Medo de amar você

By tefyzz

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Após o falecimento de seu padrasto, Sofia e sua mãe não vê outra alternativa a não ser se mudar para outro es... More

AVISOS
Personagens
Capítulo 2 - Sorvete
Capítulo 3 - Faculdade
Capítulo 4 - Festa
Capítulo 5 - Verdade ou Desafio
Capítulo 6 - Padaria
Capítulo 7 - Trabalho
Capítulo 8 - Banheiro
Capítulo 9 - Pesadelo
Capítulo 10 - Lago
Capítulo 11 - Boate
Capítulo 12 - Quarto
Capítulo 13 - Tacos
Capítulo 14 - Bicicleta
Capítulo 15 - Lanchonete
Capítulo 16 - Piquenique
Capítulo 17 - Rave
Capítulo 18 - Amor
Capítulo 19 - Banho
Capítulo 20 - Aposta
Capítulo 21 - Dúvida
Capítulo 22 - Baile
Capítulo 23 - Flores
Capítulo 24 - Dallas
Capítulo 25 - Desabafo
Capítulo 26 - Desespero
Capítulo 27 - Mentiras
Capítulo 28 - Revelações
Capítulo 29 - Banheira
Capítulo 30 - Verdade

Capítulo 1 - Luto

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By tefyzz

Texas, Estados Unidos
4 de março, 2023

No primeiro dia parece surreal; no segundo a ficha ainda não caiu; no terceiro vem o choro, a insônia e as crises; na primeira semana você vive a vida se arrastando e pedindo para que tudo seja um pesadelo; em um mês você só chora se for ver fotos ou se tocar no assunto.
ao passar do tempo você sorri ao ver as fotos, mas você não lembra mais do som da voz, você chora em dias específicos. e quanto mais o tempo passa você acha que a dor passou mas ela continua ali, na forma de saudades mas você segue a vida, não tem como superar ou esquecer, perder alguém que ama dói que chega a faltar ar, fazer tudo girar e a vista embaçar, mas a vida tem que continuar e tá tudo bem, dói mas você sobrevive, porque tem que viver.

cinco de outubro foi o dia que Beijamin morreu, o dia em que eu recebi a pior notícia da minha vida e eu não queria acreditar no que eu estava ouvindo. agora não é todos os dias raro que choro por ele, mas nos primeiros dias foi muito doloroso, chorei por três dias seguidos sem parar e depois que me desidratei que me recompus. tentei não pensar e não consegui nem ir ao velório porque imaginei o quanto ia doer mais ao ver ele no caixão. tento segurar ao máximo e não pensar nele, mas tem dias em que não aguento ao encontrar as fotos e vir todas as nossas lembranças e chorei, chorei muito. você foi como um pai que eu nunca tive, sempre me tratou como uma filha, sua presença, suas gargalhadas, suas brincadeiras, seus conselhos e seus puxões de orelha. sem dúvidas minha mãe acertou em cheio ao escolher você como meu padrasto e eu amava te chamar de pai padrasto.

amanhã fará cinco meses que Ben se foi, tento me enganar mas lá no fundo sinto uma dor angustiante que corrói o meu peito. Mamãe e eu decidimos decidimos então vender nossa casa e morar em outro estado para que assim não tornar a dor ainda mais dolorosa ao passar pela sala e não te encontrar sentado no sofá assistindo seu jogo de basquete favorito. ele estava em todo lugar e era quase impossível de não pensar nele estando nela, e cá estamos nós dentro do carro indo para Texas.

Sentada ao banco da frente, uma música antiga em inglês tocava ao rádio enquanto mamãe batucava seus dedos ao volante. suspiro fundo e encosto minha cabeça no vidro vendo a estrada passar.

nossos móveis está logo atrás em um pequeno caminhão. confesso que sinto meu estômago embrulhar só de pensar que estamos indo para um estado totalmente diferente da que nós morávamos, pessoas diferentes e faculdades diferentes. o lado bom é que minha melhor amiga, Heloísa, já mora lá então não vai ser tão ruim, mas não quero pensar só pelo lado negativo. talvez seja muito bom que nos mudamos para um estado longe, podemos fazer uma vida nova, não que seja para esquecer de Beijamin, isso nunca, mas podemos recomeçar porque precisamos viver.

Depois do ocorrido deixei de socializar com os poucos amigos que eu tinha em Flórida, mamãe entrou em depressão por três meses. passava a maior parte do meu tempo cuidando dela e não tinha ânimo nenhum para conversar com ninguém, eu me isolei e só saía de casa para fazer compras de necessidade básica.

Uma parte de mim implora para voltar para a Flórida, voltar para nossa cada, sentir o cheiro da casa antiga, dormir na minha cama comfortavel e sair para os lugares de sempre. Mas a outra parte anseia por uma nova vida, um novo lugar e novas pessoas.

— será que nessa cidade que vamos ficar tem um bom restaurante de tacos? — mamãe pergunta me fazendo sair dos meus pensamentos.

— tomara que sim mãe, se não tiver, essa cidade é horrível! — brinco respondendo.

mamãe solta uma leve risada e volta a focar na estrada.

Beijamin era mexicano oque nos fez se apaixonar por comidas mexicanas, todo mês íamos comer taco no restaurante Taco's Ropper, sem dúvidas era o melhor. mas paramos de comer quando ele se foi e só criamos força para ir sem ele há um mês atrás como despedida da nossa cidade e do nosso restaurante predileto.

E finalmente depois de um longo tempo dentro do carro, vemos a placa "bem vindo a Texas" sinto um calafrio percorrer pelo meu corpo. e se eu não me adaptar? e se eu continuar sentindo falta de Flórida? e se a faculdade for boa? e se as pessoas não gostarem de mim?

não, Sofia! não deixe esses pensamentos te dominar. de qualquer forma, iremos ficar aqui e eu só preciso pensar que vai ficar tudo bem, né?

minha bunda está dormente e minhas pernas estão doendo por estar tanto tempo sentada.

abaixo o vidro do carro sentindo o vento balançar meus cabelos e a brisa me acalmar de certa forma.

os prédios altos me chamaram bastante atenção e percebi que essa cidade não é muito pequena, na verdade ela parece ser enorme.

mamãe já havia alugado a casa que vamos morar há uma semana atrás e acertou com o proprietário. quando estávamos decidindo aonde iríamos morar, eu pensei em Texas mais pelo fato de Heloísa, minha melhor amiga, já estar aqui. mamãe pensou e viu que tem um ótimo custo benefício e cá estamos nós chegando em San Angelo, Texas.

chegando na casa percebo ser bem bonita, ela é pintada por um laranja queimado, tem dois andares e um lindo jardim em frente com flores lindas e coloridas com uma grana bem aparada.

observei ser uma rua bem movimentada com repletas casas como vizinhos.

descemos do carro então mamãe pega as chaves, o caminhão para logo atrás e então mamãe tenta acertar qual das chaves é a que abre o portão mas falha na primeira tentativa, então ela acerta na segunda e agora sabe qual é de abrir o portão e qual é o da porta de casa.

entramos e observamos melhor como é, o chão é de madeira e a sala é bem espaçosa com uma ótima claridade e a cozinha também. logo subindo as escadas ficam os dois quartos e o banheiro, já escolhi o meu quarto e a vista é ótima. a casa é ótima e bem espaçosa para nós duas.

— o que achou? — ela pergunta.

observo mais um pouco.

— é perfeito, mãe — respondo e logo aparece um pequeno sorriso no seu rosto, sorriso em que é raro de se ver.

descemos e mamãe conversa com os dois caras que veio ajudar na mudança para dizer aonde vai ficar cada móvel e começamos a retirar tudo e levar para a casa. odeio me mudar porque, além da sensação estranha de um novo lugar é bem cansativo, mas no fundo eu gosto da sensação de um novo lugar, o receio e o frio na barriga de você sem saber direito como é o lugar e as pessoas é eletrizante, como se fossemos parar em outro mundo.

enquanto voltava para buscar outras coisas do caminhão, um rapaz alto saiu de uma casa branca que fica do lado da minha e começou a observar de forma curiosa. sua pele é clara, e seus cabelos castanhos em seu corte de cabelo mullet. ele está usando uma camisa branca e uma bermuda jeans com um tênis branco, ele parece ter a minha idade. e então se aproximou quando me viu carregar uma cômoda com dificuldade.

—- oi vizinha! — sorri e então paro na frente do portão e coloco a cômoda no chão.

— ah, oi! — falo de forma atenciosa.

— quer ajuda? — fala se referindo a cômoda.

— ah não, não precisa se preocupar — digo enquanto os caras entram e saem da casa com mais móveis.

— desculpa, eu não quero ser invasivo.

— não, não, tudo bem.

— então eu posso ajudar né? — sorri largamente.

a cômoda está pesada para mim, se ele quer ajudar, por que não?

— tá bom, pode — sorrio fraco e então ele pega a cômoda e pego uma caixa de papelão com alguns pertences.

entramos na casa juntos e subimos as escadas.

— aqui — mostro o quarto para ele e então ele coloca a cômoda no chão e eu a caixa.

e então descemos novamente e pegamos mais caixas e móveis. e assim subimos e descemos diversas vezes a escada da casa.

— obrigada — eu agradeço um pouco cansada.

— olha eu sei que não mudou em nada eu ter carregado algumas coisas, esses caras parecem uma máquina! — fala e então solto uma risada.

— oque vale é a intenção — digo com um leve sorriso.

— mas é claro — sorri — a propósito, me chamo Matheus e você?

— Sofia — respondo.

— já veio ao Texas antes? — pergunta colocando as mãos no bolso.

— é a nossa primeira vez — respondo desanimada ao me lembrar do motivo.

Matheus parece ter percebido.

— me desculpe, eu não quero parecer um vizinho maníaco ou psicopata tá? eu só sou curioso mesmo, talvez até demais — ele ri fraco e então sorrio.

— relaxa, tá tudo bem — respondo tímida.

Matheus então solta um sorriso simpático e continuava a me observar.

ouço minha mãe subir as escadas.

— bom, então eu vou indo — fala e começa a andar.

— como posso agradecer? — sorrio educada.

— talvez um café? pra você conhecer uma boa cafeteria daqui — fala em direção a porta.

— qualquer dia desse então — sorrio.

ele sorri de volta e então vai embora encontrando minha mãe em seu caminho e ouço de longe uns murmúrios, ele deve estar se apresentando.

então em seguida minha mãe entra no quarto e me observa.

— aquele então é o nosso novo vizinho? — mamãe indagou.

— sim, ele parece ser legal. já terminou de buscar as coisas?

— sim, os homens estão indo embora agora.

— agora temos que arrumar essa bagunça — suspiro fundo.

— está com fome? — mamãe pergunta.

— muita — respondo.

— então antes, vamos comer — ela fala então logo me empolgo já que já estava com dor de cabeça depois de passar horas dentro do carro.

(...)

— isso aqui tá uma delícia! — falo com a boca cheia, comendo um hambúrguer com fritas em uma lanchonete não muito longe porém está bem cheia.

— olha os modos Sofia! — mamãe fala e logo da uma mordida no dela — mas está muito bom mesmo.

— ou talvez só estamos muita famintas — falo e minha mãe solta uma risada.

— vai para aquela faculdade mesmo filha? — pergunta e logo toma um gole no copo com refrigerante.

— a Stanford? vou sim mãe, já está decidido. ela parece ser uma boa faculdade e já estamos em março, fui aceita e não posso perder tempo procurando outra, quero muito cursar economia — então dou mais uma mordida em meu hambúrguer, esse sem dúvida vai ser meu segundo lugar preferido, deixando em primeiro um bom restaurante mexicano.

— é uma ótima escolha filha, fico feliz por você e quero que saiba que tem meu total apoio — ela coloca uma mão sobre a minha e me encara.

sinto meu coração palpitar com uma felicidade incomum.

— obrigada mãe, eu também estou feliz.

parcialmente, não estou completamente porque uma parte de mim ainda quer voltar para Flórida, mas a outra parte está por começar uma nova vida aqui.

o sino da porta faz barulho me chamando a atenção e um grupo de rapaz entram, todos eles de uniforme branco e azul que ao passar por mim, me encaram e solta cochichos entre si.

um nó se forma na minha garganta por se perguntar oque eles devem estar pensando, suspiro aliviada ao terminarem de passar e sentarem em uma mesa distante.

— hmm.

mamãe parece estar dando mais atenção em seu lanche do que eu, é isso que tenho que fazer.

dou mais uma mordida saborosa em meu lanche e em seguida a porta novamente faz barulho com mais um grupo de jovens mas desta vez de garotas, e todas com o mesmo uniforme só que como líderes de torcida.

quando passam por mim me encaram com desdém e cochichos. não só só isso como pareciam estar debochando oque me faz querer se enfiar em um buraco e não sair nunca mais.

em Flórida eu não estaria assim

(...)

— ufa, acabou — suspiro aliviada depois de ter arrumado toda a casa com mamãe.

em seguida vou para o banheiro tomar um banho e tirar todo esse cansaço do corpo, passo o sabonete líquido por todo o corpo com uma esponja, e então passo o shampoo no meu cabelo, enxaguo e então passo o condicionador por todo o comprimento. saindo do banho aliviada passo o de sempre que é desodorante, hidratante e perfume e finalizo meu cabelo.

visto um short moletom preto e uma blusa de alça branca e então me deito na cama.

pego meu celular e mando mensagem para Heloísa dizendo que já cheguei, acabei só tendo tempo agora para avisar ela, porém meus créditos estão meio lento, eu podia ter pedido o wi-fi do Matheus aquela hora, droga. só segunda para colocar wi-fi aqui.

oq acharam do primeiro cap??

ele ficou um pouco curto mas prometo que os próximos serão longos! <3

se gostarem, não esqueçam de votar, é muito importante para mim continuar :)

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