✦⸼࣪⸳ 𓂃TRINTA E SETEⴰ ࣭͘ ⭑ุ
Sopro de vida
BEVERLY ACORDOU NOVAMENTE assustada e sua cabeça doía como nunca antes, a boca estava seca e os lábios completamente rachados. Sentou-se no chão lamacento e com cheiro horrível de lodo a procura de seu raptor somente para constatar que ele não estava li, mas aonde ele estava? Ela não sabia ao certo se queria uma resposta para aquela pergunta que se fez mentalmente em sua cabeça. Era melhor que ele estivesse longe o suficiente para que ela colocasse o seu plano de fuga em prática.
Ela se forçou a se levantar, tentando ignorar a tremedeira que suas pernas estavam e como seus membros parecia gelatinas por conta dos dias que havia ficado sem comida. Tirou o cabelo suado e sujo do rosto andando até a parede mais próxima, seria quase impossível escalar todas essas paredes. Os tijolos estavam gastos e escorregadios e mesmo que tivesse uma medalha pelo acampamento de férias, Beverly duvidava muito que conseguiria subir até lá em cima sem antes cair de volta o chão.
Ela sentiu o desespero dentro de si, estava presa e não conseguia sair, ela não conseguia se libertar.
Beverly caiu sobre o chão sentindo o peito começar a doer e as paredes diminuírem, sentirá também o teto começar a descer e o ar de seus pulmões começar a faltar. Ela deitou-se abraçando o próprio corpo se sentindo pela primeira vez em muito tempo impotente de conseguir se tirar da maldita gaiola em que estava.
Era praticamente impossível.
Morreria ali, sozinha e sem esperança de que ninguém jamais fosse encontra-lá. Estava tudo acabado e ela tinha que começar a aceitar isso, jamais conseguiria sair da teia de aranha em que fora colocada. Quando finalmente o seu raptor se cansasse de brincar de casinha com ela o mesmo acabaria com sua vida em segundos e sem dó. A Davis estava quase fechando os olhos, quase se deixando entregar por aquela escuridão tentadora que lhe rodeava e a seduzia ir com ela quando sentiu algo dentro de si pulsar fortemente, a fazendo abrir os olhos.
— Edward...
Ela murmurou novamente e algo dentro de si pulsou com mais força, como se tivesse lhe alertando de que ele estava por perto, que a salvaria. Beverly sorriu minimamente com um fio de esperança de que aquilo fosse verdade, mas sua mente se recusava a acreditar.
Fora quando ela saiu do seu torpor quando algo caiu a sua frente, fazendo um barulho tão alto que seu cérebro ficou alerta e as grades de sua gaiola sumiram.
Ela sentou-se forçando os olhos para enxergar oque havia feito aquele barulho estranhamente alto e assustador há sua frente e arregalou os olhos quando foi tomando consciência do que exatamente era.
Se tratava de um corpo.
Era uma garota, tinha mais ou menos a sua idade e cabelos negros. Ela jamais vira aquele rosto em toda a sua vida, mas era uma jovem que com certeza tinha planos para um futuro brilhante que jamais poderiam se realizar. Ela estava morta, a poça de sangue se formava em torno de sua cabeça e seus olhos estavam arregalados com sua boca levemente aberta. Havia alguns ossos fora do lugar, ela pode perceber assim que seus olhos pousaram no braço dela, e também havia diversas mordidas espalhadas pelo corpo pálido dela.
— Gostou da minha obra de arte?
Perguntou Deleve assim que suas botas pisaram no chão lamacento, abrindo um sorriso cheio de sangue para Beverly. O grito que saiu de sua garganta logo em seguida poderia ter sido ouvido por todo local, uma careta tomou conta do rosto do homem e ele se aproximou, observando como ela se encolhia e chorava sem parar.
— Irei acabar com o seu sofrimento hoje, querida.
Ele murmurou, aproximando-se o suficiente para Beverly notar os respingos de sangue em seu rosto e pescoço.
— Saia de perto dela! — uma voz soou não muito longe, uma que Beverly conhecia muito bem.
Ela olhou para cima, encontrando Edward e toda sua família a encarando. Seu coração deu um pulo de alegria e ela teve ainda mais vontade de chorar quando percebeu que ele não desistiu de encontrá-la, que estava ali para lhe salvar e a tirar de longe daquele homem.
— Mas veja só que interessante...— Deleve sorriu ainda mais, satisfeito com a visita e se afastou de Beverly.
— Não achará tão interessante quando eu arrancar sua cabeça. — Rosalie murmurou quando eles pousaram ao lado de Beverly, fazendo um escudo para protege-lá.
Edward se agachou ao lado de Beverly observando o quão doentia estava a sua aparência, estava mais magra do que nunca é mais pálida que a neve que caia do lado de fora.
— Edward... — ela murmurou, abraçando seu corpo.
— Vai ficar tudo bem, eu irei te tirar daqui tudo bem? — ele perguntou a fazendo assentir e em seguida depositou um beijo casto em sua testa — Mas antes, eu preciso fazer uma coisa.
Deleve sorriu ainda mais encarando o companheiro de Beverly.
— Não precisamos brigar, tem comida para todo mundo e olha, ela parece ser tão apetitosa.
Ela tentou não prestar atenção no que aconteceu logo em seguida, em como todos da família Cullen cercou o assasino e uma briga começou. Ela tentou ignorar as risadas que o homem enquanto ele tentava se esquivar dos ataques de Emmett e Rosalie, ela não prestou atenção nas cenas que se passaram a seguir, somente sentiu os braços de Edward em volta de seu corpo a erguendo para lhe tirar dali.
— Não podemos deixa-lá... — ela murmurou.
— Oque? — ele indagou confuso.
— Não podemos deixá-la aqui, ela merece ser encontrada e ter um funeral digno. Creio que a família dela esteja a procurando. — ela disse chorosa escondendo o rosto no peito do Cullen e começando a chorar.
— Eu cuido disso, vá Edward, a Beverly precisa de cuidados. — disse Carlisle por fim é o filho assentiu.
Por um instante de distração, Deleve se livrou das mãos dos Cullen empurrando todos ao seu redor para chegar até Beverly. Edward fez um escudo em sua frente, mas o hipnotizador de sonhos o encantou fazendo suas pernas fraquejarem e sombras nublarem seus olhos, o deixando incapacitado de ver algo ao seu redor.
— Não consigo manipular apenas sonhos, como sua mente também.
Ele murmurou pegando Beverly e a arremessando para longe do longo poço, ela sentiu o corpo subir e em seguida bater com força sobre o chão perto da borda da grande toca de aranha. Um zumbido estridente, incessante enchia sua cabeça. A Davis sentia que o mundo havia saído dos eixos ou talvez assim lhe parecesse porque ela estava caída na grama molhada, parte do seu corpo sangrando com a força que ele caiu sobre o chão. Poderia sentir o sangue escorrendo pela sua têmpora enquanto tentava criar forças para ficar de pé.
Ela observou minimamente quando Jasper pegou o pescoço de Deleve e o apertou com força enquanto Edward, que agora estava livre do encantamento do mesmo, segurava seus braços para trás.
Ela tentou desviar o olhar da seguinte cena e se levantar, mas seu corpo, deuses, seu corpo não funcionava. E ela viu, Beverly seus olhos capturaram o momento em que Rosalie acendeu uma fogueira com os pedaços de madeira que havia jogado por ali e o corpo o corpo do vampiro queimado, mas a imagem que ela jamais tirará de sua mente fora a do sorriso que ele tinha no rosto.
Que permaneceu intacto.
— Beverly... — chamou Edward, pousando ao seu lado.
Os olhos de Edward estavam arregalados quando ele encontrou o corpo de Beverly no chão da floresta coberto de sangue, cheio de machucados e arranhões.
— Edward... — ela murmurou, a vida querendo deixar os seus olhos.
Ele soube oque poderia acontecer logo em seguida, conseguia sentir a ligação dos dois ficando cada vez mais fraca enquanto ela tentava manter o olhar em si, tentando externar através da neblina que estava em seus olhos.
Ele a segurou no colo, gritando Carlisle.
Mas ela já havia fechado os olhos e suspirado pesadamente antes de seu corpo ficar mole como uma massa em seus braços, um único sopro de vida estava se esvaindo aos poucos de si por completo.
Ele nunca mais veria o seu belo sorriso, quente como uma manhã ensolarada, nem sentiria a sua pele macia contra a sua. E jamais escutaria seus batimentos cardíacos aumentarem toda vez que ele se aproximava dela, havia chegado tarde demais.
Era tarde demais.
Notas:
1. O capítulo não foi revisado pois eu estarei estudando para a prova final da faculdade nos últimos dias.
2. Todos os comentários de sugestão que vocês colocaram no cap anterior serão visto no decorrer da história!
3. Estou sem ideia para história, mas como ela só tem mais cinco ou seis cap restante irá se desenvolver bem (espero que sim, por conta da escrita).