Hype Girl | Kajemac Fanfic [P...

By kjbrandman

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Mackenzie Coyle era conhecida por ser uma aluna problemática. Karina Brandman, a presidente do Grêmio Estudan... More

1. Hell's Day
2. Nothing New
3. Daddy Issues
4. Self-Centered
5. Secrets
6. In Your Dreams
7. Mommy Issues
8. Deal
9. Cigarettes & Mint
11. Prom
12. Normal
13. All the things I hate about you

10. Karininha

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By kjbrandman

[Karina Brandman's Point of View]:

Na manhã de sábado, acordei com uma dor de cabeça insuportável. Mesmo que não tivesse ingerido uma quantidade absurda de álcool, os efeitos colaterais estavam lá. Que ótimo!

Mas, eu não podia reclamar tanto, chegar em casa sem ser flagrada pela minha mãe já foi um enorme livramento de sermões intermináveis. Já Henry, por outro lado, dormiu fora — assim como meu pai. 

Bem, era o que eu pensava.

- Seu pai está aqui - Minha mãe informou após abrir a porta do quarto - Ele vai viajar a trabalho amanhã e não vai voltar por algumas semanas, vamos tomar café juntos. Se apronte.

Sem esperar qualquer resposta minha, a porta foi fechada outra vez. Levantei preguiçosamente, caminhando diretamente para o banheiro do quarto. Passei uns bons minutos debruçada no lavatório, observando a minha própria imagem no espelho.

Eu estava uma bagunça. 

Fiz todo o processo de escovar os dentes — na tentativa de camuflar qualquer resquício de álcool — o mais lento possível. Assim como fiz uma leve maquiagem para tentar esconder a minha expressão "acabada", mesmo sabendo que isso acarretaria em um sermão sobre me atrasar. 

E não estava errada.

Assim que coloquei os pés na cozinha, minha mãe me lançou um olhar repreendedor pela demora.

- Bom dia - Disse, puxando uma cadeira para sentar. 

Prontamente, Jennifer, a cozinheira da casa, começou a nos servir. Ainda era estranho sentar com meus pais para fazerem qualquer refeição como se fossemos uma família feliz e estruturada, agindo como se nada tivesse acontecido.

- Bom dia, filha - Minha mãe saudou, sorrindo brevemente.

- Bom dia, querida - Meu pai disse com a mesma expressão neutra de sempre - Dormiu bem?

- Sim... - Respondi vagamente - Obrigada... - Agradeci quando Jennifer colocou a tigela com cereal em minha frente, voltando a atenção para meus pais. Pelas roupas formais de ambos, sairiam para trabalhar logo.

- Jennifer - Minha mãe a chamou - Onde está Henry?

- O senhor Henry não está no quarto, senhora Brandman - Respondeu um pouco sem graça. Até mesmo ela sabia como minha mãe pegava no nosso pé.

- Esse garoto... - Resmungou, respirando profundamente - Não sei mais o que fazer com ele... Você deveria pelo menos tentar conversar com o seu filho. Não o fiz sozinho, sabia?! - Questionou raivosa.

- Ele deve está apenas se divertindo com os amigos - Meu pai respondeu simples, tomando seu café despreocupadamente - Deixe o garoto respirar um pouco! 

- Por sua culpa ele é desse jeito! - Minha mãe esbravejou, perdendo a paciência aos poucos - Eu digo uma coisa, você vai lá e pega leve com ele.

- Não vamos entrar nessa conversa outra vez... - Pediu, tentando manter a calma - Estou apenas tentando tomar o café da manhã em silêncio e tranquilamente, poderia fazer isso?

- Você passa dias fora, volta como se nada tivesse acontecido e quer que eu faça o mesmo? - Cuspiu as palavras amargurada - Sinceramente, não sei porquê não vai embora de uma vez por todas!

E lá estava eles, mais uma vez, discutindo.

- Posso voltar para o meu quarto? - Perguntei, os interrompendo de repente - Tenho algumas atividades para fazer do colégio... - Inventei qualquer desculpa, não estava com saco para aguentar mais uma de suas discussões.

Os adultos à mesa pararam de se encarar mortalmente, voltando as atenções para mim. Me senti minúscula perante aqueles olhares.

- Claro, querida - Meu pai respondeu - Eu e sua mãe ainda temos alguns assuntos pendentes para resolver antes da minha viagem.

A última coisa que queria saber naquele momento era sobre esses "assuntos pendentes". Me levantei, subindo para o quarto outra vez, o mais rápido possível. Às vezes era cansativo está entre todo aquele drama.

Me joguei na cama, usando o braço para tapar os olhos, segurando a vontade de chorar presa em minha garganta. Fiquei por algum tempo assim, pensando sobre como meus pais eram felizes antigamente e o quê havia acontecido para terem chegado aquela situação deplorável. 

- Senhorita Brandman? - Destapei o rosto vendo Jennifer parada na porta entreaberta. A senhora sorriu e se aproximou com uma bandeja em mãos - Quando fui recolher a louça, vi que não comeu nada... - Explicou, entendendo um pouco seus braços - Não pode isso, você está em fase de crescimento, precisa ficar forte.

- Obrigada, Jennifer - Agradeci, sorrindo fraco - Mas não precisava... - Sentei na cama, a vendo colocar a bandeja sobre o móvel ao lado da cama.

- Tenho uma surpresa para você, criança - Anunciou sorridente. Observei confusa, enquanto Jennifer sumiu pela porta novamente. 

Alguns segundos depois, a mulher reapareceu praticamente sendo carregada pelo Golden Retriever preso à coleira. 

- Hank! - Exclamei animada.

O cachorro ao ouvir a minha voz, se agitou mais e Jennifer simplesmente não conseguia mais segurar a guia, permitindo que o mesmo corresse até a minha cama, pulando em cima de mim de repente. 

- Ei, garotão! - Falei, afagando os seus pelos - Que saudade de você!

Fiz uma expressão de nojo em meio ao sorriso, quando a língua áspera começou a passar livremente pelo meu rosto. 

- Disso eu não senti saudades...

- Um funcionário do veterinário acabou de deixá-lo - Jennifer explicou - Ele está bem, era só uma infecção comum e já foi tratada.

Segurei o rosto de Hank nas mãos, balançando de um lado para o outro.

- Você é que nem eu, né amigão? Vaso ruim não quebra - Brinquei. 

Hank estava agitado ou talvez muito feliz, pulando da cama para começar a correr em volta do quarto como um louco.

- Jennifer... - A chamei - Meus pais já foram?

- Acabaram de sair, senhorita Brandman - Respondeu, unindo as mãos em frente ao seu corpo - Eu também estou indo agora, precisa de mais alguma coisa antes?

- Não, obrigada - Disse, sorrindo para a mulher - Bom final de semana, Jennifer.

Quando a porta de entrada, lá embaixo, se fechou, um sentimento de vazio preencheu o meu corpo. Aquela enorme mansão estava em um silêncio ensurdecedor, deixando o dia um pouco melancólico. 

Porém, me recusava a passar o resto do dia daquela forma. Peguei o celular, enviando mensagens para Tiffany.


Desviei a atenção do celular ao ouvir uma movimentação no closet. 

- Hank! - Gritei para repreender o animal imediatamente.

Hank parou de bagunçar os tênis, tombando a cabeça para o lado. Em sua boca, segurava um dos meus pares mais caros. 

Me levantei devagar para recuperar o sapato antes que o mesmo o estragasse, porém como se adivinhasse, o animal saiu correndo para fora do quarto com o sapato entre seus dentes.

- Eu vou fazer você voltar para o veterinário! - Declarei irritada com o seu mau comportamento - Devolve isso, seu cachorro desgraçado! - Pedi, correndo atrás do mesmo pela casa.

[...]

[Mackenzie Coyle's Point of View]:

Talvez, o meu pior hábito era pensar demais. Sem dúvidas, um dos meus três grandes defeitos. 

Não conseguia de forma alguma ficar parada, sem ter nada para fazer, pois era o pretexto perfeito para que pensamentos indesejáveis começassem a invadir minha mente e vários "e se" rondassem em minha cabeça, resultando em ansiedade e em um humor insuportável. 

O motivo? Após chegar da festa de ontem, encontrar o meu pai cambaleando bêbado pelas ruas, me trouxe de volta para a minha realidade. 

Suspirei pesadamente, encarando o teto, pensando em como minha vida era uma droga. Às vezes me questionava se em alguma vida passada fiz algo tão ruim a ponto de está pagando todos os pecados nessa. 

Inevitavelmente, pensamentos de como poderia ser minha vida em circunstâncias diferentes, eram frequentes. Principalmente se ela ainda estivesse aqui. 

Eu seria feliz?

Ri sem humor algum, eu era a merda de uma deprimida. 

Senti meu celular vibrando ao lado do meu corpo, o capturando em seguida. Por pensar ser Erin, meu rosto contorceu-se em completa confusão. 

Perdi algum tempo encarando a tela do aparelho, relendo aquelas mensagens várias vezes.

Ri desacreditada. 

Até por mensagem, a presidente conseguia ser mandona e insuportável. Ela realmente pensava que o mundo girava ao seu redor?! 

Quando sua resposta demorou para chegar, bloqueei o aparelho. 

Apesar de ser sábado e não está nenhum pouco afim de responder exercícios de física, ficar sozinha naquela casa, me fazia pensar em coisas que eu não queria. Então perturbar Karina Brandman parecia uma ótima opção para aquele dia.

[...]

A mansão dos Brandman ficava uns 15 minutos da minha casa, de longe, a maior residência daquele bairro nobre. Era impossível errar o endereço, mesmo se não soubesse, a sua família sempre amou esbanjar todo o dinheiro que tinham. Apostava que sequer sabiam o que a palavra "humildade" significava. 

Apertei o interfone e esperei. Porém nada. 

Apertei mais uma vez, segurando o botão por mais tempo. Nada.

Karina Brandman não seria escrota a ponto de me chamar para sua casa apenas para não atender, né?. Bem, vindo dela, eu não duvidaria. 

Garota ridícula.

Ouvi um barulho vindo de dentro da casa seguido de um grito. Era preocupante. Levei a mão a maçaneta, me surpreendendo ao ver que a porta estava somente encostada. 

- Por favor, que eu não seja presa... - Sussurrei, empurrando a porta e entrando na mansão dos Brandman's. 

Torci em silêncio para que a senhora Brandman não estivesse em casa, com certeza, ela me faria ser presa. 

Ao longe, conseguia ouvir perfeitamente a voz fina de Karina, soando extremamente irritada com alguma coisa.

Seria muita falta de respeito sair entrando assim na casa dos outros? Se sim, foda-se.

Fechei a porta atrás de mim, reparando brevemente no local. No geral, era uma casa ainda maior e espaçosa vista de dentro. Branco e cinza eram as cores predominantes. 

A sala de estar ostentava três sofás, aqueles de gente rica. Além de uma televisão enorme pendurada na parede. Logo ao lado, existia uma porta de vidro que dava acesso à uma varanda. 

A voz de Karina parecia vir de lá. 

Caminhei em direção a varanda, vendo a dita cuja de costas para uma grande piscina, com o rosto contorcido pelo esforço que fazia ao tentar tirar um tênis da boca de um Golden Retriever. Este que fazia o mesmo esforço — ou talvez maior — puxando o calçado na direção contrária. 

Isso sim era interessante. 

Peguei meu celular para filmar a cena, torcendo internamente para que o cachorro ganhasse. 

O primeiro a notar a minha presença foi o Golden que soltou o tênis na hora, fazendo a lei da gravidade agir ao vivo e a cores. Em câmera lenta, Karina Brandman se desequilibrou, caindo na piscina atrás de si. 

E o melhor de tudo: eu havia filmado tudo.

Sem conseguir me conter, comecei a rir de forma incontrolável, parando a gravação. Iria guardar aquele vídeo com a minha vida. 

Alguns segundos depois, Karina ressurgiu na superfície, completamente encharcada e com o rosto vermelho, como sempre ficava quando estava prestes a matar alguém.

- Hank, você é o pior cachorro do mundo! - Ela gritou para o pobre animal, que respirava com a língua para fora como se também estivesse achando graça daquilo - E vai se foder, Coyle! - Finalmente pareceu notar a minha presença, devido a minha risada.

- Aí, cara... - Falei, recuperar o fôlego. Me aproximei, deixando o celular em cima de uma das diversas mesinhas redondas por ali - Hank, eu te amo!

Um sorriso sincero tomou o meu rosto quando o cachorro veio em minha direção, abandonando o rabo sem parar. Ele era enorme, se ficasse sob as duas patas traseiras, facilmente ultrapassaria o meu tamanho. 

- Ele morde? - Perguntei receosa, mesmo sabendo que provavelmente não. Hank parecia bobão demais para morder alguém.

- Morde - Karina respondeu - Ele vai arrancar o seu braço fora, né Hank? - Disse, nadando até a parte mais rasa da piscina - Vai, Hank! Morde ela, vai... Pega!

Mas, tudo que o animal fez foi deitar e mostrar sua barriga.

- Awn... - Soltei uma exclamação fofa, me agachando para acariciá-lo.

- Você é realmente o pior cachorro do mundo!

- Ou você que é a pior dona do mundo - Falei, acariciando a sua barriga - Hank, a partir de hoje, você é meu. Eu sou a sua dona agora.

- Ei! Não invada a minha casa e tente roubar meu cachorro! - Karina disse, na borda da piscina. 

- Como você consegue aguentar essa insuportável, meu amor? - Sussurrei para o cachorro - Quer vir morar comigo? A mamãe Mac vai te dar todo o amor que você merece, diferente dessa chata.

Como resposta, Hank latiu. 

- Eu vou aceitar isso como um "sim, você é minha agora" - Falei, segurando o rosto do animal entre minhas mãos.

Nunca pude ter um cachorrinho apesar de sempre ter pedido para minha mãe. Já havia perdido as esperanças depois que ela partiu e agora com meu pai naquele estado, era impossível. 

Com o tempo, esqueci a ideia, mas daria tudo para ter um animalzinho como Hank.

- Você pode, por favor, parar de babar no meu filho e me ajudar? - Karina pediu impaciente.

Muito a contragosto, cessei os carinhos em Hank. Caminhei em direção a piscina, estendendo a mão para Karina, esperando que a mesma a pegasse, o que fez de prontidão.

O negócio era que eu já deveria ter aprendido que Karina Brandman é uma filha da puta, vindo de uma família de prostitutas. Minha mão foi sim segurada, mas com o único intuito de também me puxar para a piscina.

Deixei um grito escapar da minha garganta quando a água gelada molhou completamente o meu corpo. Desesperadamente, me agarrei a camisa de Karina, quase a rasgando de tanto apertá-la. 

E a filha da puta apenas ria, se divertindo com tudo aquilo. Para impedir que eu me afogasse, circulou minha cintura com seus braços para me apoiar totalmente nela.

- Eu não acredito... Dezoito anos e não sabe nadar... - O sorriso maldoso no seu rosto, me deu ainda mais vontade de socá-la. 

- Cala a boca - Resmunguei - Agora me leva para longe do fundo - Exigi.

Como a desgraçada que era, Karina ergueu os olhos para o alto, fingindo pensar. Por fim, voltou a me olhar.

- Me parece uma proposta meio injusta, senhorita Coyle. Afinal, o que eu ganharia com isso além de cansaço pelo esforço físico que essa ação necessitária? - Aquela linguagem desnecessariamente formal e culta, me irritou ainda mais. 

- Façamos assim, senhorita Brandman - Disse, a imitando em deboche - Você usa o seu esforço físico para realizar essa ação e eu, para estabelecer um contrato justo e digno para ambas, não publicarei o vídeo da sua pessoa caindo vergonhosamente nessa piscina nas redes sociais.

Karina assentiu, emitindo um "hmmm" - Parece justo para mim - Disse por fim, se dando por vencida. 

Suas mãos desceram da minha cintura, até minhas coxas, as erguendo e me obrigando a rodear as pernas ao seu redor. 

- Se queria alguma desculpa para se agarrar comigo, era só dizer... - A provoquei, porém a presidente apenas revirou os olhos, me ignorando.

- Podemos, senhorita Coyle?

- Quando desejar, senhorita Brandman.

E assim foi feito. Karina realmente era uma ótima nadadora. Mas, eu já deveria esperar aquilo, riquinha do jeito que era, deve ter feito algum curso quando criança.

Ao alcançarmos a parte mais rasa, ela me colocou sentada ali, ficando — inconscientemente — entre minhas pernas. 

Sequer tive tempo para dizer algo, pois Hank acabou pulando na piscina, fazendo Karina virar e suspirar cansada. Provavelmente, aquilo era algo que o animal fazia com certa frequência.

- Por que ele é assim...? - Perguntou retoricamente.

- Seu cachorro é louco - Respondi sorrindo, esperando pacientemente que o Golden viesse nadando só com a cabeça de fora, em nossa direção - Eu amo ele.

Hank subiu no raso e se deitou ao meu lado, apoiando a cabeça em minhas pernas. Imediatamente, olhei para Karina com a boca aberta pela cena fofa. Ok, oficialmente, eu estava apaixonada.

- Por favor, não chore por causa disso... 

- Ele deitou tão bonitinho... - Choraminguei, derretendo de amores por aquele serzinho de quatro patas.

- Certo, vamos sair - Karina anunciou, fazendo Hank levantar-se animado, balançando seu rabo sem parar - Motivos: temos uma fera selvagem entre nós! - Ela mexeu suas mãos, indicando para que eu entrasse no personagem.

- Sim... Um fera! - Falei meio confusa, porém rindo quando Hank uivou - Uma fera muito, muito selvagem!

Acabamos gargalhando juntas quando Hank pulou em cima de mim, me fazendo cair de costas. Em seguida meu rosto foi atacado com lambeijos incontroláveis. 

[...]

Depois de uma hora e meia de brincadeiras, corridas e encenações a qual Hank adorava participar, agora nos dirigíamos para o quarto da presidente.

Era impossível não reparar em todos os cômodos daquela casa enorme e, mais impossível ainda, não fazer uma careta ao observar a decoração daquele lugar.

- Sério, eu odeio você - Karina disse.

- Eu sei, você disse isso a cada cômodo - Respondi, olhando para as pinturas estranhas espalhadas pelo corredor gigante.

A presidente abriu a porta do seu quarto, caminhando até o closet para pegar toalhas. Observei atentando o ambiente, até os mínimos detalhes, pois aquele era um território inimigo. 

Porém, eu deveria admitir, era interessante ver o lugar que Karina Brandman passava seu tempo.

Mas, como nem tudo era perfeito, existia muitas coisas para reclamar. Começando pela cama de casal, porque, em minha humilde opinião, uma adolescente não ter uma cama king-size no quarto. Muito menos uma televisão, nem mesmo a droga de um banheiro e um closet! 

Somente o quarto da filha mais nova dos Brandman deveria ser maior que a minha casa. Ou melhor, maior do que o meu bairro inteiro!

Rolei os olhos pelo lugar e para a minha surpresa, o rack onde ficava a televisão, possuía em suas prateleiras de vidro alguns bonecos de personagens. Reconheci uns como de Harry Potter, já outros eu não fazia a menor ideia do que seriam. Provavelmente, alguma banda ou cantor. 

- Não acredito... - Um sorriso descrente e debochado tomou meus lábios, enquanto me aproximava do rack para analisar de perto - Karina Brandman, você é mesmo uma nerd!

Karina choramingou e arremessou a toalha em minha direção, lamentando-se ser tão ruim de mira e errar o alvo.

- Cala a boca!

- E esse tempo todo eu assisti você zoar os esquisitos do RPG... - Comentei, realmente não esperava me divertir tanto quando decidiu ir até aquela casa - Quem diria, hein?

- Vai se foder - Resmungou, revirando os olhos - Não testa a minha paciência inexistente, só te chamei aqui por um único motivo e não pretendo me estressar com você agora, então tenta por um segundo ficar quieta e prestar atenção no que eu falo - Ela fechou os olhos para se acalmar, forçando um sorriso simpático quando voltou a abri-los - Combinado?

- Sim, senhora - Respondi sarcástica, batendo continência. Nunca perdia a graça ver o seu rosto todo vermelho de raiva.

Uma brisa fria entrou pela janela aberta do quarto, me fazendo recordar de que ainda estávamos com as roupas úmidas da piscina. Karina pareceu sentir o mesmo, abraçando o corpo com as próprias mãos.

- A gente deveria tomar um banho antes de qualquer coisa... - Sugeriu, apontando para trás de si.

- Está se oferecendo para tomar banho comigo, Karininha? - Provoquei sugestiva.

O comentário foi facilmente ignorado por Karina que estava realmente focada em não se estressar. 

- Sem banho então, verme - Limpou a garganta e ajeitou sua postura - Vamos terminar o exercício logo para você ir embora, já me arrependi de ter te chamado aqui...

Levei a mão até o peito fingindo estar ofendida - Assim você me magoa, sabia Karininha? - Tentei provocá-la novamente. E, dessa vez, com sucesso.

- E para de me chamar assim, imbecil. 

- Como quiser, Karininha.

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