Lembrando que isso é uma adaptação, qualquer erro ou troca nos nomes me avise...
Créditos a autora original TioPug
POV Jennie
-Alô? - Digo sem me atentar ao visor, já que o e-mail na tela do computador é bem sério, já que, uma das atrações que havíamos contratado para o próximo mês, não poderia vir para Seul. E já estava tudo organizado.
-Jen... Jennie? - A voz de choro do outro lado me assusta, mesmo sem eu reconhecer a voz. Afasto o aparelho, mas é um número desconhecido por mim.
-Quem tá falando?
-É a Nayeon ... Jennie você precisa im me encontrar.
-O que houve? Cadê o Jihyo? Me deixa falar com ele agora, Nayeon.
-Jennie, ele tá machucado. - Sinto meu corpo congelar. - Eu.... Tô na ambulância.
-Me manda por mensagem o endereço do hospital. Eu te encontro lá agora. E eu acho bom que você me explique direito o que aconteceu com ele ou eu juro que te mato!
Do mesmo jeito que estava vestida, do mesmo jeito eu saí. Só lembrei de pegar meus documentos, celular e a chave do carro. Olho o endereço que ela mandou e começo a dirigir em alta velocidade pelas ruas de Seul, ouvindo alguns gritos e buzinadas, mas eu realmente não ligo. Paro o carro de qualquer jeito no estacionamento e saio com o celular na mão, mandando um áudio para Chae.
-Chae, eu acabei de chegar no hospital, o Jihyo tá machucado e eu não sei o que aconteceu. Se puder avisar a Lisa, eu agradeço.
-Eu aviso. Me manda o endereço. - Ela responde e, imediatamente, eu encaminho a mensagem do endereço.
-Cadê ele? - Pergunto assim que vejo Nayeon na recepção. - O que aconteceu? - Minha voz alta faz com que as pessoas nos olhem, mas foda-se. É o meu Jihyo! - Fala logo!
-A gente... Eu tava levando ele pra casa e uns caras abordaram a gente e... - A fala dela é interrompida pelo choro forte.
-E o que? - Pergunto baixo, já sentindo minha garganta queimar.
-Eles.. Queriam me... Ele se meteu.... Eles vio... Violentaram ele, fizeram cortes e chutes e... - Eu não conseguia dizer nada. Um abismo se fez sob meus pés e eu me senti caindo, uma ânsia de vômito me atingiu só de eu pensar no meu pequeno machucado. - Eu liguei pra ambulância na hora... Desculpa, Jennie... Eu...
-Cadê o Jihyo? - Interrompo, tentando engolir o nó na minha garganta.
-Ele tá lá dentro, ele desmaiou em seguida e... - Deixo ela falando sozinha e vou até a recepção. - Um menino chegou aqui na ambulância. Me diz que tem alguma informação, por favor. - Digo, engolindo a vontade de chorar. Eu não posso chorar. Não agora. Meu bebê precisa de mim.
-Só chegou uma menina e...
-Ele é um menino. O nome dele é Jihyo. - Corto antes que ela termine. - Cadê ele?
-Desculpa, eu não sabia o nome dele. Ele tá com os médicos ainda, não tenho nenhuma informação ainda. Sinto muito.
Sem ter o que dizer, fico andando de um lado para o outro na recepção, amaldiçoando cada segundo que fico longe do meu pequeno. Evito olhar para Elizabeth, ao mesmo tempo que eu quero culpar ela pelo que aconteceu, eu sei que ela não poderia ter feito nada. E eu a odeio nesse momento. E me sinto mal pelo que ela presenciou. Eu não sei se esgano ela ou se abraço e consolo.
-Jen? - Ouço a voz suave de Liz atrás de mim e me viro, abraçando ela com força, tentando buscar um pouco de calma no seu cheiro tão meu. - Cadê ele?
-Abusaram dele, Liz. Abusaram do nosso pequeno. - Sinto o corpo dela congelar no meu abraço.
-Que? Como assim?
-Acompanhantes da Park Jihyo . - Uma voz delicada chama e eu me viro junto com Liz.
-Do Jihyo. Park Jihyo Kim. - Eu digo, me aproximando da mulher. - Cadê ele? Como ele tá?
-Você é?
-A responsável por ele. Ele mora comigo. - Ela toma uma postura defensiva, me olhando com um pouco de raiva.
-Ele vai se recuperar. - Ela diz secamente, olhando para mim, Liz, Chae e Nayeon, que se aproximaram assim que o nome foi dito. - Eu sou a Doutora Collins. Já fizemos os exames e estamos esperando alguns resultados, para saber se ele não contraiu nenhuma doença. Por via das dúvidas, já demos o coquetel para ele. - Ela olha um pouco atrás de mim e volta a me olhar. Quando olho para trás, vejo alguns policiais que se aproximam. - Sempre chamamos a polícia em casos como esse. Inclusive pelo fato de ele ter diversos hematomas mais antigos. A senhora sabe a origem deles?
-O pai dele batia nele, por isso ele mora comigo.
-Então, a senhora sabe que ele sofreu agressão? - Um policial loiro questiona, se posicionando de maneira imponente. Liz se irrita com as insinuações, mas coloco meu corpo um pouco à frente do dela.
-Eu sei. A primeira vez que eu o vi, ele estava sendo perseguido por alguns meninos que começaram a bater nele. Eu levei ele pra casa e cuidei. Os pais dele tinham expulsado ele de casa e agredido ele, desde então, ele está morando na minha casa. - Eu olho para os policiais e a médica à minha frente que me encaram em descrença. - Eu sei o que parece, mas eu também sei que eu sou a coisa mais próxima de uma mãe que aquele menino tem. Espera ele acordar e perguntem vocês mesmos. Vão até a escola dele e conversem com o diretor da escola. Eu não ligo. A única coisa que eu quero é que aquele menino fique bem e que os monstros que fizeram isso sejam presos.
-Licença. Meu nome é Chaeyoung. Eu sei que ela está arisca, mas ela realmente se importa com o Jihyo. Ela jamais levantaria uma mão para ele. Sinceramente, vocês deviam parar de perseguir ela e ir atrás de quem realmente fez algo que merece ser perseguido. Vários homens violentaram o Jihyo, nas últimas semanas ele sofreu várias agressões... Vocês estão pressionando a pessoa errada.
-Por qual motivo as agressões anteriores não foram registradas? - O policial moreno pergunta.
-Ele estava traumatizado, aliás, ainda está traumatizado. Ele não quis nem que eu levasse ele no médico quando encontrei ele.
-Quem estava com ele hoje?
-Eu. - Nayeon diz baixo, dando um passo à frente.
-Nos acompanhe, temos algumas perguntas. - Os policiais se afastam com ela, atravessando uma porta e sumindo de vista.
-A gente pode ver ele? - Pergunto para a médica.
-Somente duas pessoas por vez. Me acompanhem.
-Eu vou depois. - Ari diz baixo, sorrindo reconfortante.
Liz e eu seguimos a médica pelos corredores do hospital em silêncio. Liz aperta minha mão com força e eu aperto de volta, tentando passar um conforto que eu não tinha. Passar uma calma que estava bem distante de mim. A médica abre a porta e vemos Jih encolhido na cama de olhos fechados e com lágrimas pelo seu rosto, com o rosto cheio de cortes e hematomas. Eu engulo, mais uma vez, o choro na minha garganta, mas Liz não consegue, soltando um soluço baixo e atraindo a atenção do pequeno.
-Mo... Jen..Loz? - Ele pergunta acuado.
-Sim, Jih, somos nós. - Liz se aproxima dele, deixando um beijo suave em sua testa, mesmo depois do pequeno ter se encolhido um pouco com medo do toque. Ele me olha assustado, fazendo mais lágrimas correr pelos seus olhos.
-Desculpa, Jennie. - Ele aperta os olhos com força, soltando um soluço. - E... Eu...
-jihyo, olha pra mim? - Me aproximo rapidamente, deixando meu rosto próximo ao seu, passando os dedos em suas bochechas para capturar suas lágrimas. - Olha pra mim, pequeno. - Ele abre os olhos com medo. - Você não tem culpa de nada. Eles são os culpados, você só tava no lugar errado, na hora errada. - Ele soluça. - Eu fiquei sabendo de como você foi corajoso, de como você protegeu ela... Isso só mostra o quanto você é maravilhoso. Jamais deixe que alguém diga que você foi o culpado!
-Mas...
-"Mas" nada, Jihyo. - Interrompo. - Você não é o culpado.
-Do... Dodói... - Ele murmura, se jogando no meus braços.
-Eu sei, a gente vai cuidar de você! Prometo.
-Ninguém me chamou, mas eu também quero abraçar! - Liz diz sorrindo e joga os braços ao nosso redor, arrancando um riso fraco de Jih.
Fico mais alguns minutos de chamego com com Gabs, que se agarra na minha blusa com força. Quando a médica diz que logo ele será liberado, Liz vai até a recepção, para pedir à Chae que a leve em casa, para buscar umas roupas limpas.
Eu ajudo Jih a se vestir com cuidado, assim que a médica assina a alta dele e, quando chego na recepção, encontro Liz, Jisoo, Rose, Chaeyoung, Mina, Nayeon e Tzuyu.
-Gente, ele precisa descansar, vou levar ele pra casa agora. - Corto, quando já começam as perguntas se ele está bem, o que deu nos exames, o que aconteceu...
Mesmo relutantes, elas concordam e eu levo ele até o carro, prendendo o cinto com cuidado em seu corpo. Assim que chego em casa, ele pede por um banho, então, o levo até seu quarto, ajudando-o a se despir. Encho a banheira e o ajudo a entrar, deixando ele sentado, enquanto vou ao quarto separar sua roupa. Liz, assim que chegamos em casa, foi dar um fim na roupa que ele usava.
Assim que entro no banheiro, vejo ele esfregando a esponja violentamente em seu corpo, chorando forte em meio a soluços.
-jihyo, o que foi? - Pergunto, tentando segurar sua mão, que já deixou a pele vermelha e irritada.
-Su... Sujo... - Ele diz, se soltando do meu aperto e esfregando o corpo novamente. Ignorando o fato de estar vestida, entro na banheira e tiro a esponja de sua mão, puxando-o para o meu colo. Ele se debate um pouco, mas logo cede, me abraçando com força.
-Tá tudo bem, pequeno. A Mommy vai cuidar de você! - Digo, passando os dedos suavemente por seus cabelos. - Calma, príncipe. Você tá seguro aqui. Após alguns minutos, ele começa a se acalmar e eu, cuidadosamente, começo a dar banho nele, tomando cuidado com os machucados, lavo seus cabelos curtos, enxaguando quando a água da banheira já começa a esfriar.
Após secá-lo, levo-o até o quarto, colocando uma fralda nele e entregando sua chupeta. Liz aparece no quarto com uma mamadeira cheia.
-Não sei se fiz do jeito que você gosta... - Ela dá um sorriso sem graça e entrega a mamadeira para ele, que recebe prontamente.
Ela se senta na cama com a gente e logo Hyo se acomoda entre a gente, fazendo um pouco de manha para que eu segure sua mamadeira. Eu nem reclamo, sorrio vendo Liz se deitar ao lado de Jihe abraçar o pequeno.
Assim que ele termina a mamadeira, me acomodo ao seu lado, abraçando o pequeno também, sentindo sua respiração se acalmar. O silêncio domina a casa e eu não consigo mais segurar o choro. Lágrimas fogem e eu respiro fundo para não acordar meus pequenos, mas eu sinto algo na minha mão e vejo Liz me encarando. Ela leva minha mão até seus lábios, deixando um beijo carinhoso.
-Ele vai ficar bem! - Ela sussurra pra mim e eu tento sorrir em concordância.
Ficamos os três ali, agarrados e em silêncio. Mas Jih começa a se remexer com força, fazendo uma careta de dor, tentando afastar a gente.
-Jihyo, é a Mommy, pequeno. Tá tudo bem, gatinho! Calma! - Digo, segurando com cuidado e acariciando seus cabelos. Após alguns momentos, ele volta a se acalmar e eu o aperto ainda mais em meu abraço, deixando seu rosto escondido no meu pescoço.
Já está amanhecendo e ele ainda não acordou, eu não consegui pregar meus olhos, assim como Liz. Ficamos a noite toda vigiando seu sono, acalmando todas as vezes que ele se agitou.
Sinto ele se remexendo suavemente e vejo ele abrindo seus olhinhos inchados.
-Bom dia, pequeno.
-Budia, Mommy. - Ele diz, coçando os olhos.
-Bom dia, Jih. - Liz fala.
-Budia, Liz.
-Já que meus pequenos acordaram, eu vou preparar uma mamadeira bem gostosa pra vocês! - Me levanto, deixando um beijo na testa de cada um e vou até a cozinha.
Coloco o leite para esquentar e coloco o achocolatado. Como ninguém jantou ontem, preparo algumas torradas e frutas para comermos, enquanto o leite esfria um pouco. Coloco tudo na bandeja e subo as escadas, encontrando meus dois amorzinhos abraçados. Entrego as mamadeiras e eles tomam com vontade, sem se desgrudar. Bufo irritada quando a campainha toca, deixo os dois deitadinhos e vou até a porta.
-Oi. - Nayeon diz baixo, fazendo um pequeno gesto com a mão. - Eu sei que ainda é cedo, mas eu queria saber como ele tá e perguntar se posso ver ele. Se ele já tiver acordado, claro...
-Ele acabou de acordar, mas vou ver com ele se ele quer te ver. - Ela acena e eu fecho a porta, deixando ela do lado de fora. - Jihyo? A Nayeon tá na porta. Você quer ver ela?
-Neném tá di faldinha.
-A fraldinha tá suja? - Ele nega. - Então, se você quiser, eu coloco uma camiseta em você.
-Maisi ela vai assá neném istanhu.
-Se ela achar isso, ela não te merece! Ela tem que aceitar você desse jeitinho! - Ele retorce a boca. - Quer que eu coloque a camisetinha em você? - Ele acena e eu coloco uma camiseta roxa nele.
-Cová dentinhu, Mommy. - Eu sorrio e levo ele até o banheiro, escovo seus dentes e coloco ele na cama de volta.
-Vô ficá nu quatu, Mommy. - Liz diz, já saindo e indo para o meu quarto.
Eu desço as escadas e abro a porta, encontrando Nay de braços cruzados, olhando para o chão.
-Pode entrar? - Ela se assusta e me olha. Rapidamente se aproxima, mas, antes que ela entre, coloco meu corpo na frente do dela e ela me olha confusa. - Se você fizer qualquer coisa pra machucar ele, você se resolver comigo. Estamos entendidas?
-Não precisa, eu não vou fazer nada. A última coisa que eu quero é magoar ele.
-Ele é diferente.
-Eu sei. Percebi assim que vi ele. E eu também sou diferente. Se é que você me entende...
Entendendo muito bem o que ela quer dizer, abro espaço e ela entra na sala. Sem dizer nada, subo as escadas e a levo até o quarto dele, que está encolhido na cama, olhando receoso para a porta, com sua chupeta nos lábios e sua pelúcia nos braços.
-Oi, Jihyo. Vim te ver. Posso entrar? - Hyo olha pra mim e eu faço um pequeno aceno com a cabeça e ele autoriza a entrada dela no quarto.
-Jih, eu vou estar aqui no quarto. Pode me chamar, se precisar. - Lanço um último olhar para Nayeon e me retiro. Vou até o quarto e encontro Liz deitada e de olhos abertos. - Ainda não dormiu, pequena? - Ela nega fazendo um bico, eu rio de sua manha e me acomodo na cama, observando ela abaixar minha blusa na mesma hora e abocanhar meu seio. Rapidamente, sua respiração se acalma e sua boca fica um pouco frouxa em meu mamilo. Mas a merda do despertador tinha que tocar e assustar ela. - Calma, bebê. Pode dormir.
-Eu tenho que ir pro trabalho. - Ela diz, esfregando os olhos e indo em direção ao banheiro.
Me levanto, contra minha vontade e separo sua roupa para ir trabalhar. Em seguida, vou até o banheiro e dou banho nela, escovando seus dentes e ajudando ela a se vestir.
-Eu vou tomar um banho rápido e te levo. - Digo, já tirando minha blusa.
-Não precisa. A Chae já tá vindo. Fica com o Jih hoje. - Como em um filme clichê, ouvimos uma buzina.
-Tá bom. Não esquece de comer. Cuidado! E se precisar, me liga. - Digo, deixando um selinho em seus lábios e abrindo a porta, encontrando Ari em seu carro. - Cuida dela. - Eu grito para Ari.
-Bom dia pra você também, Jennie! - Ela dá risada. - Pode deixar! - O sorriso some. - Como ele tá?
-Um pouco traumatizado, mas vai ficar bem. - Ela acena com a cabeça.
-Manda um beijo pra ele.
-Pode deixar, Chae.
E, após um último aceno de Liz, Chae sai com o carro. Me escoro na porta, sentindo o cansaço se apoderar do meu corpo.
-Ele disse que você ficou acordada a noite toda. - Abro os olhos e encontro Nayeon e a encaro confusa. - Ele pediu água, aí eu vim pegar. Espero que não se importe.
-Não. Eu já levo. - Digo, me endireitando.
-Só me diz onde tem uma mamadeira limpa e eu pego pra ele. Vai dormir, eu fico com ele. - Quando eu ia protestar, ela me corta. - Eu não tenho nada melhor pra fazer e eu prometo que, se precisar, eu te acordo.
-Só me diz onde tem uma mamadeira limpa e eu pego pra ele. Vai dormir, eu fico com ele. - Quando eu ia protestar, ela me corta. - Eu não tenho nada melhor pra fazer e eu prometo que, se precisar, eu te acordo.
-Na parte de cima do armário, do lado esquerdo. As mamadeiras azuis. - Ela acena e se vira, em direção à cozinha. - Me chama mesmo. -Ela se vira para me olhar. - Qualquer coisa! - Ela acena novamente e vai em direção à cozinha e eu me arrasto para o andar de cima. - Pequeno? - Chamo da porta e ele me olha. - Mommy vai dormir um pouco. A Nay vai ficar com você, se precisar, me acorda. Tudo bem?
-Poti dessá, Mommy. Boum soninhu!
-Até daqui a pouco, pequeno. - Deixo um beijo em sua testa e, quando eu estou saindo, encontro Nayeon entrando com a mamadeira.
Vou até meu quarto e me deito, sentindo minha cama espaçosa demais sem meus pequenos. Não sei por quanto tempo fico revirando na cama até finalmente cair no sono.