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By i4hera

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By i4hera

𝖫𝖮𝖴𝖨𝖲 𝖯𝖠𝖱𝖳𝖱𝖨𝖣𝖦𝖤
miami

Minhas mãos estavam suadas no volante, minha respiração estava acelerada. Olhei pro velocímetro que marcava 180KM/H. Era provavelmente o mesmo número de batidas que meu coração batia por segundo. 

Senti uma gota de suor frio escorrer pela minha testa enquanto do lado de fora a cidade passava como um borrão. Eu conseguia ouvir as sirenes logo atrás de mim. 

Vinnie tinha escolhido um péssimo lugar pra corrida que eu e Andrew iríamos participar hoje. O que nos deixou nessa situação.  

O fato era que eu não estava nenhum pouco assustado de estar sendo perseguido pela polícia de Miami. A adrenalina era mil vezes maior do que qualquer outro racha sem graça que eu já havia disputado. Essa era uma situação do tipo "correr ou morrer" e isso me deixava animado pra caralho! 

Eu sei. É estranho alguém estar animado por fugir da polícia. Mas ninguém que nunca sentiu na pele vai entender essa sensação. 

Olhei pelo retrovisor e vi os carros de Issie e Andrew lado a lado logo atrás de mim. Atrás deles estavam os dois últimos carros de policia que haviam conseguido nos acompanhar. 

Estávamos tentando escapar da vista deles fazendo zigue-zague pelo transito, desviando dos carros populares que passavam a 50km/h na rua. Esse era meu parque de diversões e não havia nada melhor que isso. 

Ouvi meu celular tocando e o visor no painel do carro piscando com o nome de Issie e Andrew. Era uma conferência entre nós três. Atendi colocando no viva-voz. 

— O desgraçado do policial gordo bateu na minha traseira! — a voz de Andrew soou irritada me deixando com vontade de rir. Sempre frouxo. 

— Precisamos sair daqui. — falei sem tirar a atenção da estrada. Cada carro que eu ultrapassava era uma buzina no meu ouvido. 

— Eu tenho um plano, mas vocês vão ter que ter coragem. Estou falando de você, Andrew. — A voz de Issie soou divertida. 

— Vai se foder, Issie! 

— Manda a ver, Issie. — disse tentando conter minha animação e encerrei a ligação. 

Olhei pelo retrovisor pra ver o que ela faria e o momento em que ela ligou o nitro do carro. As chamas azuis saíram do escapamento e ela passou por mim como um borrão. 

Não fiquei pra trás e logo liguei o meu, sentindo meu carro ganhar uma carga a mais de velocidade que fez meu corpo tremer e minha cabeça colar no banco. Eu amava isso! 

Eu não sabia o que ela ia fazer, mas a adrenalina de estar sendo perseguido fazia com que eu não me importasse com o que estava por vir. 

Os dois carros de policia não ficaram pra trás. Um deles estava quase do meu lado e outro logo atrás de Andrew. Issie estava na frente abrindo caminho entre os carros na rua enquanto seguíamos ela. 

Meus olhos estavam focados na traseira do Audi de Issie quando ela fez uma curva de 90° entrando na estradinha de terra vazia que ia para alto da floresta que ficava atrás de casa. 

Joguei meu carro para a esquerda ouvindo os pneus cantarem, troquei a marcha sem tirar o pé do acelerador e acelerei seguindo Issie. Olhei pra trás preocupado com Andrew, mas ele tinha feito uma curva perfeita. 

Os policiais estavam mais longe, mas ainda estavam na nossa cola. Eu não entendia como ainda não conseguimos despistar eles. Pareciam quase que treinados para perseguir corredores. 

Estávamos chegando no alto da floresta quando olhei para Andrew pelo retrovisor. Ele estava com os olhos arregalados olhando pra mim, me fazendo estranhar. 

Voltei a olhar pra frente e meu queixo quase caiu em descrença. Issie havia jogado seu carro pra dentro da floresta. Mas que merda de plano era esse?! Não tive tempo de pensar e joguei meu carro pro lado seguindo a idiota da minha irmã. 

Eu nunca tinha feito isso antes. Meu coração estava disparado enquanto tentava desviar das milhares de árvores na minha frente. 

Essa estranhamente era a melhor sensação da minha vida, e a melhor parte era que os polícias haviam ficado lá em cima. 

(...)

— Essa foi nossa última corrida de madrugada. Nunca mais quero fazer isso! — Andrew disse ofegante assim que entramos na cozinha. 

— Fala sério, Drew. Fugir de policiais é a melhor parte. — Issie disse despreocupada, abrindo a geladeira e pegando leite. 

— Melhor parte?! Eu estava com o cu na mão! Que ideia estúpida foi aquela? — ele disse pra Issie. 

— Era isso ou ser pego, o que você queria? 

— Já chega! — eu disse ainda extasiado. 

— Eu sei que você gostou. — Issie disse me provocando, me fazendo rir. Era óbvio que eu tinha gostado. 

— Vocês são loucos! — Andrew bufou alto. 

— Relaxa, Drew, Vinnie prometeu que vai cuidar disso da próxima vez. Agora vamos dormir e nada de falar sobre isso pra ninguém. — avisei subindo pro meu quarto. 

(...) 

Duas semanas se passaram desde a perseguição. 

Em duas semanas, Vinnie arranjou mais corridas para nós três do que nos meses passados. Issie e Andrew estavam ganhando todas, o que não era pra menos já que eram Partridge. 

O ciclo tinha agora um patrocinador anônimo que só Vinnie conhecia. Isso gerou mais dinheiro pros ganhadores, e mais gente querendo correr. 

Estava cada vez mais difícil esconder das Salvatore nossa "vida dupla" desde que (S/n) começou a fazer perguntas muito estranhas. Mesmo assim decidimos que não era hora de contar. 

Desde o dia da aula de química, eu e (S/n) não nos falamos diretamente, mas quando estávamos em grupo ela fazia algumas perguntas esquisitas, e eu não entendia nada. Fora isso, ela parecia querer me evitar completamente. Quando estávamos na aula ela fingia que estava prestando atenção ou fazendo outra coisa. Mas desde que ela assumiu namoro com Aaron há uns dias atrás, ela não sentava mais com a gente no intervalo. 

O namoro dos dois me assustava, mas não era como se eu pudesse fazer alguma coisa. Eu não poderia simplesmente mandar ela terminar com Aaron, (S/n) jamais faria isso. Ela nem me levaria a sério. 

Que (S/n) não gostava de mim eu já sabia, mas, desde Aaron, ela parece me odiar intensamente, e eu nem sabia o por quê. Cheguei à conclusão que isso era tudo culpa de Aaron, mas resolvi que não deixaria (S/n) ser a nova Lucy e comecei vigiar os dois secretamente. 

O fato era que eu me importava suficientemente com (S/n) pra querer ela bem, mas às vezes eu tinha vontade de simplesmente deixá-la se fuder. Ela era tão cabeça dura e escrota que me irritava. 

Pietro sumiu da escola desde a briga com Andrew, o que eu agradeci já que não precisaria me preocupar com Kira, mas ela parecia nem se importava com o sumiço do garoto já que tinha um namorado em LA. 

Eu não sabia o que faria a respeito sobre (S/n), talvez eu devesse me aproximar aos poucos e tentar, sei lá, uma amizade. Mas primeiro eu precisaria descobrir o que fiz de tão ruim pra ela me odiar tanto.

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