Renascimento de Uma Dinastia

By VonLeporace

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Despertei em uma galáxia em guerra em um corpo que não me pertence, não entendo como aconteceu, mas estou no... More

Capítulo 0 - Personagens
Capítulo 1 - Despertar
Capítulo 2 - Piratas
Capítulo 3 - Reparando a Tumba & Problemas com Orks
Capítulo 4 - A Batalha Começa
Capítulo 5 - A Batalha Começa PARTE 2
Capítulo 6 - Meses de Tempestade
Capítulo 7 - Meses de Tempestade PARTE 2
Capítulo 8 - Gol D. Loota
Capítulo 9 - Chefe contra Chefe
Capítulo 10 - Infiltração
Capítulo 11 - Festejando a Noite Toda
Capítulo 12 - Fim da Festa
Capítulo 13 - Os Deveres de um Overlord
Capítulo 15 - Hidrus Quartus
Capítulo 16 - A Fé Que Nos Move
Capítulo 17 - O Daemon na Máquina
Capítulo 18 - Problemas Técnicos
Capítulo 19 - Avanço de Planos
Capítulo 20 - ­Como Matar um Overlord?

Capítulo 14 - Adeus Hidrus Quintus

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By VonLeporace

"C'TAN, USE METEORO DE ANTIMATÉRIA!" Gritei apontando para Malya.

O Cofre forçou o C'tan a cumprir minha ordem, o C'tan gritou em agonia enquanto seu corpo era forçado a usar seu poder e cumprir minha ordem, um orbe turvo de antimatéria se formou na frente da arca e disparou em direção a Malya, simultaneamente Malya lançou seu último ataque.

O Meteoro colidiu com o raio de Malya, os dois ataques lutando por dominância, a realidade caindo aos pedaços ao nosso redor, vislumbres de outras dimensões sendo revelados enquanto o tecido da realidade era forçado a seu limite, mas mesmo com todas as bênçãos de sua deusa, o daemon não era páreo para o fragmento de um deus estelar.

O ataque de Malya foi superado, o meteoro avançando cada vez mais em grande velocidade, Malya ergueu seu escudo, mas foi em vão, o escudo, seu braço e logo em seguida seu corpo, foram obliterados, apagados da existência pelo poder descomunal e ancião do C'tan.

"AAAHHH!" Com um último grito de desespero, Malya não existia mais.

-XXXXXX-

"AAAHHH!"

O grito do Daemon Maior conhecido como Malya ecoou pelo warp até que se silenciasse completamente, esse grito chegou até o reino de Slaanesh onde foi ouvido por um de seus arautos, o daemon correu pelo palácio até chegar à sala do trono do príncipe do prazer.

"Oh! O que a traz aqui? Em busca de passar uma noite comigo?" O deus ou deusa do caos perguntou com diversão e desejo ao ver o arauto ajoelhado em seu trono.

"Não minha deusa, eu venho em busca de sua maravilhosa presença para relatar algo de extrema importância sobre Malya." O arauto respondeu.

"Malya... Malya... Oh! Eu me lembro dela, a enviei para corromper o governador de Hidrus Quintus! Acredito que tenha sido um sucesso!" Slaanesh disse com felicidade.

"Não, minha deusa. Malya falhou em seu trabalho." A daemonette disse nervosamente.

"O QUE?!? Onde ela está?!? Traga-a até mim!" O deus do caos gritou em fúria, todo seu palácio balançando com o poder de sua voz.

"Infelizmente isso não é possível, minha deusa, de algum jeito, Malyaq foi morta permanentemente e Lustfury desapareceu."

"Como isso é possível?!?" Com um balançar de sua mão, um portal do warp se abriu ao lado de Slaanesh, revelando o mundo material, lá Slaanesh viu os eventos que ocorreram alguns minutos atrás.

"Você! Envie mais de nossas forças!" Slaanesh apontou para o arauto aterrorizado.

"Não podemos fazer isso, minha deusa, o Immaterium naquela região do espaço está surpreendentemente estável, não conseguimos exercer influência alguma."

Slaanesh estremeceu de raiva, essa raiva se espalhou por seu reino, que agora mesmo sofria de tempestades, tsunamis e terremotos, o Immaterium se contorcendo com a raiva do deus.

"Vigie aquele esqueleto maldito, quero ser avisada assim que ele deixar o planeta!"

"Sim, minha deusa!" O arauto gritou antes de se arrastar pelo chão para fora da sala do trono.

Já em Hidrus Quintus, o portal para o Immaterium estava se fechando, mas não antes de uma coisa entrar no mundo material, era uma pequena bola de luz, a bola de luz flutuou em direção ao portão da eternidade de um monólito e entrou no portão antes que ele desaparecesse.

-Presente-

Saí de um Portão da Eternidade dentro do palácio da Governadora Jacqueline. Andei pelos corredores decorados, ou relativamente decorados, já que a maioria do lugar estava destruído.

Passei por uma parede derrubada, dando visão para a cidade abaixo, avistei Aranhas, Escaravelhos e Espectros auxiliando na reconstrução, eles removiam entulho, tapavam buracos nas ruas, reconstruíam prédios e mais importante, ajudavam a encontrar os mortos e feridos.

Indo em direção ao escritório de Jacqueline, observei a cidade de perto pelos olhos de um esquadrão de guerreiros, constatei as famílias se abraçando com lágrimas, isso levou um "sorriso" a meu rosto, mas "franzi" a testa ao ver os mortos sendo enterrados no cemitério próximo a maior catedral da cidade.

Hm... Poderia ter sido melhor, na próxima vez estarei pronto.

Encontrei alguns servos no caminho, agora servos da nova governadora, assim que eu me aproximava eles faziam o símbolo da aquilha imperial, rezavam, se curvavam ou me cobriram de elogios.

Admito que gosto disso, é bom poder andar por aí sem ter que me disfarçar, cheguei a uma grande porta dupla de madeira, mas parei minha mão próxima à maçaneta assim que ouvi uma discussão vinda do outro lado.

"Isso é um absurdo! Como assim não posso receber o território de minha família?" Uma voz masculina gritou.

"Sinto muito, mas até que o testamento de seu pai seja encontrado e todos os bens distribuídos de acordo com sua vontade. Não autorizarei que o senhor receba os territórios." Uma voz feminina respondeu, reconheci a voz como a de Jacqueline.

"Quem você acha que sou? Agora que meu pai e irmão estão mortos, eu sou o herdeiro de minha família!"

"Nós descobriremos se isso é verdade após o testamento ser encontrado." Jacqueline respondeu.

Com um rosnado de raiva a voz masculina se calou.

"Qual tal você focar em assuntos mais importantes? Como a reconstrução da minha mansão!" Uma voz feminina, diferente da de Jacqueline, gritou.

"Danos severos foram causados à infraestrutura de Hidrus Quintus, os recursos que seriam gastos com sua mansão podem ser mais bem usados em outro lugar." Jacqueline disse.

"Escute aqui sua bruxa...".

Acho que já chega, entrei na sala sem pedir licença e assim que as portas se abriram todos ficaram em silêncio, Jacqueline e diversos nobres me encaravam.

"Saudações a todos! Um belo dia, não? Eu acredito que vocês têm assuntos importantes a tratar com nossa querida governadora, mas preciso falar com ela, em particular. Ordens do mestre de capítulo."

Quando terminei de falar, os nobres se retiraram da sala, mas não antes de fitar Jacqueline e murmurar alguns insultos. Quando eles sumiram em meio aos corredores do palácio, eu fechei a porta atrás de mim.

Alguns segundos se passaram antes de Jacqueline soltar um grunhido de frustração e bater com sua cabeça na mesa.

"Dia difícil?"

"Pode-se dizer que sim. Você está aqui por ordens de Lorde Ulthagakh?"

"Na verdade, sou eu, Jacqueline. Akatosakh Ulthagakh."

Jacqueline faz uma cara de surpresa.

"Meu Lorde, você está...".

"Diferente?"

"Sim. Diferente, consigo sentir a energia em seu corpo, mas ela está menor do que antes."

"Isso se deve ao motivo de eu ainda estar dentro da tumba, estou controlando o corpo desse Imortal."

Isso é verdade, desde o dia que entrei no Templo dos Destruidores, eu ainda não saí, faz quase dois meses que estou lá dentro. Tenho usado comandos e controlado outros Necrons para estar em vários lugares ao mesmo tempo, tenho ficado melhor em fazer isso.

Aproximei-me da Jacqueline, mas por um momento minha visão escureceu e eu perdi o controle do Imortal, mas consegui recuperá-lo antes de cair no chão.

"Filha da..." Murmurei enquanto levava uma mão até o meu lado, um Destruidor Opyhdiano acabou de me cortar.

Mesmo ficando melhor em controlar outras unidades, ainda tem algo que não consegui me acostumar, entender que os corpos que controlo não são meu corpo original, às vezes troco as bocas e acabo dizendo algo que eu deveria dizer em uma conversa acontecendo em outro local.

Ou então o dano que recebo em um corpo acaba refletindo em todos os outros corpos que controlo, como uma dor fantasma.

Sinto-me como o Prisioneiro 0 de Doctor Who. Humph! Como eu sou velho!

"Lorde Ulthagakh!" Jacqueline exclamou preocupada, levantei minha mão, parando-a enquanto se levantava de seu acento.

Endireitando minha postura, me sentei em uma fina e aveludada cadeira de madeira em frente à Jacqueline, a cadeira rangeu com o peso do Imortal, mas felizmente se manteve intacta.

"Bem, Lorde Ulthagakh, ao que devo a visita de vossa majestade?" Jacqueline perguntou nervosamente, sua testa franzida e escorrendo suor.

Imagino que ela ainda não se acostumou totalmente com minha presença, é esperado, com toda a doutrinação anti-xeno do Imperium e adoração ao Imperador, Jacqueline se tornou uma herege. Isso deve estar causando conflitos sérios em sua mente.

Cogito que o problema seja nas linhas de 'sou uma herege, mas sendo uma herege eu estou protegendo o povo de meu planeta, mas ao proteger o povo de meu planeta eu estou colaborando com xenos, o que é heresia.'

"Nada muito importante, só gostaria de falar com você." Isso pareceu acalmar um pouco a astropata nervosa, mudei minha postura na cadeira para uma de pernas cruzadas e mãos juntas em meu colo.

"Sobre o que você gostaria de conversar, Lorde Ulthagakh?" Jacqueline perguntou.

"Primeiro de tudo, como você está?"

Jacqueline me encarou confusa, uma sobrancelha levantada e cabeça inclinada para o lado.

"Desculpe-me, Lorde Ulthagakh, mas eu não entendo. Isso é algum tipo de teste? Fiz algo que o desagradou?"

Droga! Eu só queria ter uma conversa normal e genuína com alguém!

"Haratek, as minhas armas estão... Desculpe! Quer dizer... Não, isso não é um teste, estou fazendo uma pergunta genuína."

Jacqueline ficou em silêncio, com uma face de pensamento profundo, enquanto isso. Dei uma boa olhada nela, ela havia deixado suas velhas roupas de astropata de lado e agora usava roupas de nobre, as roupas de nobre menos extravagantes que você veria em Warhammer.

Um simples vestido preto, luvas vermelhas que iam até os cotovelos, um colar dourado com a aquilha imperial estava em seu pescoço, Jacqueline não usava maquiagem ou brincos, seu cabelo estava bem cuidado e preso em um rabo de cavalo, mas ela ainda mantinha seu cajado dourado de astropata, estava flutuando ao seu lado todo esse tempo.

Mas mesmo estando com uma boa aparência, Jacqueline parecia cansada, seu rosto estava abatido e ela parecia mais magra, vi um leve tremor em sua mão enquanto ela escrevia com uma pena em um papel.

Ao perceber que eu estava encarando, Jacqueline soltou a pena e colocou sua mão na mesa, mas a pena continuou escrevendo sozinha.

"Tem sido difícil, eu sou uma herege, cresci ouvindo histórias de como deveria odiar os xenos com todas as minhas forças e abraçar a luz do Imperador, e aqui estou eu, falando com você, Lorde Ulthagakh, como se o conflito de minhas crenças não fosse o suficiente, os filhos despreparados de nobres vêm ao meu escritório todos os dias em busca de favores ou recursos para propósitos inúteis. Eu não sei o que fazer, não fui preparada para governar. O povo me respeita devido ao discurso que o senhor fez, mas os nobres não sentem o mesmo, eles não têm problema em me insultar na cara."

"Hm... Infelizmente sobre suas crenças, eu não posso fazer muito, a galáxia é perigosa, cheia de xenos que podem te matar da pior forma possível, você está meio certa em odiar eles. A humanidade sofreu bastante na mão de outras espécies, tudo que posso fazer é mostrar que estou sendo genuíno, peço que espere e você verá os resultados de sua confiança em mim, se sua visão mudará no final, eu não sei dizer, isso depende de você. Sobre os nobres, ignore-os, mas faça pequenos agrados para que eles se sintam superiores, faça-os pensar que estão no controle, isso pode evitar revoltas, mas se algum deles se mostrar muito problemático, bem... Os esfolados terão uma porção extra de comida."

"Quem?"

"Ninguém importante. Sobre a parte de não estar preparada para governar, isso é bom, pois eu também não."

Isso surpreendeu Jacqueline, seus olhos se arregalaram enquanto ela recuava em sua cadeira.

"Mas Lorde Ulthagakh, como alguém grandioso como você não está preparado para governar? Como o senhor pode dizer isso sobre si?"

Percebi que Jacqueline se esforçava para dizer cada elogio, e a preocupação em sua voz era falsa.

"Hm... Os milhões de anos que permaneci adormecido em minha tumba enferrujaram minhas habilidades, sinto que há algo faltando em mim para que eu possa me considerar um líder de verdade. Mas fora isso, como vão seus poderes?"

Jacqueline balançou sua mão e diversos objetos flutuavam pela sala, formando círculos, subindo e descendo.

"Está mais fácil de usar meus poderes, a pressão que o warp colocava em minha mente desapareceu, sinto que estou livre para usar meus poderes da forma que desejar." Jacqueline disse com um pequeno sorriso.

"Só não exagere, não quero a Inquisição batendo em minha porta por você ter se tornado um portal para daemons novamente."

A menção da inquisição e de sua experiência passada com os daemons fez Jacqueline estremecer.

"Não estou dizendo para você parar de praticar seus poderes, só peço que faça isso com moderação. Outra pergunta? Você tem comido e dormido bem?"

"Não exatamente, como governadora tenho muito trabalho a fazer."

"Isso não é bom, não podemos ter nossa governadora desmaiando de cansaço no meio de seu trabalho."

Com um bater de palmas, dois guerreiros entraram na sala, um deles carregando uma bandeja com café da manhã e outro carregando uma pilha de livros.

Os guerreiros colocaram os livros e bandeja na mesa e se retiraram logo em seguida, vi Jacqueline encarando o prato com ovos, torradas, salsichas e bacon, com uma caneca de recaf do lado.

"Você pode comer, não me ofenderei com isso."

"O senhor tem certeza?" Jacqueline perguntou hesitantemente.

Acenei afirmativamente, mas antes de começar a comer, Jacqueline fez mais uma pergunta.

"Lorde Ulthagakh, se me permite perguntar. Para que são esses livros?"

"Para nós aprendermos juntos a como liderar, os peguei da biblioteca do palácio, mas admito que alguns deles são apenas para eu passar o tempo. Você pode comer sem preocupação, quando terminar, começaremos nosso aprendizado, enquanto isso lerei um pouco."

Com sua pergunta respondida, Jacqueline começou a comer. Eu peguei o primeiro livro da pilha e li o título na capa, Lectitio Divinitatus, a bíblia do Império, o livro escrito pelo Primarch traidor Lorgar Aurelian.

Bem, não sou uma pessoa muito religiosa, mas se eu quiser governar planetas imperiais, é melhor aprender como a religião do Imperium funciona exatamente.

Abri o livro e li a famosa primeira linha.

"Alegrai-vos, pois trago notícias gloriosas. Deus caminha entre nós."

-Tumba-

Eu estava caminhando em direção à sala do trono com Haratek me acompanhando.

"...A mineração foi expandida como o senhor ordenou, Escaravelhos, Aranhas e Espectros estão trabalhando na extração de adamantium, ouro, prata e pedras preciosas."

"Bom, lapide as pedras e refine os minérios, envie uma mensagem para sistemas próximos e Rogue Traders, fale sobre os materiais que estamos vendendo. Precisamos movimentar a economia do planeta."

"Como o senhor deseja, meu lorde. Nós também iniciamos a melhora da tecnologia do planeta como o senhor ordenou. Melhoramos os sistemas de transmissão e estamos trabalhando em um sistema de comunicação interplanetário imperial que não utilize astropatas, mas que não se pareça com nossa tecnologia."

"E as defesas?"

"As defesas do planeta estão sendo automatizadas para requererem a menor quantidade de orgânicos possível. Os lasers de defesa, torretas flak e auto-torretas estão sendo reparados e melhorados com sistema de recarga, rastreamento, e mira automática. Com um Espírito Autônomo conectado à Mente da Tumba, logo todos os sistemas deste planeta estarão conectados à nossa tumba. Iniciamos a construção de Pilões Sentinela e Pilões Gauss em pontos estratégicos do planeta. Também enviamos uma série sondas e satélites para o vazio onde eles ficarão nos arredores do planeta e detectarão qualquer nave que se aproxime com dias de antecedência."

"Ótimo, chega de ser pego de surpresa. E nossas tropas e frotas? Estamos prontos para partir?"

"Sim, meu lorde. Basta que o senhor dê a ordem. No total temos quinhentos mil Guerreiros, vinte e cinco mil Imortais, Dez mil Marcas da Morte, cem Guardiões Reais, Vinte Lychguards, setecentos Esfolados e Destruidores. Tudo isso somado aos nossos diversos constructos, veículos e máquinas de guerra."

"Eu estou prestando atenção Clandestor... Desculpe! Entendo, os números de unidades são bons, mas não levarei tudo conosco, deixaremos metade de nossas forças para defender o planeta, exceto pelos Guardiões e Lychguards. E minhas armas?"

"Todas as armas de seu maravilhoso arsenal foram reparadas e seu Cajado de Luz foi modificado como o senhor ordenou."

"Bom trabalho, entregue minhas armas depois. Ainda tenho assuntos a tratar no momento. Espero que Imanitek tenha terminado a tarefa que lhe dei."

"Imanitek?!? Meu Lorde! Sinto muito se Imanitek tenha feito algo para desagradá-lo, estou disposto a aceitar qualquer punição no lugar de meu sobrinho." Haratek exclamou, se ajoelhando em minha frente.

Suspirei mentalmente.

"Levante-se Haratek, seu sobrinho não fez nada de errado, apenas dei a ele uma tarefa divertida e que simultaneamente nos ajudaria."

Passando pela porta automática à nossa frente, nós entramos na sala do trono, dei uma olhada em volta, observando as alterações feitas ao local, partes das paredes foram removidas, uma parede de energia verde impedia que a água entrasse, mas isso permitia a vista do lado de fora da tumba.

Avistei os diversos animais marinhos e plantas do fundo do mar, a pouca luz do sol que passava, iluminava a sala do trono com uma leve luz verde, fazendo com que manchas verdes cobrissem o chão e paredes.

Isso não serve só como decoração, mas também como defesa, pontos estratégicos da tumba estão prontos para serem inundados em caso de ataque.

Também ordenei que Escaravelhos Mindshackle fossem colocados nos monstros marinhos deste planeta, agora tenho serpentes marinhas gigantes, lulas colossais, caranguejos e lagostas monstruosos sob meu controle, só esperando minhas ordens para atacar.

"E que tarefa seria essa, Meu Lorde?"

Dentro da sala do trono nós encontramos Imanitek deitado de bruços no chão, balançando os pés no ar e desenhando em uma folha de papel, seu cajado flutuando ao seu lado.

Assim que entramos, Imanitek olhou em nossa direção, se levantando rapidamente, o Aprenteka correu em nossa direção, segurando um amontoado de papéis acima de sua cabeça.

"Lorde Ulthagakh! Aqui estão os desenhos que o senhor ordenou!" Imanitek me entregou os papéis.

"Desenhos? Desenhos do que?" Haratek perguntou, flutuando ao meu lado para ver os conteúdos do papel.

"A tarefa que dei a Imanitek foi desenhar nossas armaduras de Space Marines. Pretendo continuar com a desculpa de que somos Astartes. Mas conforme avançarmos no sistema encontraremos pessoas que saberão como um Space Marine se parece, então pedi para Imanitek desenhar as armaduras que você fará com sua tecnologia de luz sólida, Haratek."

"Oh! Eu entendo. Prepararei os disfarces de luz sólida imediatamente."

Olhei os desenhos um por um, apesar de ser uma criança, Imanitek desenhava com um artista profissional, o primeiro desenho que vi foi o que usarei para os Guerreiros.

Pedi para que Imanitek desenhasse algo entre um Necron e um Space Marine, baseado na história onde Trazyn salvou um planeta e os habitantes do lugar pensaram que os Necrons eram Space Marines magros.

O guerreiro era magro e alto, usando uma armadura preta com cada placa terminada em uma borda dourada, a armadura estava coberta de hieróglifos Necron prateados, o guerreiro também usava um elmo em formato de crânio humano pintado de verde.

Os Imortais utilizavam uma armadura preta maior, só que menos adornada, em vez disso, a armadura estava coberta de linhas verdes brilhantes e o elmo tinha um visor verde em vez de estar no formato de um crânio.

Haratek será meu Techmarine, ele utilizava uma armadura completamente verde com detalhes pretos, coberta de hieróglifos brancos, em suas costas havia diversas garras e ferramentas, as Mechadendrites de um Mechanicum.

Os meus Lychguards serão minha Guarda de Honra composta de Exterminadores, eles usavam armadura azul esverdeada, com grandes ombreiras e um elmo no formado de um crânio gritando.


Eu serei o Mestre do Capítulo, usarei uma armadura verde claro feita para parecer um grande esqueleto humano, com ossos prateados adornando a armadura, o peitoral será feito para parecer uma caixa torácica com meu Ankh na frente, só que dourado, eu usarei grandes ombreiras vermelhas e vestirei uma longa capa verde escuro.

Mas a melhor parte era o elmo, um grande elmo verde no formato de um crânio humano com uma expressão impassível, a frente do elmo tinha uma pintura de guerra verde e permitia que apenas meus olhos fossem vistos, encarando quem estivesse à minha frente.

Entreguei os desenhos para Haratek.

"Você fez um bom trabalho, Imanitek, você pode ter o resto do dia livre." Disse enquanto acariciava a cabeça do pequeno Necron.

Com um aceno rápido, Imanitek saiu correndo da sala do trono, seu cajado o acompanhando.

"Se você não necessita de mais nada, meu Lorde. Retirarei-me com sua permissão."

"Sim, Haratek, você pode ir."

"Obrigado, meu Lorde."

Com um aceno final, Haratek saiu da sala do trono.

Hm... Os disfarces estarão prontos, mas existe um problema, as armas, podemos fazer as armas Gauss se parecerem com Bolters, mas assim que atirarem, todos verão os raios verdes saindo das armas.

Mas eu pensei em uma solução para isso, existe um tipo de arma Necron que é menos conhecida e menos chamativa, as armas telas, poderemos utilizá-las até conseguirmos algumas armas para Space Marines.

Com os assuntos aqui terminados, foquei em uma conversa acontecendo no topo da tumba.

-Topo da Tuba-

Eu estava na beirada do topo da tumba, observando as ondas do mar batendo contra as pirâmides menores logo abaixo, Kamamitet e Ananotek estavam ao meu lado.

"O que vocês acham da vista?" Perguntei para os dois.

"É apenas água." Ananotek respondeu.

"Hm... É... Agradável?" Kamamitet disse hesitantemente.

Não gostei de nenhuma das respostas.

"Isso é o melhor que vocês conseguem pensar? Apenas água e agradável?"

"O que você quer que nós digamos? O óbvio?" Ananotek falou.

"Farei outra pergunta. O que vocês veem quando olham para o céu?"

"Nuvens." Ananotek respondeu.

"Só isso?"

"O sol desse sistema." Kamamitet falou.

"Respostas de visão pequena. Vocês estão pensando pequeno."

"Lorde Ulthagakh, o que o senhor deseja que digamos?" Kamamitet perguntou.

"Uma resposta sincera. Quando eu olho para o mar, eu não vejo apenas água, mas eu vejo a beleza nisso, a luz do sol refletindo no oceano, o som calmante das ondas, o cantar dos pássaros, os peixes saltando para fora da água. Quando eu olho para o céu, eu não vejo apenas o sol e as nuvens, mas o que está além. Os planetas e seus habitantes."

"Habitantes que precisam ser eliminados por infestarem nossa galáxia." Ananotek falou.

"Nossa galáxia? Quem disse que a galáxia é nossa? Onde está escrito que somos donos da galáxia? Por que pelo que estou vendo, nós fomos esquecidos, nós temos a menor quantidade de planetas conquistados."

"E podemos mudar isso, eliminando um orgânico de cada vez, fazendo-os sentir o medo que todos sentiram durante a Guerra no Céu."

"Tive uma conversa com meu Crypteka há algum tempo. Qual seria o ponto de eliminar as outras espécies da galáxia? Conquistar planeta por planeta e transformá-los em bolas de Necrodermis flutuando no espaço?"

"Para restaurar a glória de nosso império!" Ananotek exclamou.

"Hump! Guerra e glória. É só isso que você deseja? Digamos que tenhamos sucesso em conquistar toda a galáxia, o que faríamos depois?"

Ananotek ficou em silêncio.

"Mesmo que todos os problemas entre as diversas dinastias sejam resolvidos, nós chegaríamos a um ponto onde não teríamos nada para fazer." Kamamitet falou.

"Exatamente, seres incapazes de morrer olhando um para a cara do outro. Vocês não têm algo que sempre desejaram fazer? Explorar a galáxia? Esculpir uma estátua? Encontrar um novo propósito?"

"Sim." Kamamitet e Ananotek falaram.

"Mas eu percebi o quão tolo isso era. Somos máquinas feitas para a guerra, honrosos mestres da arte militar. Devemos fazer o que fazemos de melhor. Por que tentar negar nossa natureza?" Ananotek disse.

"E essa é nossa natureza? Quando nossa espécie era feita de carne nós tínhamos o propósito de guerrear? Ou de aproveitar as maravilhas da galáxia sem ter que se preocupar com uma morte prematura?"

"Nós tentávamos escapar da morte para podermos nos deleitar na vida. Ver o que a galáxia tinha a oferecer." Kamamitet disse.

"Exatamente. Sabe, eu estava pensando em fazer um jardim aqui. Um grande campo de flores de diversas cores, não deve ser difícil graças a nossa tecnologia. Gosto de jardinagem e não me importaria de fazer isso por toda eternidade, gostaria de explorar planetas em busca de novas espécies de plantas e criar um grande jardim. Essa é minha pergunta final para vocês, se a galáxia se tornar dos Necrons, o que vocês farão por toda eternidade?"

Soltando um resmungo de raiva, Ananotek desapareceu em um portão da eternidade.

"O que faremos por toda eternidade? Boa pergunta, Lorde Ulthagakh, boa pergunta."

-Palácio da Governadora-

Dias passaram, estava de noite e eu caminhava pelos corredores do palácio em busca de Jacqueline, fui interrompido em minha caminhada pelo som de música ecoando pelos corredores.

Segui o som da música até entrar em uma grande sala, o lugar estava iluminado pela luz de uma lareira, estantes cheias de livros estavam à minha esquerda, acima da lareira havia um grande quadro do falecido governador Mathias.

À minha direita havia um conjunto de três grandes janelas de vidro com suas cortinas vermelhas abertas, deixando a luz das duas luas entrarem, dando uma rápida olhada pelas janelas, avistei as estrelas e nebulosas iluminando o céu, realmente lindo.

Meus passos ecoavam pela grande sala enquanto eu andava para a fonte da música, Jacqueline Boucher tocava um piano próximo a uma das janelas.

"Lorde Ulthagakh." Jacqueline continuou tocando, sem olhar em minha direção.

"Jacqueline." Disse com um aceno.

"O que o trás aqui nesta bela noite?"

"Vim aqui para lhe avisar que logo deixarei o planeta."

"Oh! Desejo-lhe uma viagem segura Lorde Ulthagakh." Jacqueline continuou tocando, mas percebi o tom de felicidade em sua voz.

"Antes que eu vá embora, diga-me. Como vão as coisas?"

"A negociação com Rogue Traders e comerciantes tem ido bem. Graças às máquinas de meu Lorde, os danos ao planeta foram reparados. Estou investindo na educação e saúde como o senhor sugeriu."

"Bom, eu quero médicos, professores, cientistas, engenheiros e mecânicos. Não monges ciborgues que passam duas horas rezando para apertar um parafuso."

"Hahaha!" Jacqueline soltou uma risada seca.

Suspirei "Não levarei todas as minhas forças comigo e a maioria dos meus nobres ficarão na tumba também. Temo que alguns deles tomem alguma ação drástica em minha ausência, por isso deixarei alguns Necrons protegendo você. Espero que não tenha esquecido de seu velho amigo, o Espectro."

Quando terminei de falar, um Espectro atravessou o teto e parou ao lado de Jacqueline, simultaneamente dez Marcas a Morte saíram de sua dimensão de bolso.

"Agradeço por sua preocupação, meu lorde."

"Mas caso o pior aconteça, tenho um presentinho para você. Essa é uma Pistola Desintegradora Enmitica, uma arma do culto dos destruidores que eu ordenei que fosse modificada para um humano usar. É melhor tomar cuidado para onde aponta, essa coisa consegue abrir um buraco na parede até o outro lado do palácio."

Coloquei a pistola em cima do piano, Jacqueline ficou em silêncio, apenas tocando seu instrumento musical. A situação ficou estranha, desviei o olhar enquanto coçava a parte de trás da minha cabeça.

"Escute..." Assim que me virei, eu fiquei em silêncio, pois fiquei cara a cara com o cano da pistola.

O Espectro e Marcas da Morte apontaram suas armas para Jacqueline, enviei um comando para que eles parassem.

"Sério? Você sabe muito bem que isso não funcionará."

"Eu só vejo um jeito de descobrir." Jacqueline respondeu, ainda tocando o piano.

"Você não ganhará nada com isso, esse não é meu corpo original, assim que você atirar, minhas unidades matarão você. E mesmo que isso não aconteça, posso ordenar que o escaravelho em seu cérebro exploda sua cabeça."

"Pelo menos eu morreria sabendo que lutei pelo Imperium e não me tornei uma herege." Jacqueline gaguejou essas palavras, percebi um tremor em sua voz.

"Esse é o motivo de você estar apontando uma arma para minha cabeça? Por que você não quer ser uma herege?"

Assim que terminei de falar, Jacqueline bateu com as mãos nas teclas do piano, fazendo um som horrível ecoar pela sala.

"SIM, EXATAMENTE!"

CRASH!

A janela ao lado de Jacqueline explodiu em uma chuva de vidro.

"VOCÊ POR ACASO SABE COMO EU ME SINTO?!? SABENDO QUE ESTOU COLABORANDO COM UM XENO QUE MANIPULA MEU POVO?!? DESDE CRIANÇA EU CRESCI OUVINDO QUE DEVERIA AMAR E ADORAR O IMPERADOR E ODIAR O MUTANTE, O XENO E O HEREGE! MAS OLHE PARA MIM! SOU UMA HEREGE CONVERSANDO COM UM XENO!"

Avistei algo escorrendo pelo rosto de Jacqueline, um líquido que brilhava na luz da lua. Ela estava chorando?

"Jacqueline, escute..." Tentei me aproximar, mas a pistola se aproximou de minha cabeça, minhas unidades se moveram, mas ordenei que parassem.

"COMO SE ISSO NÃO BASTASSE, FUI INSULTADA E TEMIDA PELO POVO QUE SIRVO DURANTE A MAIOR PARTE DE MINHA VIDA! VOCÊ ACHA QUE NÃO PERCEBI? OS INSULTOS SUSSURRADOS? OS OLHARES ODIOSOS QUEIMANDO EM MINHAS COSTAS. ENTÃO CHEGA O DIA QUE SOU ATORMENTADA POR VISÕES DO CÉU SE ABRINDO SEGUIDO DE UMA CHUVA DE MONSTROS, APENAS PARA UM TEMPO DEPOIS SER USADA COMO PORTAL EM UM RITUAL POR AQUELE GOVERNADOR HEREGE PARA ATACAR MEU PRÓPRIO PLANETA. VOCÊ SABE O QUE SENTI QUANDO AQUELAS COISAS ENTRARAM EM MEU CORPO E ATACARAM MINHA MENTE?"

A janela ao meu lado explodiu também.

"Eu não consigo imaginar."

"HUMP! EU NÃO DESEJARIA AQUILO PARA NINGUÉM! ENTÃO DIGA-ME, LORDE ULTHAGAKH! O QUE DEVO FAZER? CONTINUAR FINGINDO QUE NÃO SOU UMA HEREGE? OU LUTAR PELO IMPERIUM E MORRER SABENDO QUE NÃO TRAÍ O IMPERADOR?"

Jacqueline ficou em silêncio, esperando minha resposta.

Soltando um longo suspiro, me sentei no chão em posição de lótus, coloquei as mãos em minhas pernas enquanto olhava Jacqueline nos olhos. A arma ainda apontada para minha cabeça.

"Jacqueline Boucher, você não é uma herege."

"Explique!" Jacqueline rosnou, a arma sendo empurrada contra minha testa.

"Jacqueline, você mais do que ninguém deve saber o quanto a vida no Imperium é miserável, apesar da Ecclesiarchy dizer que isso é a vontade do Imperador, ambos sabemos que isso não é verdade, sei que você sabe disso no fundo de sua mente. Fanáticos que queimam homens, mulheres e crianças na fogueira por terem opiniões diferentes ou para servirem de exemplo, cidades colmeias lotadas de pessoas passando fome, doentes e matando uns aos outros para sobreviver enquanto os nobres os ignoram. Fábricas onde trabalhadores nascem e morrem sem ver a luz do dia a saber o que existem além das paredes de metal. É esse o Imperium que você tanto ama?"

Jacqueline ficou em silêncio, dúvida surgindo em seu rosto.

"E os bilhões de soldados lutando guerras inúteis apenas para serem executados logo depois por terem visto algo que não deveriam? Os cultistas que para fugir da opressão do Imperium juram fidelidade aos poderes ruinosos? A lei ineficaz do Imperium onde o membro de família mais próximo sofrerá pelos crimes de seu bisavô herege? Posso passar a noite toda citando os milhares de problemas do Imperium."

"Onde você quer chegar com isso?!?"

"Jacqueline, pare e pense por um minuto. Você é uma herege por estar trabalhando para mim e assim protegendo seu povo? Se isso é ser um herege então o que os sacerdotes fanáticos e nobres ignorantes são? O que os responsáveis pela vida miserável dos habitantes do Imperium são? Eles são os verdadeiros hereges por matarem e abusarem do povo como quiserem. Você, Jaqueline Boucher, deveria ser chamada de heroína pelo que está fazendo por seu povo."

"Você está mentindo!"

"Eu estou? Ou eu estou falando a verdade óbvia do Imperium, mas você não quer aceitar? Você sabe que estou dizendo a verdade. Então por favor, abaixe a arma e se acalme, não precisa ser assim. Vamos conversar como pessoas civilizadas."

Hesitação passou pelo rosto de Jacqueline, a arma tremia no ar, mas lentamente ela abaixou e retornou para cima do piano.

"Eu estou assustada. E se alguém descobrir a verdade? E se as forças do Imperium atacarem meu planeta, nos declarando hereges? E se eu não for uma boa governadora e o povo iniciar uma revolta?"

"Eu também estou assustado, Jacqueline. Planejo ir para outros planetas, tenho uma ideia geral do que me espera, mas essa galáxia tende a matar pessoas boas com uma boa cabeça acima dos ombros. O que encontrarei? Orks? Eldars? Daemons? Algum monstro do vazio que devorará minha nave em uma mordida? Sinceramente, permanecer neste planeta é uma oferta tentadora, pelo menos eu sei o que há aqui. Mas acho que você não deve se preocupar muito, e quase impossível de você ser pior que outros governadores do Imperium, as defesas do planeta foram atualizadas e parte de minhas forças ficarão aqui, um ataque bem-sucedido é quase impossível. Você é uma boa pessoa Jacqueline, não deixe que alguém diga o contrário, já eu, eu me tornarei um monstro para muitos e um salvador para poucos."

"Lorde Ulthagakh?"

"Sim, Jacqueline?"

"Sei que não é uma boa hora e o senhor está prestes a partir, mas você poderia me contar mais sobre o senhor e sua espécie? Vocês são bem antigos, não? Necron é o nome correto?"

"Sim, atualmente somos chamados de Necons, mas antes nos chamávamos de Necrontyr."

"E por que a mudança do nome?"

"É uma longa história, eu poderia te contar, mas gostaria que você me fizesse um favor."

"Sim, Lorde Ulthagakh."

"Você poderia me ensinar a tocar o piano?"

Jacqueline ficou surpresa, mas acenou lentamente com sua cabeça.

"Perfeito!"

Me sentei no chão ao lado de Jacqueline, duvido que o banco de madeira aguenta meu peso, mesmo assim eu continuava mais alto que ela.

"Pronto para começar, Lorde Ulthagakh?"

"Sim."

Percebi que Jacqueline me encarava. Espere! Eu estava olhando faz algum tempo?

"Algum problema, Lorde Ulthagakh?"

"Não! Estava apenas pensando o quanto você se parece com uma nobre, agora."

"Humph! É irritante, eu preciso falar como um nobre, me mover como um nobre, comer como um nobre, dormir como um nobre."

"Pelo menos você pode comer, dormir e se divertir, eu tenho que ficar encarando um bando de rostos metálicos impassíveis. Sempre Lorde Ulthagakh isso, Lorde Ulthagakh aquilo. Gostaria que eles encontrassem algo melhor para fazer!"

Jacqueline e eu soltamos uma pequena risada com isso.

"Bem, Jacqueline, vamos começar, permita-me lhe contar sobre os Old Ones, Necrontyrs e a Guerra no Céu."

-Tumba, Laboratório de Haratek-

"Hm... O espécime de Daemonette conhecida como Lustfury tem se mostrado revelador na situação atual do Mar de Almas, agora conhecido como Warp." Haratek falou para um pequeno dispositivo flutuante que servia como gravador de voz.

A Daemonette mencionada estava presa e amordaçada a uma mesa cirúrgica metálica, seus braços e pernas estavam presos por algemas de energia, e um colar metálico ligado a um gerador estava preso ao seu pescoço, a forma da Daemonette piscava, ficando transparente e sólido novamente.

Deslizando seu dedo por uma tela holográfica, Haratek aumentou a potência do gerador, fazendo Lustfury se debater de dor, mas manter uma forma sólida.

"De acordo com Lorde Ulthagakh, os seres conhecidos como Daemons não passam de energia warp corrompida, a forma que vemos é apenas nossas mentes tentando entender as criaturas à nossa frente. Mas cada Daemon assume uma aparência semelhante ao Deus do Caos que o criou. Devido ao pilão e aos danos sofridos ao seu corpo, Lustfury está tentando retornar ao warp, mas por ser feita de energia, descobri que consigo prolongar a existência de Lustfury se usar um gerador. O gerador não está conectado a nenhum sistema da tumba, fiz isso devido aos aviados de Lorde Ulthagakh sobre Daemons conseguirem possuir e corromper tecnologia."

Haratek pegou uma grande agulha e perfurou o braço de Lustfury, mas nada preencheu a agulha.

"O ser não possui sangue ou nenhum tipo de fluido corporal, o que é interessante, como um ser feito de pura energia consegue pensar e viver. Algo semelhante aos C'tans, talvez?"

Então Haratek pegou um bisturi de Hiperfase e começou a abrir o estômago de Lustfury, a daemonette tentou gritar, mas a mordaça a impedia de fazer qualquer barulho. Puxando as metades do estômago de Lustfury para os lados, Haratek continuou seus estudos.

"O ser possui órgãos internos, mas de acordo com Lorde Ulthagakh, isso não passa de estética, os intestinos, pulmões, coração e demais órgão não são necessários para a sobrevivência do Daemon." Haratek falou enquanto movia os órgãos de Lustfury para os lados e os analisava de perto.

Um escaravelho flutuou ao lado de Haratek recordando a vivissecção enquanto outro escaravelho tirava fotos.

Haratek pegou um punhado de intestinos e o cortou com o bisturi, Lustfury tentou gritar novamente, mas não houve resultado. Os intestinos desapareceram assim que perderam o contato com o corpo de Lustfury.

"Qualquer parte do corpo que perde o contato direto com o Daemon desaparece imediatamente, isso é uma pena, pois preciso manter o Daemons vivo para estudar seus órgãos e..."

"Oh! Quem é ela?" Uma voz feminina curiosa perguntou.

"Ela é sua companheira, Haratek? Estou decepcionado com seus gostos!" Uma voz masculina exclamou, provocando Haratek.

Soltando um rosnado irritado, Haratek colocou Lustfury em um Labirinto Tesseract e se virou para os dois Cryptekas que entraram em seu laboratório.

Tholikan e Koratitan.

"O que vocês querem?" Haratek resmungou.

"Nosso lorde mandou buscar você." Tholikan falou.

"Então está na hora de partir."

Por toda a tumba um alarme soou, estava na hora de partir, as máquinas de guerra, construtos e tropas se moveram em direção às naves, nobres preparavam suas forças, prontos para conquistar a glória no campo de batalha, só faltava uma pessoa, o Overlord.

-Templo do Culto dos Destruidores-

Bloqueei o golpe do Destruidor Skorpekh logo em seguida, aparei seu golpe para baixo, o Skorpekh tentou me cortar com sua outra lâmina, mas eu salto para trás, desviando do golpe e avancei logo em seguida, mergulhando minha espada no pescoço do Skorpekh, separando sua cabeça de seu corpo, o Skorpekh foi teletransportado para reparos.

Corri pelo templo para desviar dos tiros do Destruidor Hexmark, suas seis pistolas enviavam uma enxurrada de disparos em minha direção, um Skorpekh se colocou em minha frente, tentando parar meu avanço, ele ergueu sua lâmina e a desceu em minha direção.

Me joguei no chão, deslizando por baixo de suas pernas, logo em seguida mergulhei minhas duas espadas em suas costas, o prendendo e o virei em direção ao Hexmark, o destruidor continuou atirando, não se importando em atingir seu aliado.

Avancei em direção ao Hexmark, cada disparo arrancava pedaços do Skorpekh, mas assim que me aproximei, arremessei o Skorpekh em direção ao destruidor em minha frente, os dois corpos colidiram contra a parede do templo.

Girei minhas espadas em cada mão e corri em direção aos destruidores caídos, mas fui parado em minha corrida pelo destruidor Ophydyano que atravessou o chão e tentou envolver minhas pernas, dei um grande salto, escapando de seu aperto e quando caí, pisei na cabeça do destruidor, a esmagando contra o chão.

Mais Skorpekhs e Ophydianos se colocaram em meu caminho, eu estava pronto para continuar, mas subitamente um alarme soou pela tumba, todos nós abaixamos nossas armas, estava na hora.

"Acho que já chega por hoje, continuaremos seu treinamento durante a viagem." Clandestor falou, flutuando ao meu lado.

"Concordo, finalmente posso fazer uma pausa."

"Humph! Não se acostume, você ainda tem muito que aprender." Clandestor cruzou os braços.

Dentro do templo, dois portões da eternidade abriram, Clandestor e os destruidores entraram por um. Eu, os Guardiões Reais e Lychguards entramos por outro, quando saímos do portão, estávamos na ponte de comando da minha nave.

"Meu Lorde!" Ouvir Haratek gritar.

Avistei os meus três Cryptekas e o sobrinho de Haratek me olhando preocupados.

"Algum problema?"

Sem responder, Haratek fez com que uma tela surgisse em minha frente, essa tela servia como espelho, então eu percebi por que Haratek estava tão preocupado.

Eu estava horrível, meu corpo estava cheio de cortes, buracos e queimaduras, eu estava sem um dos olhos, meu braço esquerdo estava quase caindo de meu corpo, minha armadura estava em frangalhos, o adorno em minha cabeça estava quebrado e minha capa estava rasgada, mas meu corpo já estava se auto-reparando.

"Não se preocupe, este é o resultado do meu treinamento. Mais importante, onde estão minhas armas?"

Os Cryptekas se olharam com hesitação, mas acenaram lentamente, com o pressionar de uma tela holográfica, uma série de equipamentos foi teletransportado em minha frente.

O meu velho Cajado de Luz foi modificado, além de disparar raios e congelar coisas, ordenei que ele fosse transformado em uma arma Gauss com três modos de disparo diferentes.

A primeira modificação foi feita no adorno, no centro da peça foi colocado um Gauss Flayer extremamente poderoso, podendo reduzir tanques a pó.

A segunda modificação está flutuando a poucos centímetros do cabo do cajado, um conjunto de seis cilindros metálicos, Arcos de Fluxo Gauss, basicamente uma metralhadora Gauss, menor dano e precisão, maior taxa de disparo.

A terceira modificação era um conjunto de adornos no punho do cajado, os Sigilos de Necrontyr, eles capacitam a arma para disparar poderosas explosões gauss contra o inimigo, basicamente uma espingarda Gauss.

A última modificação de meu cajado foi a instalação de uma lâmina de foice de guerra, mas armas de foice são difíceis e estranhas de usar, é preciso muita técnica para isso, algo que eu não tenho, por isso ordenei que fosse forjado uma lâmina de foice de guerra no formato de um Glaive de Hiperfase, a lâmina desliza sem esforço até mesmo pela armadura mais poderosa.

Agora meu cajado parecia uma mistura de uma lança com uma alabarda.

O segundo equipamento foi um dispositivo equipado em meu pulso, uma Flecha de Tachyon, um dispositivo que dispara uma lasca de metal inerte em um raio imparável capaz de perfurar o coração de uma montanha.

A única desvantagem deste item surpreendente é que seu estranho suprimento de munição se esgota com um único tiro, e é complexo demais para ser recarregado no meio do combate.

Em outras palavras, ele demora pra caralho para recarregar.

"Nós temos a variante de tiro único?"

"Sim, meu lorde, está no arsenal da nave." Haratek respondeu.

"Perfeito."

Existe uma variante que só pode disparar uma vez antes de se tornar inútil, tal arma tem alcance quase infinito, e é capaz de penetrar quase qualquer forma de armadura, incluindo a de Titãs.

O próximo equipamento foi uma estranha peça no formato de um Ankh, semelhante ao meu Ankh das sombras, a peça flutuando e desapareceu dentro de meu peito, assim que isso aconteceu, senti algo estranho.

Minhas mãos estavam alternando entre estarem transparente e completamente visíveis, esse deve ser um Deslocador de Fase, esse equipamento pisca o próprio tecido de seu portador para dentro e para fora de um estado faseado à medida que eles se movem entre dimensões. Se cronometrados indevidamente, até mesmo os golpes e tiros mais poderosos direcionados ao portador passam pelo ar vazio.

O último item foi um pequeno cilindro do tamanho de um escaravelho, um Phylactery, é um charme discreto que é, na verdade, um poderoso dispositivo de auto-reparo Necron. Ele é preenchido com minúsculos Nano-escaravelhos semelhantes a aranhas que se espalham sobre o corpo do portador através de um comando, ou se ele for severamente danificado ou destruído.

Os Nano-escaravelhos então passam a reparar danos na Necroderme; reforçando suas próprias habilidades de auto-reparação.

Teletransportei o Phylactery para meu armazenamento.

"Todos vocês fizeram um bom trabalho, mas se isso é tudo, vamos iniciar o levantar da frota!"

"Sim, meu Lorde!" Todos os Necrons na ponte disseram em simultâneo.

As luzes se acenderam, revelando uma sala circular com uma janela de vidro dando vista para o resto da nave e o hangar da tumba, onde todas as naves estavam.

Atrás de mim, havia um trono no topo de um conjunto de escadas, subi as escadas e me sentei no trono, meus Lychguards e Guardiões assumindo posição em frente ao trono.

Assim que me sentei, uma pequena esfera verde surgiu no braço esquerdo do trono.

"Saudações. Sou Sire Aetir, o espírito autônomo desta nave. Como posso ajudar?"

"Ola Sire! Gostaria de levantar a frota."

"Entendido. Iniciando levantar da frota."

A nave começou a tremer e a luz ficou mais forte, logo diversas luzes acenderam ao redor da nave, iluminando o lado de fora, com isso, avistei toda a totalidade do local onde eu estava.

Eu estava em uma Nave Tumba de Classe Carin, uma nave de quinze quilômetros de largura.

"Iniciando teletransporte." Sire falou novamente.

Houve um flash de luz verde, quando esse flash desapareceu, nós estávamos no espaço, imediatamente corri para uma das janelas e observei o vazio do lado de fora, avistei Hidrus Quintus e suas duas luas, o oceano azul logo abaixo.

Ao redor da nave, havia naves menores, todas brilhando no espaço, com luzes verdes e amarelas, seria lindo se cada uma delas não fosse uma peça de tecnologia mortal, mas isso é apenas um pedaço da frota, o resto permaneceu no planeta.

A porta de ponte de comando se abriu e um conjunto de nobres entrou na sala, eu trouxe oito nobres de cada facção e liderando esse grupo de nobres estava Kamamitet e Ananotek.

"Sabe, eu gostaria de fazer um grande discurso sobre guerra e glória, mas estou gostando da vista, então tudo que tenho a dizer para vocês, é. Aproveitem a viagem! Sire, trace o curso para Hidrus Quartus."

"Entendido." Sire respondeu.

Os Drivers Anti-Inércia foram ativados. É uma forma não newtoniana e sem reação de propulsão do usada pelos Necrons que permite que uma nave equipada com ele se mova pelo espaço sem qualquer forma de inércia. Isso permite que realmente viaje mais rápido que a velocidade da luz no vácuo no espaço real sem recorrer a viajar através de um meio extradimensional como o Immaterium.

Uma vez ativados, os drivers liberam uma explosão de energia relativística.

Além da viagem interestelar mais rápida que a luz, essa mesma tecnologia pode ser usada pelos Necrons para iniciar mais saltos de curto alcance de seus veículos em um campo de batalha planetário.

Com isso, o espaço se tornou um borrão devido a velocidade a que estávamos indo. Retornei para meu trono e observei os nobres conversando entre si, admito que estou um pouco nervoso, mas também curioso para o que me espera.

-Reino de Slaanesh-

"Minha deusa, eles deixaram o planeta." O arauto disse para Slaanesh.

"Hm... Acione nossos cultos infiltrados no sistema. Eles estão indo para Hidrus Quartus, correto?" Slaanesh perguntou.

"Sim, minha deusa."

"Envie Sabathiel."

FIM DO CAPÍTULO

Nota do Autor - Gimme! Gimme! Gimme! Começa a tocar. Deixe seus comentários e opiniões. Até o Próximo Capítulo!

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