Hype Girl | Kajemac Fanfic [P...

By kjbrandman

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Mackenzie Coyle era conhecida por ser uma aluna problemática. Karina Brandman, a presidente do Grêmio Estudan... More

1. Hell's Day
2. Nothing New
3. Daddy Issues
4. Self-Centered
5. Secrets
6. In Your Dreams
7. Mommy Issues
8. Deal
10. Karininha
11. Prom
12. Normal
13. All the things I hate about you

9. Cigarettes & Mint

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By kjbrandman

[Mackenzie Coyle's Point of View]:

O último dia da semana chegou e com ele, o primeiro jogo das classificatórias. Jogo esse que eu não queria assistir, mas aparentemente dar um simples soco em um babaca — que mereceu — me obrigava aquilo. Esperava, ao menos, conseguir ver algum hematoma no capitão do time, para fazer valer a pena estar ali.

Os portões estavam abertos para o público de fora e como, obviamente, não teríamos aula, inúmeros alunos do colégio adversário transitavam pelos corredores. 

Eu estava parada no meio do corredor principal, observando alguns rostos conhecidos — outros nem tanto — enquanto esperava Erin. Que, para o bem dela, era melhor realmente aparecer.

Ergui o queixo e fiquei na ponta dos pés tentando enxergar melhor o final do corredor. As pessoas que passavam desviavam do meu corpo, ao mesmo tempo que meu olhar escaneava rapidamente seus rostos.

Quando finalmente a entrei, passando pelo portão principal, esperei que Erin me notasse também. Porém, não aconteceu. A garota caminhava entre a multidão, distraída demais olhando para os rostos diferentes no colégio. 

Impacientemente, levantei ambos os braços e comecei a acenar. Erin precisou de alguns segundos para finalmente me notar e quando nossos olhos se encontraram, me arrependi no mesmo instante. O motivo?

Recobrei a consciência de que estava vestida com a camisa do time de futebol e com duas listras azuis pintadas em cada uma das minhas bochechas. Eu sentia toda a minha credibilidade indo pelo ralo e, com certeza, ela me zoaria pelo resto do ano inteiro. 

Eu realmente odiava o grêmio estudantil. 

A medida que Erin se aproximava, sua gargalhada ficava ainda mais alta. Revirei os olhos violentamente, soltando o ar.

- O que houve com você? - Ela perguntou e riu baixo - Seja lá quem fez isso contigo, melhorou o meu dia.

Não respondi nada, apenas lhe ofereci um olhar ameaçador. No mesmo segundo, Erin entendeu que a culpa de eu estar naquele estado constrangedor era do grêmio.

- Mas poderia ser pior... -  Comentou como quem não queria nada - Você poderia está por aí desfilando com o nome do Dylan nas costas.

É... poderia mesmo ser pior.

- Agora cala a boca e vamos logo - Falei impaciente, virando-me de costas. 

- Me espera! - Pediu, apressando seus passos. 

Erin sequer sabia para onde eu estava indo, porém me seguia, por isso, apenas ocultei aquele pequeno detalhe.

- Espero que pelo menos o nosso time ganhe, ouvi dizer que depois acontece uma enorme festa para comemorar - Erin disse empolgada, seu tom de voz denunciava que ela realmente contava com aquilo.

Nos distanciávamos do corredor principal para um mais vazio, não demorou para que meu olhar encontrasse o que procurava. O grêmio estudantil, ou pelo menos, alguns membros dele.

Enquanto nos aproximávamos, minha mente divagou sobre duas pessoas que não estavam presentes. Lauren, que não falava comigo desde o ocorrido — algo que eu esperava, mas estranhei. E Karina...

Essa que desde que nos beijamos parecia fugir de mim, evitando respirar o mesmo ar que eu.

- Eu não acredito que você fez isso comigo... - Erin murmurou baixo, forçando um sorriso a medida que nos aproximávamos. 

- Falei que não ia demorar - Disse, dando um sorriso falso, parando ao lado deles.

- Se soubesse que ia trazer essa daí, não tinha te liberado para ir - Uma das garotas do grêmio respondeu, eu sequer sabia seu nome.

- Eu estou cumprindo punição com vocês, não cativeiro - Rebati - Sinto acabar com a sua fantasia, sei que sonha com isso.

Tiffany riu baixo com a minha resposta, recebendo um olhar reprovador da outra garota. Ela deu de ombros, mostrando-se indiferente e seu olhar parou em mim um segundo depois.

- Preciso que pegue a caixa com os cartazes, acabei esquecendo na sala do grêmio - Tiffany pediu - Vamos distribuir eles daqui a pouco. 

Puxei o ar para rebater dizendo que ela não estava ocupada e que poderia fazer aquilo sozinha, porém seu olhar apontou para a garota ao seu lado, em um pedido silencioso. 

Elizabeth. Era uma das raras vezes que via a garota sozinha. 

Maldita hora que resolvi aceitar aquele acordo com a vice-presidente.

- Claro, com prazer - Ironizei - Ei, clone! - Henry olhou para mim. Que fofo, ele atendia pelo apelido - Ela é toda sua, cuide dela por mim - Pedi, observando o olhar de desespero de Erin em minha direção. 

Não esperei uma resposta, apenas saí e torcia para que quando voltasse, Erin ainda estivesse viva. 

Viva e com duas listras azuis em suas bochechas.

Para o meu azar, a sala do grêmio estudantil ficava um pouco longe, me fazendo passar com dificuldade por entre as pessoas do corredor principal. E, quando tudo que está ruim, pode piorar, ao abrir a porta, encontrei a presidente.

Ela estava de costas, mais a frente, terminando de colocar algo na prateleira acima da sua mesa. Somente notando que não estava mais sozinha quando fechei a porta atrás de mim. Karina olhou por cima do ombro e, ao me ver, até tentou, mas não segurou um riso debochado. 

- Certeza que isso deve ter sido ideia sua - Apontei para o meu próprio rosto, sabendo que esse era o motivo do seu divertimento.

- Não perderia o meu tempo com isso - Respondeu firmemente, parecendo voltar ao seu mau humor natural.

Caminhei em passos lentos e ela se abaixou atrás da mesa para guardar alguns papéis. Quando parei a frente daquele que era o único objeto entre a gente, a vi abrir e fechar algumas gavetas, tentando fazer qualquer coisa para parecer ocupada.

- Pediram para pegar a caixa com os cartazes - Informei, limpando a garganta.

Karina ergueu o olhar, encontrando com o meu que a analisava. A presidente somente apontou com o queixo para cima da mesa e voltou ao que fazia. 

A caixa estava na ponta da mesa, bem a minha frente. Poderia apenas pegá-la e sair, mas obviamente, não faria aquilo. Meus dedos tatearam as bordas do objeto de papelão e meu olhar pairou de forma curiosa em uma camisa de time, também sobre a mesa.

- Também vai ver o jogo, presidente? - Perguntei pretensiosamente. 

Karina suspirou impacientemente, se levantando. Seu olhar alternou entre mim e o tecido.

- Não te devo satisfações, Coyle. Apenas pegue a caixa e saia daqui - Cuspiu as palavras.

Um riso satisfeito deixou a minha garganta, fazendo-a semicerrar os olhos. Notar a forma que uma simples pergunta a afetava, era extremamente prazeroso. 

- Estava pensando... - Disse como quem não quer nada - Você anda me evitando ou fugindo de mim? 

- E tem diferença? - Karina perguntou, enquanto me encarava. Seu olhar era desconfiado e atento.

- Sempre tem uma diferença, presidente... - Respondi, com um sorriso de lado. Quase que automaticamente, a vi revirar os olhos - Se você estiver me evitando, somente me despreza, mas se estiver fugindo de mim... É porque simplesmente não consegue esquecer o que fizemos. 

- Está sonhando demais, Coyle - Disse, deixando um sorriso canalha desenhar os lábios, mostrando a linha perfeita dos seus dentes. Ela pegou a camisa de time na mesa, passando por mim.

Sentei na mesa, cruzando meus braços, a vendo se afastar em direção a saída.

- Anda querendo saber sobre meus sonhos? - Perguntei retoricamente - Se quiser, eu posso te mostrar o que se passa neles... - Falei sugestiva.

Karina parou no lugar, me olhando por cima dos ombros. Suas sobrancelhas uniram-se demonstrando sua confusão. Ela pareceu ponderar por poucos segundos, como se estivesse lutando internamente consigo mesma. 

Encarou a porta e tocou a maçaneta, em meio ao silêncio sufocante que dominou aquela sala. E, como esperado, Karina abriu a mesma, indo embora. 

Deixei um suspiro derrotado escapar, me dando por vencida. Busquei a caixa com os cartazes, saindo em seguida.

[...]

[Karina Brandman's Point of View]:

"Ganhamos!", ouvi aquela palavra inúmeras vezes desde que o jogo acabou e nosso time venceu a primeira partida das classificatórias. Porém, se alguém me perguntasse o que achei da partida, não saberia responder.

Uma vez que, enquanto meus amigos conversavam entre si, eu estava tentando lembrar de, ao menos, um lance daquele jogo. Ainda mais quando aqueles olhos mantiveram-se em mim durante sessenta minutos, do outro lado da arquibancada, cruzando com o meu diversas vezes.

Desde que nos beijamos naquele ambiente minúsculo, a ver todos os dias, era como um lembrete subentendido de que nosso joguinho estava longe de ter um fim. Eu queria colocar um ponto final naquilo, em vez de vírgulas, porque minha mente passou dias pensando em formas de mantê-la de boca fechada.

Mas porquê a sensação de adrenalina percorrendo o meu corpo era tão boa? Era como se todas as meus pensamentos fossem irracionais perto dela

Mackenzie Coyle era perigosa e nem ao menos lembro quando entrei nesse jogo de egos, mas quando cruzava o caminho com ela, suas provocações e tons sugestivos carregados de segundas intenções, me deixavam em desvantagem. Por isso, precisava manter distância segura.

Porque nesse jogo, ela não tinha nada a perder, diferente de mim. Era um ponto ao seu favor e eu precisaria ser muito esperta para pensar em uma jogada de mestre ou em breve ela me daria um xeque-mate. 

- KJ? Karina? - Tiffany, ao meu lado, interrompeu meus devaneios e atraiu a minha atenção - Ei, estou falando com você!

- O que? - Perguntei confusa, tentando relembrar sobre qual assunto minha amiga falava anteriormente. 

- O que deu em você? - Resmungou, revirando seus olhos ao perceber que eu não ouvia nada do que ela disse antes - Eu estava perguntando se você realmente não vai para a festa, todo mundo vai.

Somente naquele momento notei que as arquibancadas estavam quase completamente vazias. Nossos amigos tinham ido embora durante o momento em que meus pensamentos estavam longe dali. 

- Sabe que não vai dar... - Pressionei os lábios em descontentamento.

- Lembra do que eu te falei? - Perguntou retoricamente - Você precisa sair, conhecer pessoas novas... Liberar esse estresse. 

- Não vai rolar... 

Eu precisava estudar para as avaliações da faculdade que se aproximavam, além do mais, minha mãe reclamaria até a minha próxima geração se soubesse que eu estava em uma festa com diversos jovens que ela julgava serem "sem futuro". Ainda precisava terminar as questões de física avançada que o professor havia pedido, não queria um motivo para ver Mackenzie naquele final de semana. 

- Vamos, por favor! - Tiffany continuou insistindo.

- Não posso... - Disse, recusando completamente.

Sem chance, jamais, nunca, de forma alguma, de jeito nenhum. 

[...]

Eram quase dez da noite quando chegamos a mansão onde estava acontecendo a festa em comemoração a vitória. E, não demorou nem 1 minuto para me arrepender de ter cedido aos pedidos incansáveis de Tiffany. 

Por todos os lados, adolescentes bebiam ou se pegavam em algum lugar. Eu podia sentir o cheiro de cigarros e, com certeza, de maconha.

- Você poderia pelo menos fingir que está se divertindo! - Tiffany falou um pouco mais alto para que eu ouvisse devido a música ensurdecedora do ambiente. 

- Eu juro que estou - Respondi falsamente.

- Vem, você está precisando de bebida... - Informou, me puxando em direção a cozinha. 

Porém, de todas as pessoas que eu esperava encontrar, vi a pessoa que eu estava fugindo nos últimos dias. Era como se existisse uma força magnética que sempre nos puxasse em direção uma a outra. 

Mackenzie conversava com sua amiga — que estava de costas para nós — porém ao me notar, desviou seu olhar para mim, sorrindo com aquele maldito sorriso cafajeste. 

Como eu o odiava!

- As duas líderes do grêmio estudantil em uma festa durante a semana - Disse provocando, fazendo sua amiga virar em nossa direção também - Que exemplo querem dar para o restante dos alunos?

- Se já estava ruim, piorou ainda mais agora... - Murmurei, revirando os olhos. 

- Oi para você também, Mackenzie... - Tiffany respondeu, passando por elas, indo até as bebidas - Estamos aqui para nos divertir, somos humanas, sabia?

- Diversão é comigo mesmo! - Erin comentou empolgada, talvez já estivesse com muito álcool em sua circulação sanguínea - Finalmente estão deixando de serem caretas, é isso que eu gosto de ver!  Vocês deveriam provar isso daqui, é tão bom! - Ela disse, apontando para uma bebida de procedência duvidosa no balcão. 

- O que é? - Tiffany perguntou interessada, tentando sentir o cheiro.

- Eu não faço a menor ideia - Respondeu, rindo mais do que necessário. Claramente estava alterada. 

- Tudo bem... - Deu de ombros, virando a bebida na boca - Hum... Nossa, isso é muito bom - Concordou, balançando sua cabeça - Você precisa provar, KJ.

Aquilo pareceu chamar a atenção de Mackenzie que me olhava com a sobrancelha erguida como se duvidasse que eu faria aquilo.

- Não sei não, não parece fazer o tipo da Kaje... - Provocou, repetindo o apelido que Tiffany havia dito.

- Você nem sabe o que seria meu tipo - Respondi, passando por ela - E para você, é Karina.

- Como quiser, Karina - Disse, deixando uma risada escapar de sua garganta.

Tiffany novamente encheu o recipiente com a bebida, me oferecendo em seguida.

- Você vai gostar... - Garantiu.

Respirei fundo antes de virar o conteúdo de uma vez, sentindo todos os meus órgãos queimando por dentro, apesar do gosto doce. Em algum momento, comecei a tossir compulsivamente, as fazendo rir.

- Eu sabia que você não tinha culhões para isso - Mackenzie provocou, enquanto ainda ria. Minhas sobrancelhas uniram-se em confusão pela palavra, porém não conseguia rebater devido a tosse copiosa - Adorei essa conversa entre garotas... - Ironizou, descendo do balcão - Mas preciso ir lá fora fazer uma coisa, sinto muito em deixar vocês tristes com a minha ausência.

- Guarde um para mim! - Erin pediu, a vendo se afastar não sem antes me dar um último olhar. 

[...]

Eu não sabia quantos minutos estava ali, nem mesmo o álcool parecia fazer efeito. Ao contrário de mim, Tiffany e Erin riam até do vento, enquanto conversavam sem parar.

Desde quando eram tão amigas assim?

- Eu vou ao banheiro... - Informei, sem ao menos saber se as duas ouviram. Elas pareciam mais interessadas em rir de algo aleatório que haviam dito.

Eu queria ir para a minha casa, mas não podia nem se quisesse muito. Naquele estado, Tiffany precisaria de ajuda para ir para a sua.

Pelo caminho, eu conseguia ouvir inúmeras conversas paralelas ao meu redor. Meu olhar percorreu as pessoas naquele ambiente, enquanto o cheiro de álcool, fumaça e hormônios me sufocavam.

Paralisei de repente como se não tivesse mais movimentos ao ver Mackenzie sair de dentro do banheiro. Porém, não sozinha. Maxine, a líder de torcida, saiu com seu batom borrado, assim como seus cabelos bagunçados, denunciando o que estavam fazendo ali dentro. 

Apenas as ignorei, passando por elas. Ao entrar no banheiro, o som alto de música ficou abafada, o que agradeci imensamente. Sentia como se minha cabeça fosse explodir a qualquer momento com o barulho. Me olhei no espelho, respirando profundamente como se aquele fosse o melhor oxigênio que recebi em horas.

Porém meu momento de paz não durou mais que alguns minutos. Virei meu rosto ao ouvir a porta ser aberta novamente, sendo inevitável não revirar os olhos ao vê-la outra vez.

- Esqueceu alguma peça de roupa pelo banheiro? - Perguntei a provocando, a fazendo soltar uma risada anasalada. 

- Não... - Respondeu com aquele sorriso irritante. Ela estava escorada na porta, com seus braços cruzados.

- Então acho que você não tem nada para fazer aqui... - Falei, voltando a encarar o meu reflexo - Está ocupado, já pode sair.

- Eu não queria estar aqui também, mas aparentemente sua amiga está agarrada com a minha... - Disse como quem não quer nada - Não sei, me parece muito que os membros do grêmio estudantil gostam de beijar alunos mais rebeldes...

A Tiffany estava fazendo o quê?! Eu estava tão chocada que sequer conseguia formular uma palavra. Até onde eu sabia, ela estava caidinha pela melhor amiga da líder de torcida, a Elizabeth. Aquilo, definitivamente, me pegou desprevenida. Porém, rapidamente me recompus. 

- E então você achou que encher o meu saco seria a melhor opção? - Perguntei retoricamente, era óbvio que a resposta era sim.

Mackenzie soltou uma risada anasalada, negando com sua cabeça, enquanto olhava para o chão. 

- Você é bem convencida, presidente - Apontou, olhando-me novamente. 

- É difícil não ser quando você me persegue por todos os lugares - Rebati, deixando um sorriso de lado surgir em meus lábios.

A garota fez um estalo com sua língua em negação, enquanto aproximava-se. Dentro de mim sirenes em vermelho alertavam sobre os riscos da sua aproximação repentina.

- Eu sei bem o que você estava fazendo quando estava me olhando durante o jogo, estou começando a pensar que está sonhando demais comigo, Coyle - A provoquei, tentando disfarçar o meu nervosismo.

- Você não faz a menor ideia com o quê ando sonhando, Brandman... - Ela sussurrou ao parar ao meu lado.

O cheiro de álcool e cigarros misturado com o seu perfume denunciava o quão próximas estávamos. Claramente, Mackenzie não deveria está agindo racionalmente e deveria está alterada pelas bebidas. 

- E se quiser, eu posso te mostrar o que se passa neles... - Sugeriu, fazendo meu corpo estremecer. Respirei fundo, fechando os olhos.

Eu poderia passar por ela, ir até a porta e sair dali. Mas não fiz. Em vez disso, virei meu rosto, encontrando aqueles olhos que me fizeram suspirar.

Meu olhar vacilou para a sua boca e ela o acompanhou. Umedeci os lábios e engoli em seco, sentindo uma sede dominar a minha garganta de repente.

Virei de costas, encostando-me na pia, não demorou para que ela entendesse. 

Poucos centímetros separavam os nossos lábios.

Impacientemente, Mackenzie capturou meus lábios de forma violenta em um beijo quase desesperado. 

Com uma das mãos, ela segurava firmemente a minha cintura. Sua boca se movia entre os meus de forma ousada e sua língua contornava o interior da minha boca, fazendo-me desejar mais daquilo.

Quando precisamos de ar, arfei contra a sua boca, roçando os nossos lábios. Ela abriu os olhos por um segundo, me olhando de maneira intensa. 

- Mackenzie - A chamei - Espero que ainda saiba guardar segredos. 

- Sou muito boa nisso - Ela respondeu, sustentando meu olhar e sorrindo daquele jeito irritante.

Sequer tive chance para responder alguma coisa, sentindo seus lábios serem pressionando mais uma vez contra os meus.

Desci os beijos por seu pescoço, marcando a sua pele propositalmente. Ela não pareceu reclamar daquilo, apenas , entrelaçando suas mãos entre os meus cabelos.

Quando se deu por satisfeita, apenas guiou minha cabeça para cima, juntando nossas bocas novamente. Envolvi seu lábio inferior nos meus, sentindo a sua língua roçar suavemente em um toque quente. 

Ao sentir meus pulmões implorando por oxigênio, afastei nossos rostos. Meu polegar triscou em seus lábios entreabertos, eles estavam um pouco inchados. 

- Eu te odeio - Proferiu com raiva na voz, porém seu tom era baixo. Seu olhar caiu para a minha boca, voltando para os meus olhos em seguida.

- É recíproco.

Ela respirou profundamente e esperou que eu capturasse seus lábios novamente, em mais um beijo necessitado e nada delicado. Eu sequer conseguia ouvir a música do lado de fora, pois o estalar do contato entre nossas bocas preenchiam o lugar. 

E, infelizmente, precisou acabar em algum momento, porque não tínhamos todo tempo do mundo e a sorte também não estava ao nosso favor.

Acabei esbarrando em alguma coisa na pia, o fazendo cair ao chão, ecoando pelo ambiente, trazendo de volta a minha consciência. A porta estava destrancada, qualquer um poderia entrar a qualquer segundo, o que diabos eu estava pensando?!

Não havíamos sido pegas no flagra, mas foi o suficiente para nos afastarmos.

- Melhor ir atrás de Tiffany - Disse, arrumando o meu cabelo da melhor maneira possível no espelho. Ela me analisava com um sorriso satisfeito nos lábios ao notar o estado que eu estava. Acabei soltando o ar da garganta ao perceber. 

Canalha.

Para não parecermos suspeitas por sairmos juntas ou apenas para ficar sendo atormentada por seus pensamentos, Mackenzie permaneceu parada no lugar, enquanto dei as costas para ela, em direção a porta.

- Mackenzie... - A chamei, olhando por cima do ombro - Essa conversa acabou por hoje. Mantenha a boca fechada sobre o que aconteceu aqui - Meu tom era autoritário, enquanto segurava a maçaneta. 

- Como quiser, Karina - Ela respondeu, sorrindo daquele jeito maldito.

- Se quiser, pode colocar a culpa na bebida - A provoquei, sorrindo vitoriosa uma última vez, antes de destrancar a porta.

Caminhei pelo corredor sentindo os meus lábios dormentes. Novamente havia caído em seus joguinhos porém, dessa vez, não saí por baixo. 

Estávamos empatadas.

Somente naquele momento percebi que seu beijo carregado de desejo repreendido era muito melhor. Principalmente quando ele tinha gosto de cigarros e menta.

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