Meta: 80 comentários (com nexo) pq o cap tá enorme.
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" aos poucos vai conhecer a família, e terão momentos incríveis de diversão "
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Um mês depois.
Sina agarrou minha blusa com medo, e eu lhe fiz carinho pra lhe passar conforto. Any percebeu o desconforto da criança minutos depois, e logo veio pegar a miúda no colo.
— conta pra mim o que aconteceu, não quer conhecer o vovô e a vovó?
— quero — a loira respondeu baixinho.
— então porque está com essa carinha triste?
— porque eles podem não gostar de mim — Sina disse, enchendo os olhos de lágrimas — se eles não gostarem você vai parar de ser minha mamãe?
— não me pergunte isso nunca mais — Any pediu — a mamãe jamais vai deixar de ser sua mamãe, nunquinha mesmo. Eu te amo demais pra deixar isso acontecer.
— tô com medo — ela confessou grudando na mãe pra chorar.
— por que não me disse isso antes, meu amor? Eu teria conversado com você — Any disse — quem insistiu pra virmos aqui hoje foram meus pais, porque eles estão loucos pra conhecer a menininha que roubou o coração da bebê deles.
— eles querem me conhecer mesmo?
— sim, querem muito. E um passarinho até me contou que eles compraram presentes — ela disse mais baixinho e Sina secou as lágrimas.
Eu não falo com meus pais a séculos, então fico extremamente feliz com o fato de minha filha ter avós, esses que aparentam estar animadíssimos com a ideia de serem avós.
— não tenha medo nem da vovó nem do vovô, quem tem que ter medo sou eu com aqueles senhorzinhos mimando minha bebezinha — ela fez cócegas na criança, que rapidamente se animou — e a mom, que desvirtuou a princesa deles — ela mecheu os lábios pra criança não ouvir, e depois riu da minha reação.
— não tem graça — resmunguei.
— precisava ver sua carinha — ela me beijou, e só se separou quando uma senhora abriu a porta.
— oh, vocês chegaram! — a mulher sorriu.
— boa noite, mãe — Any chegou pertinho e abraçou, como pode, a mãe — essa menininha é a princesinha que tanto falei.
— oi boneca de vó, como você é linda!
Sorri, amando ver minha criança recebendo afeto da nova família.
A mãe de Any parecia empenhada em conseguir atenção da neta, e apenas isso já me deixava satisfeita.
— prazer, anjo.
Me perdi nos pensamentos e não vi Any me apresentando, mas respondi minha sogra e logo entramos na casa.
— pode me chamar de Alice, querida — ela comentou.
— Alice então — concordei.
— Any achou mais duas Marias pra familia não foi, vovó? Vamos conhecer as priminhas com a vovó, vamos?
— mamãe.
— claro, a mamãe pode ir junto sim, as duas podem.
Sina veio pro meu colo pra Any cumprimentar mais livremente a família, mas eu e a loirinha não ficamos de fora dos abraços e beijos que que família Soares estava disposta a dar.
Minha miúda ficou receosa, mas com a ajuda do vovô Samuel ela foi socializar com as primas Analua e Marisol. Any ficou pertinho no começo, mas depois veio ficar comigo na roda da geração mais velha.
Enrolamos esse momento até o máximo, querendo primeiro que Sina se sentisse completamente confortável com Any, e somente depois conhecesse a família completa.
— seu pai limpou a piscina, será que as meninas não querem entrar?
Não vi um homem aqui, tirando meu sogro, me enfiei em uma família um tanto quanto feminina. E não estou reclamando disso, poupamos situações chatas que já me ocorreram no passado.
— a gente trouxe biquíni pra Sina, só não sei que ela quer parar de brincar agora — respondi, vendo a criança animada brincando com as primas.
— Analua tava pedindo essa piscina desde cedo, vou ver se elas não querem entrar agora — Shiv, a irmã de Any, e mãe das gêmeas Lua e Sol, levantou e foi atrás das meninas.
— vocês não se parecem — comentei pra mulher em meu colo.
— sou quase uma década mais velha — Any respondeu, com orgulho — a bixinha sofreu na minha mão.
— ainda bem que assume — Alice disse — essa menina batia na irmã quando brincavam de mamãe e filinha, quase sempre Shivani vinha até mim chorando porque tinha apanhado.
— amor! Logo você?
— agradeça! Gastei toda minha pose de mãe má com Shiv, e hoje nossa bonequinha está longe de conhecê-la — ela se defendeu.
— eu duvido — o pai respondeu.
— eu não era tão péssima assim!
— era sim, minha filha. Quando disse que queria ser pediatra seu pai me implorou pra que eu tirasse a "ideia maluca" da sua cabeça.
— ainda bem que não tiraram, então — comentei, mas só Any entendeu.
Sina veio correndo de dentro de casa até o Jardim, quando estava quase chegando ia cair, mas a mamãe Any a pegou antes que o acidente acontecesse.
— estou bonita, mamãe? — a loira perguntou.
— está linda, meu amor.
— eu não disse? — Any perguntou.
— estava duvidando disso? — questionei.
— é porque eu não queria esse biquíni.
— ah sim, mas ficou lindo e já te proteje — respondi.
As priminhas aparecerem no gramado e Sina chegou virar o pescoço pra vê-las.
— elas usam fralda? — a loirinha perguntou muito surpresa, claramente enxergando o volume branco nos biquínis das gêmeas.
— sim, e era pra senhorita usar também — Any respondeu.
— não! Eu não quero e não vou.
— vá brincar com elas, vá — a cacheada soltou a criança no chão.
— onde tá a piscina, mamãe?
— pergunta pro vovô.
Duvidei que ela iria fazer isso, mas, me contrariando, Sina foi até o avô e perguntou.
— espera aqui que já vou ver ela pra vocês.
O senhor saiu de perto, e voltou com uma piscina de plástico de baixo dos braços. Eu tentei não rir, mas a cara que Sina fez foi impagável, até Any me acompanhou.
— não é grande? — a loirinha foi até o avô perguntar.
De longe eu só ouvia as risadas altas das meninas. Any também sorria vendo a animação da filha e das sobrinhas.
— onde está a criança que só sabia reclamar da piscina infantil? — perguntei a minha namorada.
— ela devia ter a lembrança de quando era adolescente, aí realmente não é divertido, mas olha a bagunça.
A piscina inflável vinha com um escorregador, também inflável, e uma mini lona pra escorregar. Como é um espaço com grama, não perigoso como, por exemplo, um piso, a avó encheu a lona de sabão e fez a alegria das crianças.
— e que risadas contagiantes — Shivani comentou, encarando a brincadeira das meninas.
— chega a ser bonito assistir — falei.
— Sina se assustou com as gêmeas de fralda — Any disse a irmã, que sorriu nostálgica.
— oh fase complicada — ela resmungou — ela ainda não usa, então?
— não, e nem da sinais de que precisa. Toda hora que quer ir no banheiro ela chama e avisa, as vezes até prende — Gabi responde.
— então ela vai precisar? — perguntei surpresa.
— vai sim, amor. Todos acabam precisando em algum momento, o corpinho de Sina ainda não mudou totalmente.
— as presas já apareceram?
— ainda não.
— a falta de controle só vêm depois.
— sei disso — Any riu, afinal, ela é a pediatra.
— eu esqueço! — Shiv resmungou.
— só não esquece quando as meninas adoecem, né?
— aliás, Gabi. Sol tá com umas bolinhas na gengiva, sabe o que pode ser?
— só vendo — ela respondeu — antes de ir você me lembra que eu vejo.
— sabe que minha memória é péssima — a mulhere levantou — Mari, meu amor, vem aqui rapidinho.
— vai interromper a brincadeira mesmo? — Any perguntou brincando, e pegou o óculos pra melhorar a visão de perto
— o quê?
— vem aqui na mamãe rapidinho.
A criança obedeceu, mas parou no lugar quando viu a tia procurando alguma lanterninha na bolsa.
— não filha, não faz assim.
— não quero! A tia Gabi médica é má!
— olhe só sua fama — comentei.
— Shivani que suja meu nome assim — ela comenta — a tia não vai fazer dodói não, minha princesa, só quero ver sua boquinha.
— promete?
— de dedinho.
A menina chegou pertinho, e obedeceu tudo o que a tia pediu, abrindo bem o "bocão".
— ela não come nada não, né? Só leite — Gabi perguntou a irmã.
— só leite — a mãe da criança confirmou.
— tem certeza?
— tenho, Gabi.
— a senhorita andou comendo escondido da mamãe? — ela voltou a perguntar.
— não!
— tem certeza?
— sim.
— acho que vou ter que buscar a injeção da verdade — Any disse baixinho, e vimos a criança arregalar os olhos.
— você prometeu que não ia fazer dodói!
— então me diga a verdade — Gabrielly pediu mais séria, encarando a sobrinha.
— taaah, eu roubei o almoço da mamãe Jô ontem quando ela saiu de perto.
— só ontem?
— não.
— se ela parar as bolinhas somem, se não elas crescem. São bolinhas de sangue, parte dele endurece em alerta quando os pequenos comem escondido — a morena explicou pra irmã.
— Marisol a mamãe ficou triste, você não já sabe que não pode comer?
— eu queria o almoço!
— e ele te rendeu problemas de saúde! Vou ter uma conversa muito séria com a sua mãe.
— não é culpa da mamãe! Eu que roubei.
— enquanto estava na supervisão dela — a mãe disse — fica de olho na Lua pra mim? Vou dar um banho nessa mocinha.
— não mamãe! Eu ainda não terminei de brincar com a minha irmã e a minha prima.
— fico sim — Gabi confirmou
— e nem vai, está de castigo — Shivani pegou a filha no colo, que chorou sendo carregada até dentro de casa.
— espero que Sina nunca me apronte uma dessas — falei e Any sorriu vindo pro meu colo.
— ela nem tem tempo pra isso. Minha loirinha tem uma mãe coruja que não tira os olhos dela.
— sua é?
— uh hum — Any afirmou e me beijou.
Se eu achava que Any cozinhava bem, agora entendi que é porque aprendeu com Alicia, oh comida boa!
Sina quase chorou por não poder comer, mas a vovó foi mais rápida e lhe ofereceu um picolé caseiro.
— mãe, não senhora — Any negou.
— é do seu leite, só congelei — a matriarca foi rápida em explicar.
— ah! Por isso me fez tirar leite.
— exatamente. Vê se gosta, miúda.
Sina foi toda curiosa provar, e depois da primeira lambida ela pegou o picolé da mão da vó.
— ela está muito fascinada pro meu gosto — minha namorada comentou — deixa eu ver isso.
— não mamãe — Sina se afastou.
— mãe o que colocou nisso?
Vendo que iria ficar sem resposta, a cacheada levantou e foi buscar a filha, que corria pelo Jardim sem querer largar o picolé.
— com licença — Gabi o pegou pelo palito, tirando-o da mão da criança, e mordeu um pequeno pedaço — mãe você adoçou o leite com o quê?
— deixe a menina tomar o picolé, Gabrielly.
— se não falar o que colocou ela não vai nem encostar mais nisso.
— leite condensado, mas tem tão pouco que nem faz diferença.
— mãe!
— me dá, mamãe — a loira pediu.
— não vai tomar isso, senta lá com a mom que eu já vou te dar seu leite.
— não! Eu quero o picolé! A vovó me deu, não é seu.
— vem aqui, filha — a chamei.
— moooom, briga com a mamãe — seus olhos se encheram de lágrimas — pufavoo.
Minha namorada entrou em casa, sendo seguida pela filha chorosa. E eu abandonei meu almoço pra ir atrás das duas.
— mamanhêee.
— você quer o mamar a mamãe te dá, mas o picolé não — ela guardou o doce em uma sacola e pôs no congelador.
— pufavooo!
— sem gritar, Sina — ela mandou — vamos mamar.
— não quero!
— quer voltar pra casa agora? — perguntei me abaixando perto da criança.
— nãoooo — ela se sentou no chão e começou a chorar — quero o picolé! A vovó fez pra mim, não pra você.
— não grite comigo, eu já falei — Gabi lembrou.
Peguei a criança chorosa no colo e me levantei. Ela parecia disposta a ter o doce de volta.
— depois eu faço um pra ti, mas têm que parar de chorar — propus.
— você não vai por leite condensado.
— não mesmo, por que eu te quero saudável e sei que qualquer coisa que ingerir, sem ser o leite da mamãe, pode ter fazer mal — respondi.
— então me solta, sua chata!
— volte lá fora e se despeça de todo mundo — mandei mais séria, pondo a menina no chão.
— não mamãe.
— já não estou pedindo, Sina Maria, vá se despedi ou vai embora sem falar com ninguém.
Ela saiu chorando da cozinha, então ouvi minha morena respirar fundo, encostando o corpo na bancada.
— desculpa, não era pra ter sido assim — Any disse.
— não fale assim, amor. Tá tudo bem.
— eu deveria saber que mamãe iria aprontar algo, ela sempre fez isso com as gêmeas, eu nem desconfiei.
— ela só quis agradar a neta, está tudo bem.
Ficamos um tempinho ali, mas fomos interrompidas por Samuel, que entrou na cozinha sozinho.
— não vão embora agora, está tão cedo — ele pediu.
— é o castigo da sua neta, papai. Ela buscou por isso.
— a culpa foi de sua mãe, minha neta só é uma criança agindo como uma criança. Porfavor, fiquem mais um tempinho.
— papai eu entendo o desejo de Sina por um sabor que ela não sente a tempos, mas gritar com as próprias mães depois de pedirmos pra própria parar e ainda insultar a mãe, isso não está correto.
— pensem em outro castigo então. Estou pedindo como pai que não vê a família reunida a algum tempo, e como avô que acabou de conhecer a neta.
— vou negociar com Sina, pode ser? — perguntei.
— pode.
Deixei pai e filha a sós na cozinha, e fui no Jardim atrás de minha criança. Ela estava sentada no colo da avó, chorando alto. E suas primas já não estavam ali.
— eu peço desculpas, querida — Alice disse assim que me viu.
— tá tudo bem, eu só peço que consulte Any antes de oferecer qualquer coisa a Sina, alimentos no geral a fazem muito mal.
— tudo bem, acho que devo desculpas a Any também.
— ela está na cozinha — respondi — venha comigo um pouquinho — peguei a loirinha no colo e me afastei com ela.
— eu já des-despedi.
— me diga o que prefere — pedi — ir embora agora ou ficar de castigo quando chegar em casa?
— qual o castigo.
— ficar algum tempinho sem o Dino e o Polvo.
— ah mamãe.
— o que prefere?
— ir pra casa agora — ela voltou a chorar — mas eu posso ver a Sol e a Lua depois?
— pode sim, podemos marcar pra elas irem lá em casa — propus — agora vá chamar sua mamãe e avisar que preferiu ir pra casa.
■> Considerações finais
Biquíni da baby Sina.
Vó serve pra essas coisas mesmo, rsrs.