-dia. 

Por alguns minutos tentei discutir com o homem, mas percebi que era inútil. Assinei todos os papéis, sentando-me em um das cadeiras da recepção, enquanto esperava por alguma notícia.

- Que jeito tosco de morrer... - Ouvi a voz de Karina que se aproximava, Henry estava ao seu lado. A presidente carregava a jaqueta causadora de discórdias nas mãos, sequer percebi em que momento ela a pegou - Eu teria vergonha de chegar no céu e falar que morri desse jeito, provavelmente ia inventar que morri salvando alguém ou algo parecido... - Disse casualmente, sentando-se na cadeira ao meu lado.

- Primeiro que você nem vai para o céu - Resmunguei, pendendo a cabeça para trás, encostando na parede atrás de mim - Agora pensa em uma desculpa... - Sussurrei para que Henry não ouvisse.

- Você foi pega, não eu - Karina disse simplesmente.

- E eu não pedi para você agir como uma adolescente idiota e apaixonada - Uma pontada de raiva era perceptível na minha voz, enquanto cuspia as palavras - Além do mais, nem sei o porquê de você estar aqui.

- Nem eu - Karina soltou uma risada nasal, levantando-se.

- Vai para alguma lugar? - Henry perguntou confuso.

- Vou voltar para o carro - Anunciou, caminhando em direção a saída - Não demora, a mamãe vai ficar preocupada. 

Henry a observou se afastar, enquanto suas sobrancelhas estavam unidas em confusão. Não tinha tempo para os dramas de Karina Brandman naquele momento, então decidi apenas ignorar.

- Com licença, vocês poderiam me informar onde fica a recepção? - Um idoso perguntou ao nos ver sentados.

- É por ali, senhor - Henry respondeu, apontando para o balcão onde a recepcionista estava.

- Obrigado - Ele agradeceu, afastando-se. 

- Então, nenhuma notícia da sua amiga? - Henry perguntou amigavelmente, sentando-se no lugar que antes estava a sua irmã gêmea.

- Não... - Respondi, suspirando cansada.

Henry ficou alguns minutos em silêncio, mexendo seus dedos impacientemente em seus joelhos. Vez ou outra, eu podia sentir o seu olhar sob mim. 

- Fala logo o que você quer... - Falei impacientemente - Eu consigo te sentir me olhando, sabia?

Henry ponderou por alguns segundos como se estivesse analisando a melhor maneira de entrar em um assunto delicado. 

- O que está rolando entre você e a minha irmã? - Ele perguntou sem rodeios, me encarando.

- Não está rolando nada - Neguei prontamente, cruzando os braços e encarando o teto. Henry apenas assentiu, voltando sua atenção para o enorme corredor de leitos - Mas é que ela é tão idiota! Uma hora me trata bem, depois me trata como um lixo... Eu nunca sei o que esse inferno de garota quer ou está pensando e puta merda, eu odeio ela!

Henry tinha uma expressão confusa e divertida em seu rosto. 

- Vocês pareciam está se dando tão bem lá em casa, pensei que realmente tinham voltado a ser amigas... - Henry murmurou pensativo.

- Nós nunca fomos amigas... - Murmurei.

- Você deveria conversar com ela - Henry sugeriu - Quer dizer, eu sei que vocês se desentenderam por muitos anos, mas a KJ não é uma péssima pessoa.

- É sobre a Karina que estamos falando... - Soltei uma risada irônica - Não tem conversa com ela.

Henry ficou em silêncio por alguns segundos, ajeitando sua postura no assento.  Ele parecia mais sério do que o normal, chamando minha atenção para si.

- Coyle, você sabe que dia é hoje? - Perguntou retoricamente.

- Segunda-feira? - Respondi confusa, o encarando.

- Hoje é segunda-feira, aniversário de 18 anos da KJ e também o meu... - Ele disse, sorrindo fraco - O nosso pai não apareceu e a nossa mãe não lembrou. Ela está agindo como se estivesse tudo bem, mas no fundo ficou machucada - Henry suspirou pesadamente - Normalmente, eu nunca estou em casa, nunca me importei com isso e ela comemora com os nossos pais, mas agora... As coisas estão diferentes... - Ele rodava o celular entre seus dedos, enquanto falava tristemente - Por isso falei para ela comprar chocolate e salgadinhos para nós comemorarmos juntos, uma noite só nossa. Agora, deveríamos estar em casa nos empanturrando de doces, assistindo filmes ou fazendo qualquer outra coisa só para ela esquecer dos pais de merda que nós temos, mas a KJ insistiu em vir até aqui ver como a sua amiga estava... - Dessa vez, Henry me encarava sério - E sabe qual é a melhor parte? A KJ odeia hospitais desde criança. Você acha mesmo que ela faria isso por qualquer pessoa ou ela fez porque é por você? 

Abri e fechei a boca diversas vezes, porém nada saía. Henry pareceu perceber soltando uma risada anasalada, levantando-se.

- Acho que você deveria pensar um pouco no que eu disse...

[...]

[Karina Brandman's Point of View]:

Ouvi leves batidas na janela, me fazendo limpar rapidamente as lágrimas atrevidas que insistiam em descer pelo meu rosto. Aquele estava sendo um dia de merda que, aparentemente, não chegava ao fim. 

Vi Henry dar a volta no carro e entrar pela porta do motorista, como sempre o sorriso estupidamente branco estava presente em seus lábios.

- Passei na conveniência do hospital e trouxe seus favoritos... - Anunciou, levantando a sacola em suas mãos - Acho que não pode faltar essa noite.

- Obrigada - Agradeci, sorrindo fraco. Peguei a sacola, observando a quantidade exagerada de donuts para duas pessoas. 

- Me diz... - Ele começou como quem não quer nada - Você e a Mackenzie estavam se dando tão bem, o que aconteceu? - Perguntou curioso. Eu podia sentir seus olhos sob mim, mas não ousei desviar a atenção dos doces em meu colo.

- Não me leve a mal, nós somos irmãos gêmeos, mas acho que cada um deve cuidar da sua própria vida... - Respondi, tentando cortar aquele assunto - Ela é uma idiota como sempre foi, então não enche meu saco.

- Eu não sou seu inimigo aqui - Ele falou pacientemente, erguendo as mãos em rendição - Só quero conversar... Eu não sou idiota como você pensa, Ka... Eu sei que você não desgruda daquela jaqueta do grêmio, que você odeia hospitais, que jamais sairia esse horário sabendo como nossa mãe estava puta quando saímos... Antes eu não percebia, mas depois do que a Mackenzie me disse, tudo parece fazer mais sentido agora.

- Conversou um dia com ela e já está ficando idiota do mesmo jeito - Resmunguei, sem encará-lo - Ainda está ficando esquizofrênico e vendo coisas onde não existe. Tieng também é nossa colega, o mínimo que podíamos fazer era verificar como ela está depois do que aconteceu.

- Tudo bem, tudo bem... Se você diz, não está mais aqui quem falou! - Henry soou divertido, dando de ombros - Agora vou levar comida para a Coyle antes que ela desmaie de fome lá dentro, você vem?

- Não - Neguei prontamente - Estou bem aqui. 

[...]

[Narrador]:

Mackenzie já estava há mais de uma hora naquela recepção. Todos que passavam por ali lançavam olhares de pena para a garota, certamente pensando o quão triste era imaginar uma adolescente perdendo alguém querido ainda tão jovem. 

Mal sabiam que o motivo envolvia uma jaqueta, pessoas que se odeiam e asma — não necessariamente nessa ordem. 

Alguns minutos depois, Henry entrou novamente no hospital, oferecendo uma coca-cola para Mac assim como alguns salgadinhos. Eles mal trocaram meia dúzia de palavras, já que Coyle não queria conversar. 

Mackenzie olhou confusa para a entrada ao ver Karina passar pela porta, pois realmente achou que a presidente não iria voltar mais, porém voltou. Sem dizer nada, ela sentou ao lado do seu irmão gêmeo, enquanto a outra garota olhava disfarçadamente para os dois que conversavam.

Novamente, a frase de Henry voltou em sua mente. Se Karina não gostava de hospitais — algo que não sabia antes — por que ela continuava ali? 

Mackenzie não conseguia acreditar que era por ela, não podia ser. Porém, por quem mais seria? A presidente e Erin nem eram próximas, mal trocaram duas palavras durante todos esses anos no colégio. 

- Que susto você me deu! - A voz de Tiffany se fez presente no ambiente, chamando a atenção de todos - Quando perguntei onde você estava, achei que estava brincando!

- O que está fazendo aqui? - KJ perguntou confusa - Não imaginei que você realmente viria.

- É claro que eu viria?! - Tiff respondeu como se fosse óbvio - Você me diz que está no hospital e não imaginou que eu iria vir?! - Questionou retoricamente, quase ofendida - Mas... O que estamos fazendo aqui exatamente?

- A amiga da Mackenzie - Henry respondeu, apontando com a cabeça em direção a garota. Somente então Quilkin percebeu a presença dela ali - Tieng teve uma crise asmática na rua e nós estávamos passando no momento e ajudamos elas... - Explicou.

- Oh... - Tiffany se limitou a dizer para não demonstrar preocupação - E ela está bem? - Perguntou, fingindo casualidade. 

- Estamos esperando notícias... - Dessa vez Mackenzie respondeu, encarando o relógio na parede. Era quase meia noite e toda aquela espera parecia infinita. 

Os quatro permaneceram ali, esperando. Mackenzie realmente se questionava se eles não iriam embora em algum momento, pois não existia necessidade de todos estarem ali. Ela poderia, simplesmente, mandar uma mensagem dizendo o estado de saúde de Erin depois. Mas, aparentemente, os irmãos Brandman's e Tiffany estavam dispostos a aguardarem e saberem pessoalmente sobre isso. 

[...]

Karina tinha sua cabeça encostada nos ombros de Tiffany, enquanto Henry conversava com alguém no telefone. Já Mackenzie mexia os pés impacientemente, demonstrando a sua ansiedade. 

- Responsáveis pela Erin Tieng - Ouviram a enfermeira anunciar, fazendo os quatro levantarem-se ao mesmo tempo.

- Depois eu te ligo... - Henry informou, desligando a chamada. 

- Somente dois de uma vez, por favor - A enfermeira avisou ao ver as quatro figuras em sua frente.

Porém, três minutos depois estavam todos ao redor do leito de Erin, após Henry inventar uma história tragicamente triste que fez o segurança e enfermeira liberarem a entrada do quarteto.

Erin estava sentada na cama e ria até do vento, olhando de uma maneira engraçada para todos eles. E, a primeira coisa que Mackenzie notou foi como a enfermeira parecia aliviada quando percebeu que finalmente vieram buscar a chinesa. No fundo, ela conseguia compreender perfeitamente o motivo, já que Erin era como dez crianças encapetadas em um corpo só.

- Big Mac! - Ela chamou com a voz embolada, estendendo os braços como um bebê - Mac! Mac! Mac! Big e Mac!

Mackenzie a olhava confusa, pois a chinesa estava mais retardada do que o normal. 

- Como devem saber, foi uma crise de asma - A enfermeira disse com uma prancheta em mãos - Poderiam me passar o número dos responsáveis dela?

- Eu sou irmã dela - Mackenzie se pronunciou. A mulher olhou desconfiada, pois — claramente — os traços de ambas não eram nada semelhantes - Sabe como é... Pais diferentes...

- Tem algum documento? - Ela perguntou sem acreditar muito naquela informação.

- Infelizmente não... - Mackenzie fez uma expressão triste - Nós estávamos comemorando o aniversário dela e... - Começou a negar com a cabeça, como se estivesse prestes a chorar - F-foi tudo tão rápido... E, de repente... Do nada! puff! Eu só vi minha irmãzinha caída... - Henry a abraçou de lado, a consolando, entrando na encenação.

- Sinto muito, criança... Então, está tudo bem - A enfermeira se solidarizou, sentindo pena deles - Nesse caso, aqui está a receita médica.

- Mas... Os sintomas sumiram durante uns anos para cá, ela achou que não precisava mais da bombinha - Dessa vez, Karina disse. Porém, engoliu em seco ao ter a atenção da enfermeira em si - É... eu sou prima dela. Distante...

- Certo, entendi - A mulher disse, sem questionar dessa vez - Mas de qualquer forma, a família precisa adquirir uma bombinha urgentemente para o caso de acontecer outra crise asmática. É bom que ela volte a carregar para todo lugar, entendem? - Questionou, recebendo acenos de cabeça como confirmação - E como esse incidente aconteceu?

- Emoção de aniversariante - Mackenzie respondeu, fechando os olhos e balançando sua cabeça negativamente - Não se aguentou de tanta felicidade e do nada, bum, caiu no chão. 

- É uma pena ter acontecido justo no dia do aniversário - A enfermeira disse, sorrindo sem mostrar os dentes - Vou assinar a alta dela e já volto. Depois alguém responsável por ela precisa assinar também.

- Mac! Mac! Mac! - Erin continuava a chamando até que seus olhos dilatados pararam em Karina - Mac! Mac! Mac e Karina Brandman!

Se Erin não morreu antes, morreria agora. Com certeza.

- Ela tá louca, estão vendo? Vamos embora, deixa aí - Karina disse, tentando disfarçar o seu nervosismo - Bateu a cabeça muito forte, tadinha.

- Como assim? - Tiffany perguntou confusa, era óbvio o quanto Karina e Mackenzie queriam matar Erin agora.

Erin riu e se engasgou, logo voltando a rir. Ela colocou as mãos em frente ao rosto e encostou todos os dedos no polegar, em seguida tocando uma mão na outra, indicando duas pessoas se beijando. 

- Ok, eu posso explicar - Henry se apressou rapidamente, colocando as mãos em seus bolsos - O que aconteceu é que a Coyle estava indo devolver a minha jaqueta que emprestei quando ela foi lá em casa, mas a Erin acabou vendo e pensou que era da KJ... E começou toda essa confusão.

- Sim - Karina concordou - Erin viu a Mackenzie com a jaqueta do Henry, pensou que era minha e achou que eu e ela tínhamos alguma coisa... - A presidente olhou de cima a baixo para a garota de olhos claros a sua frente - Só de cogitar isso... Urgh, é loucura.

- Concordo plenamente, Brandman - Mackenzie disse sarcasticamente - A pessoa que quiser ter algo com você tem que ser muito louca mesmo.

- Vai começar... - Tiffany resmungou, revirando os olhos.

- Parabéns, você vive em um mundo de loucos, então! 

- Certeza que o seu namorado vai ser um cego ou um surdo para te aguentar!

- Custa você parar de ser tão escrota?!

- Uau, olha quem fala!

- Tá, tá... Já deu! - Tiffany as interrompeu, puxando Karina para trás. As garotas sequer perceberam, mas já estavam próximas uma da outra com os punhos fechados - Nós já entendemos que vocês se odeiam.

Se Tiffany não acreditasse na desculpa de Henry, depois daquela breve discussão, passou a acreditar.

- Agora vamos embora logo - Henry anunciou - Está ficando tarde e são muitas damas para tomar de conta.

Henry ajudou uma Erin meio grogue a levantar-se da maca. Rapidamente, como um coala, a chinesa agarrou-se nos ombros de Tiffany.

- Acho que realmente morri, é a segunda vez que vejo um anjo hoje - Ela disse de uma maneira embolada, fazendo as bochechas da outra garota corarem, enquanto Henry ria.

- Vamos levá-la para o carro, vocês assinam a alta dela na recepção - Henry pediu para Mackenzie e Karina - Somos menores de idade, talvez eles peçam a confirmação de dois familiares.

- Por que eu? - KJ questionou inconformada, porém seu irmão e sua melhor amiga apenas a ignoraram.

- Não é como se eu estivesse feliz por fazer isso com você - Mac resmungou, saindo do quarto.

A contragosto, Mac e KJ caminharam até a recepção do hospital, enquanto Tiffany e Henry carregavam Erin até o estacionamento com o auxílio de um dos enfermeiros. 

- Nós estamos aqui para assinar a alta da paciente Erin Tieng - Mackenzie informou para a recepcionista, enquanto batucava seus dedos no mármore. 

- Vocês são parentes da paciente? - Ela questionou desconfiada.

- Sim, somos parentes - Mac concordou rapidamente, dando uma cotovelada na garota ao seu lado para que ela fizesse o mesmo.

- Sim, sou uma prima distante dela - KJ respondeu, balançando a cabeça - Mas é como se nos conhecêssemos a vida toda.

Mackenzie a olhou com uma expressão de "meu deus, você é tão óbvia mentindo". Karina retribuiu o olhar como se falasse "O que foi, idiota?!"

- Certo, assinem aqui - A mulher instruiu, após verificar que a enfermeira havia autorizado. 

Por ser canhota, ao assinar em um dos papéis, as costas da mãos de Mackenzie encostou com as costas das mãos de Karina.

- Como você é espaçosa... - Karina resmungou - Vai mais para lá.

De propósito, Mackenzie inclinou-se ainda mais na direção de KJ somente para irritá-la.

- Você que vá, quem está reclamando é você - Mac disse baixo para que a recepcionista não ouvisse.

- Você é insuportável, Mackenzie.

- Acho o mesmo de você, Brandman.

Com a alta de Erin devidamente assinada, Mackenzie e Karina caminharam até o estacionamento, onde os outros as esperavam. Obviamente, as duas não pararam de implicar uma com a outra por um segundo sequer. 

- Eu não suporto esse seu vitimismo! - Mac disse.

- Eu que não suporto essa sua hipocrisia! - Karina rebateu.

- Elas estão demorando, será que se mataram? - Tiffany perguntou rindo.

- Pelo menos já estão no lugar certo - Henry brincou, batucando os dedos no volante. 

- Vocês estão sentindo o gosto do ar? - Erin balbuciou, com a língua para fora - É tão gostoso!

- Tem certeza que vamos colocar as duas aí atrás? A Erin nem está no meio para impedir que elas se matem aqui dentro - Tiff comentou, apontando para trás de si, onde a chinesa estava sentada.

- Claro que eu tenho certeza - Henry riu, dando de ombros - Bom que já se resolvem logo. Mas se você quiser ir atrás, separando as duas, sinta-se a vontade. 

- Não, obrigada - Ela negou prontamente, enrugando o nariz com a possibilidade - Dependendo, a gente até para no meio da estrada, bota as duas para fora e seguidos o caminho sem elas.

- Parece uma ideia tentadora... - Henry ponderou, fingindo estar pensativo. 

- Isso é sério? - Karina perguntou ao abrir a porta do passageiro ao lado do motorista.

- Ah, não... - Mackenzie resmungou igualmente ao notar que os dois lugares vagos eram um ao lado do outro.

- Tiff troca comigo! - KJ pediu, quase implorando.

- De jeito nenhum! - Ela negou, balançando a cabeça.

- Entrem logo, está tarde. Deixem para se matarem amanhã no colégio - Henry sugeriu - Vamos ter uma volta para casa pacífica agora. 

- Você é mais baixinha, cabe direitinho no meio - Karina provocou, dando a volta no veículo.

- Nós temos a mesma altura, idiota - Mackenzie resmungou.

- Entra logo - KJ mandou, a empurrando para dentro do carro - Nós sabemos que eu e você não temos a mesma altura.

- Não encosta em mim! - Mac disse, entrando no veículo.

- Sua chata - Karina fez o mesmo, sentando no único lugar vazio agora - Como consegue ser tão insuportável?

- Sua chata - Mackenzie a imitou - Como consegue ser tão insuportável?!

- Um dia isso ainda vai terminar em casamento - Henry brincou, ligando o automóvel. 

- Para casar com essa daqui, alguém precisaria me pagar e nem todo dinheiro do mundo seria suficiente - Mac provocou.

- Como se eu quisesse me casar com você - KJ rebateu - Eu prefiro ir para um manicômio!

- Adoro ver vocês duas implicando uma com a outra, é até engraçado às vezes - Tiffany disse impaciente - Mas que tal, só por hoje, só até o caminho de casa, vocês pararem de implicar uma com a outra? - Sugeriu - São só alguns minutinhos, vocês conseguem.

- Isso é impossível - Henry falou, saindo do estacionamento - Elas precisariam se esforçar muito para conseguir esse milagre. 

- Impossível? Claro que não! - A voz de Mackenzie transbordava ironia.

- Não mesmo - Karina concordou, usando o mesmo tom.

- Se não é impossível, duvido elogiarem uma a outra - Henry brincou, se divertindo. 

- Mas é claro... - KJ disse, sorrindo irônica - Sabe o que eu mais admiro em você, delinquente? - Perguntou sarcasticamente - É que você admite com muita facilidade quando está errada.

- Uma ótima característica - Henry comentou, rindo - Sua vez, Coyle.

- Eu adoro a sua presença aqui, sabia presidente? - Mackenzie disse debochadamente, socando o braço da outra fraquinho.

- Aí! - Karina resmungou, socando o braço da outra de volta, porém com um pouco mais de força.

Erin ria, se divertindo ao lado das duas. Ela continuava unindo seus dedos e os encostando como duas pessoas se beijando.

- Agora quer saber o que eu odeio em você? - KJ perguntou retoricamente - O seu péssimo comportamento! 

- E eu odeio o quanto você é uma idiota! - Mackenzie rebateu - Sempre tratando as pessoas como se o mundo girasse ao seu redor!

- Ah, olha quem fala... - KJ debochou, cruzando os braços - Você sempre machuca todas as garotas que conhece só para se sentir no controle!

- E você sabia que conviver com você é como um teste para ver quanto tempo alguém consegue sobreviver a alguém tão ignorante - Mac disse, olhando para o perfil de KJ, sorrindo vitoriosa.

- E quer saber de uma coisa? - Karina perguntou retoricamente - Eu odeio aquela sua jaqueta estúpida.

- E eu odeio o seu uniforme engomadinho! - Mackenzie rebateu da mesma forma - Com o seu all star estupidamente branco!

- E eu odeio aqueles seus coturnos pretos!

- É estilo, Karininha.

- Não me chama assim, idiota!

- Karininha, Karininha, Karininha...

- Você é tão insuportável!

- Você não fica para trás, presidente.

- Eu te odeio!

- E eu te odeio mais!

- Não, porque eu te odeio multiplicado pelo infinito!

- E eu te odeio multiplicado pelo infinito ao quadrado! 

- Esse caminho nunca foi tão longo... - Tiffany suspirou cansada, encostando a cabeça no apoio do banco.

Continue Reading

You'll Also Like

1.2M 68.1K 84
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
1.2M 49K 54
Onde Victoria Gaspar passa uma noite com o jogador do Palmeiras Richard Rios,só não imaginava que isso iria causar tantos problemas.
1.2M 64K 153
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
195K 8.4K 46
Maria Eduarda adolescente de 17 anos , adora uma festa, curte muito, morava com os pais que precisaram se mudar, com isso ela tá de mudança pro Morro...