Jason
— Quer dormir hoje aqui? — questionei incerto, vendo o olhar surpreso de Raylee.
Eu tinha acabado de encomendar o jantar e estávamos conversando até alguns segundos atrás.
Pensei que ela fosse negar meu perdido, mas...
— Sim. Eu quero. — sorriu brevemente. — Como meus pais só irão chegar amanhã depois do almoço, está tudo certo. Só vou mandar uma mensagem avisando ao meu irmão que irei dormir na casa de uma amiga da escola, para que não possa desconfiar.
Não disfarcei minha animação e me aproximei, sentando ao seu lado no sofá.
— Posso dormir no sofá. Aí você fica com a cama.
— Não vou te incomodar. Você pode dormir na cama também. — corou.
— Tem certeza? Eu não vou te tocar se você não quiser, mas...
— Sim. Pode dormir comigo lá. Sem problemas.
Porra! Seria uma tortura tê-la tão perto, mas eu não me sentia ruim em pensar na possibilidade de dormir com ela.
Aquilo era novo para mim e eu queria experimentar.
Como eu desejava isso! Então não pude esconder o sorriso que rasgou meus lábios.
— Isso parece bom. — toquei seu rosto, afastando algumas mechas de cabelo. Ela sorriu e então beijei seus lábios, sentindo a maciez.
Aquilo era completamente viciante. Muito mais do que qualquer bebida que eu pudesse provar. Muito mais.
Eu poderia passar a noite inteira apenas beijando aquela boca macia. Lutaria com tudo de mim para não passar dos limites com ela, embora quisesse muito.
De toda forma, respeitaria o tempo de Raylee.
Minutos depois, nosso jantar chegou.
Pedi duas pizzas enormes, então comemos e bebemos muito refrigerante depois que coloquei um filme na TV.
Raylee estremeceu com algumas cenas do filme de terror e eu ri, enfiando um pedaço de pizza na boca.
Ela estava enrolada com meu edredom e meus olhos sempre vagavam para sua figura.
Em algum momento, ela me surpreendeu ao me abraçar enquanto assistíamos.
Sorri, sentindo o corpo macio de Raylee contra o meu.
— Assustada, pão de mel?— questionei divertido quando o filme estava prestes a acabar.
— Muito. — sussurrou aflita, abraçando-me mais forte. — Vou dormir agarrada com você essa noite. — disse inocentemente.
— Gostei da ideia. — sorri contra seus cabelos, apreciando a sugestão.
#*#
Raylee
— Eu nem trouxe roupa. — eu disse chateada. — Acho que vou dormir com esse traje aqui mesmo.
— Você pode usar minha camiseta. Ela é bem grande. — Jason sugeriu, surpreendendo-me. Estávamos em seu quarto espaçoso no momento.
— Sério?
— Sim. — pegou a peça de roupa no armário e lançou em meus braços. — Aqui.
Peguei a peça, sentindo a textura e o cheiro característico do perfume de Jason.
Sorri, agradecida. — Obrigada. Onde posso me trocar?
— Fica a vontade. — ele disse, saindo do quarto e fechando a porta.
Apreciei sua gentileza e então me troquei rapidamente. Decidi manter os cabelos presos em um coque e depois saí do quarto.
Jason estava do outro lado da parede, recostado ali e pensativo.
— Terminei. — eu disse, fazendo-o me encarar.
Meu corpo esquentou no momento que seus olhos escuros se voltaram para mim.
Ele me olhou dos pés a cabeça, lentamente; de maneira preguiçosa.
— Ficou boa em você. — disse e encarei a camiseta escura em meu corpo. Era grande, então chegava até acima dos meus joelhos. Como Jason era bons centímetros mais alto do que eu, isso não era surpreendente.
— Obrigada pela roupa.
Ele sorriu. — Por nada.
Jason conseguiu uma escova nova para mim e segui para o banheiro, onde escovei os dentes e lavei meu rosto, retirando a maquiagem.
Agradeci por não ficar horrível sem ela, então voltei para o quarto após guardar a escova.
Jason estava organizando os travesseiros e sorriu para mim no momento que me viu.
Ele era tão bonito.
Sorri de volta.
Jason então me surpreendeu ao retirar a camiseta que estava usando. Ele usava uma calça de moletom cinza no momento e quase não consegui arrancar meus olhos do seu torso nu.
Eu já tinha visto sua pele na praia, mas me surpreendia sempre que o via. Nunca deixava de ser uma novidade ver as tatuagens e torso másculo. Como alguém podia ser tão bonito assim? Mas Jason era. E muito.
Desviei o olhar do seu peito antes que ele percebesse e então decidi deitar na cama.
Jason seguiu para perto da porta e apertou o interruptor que estava ali perto. O quarto foi tomado pela escuridão em seguida.
— Importa-se com o escuro? — deitou na cama. — Posso acender a luz se...
— Está tudo bem. Não precisa, obrigada. — eu disse rapidamente, não enxergando sua silhueta depois que ele desligou a lanterna de seu celular.
Mesmo assim sentia sua presença marcante ao meu lado. Meu coração estava acelerado e me acomodei contra o travesseiro.
Eu me deitei ali, apenas encarando a escuridão e soltei um suspiro em seguida.
Jason suspirou também e então senti sua mão contra a minha.
Fiquei nervosa, mas não me afastei do seu toque.
— Sua mão é macia, pão de mel. Acho que já disse isso antes.
— Você disse mesmo. — murmurei divertida e ele sorriu.
De repente, senti um movimento e em seguida uma respiração quente contra meu rosto.
Eu estava tensa, mas não de um jeito ruim. Estava até ansiosa, então...
Senti os lábios de Jason contra os meus.
Sem pensar muito, deixei que ele me beijasse e então abri meus lábios para dar passagem a sua língua.
Aquele foi um beijo quente, irresistível e gostoso. E eu estava amando aquilo.
Toquei os ombros de Jason enquanto nos beijávamos. Senti sua mão contra a minha perna, erguendo a camiseta e parando em meu quadril. Sua mão acariciava a área enquanto nossas línguas se encontravam em um beijo lento e prazeroso. O beijo ganhou mais intensidade alguns instantes depois; e apenas me deixei envolver pelo ato.
Nossos beijos e toque continuaram por algum tempo. Em algum momento, Jason parou e percebi que estava tenso, mesmo na escuridão. Ele temia perder o controle? Se ele não fosse tão controlado e respeitador, eu já teria me entregado. Imaginava que não poderia me conter quando estava perto dele. Mas apreciava sua atitude, afinal no lugar de outro, ele apenas poderia se aproveitar de mim. No caso de Jason, ele era gentil comigo e estava respeitando meus limites, embora eu já estivesse perdendo todos. Quando estava nos braços dele, eu não tinha muitos pensamentos coerentes.
E naquela escuridão, acabamos agarrados um ao outro.
Deitei de lado e Jason me abraçou por trás. Acabamos naquela posição e eu gostei. Pelo jeito, ele também.
E acabei adormecendo tranquilamente, apreciando a noite e a companhia maravilhosa.