A Acompanhante - Siyoon

By Truthsafics

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{CONCLUÍDA} Após mudar-se para Los Angeles em busca de um recomeço, Heyoon consegue toda a estabilidade finan... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Epílogo
FANFICS CONCLUÍDAS

Capítulo 4

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By Truthsafics

Se passaram quatro dias e não encontrei ninguém para levar ao casamento. Os caras do meu trabalho são idiotas demais para sequer serem cogitados. O serviço de acompanhante ainda não me retornou a respeito do meu companheiro, claro que eu estava super bêbada quando telefonei e me lembro vagamente de ter implorado para aceitarem o meu pedido, mas se conseguiram retirar seis mil reais da minha conta, com certeza fui aprovada.

Tomo mais um gole de café e procuro possíveis erros no meu arquivo de faturamento. Recebo um e-mail do RH confirmando minhas férias e leio tudo nos mínimos detalhes.

Fecho o e-mail e olho por cima da tela do computador. Observo as pessoas andando para lá e para cá com o telefone no ouvido, como se o mundo fosse desabar amanhã e precisassem fazer tudo hoje. Ouço risadas em uma mesa próxima a minha e tento não fechar a cara quando percebo ser a voz de Alex comentando sobre quem comeu na noite anterior.

Meu celular toca e me assusto. Atendo no segundo toque.

- Alô?

- Senhorita Jeong?

​- Sim?

- Boa tarde, me chamo Natalia. Você me ligou na madrugada de sábado contratando nossos serviços, está disponível para conversar?

Levanto rapidamente tentando não deixar a caneca de café cair. Finjo que não vi os olhares curiosos quando passo apressadamente pelas mesas e caminho diretamente para o banheiro. O barulho do meu salto é o único no ambiente, quando me certifico de que não há ninguém que possa ouvir fecho a porta e tranco.

Com certeza vou levar uma bronca por interditar o banheiro, mas vale a pena. Tem que valer.

- Certo, hãn... No que posso ser útil?

​- O motivo do meu contato é apenas para informar que achamos uma pessoa que corresponde as características que pediu, nosso banco de dados demorou um pouco mais que o habitual devido a disponibilidade dos prestadores de serviços. Aqui consta que pediu por uma pessoa de boa aparência, inteligente, que saiba dançar e ... me corrija se eu estiver errada... " que faça a minha irmã morrer de inveja". Correto?

- Sim, isso mesmo.

​- Aqui também diz que não importa quem seja, só precisa de alguém para passar quatro semanas em Daejeon para o casamento, correto?

- Sim.

- Pois bem. Antes que eu continue, tem alguma dúvida?

​- Você, como pessoa e não como quem trabalha para a empresa, garante o serviço?

- Sim, há outras empresas que oferecem o serviço de acompanhante, mas essa é a melhor.

- Tudo bem.

- Para proteger a sua identidade e a identidade de nossos colaboradores, o primeiro contato sempre é em um local público, para evitar possíveis transtornos. Está disponível amanhã por volta das oito horas da noite?

- Estou sim. - Escoro na parede próxima a porta do banheiro. - O lugar vocês escolhem ou eu posso escolher?

- Fica a seu critério, Senhorita Jeong. ​

- Tem um lugar no centro, se chama Riviera Bar e Restaurante. Pode ser lá? ​

- Sim, claro. ​

- Perfeito.

- Te ajudo em algo mais? ​

- No momento não.

- Tenha uma ótima tarde, Senhorita Jeong.

Desligo o celular e respiro fundo. Finalmente as minhas preces foram ouvidas.

☆☆☆

O restaurante está bem movimentado para uma quinta feira, mas o que posso dizer?

Los Angeles está sempre movimentado.

Escolho uma mesa um pouco afastada do público, mas não tão longe do bar, se as coisas derem errado, pelo menos terei um consolo. Peço ao garçom um refrigerante enquanto espero meu convidado, não quero estar levemente alterada ou alegrinha demais ao ponto de me desfocar do meu objetivo. Preciso ter certeza de que contratei um serviço de qualidade. Melhor dizendo, uma pessoa de qualidade.

Dou uma olhada rápida no grupo da família, estão todos animados com o casamento, mais animados ainda com a minha visita, minha mãe não para de mandar mensagens querendo saber a respeito do meu namorado misterioso.

- Com licença, você é a Heyoon Jeong?

Levanto meus olhos e quase engasgo ao ver a mulher na minha frente.

- Me chamo Sina, serei sua acompanhante.

MEU DEUS, NÃO. NÃO. NÃO. NÃO. NÃO. NÃO.

Um garçom passa por nós com uma garrafa de champanhe, seguro meu impulso de pegar a garrafa e revirar tudo goela a baixo.

- Espera... Eu não pedi uma mulher... Pedi?

Meu deus. Uma mulher. QUE PORRA TÁ ACONTECENDO?

Repasso mentalmente minha conversa com a atendente de ontem e não me lembro de sequer mencionar que quero uma mulher.

- Certo... posso me sentar?

Balanço a cabeça. Sina abre o botão do blazer e senta a minha frente, seus cabelos lustrosos e loiros cobrem seu rosto quando ela se ajeita na cadeira, a observo depositar na mesa uma pasta preta.

- De acordo com os registros e a conversa que teve, não foi de fato mencionado a sua preferência. - Diz abrindo a pasta e retirando alguns papéis - Eu tenho a gravação das duas ligações que fez. Tenho também por escrito, gostaria de ouvir? ​

- Pensei que as conversas fossem confidenciais. ​

- E são, isso é para nos resguardar. Já houve um problema no passado e... bom, só posso garantir que tudo será guardado e eventualmente descartado no fim.

Massageio minhas têmporas e pego os papéis, leio a conversa que ocorreu no sábado, eu estava tão bêbada que ao ler o que falo, sinto vontade de rir e chorar ao mesmo tempo.

Realmente não especifiquei o gênero de meu acompanhante. As anotações da atendente são bem detalhadas, elas mostram até o horário que comecei a vomitar.

Ontem foi a mesma coisa, nenhum registro de que realmente pedi um homem, apenas confirmações.

Merda. Estou fodida.

Olho para Sina, a observo retirar o blazer e colocá-lo gentilmente no encosto da cadeira. Ela com certeza é linda de morrer, é até pecado existir alguém como ela, seus olhos são lindos também, verde tão cristalino que poderia ser duas pedrinhas de Quartzo.

- Tem alguma possibilidade de resolver esse mal entendido? - Pergunto. ​

- Bom... sim. - Sina folheia o cardápio sem demonstrar nenhuma preocupação com a minha pergunta. - Leva em torno de sessenta e oito horas para fazermos o reembolso, depois de feito, você terá que entrar em contato novamente com a agência e solicitar outro acompanhante, o que pode demorar mais alguns dias. - Suspiro. - Sinto muito pelo mal entendido. - Sina continua. - Ficarei feliz em te ajudar a procurar outra pessoa, se assim desejar. Não gostaria que se sentisse desconfortável comigo.

- Não é nada disso. Só fui pega de surpresa.

- Então já saiu com mulheres? ​

- Não... - Tamborilo os dedos na mesa - Na verdade, isso nunca passou pela minha cabeça. ​

Sina analisa o meu rosto por um tempo, o garçom se aproxima e juntas escolhemos o que comer. Optamos por dividir uma garrafa de cerveja e continuamos nossa conversa. ​

- Caso aceite o meu serviço, faremos o que se sentir confortável para fazer. Podemos colocar limites, como por exemplo, não nos beijarmos. Mas penso que seja importante demonstrarmos um pouco de carinho uma com a outra. Andar de mãos dadas, nomes carinhosos, esse tipo de coisa. ​

- Todo acompanhante faz isso? ​

- Na verdade não, algumas pessoas contratam acompanhantes com segundas intenções. Mas sempre gostei de ver isso como um trabalho, não durmo com ninguém. Um selinho ou algo do tipo é aceitável, mas nada muito fora disso.

Entrelaço minhas mãos e apoio meu queixo. ​

- Não tenho tempo para esperar outra pessoa. Vamos viajar no sábado pela manhã, chegaremos a tempo de nos instalarmos em minha casa antes do jantar de noivado. ​

- Não seria o casamento?

- Os pais do noivo gostam de esbanjar dinheiro - me recosto na cadeira - farão o noivado nesse sábado. Sábado que vem será a festa de pré casamento, depois o casamento e logo em seguida uma outra festa. ​

- Entendo. - Diz pegando uma caneta e tomando notas. - Gosto de anotar tudo para não me confundir depois, se importa?

- Não. - Abro um meio sorriso. ​

- Certo, me fale sobre sua família. ​

- Meus pais estão casados há trinta anos, os detalhes eles irão te contar. Muitas vezes. Esteja preparada para ouvir uma história diferente a cada dia. No geral, eles se conheceram em uma noite de samba, dançaram, se apaixonaram e estão juntos até hoje. ​

- Parece ser lindo. ​

- É sim. - Sorrio após dar outro gole na cerveja. - Eles são incríveis.

- Tenho certeza que sim. Qual o nome deles? ​

- Jaewon e Haeun. - Observo sua letra fazer um "o" redondo perfeito, até nisso ela é boa. Estou fascinada com sua postura e profissionalismo. ​

- Como é o relacionamento com sua irmã? ​

- Não nos damos bem. - Cruzo minhas pernas e ajeito meu vestido. - Tivemos uma briga enorme. ​

- Posso saber o motivo?

- Bom, vamos ao casamento dela com o meu ex, acho que vai preencher as lacunas sozinha. ​

- Ele te trocou ou...

- Terminamos. Na verdade, ele terminou comigo. Me disse que estava apaixonado por outra pessoa. ​

- Certo, podemos falar mais sobre isso amanhã. - Sina sugere ao notar a minha tristeza em relação ao assunto.

- Amanhã?! ​

- Sim. Temos que definir quais roupas usarei. Gostaria que eu usasse mais vestido e saias, ou algo mais do que estou usando hoje?

Ao mencionar isso, foco minha atenção em suas roupas. De ​fato não reparei muito, Sina tem uma forma intensa que prende a atenção das pessoas apenas em seu olhar e sorriso. Estou inquieta e fascinada ao mesmo tempo, quero saber tudo a seu respeito. Não tenho escolha, preciso dela o tanto quanto sei que ela precisa de mim, ou pelo menos do meu dinheiro.

Droga! Serão as quatro semanas mais longas da minha vida.


beijinhoos

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