O diário de Bree

By drunksassenach

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Esse é mais um pedacinho da jornada do nosso casal querido, Jamie e Claire. Trago em pequenos contos e trecho... More

Notas
Prólogo
Quando conheci sua mãe, achei que estivesse em um sonho/Nos tornamos dois e meio
O primeiro ultrassom
Picles de madrugada
Menina ou menino?
Oi, filha...
Como um peixinho
Conversas veladas/E então eu senti você se mexer
A barriga/Nomes e arranjos
E você se cansou de esperar...
Ten fingers, ten toes / O primeiro mês
Our first Christmas
Coisas que sei sobre você
Valentine's Day/Mother's day/Goodnight moon, and I rolled over...
Segredo de pai e filha
Happy birthday, Daddy!
A comilona
First family vacation

Dentes e coelhos

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By drunksassenach

Olá querida leitora, como vai? Demorei, mas trouxe outro trecho desse diário.

Faça uma ótima leitura.

***



Agosto trouxe o sétimo mês de Bree e um salto no desenvolvimento que a deixou chorosa e manhosa. Claire também suspeitava que o primeiro dentinho estava para nascer, o real motivo da bebê tão irritadiça. Ela esfregava as gengivas nos brinquedos e quando ia mamar, antes de se acalmar, tratava o seio da mãe com um pouco de fúria.

Em meio a tudo isso, eu e Claire tentamos estabelecer uma nova rotina, considerando que em breve ela retornaria ao trabalho um período do dia. Nós começamos a treinar Brianna em novos horários de amamentação, mas com o desconforto na dentição, não estava dando tão certo assim. Bree queria ficar grudada na mãe.

O resultado foi dois dentes rasgando juntos, uma gengiva inchada e Bree completamente desorganizada e incomodada. E para nós, os pais de primeira viagem, restaram mais noites muito mal dormidas.

— Eu amo essa coisinha chorona, mas sinto tanta falta de dormir a noite toda, de ficar na cama até tarde no domingo e só fazer absolutamente nada. ‒ Claire estava deitada tentando amamentar depois de um dia muito conturbado, e eu exausto a ponto de não conseguir pensar para responder.

— Ela está atordoada.

— Se nós dois estamos, imagina ela que não entende o que está acontecendo, o que está sentindo no próprio corpo. ‒ Ela cheirou a cabecinha da filha. — Por isso ela dá esses chorinhos agudos e os gritinhos, está pedindo socorro, não é, minha peixinha irritada? Minha peixinha que vai virar um tubarão cheio de dentes afiados. Promete não morder os peitos da mamãe, filha? ‒ Claire embalou Brianna, que respondeu com um resmungo alto. — Já é tarde, mas mesmo assim vou levá-la pra banheira, vai ajudá-la a relaxar. Do jeito que está não dá pra ficar.

Ela se levantou, carregando Bree em um braço enquanto tentava pegar coisas na cômoda com a mão livre.

— Deixa que eu te ajudo...

— Jamie, aproveita pra descansar, durma um pouco. Eu sei que você está precisando.

A proposta era tentadora, me deitar e dormir livremente enquanto Claire lidava com nossa filha...

— Sim, querida, eu preciso dormir, mas e você? Você também precisa!

— Eu... eu... Então me ajude a entrar com ela na banheira e depois volte para a cama. Pretendo ficar um bom tempo, só sair com Bree bem apagada. Vou colocar a fralda e só...

O banheiro virou uma sauna com vapores de água quente, a meia luz e o cheiro de lavanda completaram o clima de pura calmaria. Claire emergiu com Brianna, que instantaneamente relaxou, eu devia voltar para o quarto e dormir, mas me vi envolvido na névoa de entorpecimento da privação de sono unido ao relaxamento e lentidão do banho das duas. Era hipnotizante tê-las na água e em baixa luz, juntas como um só corpo, como haviam sido antes. Uma massa de pele macia e quente, um aconchego quase tão grande quanto dormir... Eu queria tanto tocá-las, mas hesitava em desfazer o encanto, mexer na pintura perfeita que era o momento e a beleza de mãe e filha.

— Não quero perturbar, mas me deu uma vontade de entrar aí. ‒ Falei após observar as duas em estado de êxtase.

— Não te culpo, a água está uma delícia... Venha! ‒ Ela sorriu e eu me senti ainda mais aquecido e acolhido.

Perdemos a noção do tempo, ficamos nós três na água quente o suficiente para a pele enrugar. Claire encostada em mim, relaxada, e Brianna entregue ao mundo dos sonhos no colo da mãe. Sobrou para nós uma conversa sussurrante e movimentos muito leves para não despertar a criatura pequena e furiosa.

— Isso é tão bom, quase melhor que dormir a noite toda. ‒ Ela se ajustou um pouco, trocando Bree de lado, e depois se esfregou um pouquinho em mim, seu cabelo se soltando e se grudando no meu ombro.

— É, tenho de admitir. ‒ Beijei sua nuca e ela se virou só o suficiente para selar seus lábios nos meus. Os últimos dias haviam sido tão caóticos, que eu nem me lembrava do nosso último beijo.

— Ah, você deu uma olhada nas babás que nos indicaram?

— Sim, mas não sei como escolher algo assim.

— Acho que devemos entrevistá-las primeiro e ter nossas impressões, talvez assistir uma interação delas com Bree.

— Sim, seria bom.

— Você vai estar em casa, então a babá fará meu papel em dividir as horas ativas do bebê com você. ‒ Claire era muito prática, às vezes até demais.

— Eu sei, querida, mas ela não fará seu papel coisa nenhuma. A babá vai apenas me auxiliar por algumas horas, não fale como se fosse te substituir. ‒ Protestei.

— Não vai... ‒ Ela pareceu surpresa com minha resposta.

— Não, não vai, jamais!

— Hum. ‒ Claire enfatizou um pouco e eu sorri sob a luz baixa do banheiro.

— O que é Hum? ‒ Falei com humor.

— Você falando assim, que a babá não vai me substituir.

— E o que tem isso? É a verdade.

— Acho que estou com um pouco de ciúmes que outra pessoa vai estar aqui com vocês...

— Sassenach, eu...

— Eu sabia que ia sentir essa pontinha de ciúmes, é a minha filha e o meu noivo e percebo o sentimento de posse que tenho em vocês. Voltar ao trabalho é uma necessidade e uma escolha minha, mas é claro que não estou imune a sentir saudades no segundo em que eu colocar meus pés fora dessa casa pra ir pro hospital. ‒ Ela desabafou e até seu corpo pareceu se aliviar ainda mais no meu.

— Você confia em mim, não confia?

— Claro. ‒ Claire nem hesitou.

— Confia em mim com nossa filha e confia em mim com outra pessoa aqui dentro.

— É claro que confio. O ciúme que falo não é dessa maneira, não sou insegura nesse nível, Jamie, meu ciúme vem ao pensar que posso perder momentos importantes dessa coisinha pesada aqui, não estar em casa para compartilhar tudo com você. Eu sei que um dos seus argumentos contra a minha volta ao trabalho era o de que vou perder coisas demais no desenvolvimento de nossa filha, e sei que devo estar te deixando confuso, só que... Eu fiz uma escolha e não me arrependo dela, eu realmente desejo voltar ao trabalho, mas isso não exclui certa insegurança em pensar que vocês podem precisar de mim ou que Brianna vai sair andando sem que eu esteja por perto pra ver seus primeiros passos.

— Eu entendo, querida, e devia ter dito antes, você tem meu total apoio quando voltar a trabalhar, vou me dedicar e cuidar bem de nossa filha. Você não vai perder nada. ‒ Tentei ser o mais seguro possível nas minhas palavras e no tom da minha voz.

— Você não tem controle disso. ‒ A voz de Claire saiu chorosa, ela vertia lágrimas que se perdiam na água morna.

— Vou gravar se Bree resolver andar ou falar, vou registrar tudo pra você. Prometo! ‒ Meu reflexo de abraçá-la se estendeu a Bree em seu colo.

— Eu sei que vai, você é um pai maravilhoso. Agora vamos sair antes que essa coisinha resolva relaxar os intestinos na água novamente.



Dentes e coelhos


Feliz sete meses, minha menininha, e que loucura essa nova fase. Você é tão inteligente que às vezes fico sem palavras. Sinto que se aproxima o momento em que vai falar, vai me chamar de "papa". Eu sei que essa será sua primeira palavra, você vem ensaiando há dias, me dando sinais. Ou talvez seja mamãe, você já fala 'mama' com bastante ênfase.

Na verdade, enquanto escrevo isso, você já está quase fazendo oito meses, mas é que houve algumas adversidades e não tive como dar a atenção devida a este diário.

Seus dentinhos resolveram nascer de uma vez, dois inferiores simultaneamente, e em seguida, um superior que inchou muito a sua gengiva. Confesso que fiquei em pânico em te ver tão incomodada e chorosa, sei que é natural e vai passar, mas não é fácil te ver assim.

Quando chegamos de viagem, sua tia Geillis veio nos visitar e trouxe presentes, e você se agarrou num certo coelho de pelúcia e agora o arrasta para cima e para baixo. Eu achei inusitado, já que você não teve esse comportamento com nenhum brinquedo antes. Temos traços de personalidade e preferências cada vez mais claras em você.

Fui pesquisar por curiosidade e o coelho simboliza a abundância, a prosperidade, a inocência, a juventude, a astúcia e a inteligência. Também é símbolo de nascimento e ressurreição. E com tudo isso, já adotamos o coelho como parte da família. 


O rostinho de dor e sofrimento de quem está passando de peixinha para uma tubarãozinha cheia de dentes. Sua mãe pediu que você prometa não mordê-la enquanto toma seu mama. 

Essa é uma foto do meu acervo pessoal, você e sua mãe dormiam quando capturei o momento. A maneira como vocês só se aninham é um reflexo extraordinário dos oito meses em que você foi parte do corpo dela. 

20/07/2021 - Sim, os dentinhos finalmente encontraram o caminho, e você tem nos dado trabalho colocando tudo na boca. De chinelo a controle remoto... Por favor, não engula nada que não possa sair!


Eu queria chamá-lo de Pedro coelho, como no filme, mas sua mãe achou melhor esperarmos que você dê o nome e vamos chamá-lo do que você chamar. No momento, você dá gritinhos e abre os braços quando vê a pelúcia cinza e dorme bem juntinho dele. É muito fofo.





***

Antes de partir, deixe a sua estrelinha e até mais!

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