PEDRO GONZÁLEZ 💌
Puxei Gavi até meu carro e o abri.
— Entra. - Apenas disse e assim ele faz.
Entrei também e coloquei o cinto. Liguei o carro e comecei a dirigir.
— Para onde vamos? - Pablo diz olhando a janela.
— Aliviar a mente em um bar ou balada... - Suspirei.
— Cara, eu tô de pijama... - Ele me olha e eu o olho.
Ele realmente estava de pijama.
Pablo usava uma blusa de mangas compridas azul escura e com um "P" enorme nela. Suas calças era cheia de bolas de futebol. Mordi o lábio prendendo o riso.
— Tá lindo... - Falei baixo e olhei para frente.
— Não nos leve em uma balada, por favor! - Ele sussurra e eu concordei.
Cheguei em um bar e estacionei. Saímos do carro e entramos indo até uma mesa afastada para não sermos reconhecidos.
— 2 garrafas de uísque, 4 de cerveja e 1 de vodka. - Digo ao garçom que concorda e vai buscar.
— Tá com sede, hein... - Pablo brinca e eu dou ombros.
— Talvez. - Peguei um guardanapo e comecei a dobrar. — Vim aqui pra decidir nossa vida de vez, Pablo. - O olhei.
— Tá na hora mesmo. - Ele brincou com os dedos.
— Então vamos com calma, como dois adultos e nada de estresse, ok? Vamos por tópicos! - Comecei. — Primeiro, nossa amizade. Somos amigos há muito tempo. Jogamos anos de amizade no lixo em 6 meses por conta de uma garota.
— Que merda, hein... - O garçom chegou e entregou as bebidas e os copos.
Peguei o abridor e abri duas garrafas de cerveja. O garçom se retirou e eu olhei Pablo.
— Bebe aí. - Entreguei uma cerveja e ele deu um gole logo fazendo careta. — Eu também não gosto, mas vamos lá. — Dou ombros.
— Tá legal, tu gosta dela há quanto tempo? - Gavi iniciou.
— Desde o dia em que você me mostrou a foto dela. - Cruzei os braços.
— Bem talarico, hein... - Ele resmunga.
— Eu sei, tá?! Mas a gente não controla sentimentos.
— Você não sabe controlar os sentimentos ou o pau? Porque da última vez que tivemos essa conversa, você disse que não sabia se era amor ou tesão. - Ele deu mais um gole na bebida.
Que isso, garoto.
— Calma aí, Pablo... - Bufei.
— Tô calmo.
O observei e respirei fundo. Era uma conversa totalmente delicada. Isso é uma situação que nunca imaginei passar e principalmente com o Gavi.
Que bizarro.
— Olha, me desculpe por isso. Eu nunca quis isso. Jamais planejei criar essa situação para nossas vidas, não queria causar todo esse problema para nós dois. Eu te amo, Pablo. Você é o meu irmãozinho, meu parceiro, meu amigo. ‐ Digo olhando em seus olhos. — Poxa, se eu fosse gay, eu te pegava muito!
— Eu não. - Ele fez careta.
— Isso não vem ao caso agora. O que eu tô falando é que eu quero que tudo seja colo antes! Nossa amizade e nossa vida. Eu sinto saudades dos nossos dias juntos pós treino, das festas, das noites viradas... - Suspirei.
Peguei a garrafa de vodka e abri, coloquei uma boa quantidade da boca e engoli fazendo careta.
Eu precisava disso.
Pablo me encarava pensativo. Parecia analisar cada palavra que eu havia dito e parecia calcular o que iria dizer. Ele estava certo em fazer isso.
— Se você não queria causar essa situação. - Ele iniciou. — Por que quis assumir a Isabel?
Eu não tinha resposta para a pergunta de Pablo.
Simplesmente fui na emoção.
Eu simplesmente queria assumir a filha da garota que gostava e coincidentemente, a filha é do meu melhor amigo.
Eu queria ter Kiana. Eu não podia ter Kiana.
Eu invejava Pablo por ter a Kiana.
Simplesmente, eu tinha uma inveja de Pablo e não queria admitir isso. Eu não podia sentir isso sobre meu melhor amigo.
— Eu não sei. - Engoli seco. — Me desculpe...
— Não quero desculpas, eu quero entender. Pedro, você quase pegou metade da minha vida...A garota que eu amo e minha filha! Você tem noção disso?!
— Pablo, você nem queria essa criança! Pare de show! - Dei mais um gole na vodka. — Sumiu por dois meses e ainda nem deu uma explicação decente quando apareceu.
— É claro, você não deixava! Ficava se metendo e sem contar que você já tinha pegado o meu lugar porque você quer ser eu! - Ele apontou o dedo em minha cara.
— Eu?! Querer ser você?! Já está bêbado, Gavira? - Ri meio debochado.
— Cale a boca, Pedro. Por que não admite isso? - Ele riu desacreditado. — Eu sei que eu errei, eu fui babaca. Mas você foi pior...Aproveitou o momento de fragilidade da Kiana e aproximou dela. Que decepção, Pedro. - Ele negou com a cabeça.
Olhei o guardanapo em minhas mãos e o apertei bem. Pablo estava correto. Eu fui um babaca. Eu me aproveitei de Kiana. Eu queria conquistá-la, mas usei os meios errados para isso e apenas me queimei.
Mas acho que ela não percebeu esse lado.
Kiana parecia gostar de mim.
Ela parecia ter se apaixonado por mim. Parecia ter funcionado.
— Eu te amo, Pedro...Mas você infelizmente é um babaca. - Ele me encarou com pura decepção. — Você agiu de forma totalmente imatura.
Mordi o lábio.
— Me desculpe, Pablo... - Sussurrei mas o suficiente para ele escutar. — Me desculpe pelo o que eu fiz...
— Não deve desculpas somente para mim. - Ele bufou e olhou o pijama. Pablo se ajeitou.
— Eu vou conversar com a Kiana...
— Vai mesmo. Vai dizer toda a verdade para ela. Toda. Vai dizer que se aproveitou da carência dela e que agiu como um babaca por inveja. - Levantou a cabeça e me encarou sério.
E de repente, os papéis estavam invertidos.
Pablo estava certo e eu errado.
Não era assim no início.
— Eu não esperava isso de você, Pedro.
— Sinto muito... - Peguei minha cerveja.
— Não me peça desculpas, melhore.
Pablo virou a garrafa e balançou a cabeça. A cerveja parecia estar mais amarga para ele.
— Aparentemente, ela está confusa com os sentimentos dela. Deve se decidir e logo, devemos respeitar sua decisão. - Pego a garrafa de uísque.
— Eu vou respeitar porque eu a amo e você? Se ela me escolher, você vai fazer de tudo para ela gostar de você? - Pablo cruza os braços.
— Eu vou.
Gavi concordou com a cabeça.
— Vamos terminar essas bebidas logo. - Ele bufou.
💌 oi netos, vimos que pablo e pedri não conseguem ter uma conversa decente 😍
💌 votem e comentem muito, por favor!!!!!!!