Um Inquilino e Meio

By guqpjm

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[EM ANDAMENTO] [EM REVISÃO, ESTÁ SUJEITA A ERROS] Jimin se vê atolado de dívidas depois que o dinheiro que su... More

Apresentações
[1] Dívidas.
[2] Soluções.
[3] Reforma.
[4] Mudança.
[5] Lar.
[6] Amigos.
[7] Proteção.
[8] Jeon's.
[9] Sol.
[10] Invasão.
[11] Ciúmes?!
[12] Promessa.
[13] Próximos.
[14] Próximo passo.
[15] Depois.
[16] Fazenda.
[17] Frutas.
[18] Me conte.
[19] Eu e você.
[20] Você merece.
[21] Cuidar de você.
[22] Recomeçar.
[23] (re)começo.
[24] Importância.
[25] Barracas.
[26] Sem bandanas.
[27] Único.
[28] Aprendizados.
[29] Aniversário?
[30] Ãn?
[31] Meu tchan.
[32] Um chuchu que colhi na vida.
[33] Futuro.
[34] Amor e seus significados.
[35] Novas sensações.
[37] Primeira vez.
[38] Fizemos amor!
[39] Abacaxi.
[40] De mentirinha.
[41] Descobertas. 2
[42] Ciclos.
PRÉ VENDA DE UIM!

[36] Como quiser.

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By guqpjm


    #GarotoDasBandanas🖌


— Mas como foi? Me conte com detalhes, hyung! – Dizia Jungkook com os olhos atentos às feições de Park.

Haviam se passado pouco mais de meia hora desde que Goo tentava arrancar informações dele, mas sem sucesso. Eram sempre respostas rasas e resumidas, poxa…era curioso. 

Mas, bem…Jimin não estava com tanta pressa para comentar sobre aquele assunto.

— Foi de boa, Kook. – Deu de ombros, voltando a comer seu lanche. A atitude acabou arrancando um suspiro zangado do outro.

— Tudo bem… – Jungkook suspirou encarando seu lanche, em seguida deu um mordida grande, tentando controlar sua ansiedade.

Jimin sorriu sem mostrar os dentes, observando Kook tomar um pouco de suco, ainda sem encará-lo.

— Não vai perguntar mais nada? – Franziu as sobrancelhas, surpreso pela desistência do garoto ter sido tão rápido.

— Você não quer dizer, hyung. – Respondeu, balançando os pés no banco. Encarava as pessoas saindo de suas respectivas salas, atento aos movimentos, tentando avistar se algum dos meninos estava saindo também.

— Acho que fui bem na prova. – Park rompeu o silêncio e Jungkook parou de mastigar na hora. — Não se preocupe. Vai acontecer o que for pra acontecer. Os meninos provavelmente estão indo bem também, sabe que aqueles idiotas tem muita força de vontade, né? Se queremos alguma coisa, vamos atrás até conseguir. – Acrescentou, sabia que Goo também estava ansioso pelos outros.

— Eu nunca duvidei de vocês, hyung. – Sorriu aliviado. — Estou com a minha bandana dourada da sorte. – Apontou. 

— Puts, então já deu certo. – Demonstrou empolgação porque sabia que aquela era a única forma que Jungkook podia ajudar.

Talvez por isso ele estivesse tão ansioso, porque sabia que não poderia fazer muita coisa além de palavras de incentivo e, claro, a bandana.

Jimin estava confiante, principalmente porque Kook estava ali o apoiando sempre, o resultado não o assustava, como Jung-su tinha dito, não iria resumir sua vida em uma simples folha de papel.

Jungkook roubou um selinho longo e demorado de Park, em seguida, juntou as pulseiras de compromisso.

                                   🍀

Era um dia de aula diferente. A escola estava uma bagunça de carros, pessoas, gritos e risadas. O alvoroço todo se devia ao fato de que era o dia dos pais irem até lá para prestigiar os trabalhos feitos pelos filhos ao decorrer do ano.

E, claro, Jung-su e Areum estavam lá para prestigiar os meninos.

Parabenizam cada trabalho, desde as maquetes bem planejadas e organizadas de Namjoon, até os cartazes de conscientização com frases coladas na internet que Yoongi tinha feito.

— Acho que não preciso perguntar de quem é esse trabalho… – A mulher sorriu, mostrando os dentes brancos e bem alinhados. — Kook e…Park!

— É nosso! – Kook afirmou eufórico. Estava mais do que ansioso para encontrar aquele trabalho que era tão importante para si. 

Teve que desviar de duas ou mais pessoas para chegar até onde sua mãe estava.

Os meninos o seguiram, curiosos para verem o desenho também.

— Esse desenho me traz tanta nostalgia… – Foi Hobi quem comentou, colocando a mão no peito. Os olhos brilharam. — Foi da vez em que vocês fizeram aquele trabalho juntos, não é?

— Foi… – Jimin sorriu, observando atentamente o desenho. Era o Mike Wazowski bebê, trabalho que ele e Jungkook fizeram juntos no começo do ano. A partir daquele dia, muita coisa tinha acontecido, então era realmente nostálgico olhar para a obra de arte que tinham feito juntos: Kook havia desenhado e ele pintado. Uma bela dupla. — Ficou lindo. Merecemos esse Dez.

— O hyung não quis ver minha caneta mágica nesse dia… – Kook lembrou, um bico se formou em seus lábios, mas ele não estava triste. — Mas depois ele pediu pra fazer o trabalho comigo, eu fiquei muito feliz. – Dessa vez, o bico se desmanchou, dando lugar a um sorriso enorme.

Park sorriu de volta, feliz pelo rumo que as coisas tinham tomado depois daquele dia.

Agora, lembravam daquilo com carinho, embora não tivesse sido muito legal na época, toda história tem um começo e aquele era o começo da deles. 

— Jimin já tava xonadão, só não sabia. – Yoongi murmurou estridente. — Sempre serei grato a você, Kook, por me permitir ter quebrado a cara dele! – A lembrança arrancou um sorriso orgulhoso dele, como se fosse a melhor coisa que já tivera lhe acontecido.

— Fizeram um ótimo trabalho juntos… – Jung-su elogiou, sincero. — Já dava pra notar a química. Isso me lembra dos quadros que Goo pintava.

— Que quadros? – Taehyung questionou, curioso. Bem se lembrava das diversas pinturas que tinha visto no porão dos Jeons, lhe chamaram bastante atenção. 

— Jungkook costumava pintar para passar o tempo. É um talento escondido dele. – Areum respondeu, sorrindo orgulhosa.

— Parece que o Kook tem muitos talentos escondidos. – Namjoon passou a mão na cabeleira do mais novo. Kook sorriu, sem graça, mas não protestou.

— Todos temos talentos escondidos, hyung…

— O Yoongi toca guitarra muito bem, embora o gosto musical dele seja um tanto duvidoso, gosto de ouvir ele tocar.  – Hobi entregou o namorado, este que sorriu convencido enquanto os outros lhe encaravam com expressões surpresas. 

— O que? Esses dedos aqui são muito habilidosos, e dessa vez nem falei com duplo sentido.

— O Jimin toca bateria. – Foi a vez de Jin dizer, mas Park negou imediatamente. — Qual é, toquinho! Não seja tão modesto.

—- Jin, a gente brincava com as latas de tinta, eu só batia nelas de forma aleatória. – Colocou as suas mãos no quadril, arrancando risadas dos outros.  — Qualquer pessoa consegue fazer isso.

—- Mentiroso…lembra daquela vez que a gente invadiu a sala de música da escola? – Namjoon lembrou-lhe, quase indignado.

—- Vocês invadiram a sala de música dessa escola?! – Jung-su questionou, chocado. Mas sua expressão foi se suavizando quando, ao olhar para a esposa e filhos, encontrou eles o encarando com as sobrancelhas franzidas e as mãos nas cinturas, sorrindo irônicos. — Aquele dia foi uma exceção! Eu geralmente não costumo invadir casas para dar sustos em adolescentes. E, em minha defesa, eu não invadi.

— Mas encobriu e participou do crime, ia ser julgado da mesma forma que as pessoas que invadiram, amor. Talvez com uma pena menor. – Deu um tapinha fraco no ombro do marido. — O que estamos esperando para invadir essa sala de música de novo? – Sussurrou, colocando a mão ao lado da boca para impedir que outras pessoas na sala pudessem fazer algum tipo de leitura labial. Levantou as sobrancelhas de forma sugestiva.

— Posso ficar com isso? – Jong-su perguntou, se referindo aos desenhos dos meninos que ele segurava. — Céus, Areum! Pare de dar ideia!

— Não repita essa expressão novamente. – O repreendeu com o olhar. — "Céus" quem é que fala assim?

— Eu falo assim às vezes! 

— É uma expressão de mauricinho! – Rebateu. Ela fazia um biquinho enquanto argumentava, igual ao Kook. Jimin sorriu imaginando como seria ele e Goo brigando daqui uns anos. Tinha certeza que seria naquele estilo.

— Vocês estão tendo uma DR por causa de uma expressão? – Jimin questionou, gargalhando, trazendo a atenção dos mais velhos de volta para eles.

— Quem nunca? – Areum deu de ombros, negando com a cabeça quando notou que os meninos tiravam sarro deles. 

— Acho que vocês foram feitos um pro outro… – Jin sorriu de forma tão genuína e apaixonada que foi quase impossível não retribuir. — Até brigando são fofos!

Os meninos se juntaram, fazendo sons de beijos enquanto faziam gestos com as mãos, insinuando o ato. Quando as risadas cessaram, Areum revirou os olhos, algo que havia aprendido com os meninos, mesmo que estivesse rindo. Em seguida, sentiu os lábios do marido em sua bochecha.

— Vamos, Jung-Jong! – Disse ao marido, fingindo limpar o beijo. — Ainda não olhamos todos os trabalhos, já que a ideia de invadir a sala de música lhe parece tão absurda, podemos deixar isso pra outra hora, quem sabe?

— Jung-Jong? – Taehyung franziu o cenho. — Piada interna?

 — Não, querido.  – Sorriu, negando com a cabeça. — Só registraram errado mesmo. Era para colocar apenas um nome, mas acabou que colocaram os dois. Jung-Jong su. – Ela riu, tirando sarro do nome composto do marido. — Engraçado, não é? Ele esconde esse segredo a sete chaves.

— O engraçado é que eu me lembro de chamar ele das duas formas. – Hobi riu escandaloso. — Pelo menos estava certo! 

— Eita nomezinho estranho. Parece nome de jogo, tipo Ping Pong. – Yoongi gargalhou, chacoalhando os ombros e exibindo aquele sorriso gengival. 

— Vou cortar sua mesada por um mês! – Jung-Jong o repreendeu, ofendido.

O sorriso do platinado desapareceu tão rápido quanto surgiu. Yoongi chegou perto para conseguir dar um soco no ombro do homem, para depois se corrigir:

— Calma lá, tio. Na língua dos jovens de hoje em dia, isso quer dizer que você é descolado e tals. Ping Pong tá na moda, nunca saiu.

O Jeon mais velho o encarou, um tanto desconfiado.

— É sério isso?  – Se virou para os outros.

Os meninos deram de ombros, concordando com a palavra de Yoongi.

— Vocês querem comer alguma coisa enquanto terminamos de olhar as coisas por aqui? – Areum questionou, sabendo que iriam demorar um pouco ainda. Os meninos já pareciam cansados. — Quero olhar todos os trabalhos. Talvez demore um pouco.

Eles assentiram de imediato, a escola não era um ambiente que almejavam estar. O tumulto também já começava a deixá-los estressados.

Kook apoiou a cabeça no ombro de Park, ignorando alguns olhares de pessoas aleatórias que recebeu, principalmente dos pais delas, que sem vergonha alguma o julgavam com o olhar. 

Isso porque nem estavam fazendo nada demais, apenas um contato físico.

Bem…a mente das pessoas era tão fechada a ponto de não conseguirem ficar no mesmo ambiente que eles?

De qualquer forma, Jungkook não se estressou com isso, sabia que seria assim sempre, infelizmente.

— Podem olhar o trabalho que eu fiz na última aula? – Jin questionou, esperançoso. — Deve estar em uma das salas de cima, uma hora vocês chegam lá. – Riu, brincando com as mãos. 

— Claro, querido. Vou fazer questão de olhar cada um. – Devolveu o sorriso, passando a mão pelo rosto dele. — Só não garanto que ele estará aqui até o final do dia. Sabe…o Jung-su tá roubando o trabalho de todos vocês e colocando na pasta dele.

                                 🎾

Talvez a ideia de ir comer não tivesse sido tão boa, era um dos lugares mais cheios da escola. Como as exposições eram de todas as turmas e turnos, tinha todo tipo de gente, desde crianças mimadas, até adultos ignorantes.

Algumas crianças choravam, faziam birra, enquanto alguns adultos se reuniam para beber algo – mesmo que sem álcool.

Realmente, nem todo mundo possuía bom senso.

— Hyung, tem gente no nosso cantinho. – A decepção na fala de Kook foi tão grande, que Park jurou que o menino iria chorar ali mesmo.

Ao olhar para a árvore deles, Jimin concluiu que não havia chance deles comerem lá, como costumavam fazer.

— Vamos sentar e arrumar alguma mesa pra gente, docinho. 

— Vai todo mundo querer enroladinho? – Namjoon perguntou, apontando para a lanchonete.

— Eu vou querer uma esfirra, por favor, Nam! – Kook pediu com educação. 

— Certo, Kook! – Sorriu, mostrando as covinhas. — E vocês?

— Qualquer coisa que seja comestível. – Yoongi murmurou. — Namoral, tô com tanta fome que é melhor cuidarem dos namorados de vocês. Tô querendo comer tudo que eu ver na minha frente!

Hobi deixou um tapa fraco no braço dele.

— É só modo de falar, amor. – Se explicou, deitando a cabeça na mesa e fechando os olhos. — Vem aqui na minha frente pra você ver se eu não te como!

Hoseok riu, negando com a cabeça.

— Vou testar isso mais tarde.

— Vou lá comprar as coisas antes que esses dois comecem a se comer na minha frente… – Namjoon anunciou, se levantando. — Vem comigo, Jin!

Os dois seguiram para a fila extensa que fazia ali, torcendo para que os salgados não acabassem antes deles comerem pelo menos um.

Ainda bem que a exposição de trabalhos acontecia apenas uma vez no ano. As escolas se juntavam, não era um dia muito agradável.

A diferença daquele ano era que os meninos não precisavam se sentir mal por seus pais não estarem ali para prestigia-los, como acontecia todo ano, porque agora tinham senhor e senhora Jeon, que estavam encarando tudo aquilo apenas para ter a chance de admirar cada trabalhinho idiota feitos por eles. 

— Estou ficando mal por causa do calor, hyung. – Kook fechou os olhos de maneira lenta quando sentiu Park assoprar seu rosto e pescoço, tentando aliviá-lo do calor. 

— Essa blusa de manga comprida não deve estar ajudando. – Apontou para as roupas largas que Kook usava. — Quer trocar comigo?

— Não precisa, hyung. – Negou, jogando a cabeça para o lado, em um pedido silencioso para que Park assoprasse ali também. 

Jungkook nem se lembrava da última vez que havia vestido roupas de calor. Era sempre as grandes e cobertas que já estava acostumado.

Talvez fosse a hora de começar a usar roupas mais confortáveis. Já não tinha tanto medo e vergonha de exibir seu corpo, isso era bom, mas ainda existia uma barreira que o impedia.

— Pombinhos… – Yoongi chamou a atenção dos dois, dessa vez, não havia malícia em seu tom de voz e nem nada que indicasse que viria uma piada a seguir. — Tem gente vindo pra cá.

Quando Kook levantou a cabeça e firmou os olhos na figura que caminhava, um suspiro desconfortável saiu de seus lábios.

— Posso me sentar? – Lia perguntou, ignorando a forma como os meninos pareciam querer expulsá-la de lá. — Vou considerar isso como um sim.

— Você não tem amigos não? – Park revirou os olhos, observando a menina se sentar em uma das cadeiras. 

— Jungkook, posso falar com você? – A menina ignorou a pergunta ríspida de Jimin.

— Desculpa, Lia…não estou bem agora. – Se esforçou para não parecer grosso. — Podemos nos falar outra hora? – Piscou, sonolento.

— É importante. – Insistiu.

— Ele vai comer agora. – Taehyung colocou um dos braços ao redor do braço de Kook. O mais novo estava confuso, com dor de cabeça, fome, calor, realmente não era uma boa hora. — Acho que não tem nada mais importante que a saúde dele, né? 

— Jungkook…  – Ela o encarou com os olhos arregalados, ignorando completamente os outros.

Taehyung e Jimin bufaram em uníssono, compartilhando do mesmo sentimento em relação a aquela garota.

— Aí, Kook!  – Namjoon apareceu com os salgados nas mãos, ignorando o clima tenso que pairava no ar. — Só tinha mini esfirras, então eu comprei quatro, tive que furar a fila…

— O que aconteceu aqui? – Jin sentou-se lentamente, analisando a expressão de cada um.

— Por favor, Lia…eu realmente não estou bem hoje, tá? – Kook disse baixinho, tentando não constrangê-lá. 

— Se está se sentindo tão mal, deveria ir pra casa!

Batendo na mesa com força, ela saiu em passos duros, mas antes lançou um último olhar para Jungkook. Ele não soube decifrar aquele olhar. Na verdade, se Kook fosse sincero, ele não estava mais tão afim de desvendar o mistério que Lia parecia ser.

Enquanto analisava o lugar que ela tinha batido com força, Jungkook encolheu os ombros e soltou um suspiro chateado. 

— Tudo bem, docinho? – A voz doce de Park chamou sua atenção, Kook o encarou com aqueles olhos grandes e assentiu, ainda sem reação.

Ignorando o calor insuportável que fazia, Jimin abraçou o namorado e, mais uma vez, assoprou o rosto dele.

— Eu vou lá falar com ela! – Jimin declarou. A revolta parecia ter tomado conta de si. 

— Quem ela pensa que é pra agir dessa forma com você?  – Foi a vez de Yoongi expressar o quanto estava descontente com a cena anterior. — O que ela tinha de tão importante pra falar?

— Os pais dela vieram olhar os trabalhos que ela fez? – Namjoon colocou a mão no queixo, tentando achar uma resposta para a atitude da garota. — Acho que ela queria, mais uma vez, conversar sobre as frustrações.

Ao ouvir a fala de Namjoon, Goo arregalou os olhos e mordeu os lábios.

— Eu devo ir falar com ela? 

Quando tentou se levantar, sentiu alguém segurando seu pulso e o puxando para se sentar novamente. Olhou para o lado e viu o namorado negando com a cabeça.

— Você vai ficar aí e comer bem bonitinho! – Jimin não gostava de repreendê-lo, mas às vezes era necessário. — Pare de colocar o problema dos outros acima do seu.

— Mas minha avó sempre dizia que, quando vemos uma pessoa em uma situação complicada, temos que fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudá-la. – Com um bico nos lábios, Jungkook argumentou e, naquele momento, se sentiu a pior pessoa do mundo por não querer conversar com Lia.

Estava mesmo querendo ajudar ou só estava com medo de decepcionar sua avó lá de cima?

— Você está em uma situação complicada e eu estou fazendo o que está ao meu alcance para te ajudar. – Com carinho, Park rebateu. Sua mão foi de encontro com a mão do mais novo e Goo teve que sorrir, porque seu loirinho estava ficando muito bom naquele lance de consolação. — Estamos seguindo o conselho dela certinho, não estamos?

— Acho que você tem razão, hyung… – Sorriu, sentindo até o desânimo se dissipar do seu corpo. — Ela nem precisava ter sido grossa comigo, né? Não gosto quando as pessoas me tratam assim.

— Eu odiei ela, Kook. – Hobi confessou, passando os salgados para cada um. — Não pensei que ela fosse desse jeito, aquele dia na sala, quando ela te ajudou a ir pra direção com o toquinho, ela pareceu ser tão descolada e popular, não notei esse traço meio psicopata.

— Se quisesse mesmo fazer amizade, ela não teria ignorado a gente todas as vezes que falamos com ela. – Taehyung pontuou, mordendo seu salgado. — O lance dela é só com você, Kook.

— Não tem lance nenhum! – Park disse mais alto do que planejou. Os meninos levantaram uma das sobrancelhas, todos ao mesmo tempo, enquanto isso, Kook abriu um sorriso enorme e entrelaçou os dedinhos com os de Park. — Quis dizer que eles nem tem uma amizade ou algo assim…

— Ela só percebeu que o Kook dá a atenção que ela quer. – Yoongi comentou, dando de ombros. — Parece aquelas pessoas obcecadas que criam histórias na cabeça e juram ser verdade.

— Já assisti um filme assim! – Kook disse baixinho, quase em um sussurro. — Nunca acabam bem.

— Deixa isso pra lá. – Park encerrou o assunto, colocando por terra todos os argumentos que os meninos começavam a criar na cabeça.

Sabia que não poderia dar corda à Kook; quando o menino usava algum filme como inspiração para a vida real, era a hora de parar, porque Kook realmente levava os conselhos e bases dos filmes muito a sério.

De todo modo, a menina não merecia ser o centro da conversa deles, uma vez que tinha sido extremamente rude com Jeon.

— Come… – Pediu mais uma vez, ajeitando o cabelo de Kook de modo que ficasse para trás, sem atrapalhá-lo.

Não querendo contestar, Kook apenas assentiu. Desfrutou de seus salgados enquanto ouvia os meninos conversarem sobre assuntos aleatórios e engraçados. Quando terminaram, mandaram mensagem para os Jeons, dizendo que iriam para a casa deles primeiro, depois se encontrariam lá.

Assim que chegaram à residência dos Jeons, Kook se apressou em entrar em um dos banheiros e tomar um banho gelado e demorado. Lavou o cabelo, fez hidratação, escovou os dentes, usou produtos especiais para peles sensíveis que sua mãe tinha no estoque e, depois de todo esse processo, se sentiu aliviado.

O calor era seu hater número um!

Em dúvida sobre o que usaria, optou por colocar uma calça moletom e uma camisa um pouco mais solta, não chegava a ser regata, mas era fresca o suficiente para não matá-lo de calor.

— Por que não foi tomar banho de piscina com os meninos, hyung? – Perguntou assim que chegou na sala e avistou Park sentado, olhando algo no celular.

O loiro levantou, indo em direção ao namorado.

— Dei um mergulho gostoso, mas queria ficar um tempinho com você.

— Você quer me beijar? – A pergunta soou inocentemente, e talvez Jungkook não fizesse ideia do quão Park ficava tocado toda vez que ele sorria, porque, porra…o sorriso que Jungkook deu em seguida fez o chão nos pés de Park quase cair. 

— E quando é que eu não quero? – Sussurrou, sentindo o cheiro de bebê invadir suas narinas. Ele sorriu, negando com a cabeça, sabendo que teria um gasto danado para sustentar Kook e seus produtos especiais. — Posso?

Kook mordeu os lábios, envolvendo seus braços ao redor do pescoço de Park.

As bochechas pegaram fogo sob o olhar tão intenso de Jimin.

— Quando você quiser, hyung.

— Quando você pedir, Jungkook.

O mais novo levantou o olhar, um tanto desconcertado, capturou o exato momento em que Park engoliu em seco. 

Jimin ficava tão nervoso assim sempre que ia o beijar ou havia algo a decifrar em suas palavras?

— Será que ainda estamos falando do beijo? – Perguntou mais para si mesmo do que para o outro.

Mas antes que pudesse obter qualquer resposta, Jungkook foi tomado pelos lábios carnudos de Jimin. 

No momento em que sentiu a língua do loiro invadir sua boca, Jungkook se questionou se possuía um controle com o poder de parar o tempo, tal como no filme Click, porque foi isso que sentiu, como se o mundo ao redor tivesse parado, e a única coisa que importasse fosse unicamente eles.

O beijo foi rápido, ambos estavam com medo do rumo que aquilo poderia tomar, até porque, os nervos estavam à flor da pele, eles estavam cada dia mais sedentos um do outro e isso poderia ser perigoso.

— Quer que o hyung seque seu cabelo? – Perguntou, distribuindo selinhos nos lábios de Jeon.

Ele assentiu e Park tomou a liberdade de fazer como lhe foi pedido. Secou o cabelo de Jeon com calma, fazendo uma massagem gostosa, ouvindo o menino ronronar, aprovando o contato. Quando julgou estar bom, o virou de frente para si, roubando mais um beijo.

— Vem comigo, Ji…quero te mostrar uma coisa. – Ansioso, Jungkook entrelaçou os dedos e não esperou por uma resposta, saiu guiando Park dentro daquela casa enorme. De vez em quando, parava para conferir se o namorado parecia tão entusiasmado quando ele, e Jimin sempre aparentava estar ansioso pelo que viria a seguir.

Eles entraram em um porão, que ficava em cima da casa, e Park não tentou esconder um suspiro surpreso que escapou da sua boca quando notou diversos quadros pendurados.

— Pode entrar, Ji… – Autorizou, puxando o loiro para dentro. 

Park encarou um dos diversos quadros que estavam ali, cada detalhe parecia ter sido pensado. Era uma pintura simples, natureza, borboletas, uma cachoeira e um céu azul, mas quando se atentava aos detalhes, podia notar o capricho e o fascínio que o pintor daqueles quadros tinha, desde as misturas das cores até o contorno dos animais.

— São…lindos! Puta merda.

— É o meu talento escondido. – Goo sorriu, sem jeito, se lembrando da conversa sobre talentos escondidos que tinham tido mais cedo. — Hm…lembra da primeira vez que você e os meninos vieram aqui? Minha mãe comentou sobre quadros que eu pintava de você. 

— Se você me mostrar um quadro com o meu rosto agora, eu juro que te peço em casamento no mesmo instante.

— Já quer me promover, hyung? – Brincou, negando com a cabeça, mas aquele sorrisinho com os dentinhos da frente apareceu, e foi o bastante para fazer Jimin rir junto.

Quando os risos se cessaram, Kook tirou a lona de cima de um dos quadros e, nossa…o queixo de Park ficou lá no chão.

— Queria te mostrar isso. – Explicou, se virando para estudar a feição de Park. — N-não está tão b-bonito quanto…

Antes que Jeon conseguisse completar a fala, dando desculpas idiotas sobre o quanto a pintura não estava tão boa quanto queria ou sobre o quanto poderia ter feito melhor, Park o interrompeu com um beijo, porque, porra…ele o amava demais.

— Uma vez eu disse que você era a obra de arte mais linda. – Jimin disse, ofegante. — Acho que acabei de mudar de ideia.

Jungkook gargalhou alto, aquela risada gostosa que dava mais cem anos de vida para Jimin.

Toda vez que Kook sorria, uma fada nascia.

— Porra…não sabia que eu era tão lindo assim. 

Evidentemente encantado com o que lhe foi mostrado, Jimin passou os dedos no quadro, com cuidado.

Jungkook tinha o pintado de forma tão linda, com detalhes impressionantes que nem mesmo Park tinha reparado em si mesmo. Significava que o menino prestava atenção em tudo, e mesmo que Park o tratasse como um ogro antes, Kook o pintava como um príncipe.

— Eu sempre te vi lindo, hyung, sempre. Acho que, no fundo, sempre esperei que você fosse o meu príncipe. – Encostou as testas, mordendo um sorriso. 

— Você quem me salvou da torre do dragão. – Sorriu, porque sempre se sentia orgulhoso quando usava referências de filmes com Jungkook. — Você que é meu príncipe.

— Você gostou?

— Se eu gostei? – Park não achou que precisasse dizer com todas as letras, porque estava claro que ele tinha adorado, mas era de Jeon Jungkook que estava falando. — Eu adorei, docinho. Você é talentoso pra caralho! Podemos levar pra nossa casa? 

— Como quiser, Ji. – Beijou o queixo dele. — Eu fui promovido?

— Foi promovido de amor da minha vida para o grande amor da minha vida. Parabéns.

Eles apagaram as luzes e passaram a andar de volta para a sala, ainda de mãos dadas.

— Você não disse que ia me pedir em casamento, hyung? – Franziu as sobrancelhas, achando graça.

— Nunca falei isso, meu amor.

— Você disse sim! – Rebateu. — Tudo bem, azedinho…vou deixar passar dessa vez.

— Podemos colocar um novo pingente na nossa pulseira de namoro, o que acha? – Sugeriu.

Kook olhou para a pulseira que Park tinha lhe dado no dia do pedido do namoro, e sorriu.

— Claro, hyung!

                                 🖌

Enquanto os meninos aproveitavam a geladeira e a piscina, Jungkook e Jimin aproveitaram para tirar um cochilo na sala, isso até os Jeons chegarem da escola, obrigando todos eles a fazerem uma lista de ingredientes necessários para uma noite da pizza.

Para ir ao mercado, eles tiveram que se separar em dois carros, Areum foi dirigindo um e Jung-su outro. Seguindo a lista de compras que tinham feito em casa, demoraram um pouco no mercado, isso por que a lista também atendia as vontades de todos eles.

Doces, salgadinhos, bebidas, leite de banana e outras coisas que os meninos iriam assaltar da geladeira durante a madrugada.

— Quem foi que passou seis pacotes de camisinha? – Jung-su questionou, olhando a nota fiscal.

Já estavam em casa guardando as compras, mas o homem não deixou de reparar naquilo.

— Ah, isso é pra mim. Eu e o Hobi vamos encher balão de madrugada. – Yoongi murmurou, contendo um sorriso malicioso quando viu os meninos lhe encararem com os olhos arregalados, mas era tão cara de pau, que continuou guardando as compras como se nada tivesse acontecido.

Conhecendo bem Yoongi, todos deram de ombros, esquecendo o assunto rapidamente, menos Jungkook. Ele esperou que seus pais e os meninos saíssem da cozinha.

— Seis?! – Jungkook pareceu muito chocado, visto que seus olhos quase saltaram para fora e o tom de voz soou mais alto que o normal. — Hyung…só uma não tava bom? – Dessa vez, a pergunta foi direcionada para Park, Jungkook se certificou de perguntar bem baixinho, para não correr o risco de alguém ouvir, mesmo que fosse impossível.

— É que depende… – Devolveu o sussurro.

— De que?

— De quantas vezes você for precisar, ué.

Aquela foi a brecha que Kook precisava para entrar naquele assunto mais uma vez. 

— Hm…eu andei pesquisando sobre isso. Acho que minha primeira vez não vai ser tão boa quanto eu queria que fosse, né?

Park franziu as sobrancelhas, confuso.

— O que? Por que não?

— É que a primeira vez não vai ser boa e eu vou sentir bastante dor…não vai ser tão prazeroso.

— Isso varia de pessoa pra pessoa, Kook. – Se aproximou, colocando a mão no rosto dele. — Você ainda nem sabe qual posição prefere.

— Você é…você coloca? – Desviou o olhar, com vergonha da pergunta um tanto invasiva.

— Sim. Mas ainda não sabemos se você…

— Você que coloca, hyung! – Se apressou em dizer. Sentiu o rosto queimar na mesma hora, mas esse tipo de conversa exigia bastante coragem, não tinha como conversar sem sentir vergonha. — Quero dizer…você que…que coloca. 

— Tudo bem. Eu entendi. – Park deixou um sorriso fraco escapar. — Eu fico aliviado em saber.

— Nós vamos fazer exames, tudo bem? – Se tinha uma coisa que Jungkook andava pesquisando, era sobre a segurança de ambos. — Sei que não chegamos nem perto de praticar….atos carnais, mas não sabemos quando isso pode acontecer e eu quero que estejamos com os exames em dia, mesmo sem fazer nada.

As palavras saíram sem pausa, não houve nem uma única pausa para respirar. Jimin acabou sendo pego de surpresa, mas não achou ruim, pelo contrário, também prezava pela segurança deles, só…ainda achava graça da forma que Kook ditava como se não fosse nada, mas depois de dizer, seu rosto parecia um pimentão de tão vermelho que ficava.

— Que lindo… – Kook voltou a encará-lo, a respiração ofegante, os olhos enormes e um bico grande nos lábios. — Desculpa, é que você fica muito lindo falando sobre assuntos sérios.

— H-hyung! Estou morrendo de vergonha, para!

— Tá bom, a gente faz como você achar melhor. 

A expressão de Jungkook vacilou por alguns segundos, Jimin achou estranho. 

— E como é m-melhor? É que as posições que eu vi…

— Eu estava falando sobre os exames, Kook. 

— Ah! – Ele afundou o rosto no peito de Jimin. Quando fechou os olhos, desejou que fosse teletransportado para um outro planeta. Que vergonha, meu Deus!

— Não precisa ficar envergonhado, docinho. – Jimin passou a fazer um cafuné nele. — Eu acho incrível que você esteja tentando descobrir seus gostos, vendo como fica mais confortável pra você, os cuidados que precisamos ter. Isso é muito bom. 

— Eu não gosto de sentir dor, nem de ser xingado… – Revelou, do nada. 

Park assentiu, surpreso pela forma autoritária que Kook disse. Era bom impor limites e conhecer o parceiro antes do contato íntimo, como se estivesse preparando o psicológico primeiro. Para Kook, era importante, visto que seu passado não tinha limites nenhum.

— Tudo bem…algo mais? – Goo ficou aliviado quando ouviu a pergunta. Jimin não estava rindo e nem tirando sarro da sua cara.

— A-acho que só, hyung.

— Tudo bem… 

Jimin o afastou, segurou seu queixo e deixou um selinho nos lábios dele, estes que se espalharam pelo rosto todo.

A noite deles foi incrível, como era todas as vezes. Em dado momento, Kook teve que desligar o celular de Taehyung, porque a bebida começava a fazer efeito e ele ameaçou ligar para Bogum umas quatro vezes. 

Jimin não bebeu daquela vez, preferiu ficar cuidado os meninos e dos Jeons com Kook, e sinceramente…Jungkook agradeceu. 

Quando todos caíram no sono, bêbados demais para ligarem para qualquer coisa, Jimin e Jungkook aproveitaram para ter um tempo só deles. Ficaram aos beijos no sofá, Kook tomando um leite de banana e Jimin tomando um refri.

Yoongi arrotava de vez em quando, Jin roncava, Taehyung soluçava, Namjoon acordava pedindo água e Hobi gritava, provavelmente por conta de algum sonho maluco, mas nada disso impediu os dois de desfrutarem de um bom momento romântico.

No final, era assim que preferiam, aquele caos todo já fazia parte deles.

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