Depois de muito conjecturar sobre o que escutei alguns dias atrás sobre os sentimentos malucos do Potter, decidi fazer o que sei fazer de melhor: joguei essas lembranças em uma sala no meu palácio mental, dedicada totalmente às loucuras do Potter, e as tranquei, não do lado sombrio, mas no fundo do corredor de coisas importantes para mim. Já que, querendo ou não, algo me dizia que isso, em algum momento, seria útil. O Potter e tudo sobre ele... E se tem uma coisa que eu tenho certeza, é que meus palpites sempre estão certos.
Mas agora era hora de deixar as distrações para outro momento. Draco e eu estávamos gastando tanto tempo com o armário sumidouro que esquecemos que hoje era o jantar de Natal do Slughorn, que ficava bem próximo ao corredor da sala precisa, onde deveríamos ir fazer nosso primeiro teste do armário.
Assim que os últimos convidados da festa chegaram, eu e Draco saímos de um vão na parede, onde nos mantivemos escondidos de todo o resto.
— Isso precisa dar certo — Falo nervosa.
— Sua magia é poderosa, tenho certeza de que vamos conseguir — Draco fala, segurando a minha mão, enquanto caminhamos para a parede da sala precisa.
— Se algo der errado, Bellatrix e todos os outros comensais que recrutamos podem morrer no caminho de um armário para o outro — Falo, apertando minhas vistas.
— No momento, não sei se isso seria uma coisa boa ou ruim — Draco fala, com um arquear de sobrancelha.
— Acredite, nada me faria mais feliz do que ver sua tia morrer em agonia, mas o lorde das trevas iria nos punir por matar seus seguidores — Falo séria.
— Ele não está contente com nenhum de nós. Até agora, não falou nada sobre libertar papai e Bart — Draco fala com raiva.
— Porque ele acha que vamos fracassar na nossa missão. Então, ele poderá nos matar e depois ir até Azkaban e matar papai e Lúcio lá também, mostrando para o ministério que ele pode fazer qualquer coisa — Falo, segurando uma lágrima que teimosamente quer se libertar.
— Se ele conseguir o domínio do ministério, ele terá o domínio de Azkaban também — Draco fala pensativo.
— Não só Azkaban, como dos dementadores — Falo rígida.
— Não tem como controlar os dementadores — Draco afirma.
— Papai uma vez me disse que no ministério tem uma câmera. Eles a denominaram como câmera da morte, pois existe uma passagem lá... Mais como um portal, um véu. Ninguém sabe quem o criou, mas ele é cheio de runas gravadas em sua base, e quando você chega bem perto dele, pode-se ouvir sussurros do além... Claro que ninguém o atravessou para descobrir o que há depois, porque acreditam ser a porta do mundo dos vivos e dos mortos. Papai falou que os inomináveis o estudam meticulosamente, e ainda assim não conseguiram arranhar nem a superfície dos seus mistérios, mas que com certeza a magia que emana daquele portal poderia ser usada para controlar qualquer coisa, talvez até mesmo os dementadores — Falo pensativa.
— Os dementadores não são criaturas burras como a maioria pensa. Eles são muito inteligentes e podem escutar e até mesmo falar conosco. Eles sabem identificar os sentimentos humanos, mas não diferenciar com certeza os sentimentos de um animal. Isso é, eles são criaturas que se aliaram a quem for mais poderoso, e no momento, o ministério é o pilar mais poderoso do nosso mundo — Draco concorda.
— O que eu te digo é que, quando a guerra explodir e o lorde das trevas acender o poder do ministério, os dementadores irão se aliar a ele — Falo séria.
— O que tudo isso tem a ver com esse véu que você disse? — Draco perguntou desconfiado.
— Que quando tirarmos o papai de Azkaban, eu e ele vamos ter uma longa conversa sobre esse véu. Algo me diz que ele pode ser útil para nós, e nós vamos ter livre acesso a ele — Falo com um pequeno sorriso.
— Se o lorde das trevas tiver conhecimento sobre o véu e todo seu poder escondido, ele não vai deixar ninguém se aproximar — Fala de modo sério.
— Isso é uma história para outra hora — Falo, parando. — Vamos nos concentrar no armário agora — Disse, apontando para o mesmo.
— Certo — Draco concorda.
Tirando imediatamente a tapeçaria de cima do armário.
Então, Draco abre o armário sumidouro e coloca uma maçã dentro dele, o que faz com que nós dois nos olhemos com apreensão.
— Harmonia nactere passus — Draco fala, apontando a varinha para o armário.
Então, o mesmo faz um pequeno barulho de sussurro, o que faz Draco olhar para mim e imediatamente abrir o armário, mas a maçã havia sumido.
— Isso é bom, não é? — Ele pergunta com dúvida.
— Conjure novamente — Falo, olhando para o armário, não tendo certeza se sim ou não.
— Harmonia nactere passus... Harmonia nactere passus — Draco fala com mais firmeza ainda.
Então, novamente, o armário faz um barulho de sussurros, e Draco o abre novamente.
— Deu certo — Falo, olhando para a maçã dentro do armário.
Então, Draco a pega, gira-a e podemos notar uma mordida na mesma, o que o faz olhar para mim e sorrir.
— Parece que conseguimos — Draco fala animado.
— Vamos testar com um ser vivo — Falo com um aceno de cabeça.
— Sim, mas não hoje. Devemos sair antes que comecem a andar pelo corredor novamente — Draco fala com um pequeno sorriso satisfeito.
Em um momento de distração minha e do Draco, assim que viramos o corredor, demos de cara com o Filch.
— Vocês têm o passe livre do professor Slughorn? — Filch pergunta, nos olhando com um sorriso nojento no rosto.
— Isso não é da sua conta — Falo, olhando-o de cima a baixo.
— O que vocês dois estão fazendo aqui? — Filch diz, se aproximando ainda mais de nós dois.
— Não escutou, aborto? Isso não é da sua conta — Draco fala com raiva.
O que faz Filch agarrar imediatamente nossos braços e nos arrastar pelo corredor, indo em direção à festa do professor Slughorn.
— Estávamos indo embora, não tem motivo para nos levar de volta — Falo, dando tapas em sua mão.
Mas Filch se mantém estóico, apertando ainda mais nossos braços.
— Verme maldito, está nos machucando — Draco fala com raiva.
Filch realmente nos arrastou para dentro da festa de Natal do professor Slughorn, chamando a atenção de todos para nós, o que poderia me fazer sentir vergonha, se eu não estivesse com tanta raiva nesse momento.
— Tire suas mãos nojentas de cima de nós, seu imundo inútil — Draco fala, tentando puxar o braço.
— Olha só, professor, eu acabei de encontrar esses dois no corredor lá em cima. Eles afirmam ter sido convidados para a festa — Filch fala, sorrindo de modo presunçoso.
— Tá bom, tá bom, eu e Lynx estávamos tentando entrar de penetras na festa. Satisfeito? — Draco fala de modo culpado, como se estivesse com medo de ser punido.
— Só queríamos nos divertir. Prendam-nos em Azkaban por querer uma distração — Falo, abaixando a cabeça de modo submisso.
Antes que Slughorn pudesse sair da sua névoa de choque, Severus veio até nós de modo rápido.
— Eu acompanho esses dois até a saída — Severus diz com um olhar frio.
Fazendo com que eu e Draco abaixássemos a cabeça de modo verdadeiramente submisso, não querendo aumentar ainda mais sua raiva.
— Certamente, professor — Draco fala, erguendo os olhos.
Então, Draco sai na frente juntamente com Severus.
— Uma festa sem uma discussão não é uma festa — Falo, olhando para o professor Slughorn. — E a propósito... Não se serve vinho tinto em uma festa; geralmente se serve champanhe ou suco. Vinho, quando derramado, pode causar manchas — Falo com um pequeno sorriso.
— Lynx Myrcella Leblanc Lannister Malfoy, venha imediatamente — Severus fala em voz baixa.
O que faz eu me arrepiar dos pés à cabeça e seguir rapidamente para a entrada do salão, onde Severus me olhava de modo mortal, esperando que eu passasse por ele.
— O que vocês dois pensam que estão fazendo? — Severus pergunta baixinho, mas ainda raivoso.
— Foi sem querer, Seve, não vimos ele chegar — Falo também de modo baixo.
— Não me venha com esse "Seve" agora — Severus fala com raiva.
— Está tudo dando certo, padrinho — Draco intervém.
— Ah, você acha? E aquela garota patética quase morrer estava nos planos? — Severus pergunta bravo.
— Podemos ter enfeitiçado aquela garota, Bell, ou não, ninguém sabe — Draco fala sério.
— Potter desconfia de vocês dois — Severus fala com raiva.
— Potter desconfiar de algo não dá em nada. Dumbledore nem mesmo está em Hogwarts agora, e ninguém vai dar moral pra ele sem provas — Falo séria.
Então, Severus nos empurra para a parede e nos faz olhar em seus olhos.
— Escuta aqui, vocês dois... Eu sei que estão com medo e estão correndo contra o tempo, mas eu estou aqui e não vou ver vocês dois morrerem por cometerem erros idiotas como esse — Severus fala sério.
— Ele nos escolheu, você não pode fazer nada, padrinho — Draco tenta desviar o olhar.
— Eu prometi cuidar de vocês dois, hoje e sempre. Não preciso de um voto perpétuo para isso — Severus diz, se afastando. — Mas vocês dois precisam se concentrar e se manter seguros, porque eu vou ajudar vocês.
— Se ele descobrir, punirá você — Falo assustada.
— Padrinho...
— Shi... — Severus interrompe Draco. — Não importa como, o que importa são somente os resultados — Fala um pouco menos rígido.
Então começamos a caminhar novamente, agora em silêncio, e um pouco menos rígidos, e ainda mais preocupados com tudo, mas se Severus diz que vai nos ajudar, então eu confio nele.
— Gostei da roupa, padrinho — Draco diz com um pequeno sorriso.
— Não estou para brincadeiras — Severus revira os olhos.
— Draco, você reparou nas gêmeas Flora e Héstia Carrow? — Pergunto, rindo.
— E tinha como não reparar? — Draco fala, rindo.
— Vocês dois vão me matar, assim como Lúcio e o Bart — Severus diz, massageando as têmporas.
— Hora, Seve, tenho certeza de que você foi lá só para julgar o Slughorn; afinal, ele tomou seu lugar em poções, e por mais que você seja muito qualificado para ocupar o lugar de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, a sua verdadeira vocação é poções — Falo, rindo.
— Eu não podia recusar o convite — Severus disse, revirando os olhos.
— Pra quem gosta de se gabar de que ensinou vários alunos de grande renome, a festa dele estava bem capenga — Draco fala.
— Por Salazar, ele estava servindo vinho tinto — Falei, realmente indignada.
— Sim, Lynx, nós percebemos sua indignação — Draco fala, rindo.
— Eu não podia sair totalmente humilhada de lá — Disse, revirando os olhos.
— Ainda bem que Slughorn não deixará os jornais saberem disso — Draco fala, um pouco rígido novamente.
— Vocês têm sorte de o ego dele ser grande, porque a ceninha de vocês foi vergonhosa o suficiente para ele querer apagar da memória — Severus fala, balançando a cabeça em negação.
— Certo, certo... Acho que nós três temos que esquecer a noite de hoje... Ao menos uma parte dela — Draco fala, voltando a se animar. — Conseguimos mandar uma maçã para o outro lado, e ela voltou mordida.
— Vamos fazer um teste com algum animal agora — Falo, também animada.
— Pelo menos essa parte do plano está correndo tudo como planejado, então — Severus suspira em alívio.
O que faz eu e Draco concordarmos com a cabeça, já que, com os outros comensais da morte aqui, será mais fácil criar distrações para matar Dumbledore. Isso se não concluirmos antes, mas o armário é nossa melhor chance até agora, sem contar que, quando Dumbledore morrer, vamos ter que fugir imediatamente, o que pode ser arriscado. Então, ter mais de nós é extremamente útil.