No Passado

By aut_nunes

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ShortFic! " Uma jovem humana, dezesseis anos vivendo em seu inferno particular. Pais ruins, família desarmon... More

⬪ Cᴀsᴛ
Sᴜᴍᴀ́ʀɪᴏ
𝟏.
𝟐.
✦ Bᴏɴᴜs
𝟑.
𝟒.
𝟓.
𝟔.
✦ Bᴏɴᴜs
𝟕.
𝟖.
✦ Bᴏɴᴜs
𝟗.
𝟏O.
ᴇᴘɪ́ʟᴏɢᴏ

↠ Prólogo

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By aut_nunes

Meta: 20 comentários (com nexo)
E 10 votos.

" nunca planejei ter filhos, mas ela chegou "

✦ • ✦ • ✦ • ✦

     Acariciei as costas nuas de minha criança, enquanto ela chorava desesperadamente abraçada em mim.

A água gelada respingava em minha persona, mas estava verdadeiramente molhando Sina. A fim de resfriar seu corpo quente e cheio de febre.

Quando o episódio diz respeito a uma recém transformada, qualquer mínimo sinal de doença é extremamente importante. E minha vampirinha está mal desde ontem, na madrugada fria em que tentou fugir.

— está tudo bem — passei minha mão fria em seus fios escuros de cabelo.

— é porque não é você que está aqui!

— eu já disse que não deve gritar comigo, não vou te poupar numa próxima vez — disse mais séria, cortando sua fala.

Estiquei-me para alcançar a toalha mais próxima, e rapidamente fechei o registro do chuveiro, fazendo a água fria parar de cair.

Maria tremeu de frio e eu a enrolei no tecido felpudo, pronta para pegar a criança no colo e levá-la de volta para o quarto.

Não vesti a criança com as vestes comuns, mas sim com um roupão longo, prendendo‐o fechado com uma faixa branca.

— eu-eu quero uma roupa!

— já lhe darei uma — afirmei pegando-a novamente no colo.

Quatro semanas juntas, creio eu, que foram suficientes pra Sina aprender tópicos importantes sobre mim. E um deles é que a maior raridade do mundo é ela me presenciar mentindo. Logo, a menina afirmou e deitou o rosto húmido em meu ombro.

Desci para o primeiro andar, e, antes de me sentar no sofá, busquei na cozinha o leite morno que preparei para acalmar a menina chorosa.
Ela o tomou sem fazer birra, afinal, não o pus na mamadeira que a própria repudia.

Após minutos de muita calma no sofá, ouvi o som calmo da companhia.
Indo contra o que eu havia imaginado, Maria ergueu a cabeça, se mostrando estar acordada.

Levantei-me com a loira no colo, e apressei-me para abrir logo a porta.
Sem antes conferi quem estava ali, destranquei as fechaduras e revelei a médica especialista, que a pouco tempo enviei um pedido de ajuda.

Na foto que encontrei quando busquei por seu nome na lista de contatos seus cabelos estavam lisos, e ela não parecia tão simpática quanto parece agora.
Entretanto, somente quando senti uma sensação muito conhecida por mim, denominei que o melhor a fazer seria parar de analisar casa traço da, se posso dizer, bela mulher.

— boa noite — ela começou — essa seria a princesa que mencionou?

— seria sim — afirmei — por favor, entre.

— deixo meus sapatos no lado de fora?

— não há necessidade.

A morena entrou em casa sem que eu precisasse pedir novamente, trazendo, junto a si, uma pequena mala de rodinhas preta, que possue vários adesivos coloridos colados em toda ela.

— quem é essa mulher? — Sina sussurou em dúvida.

— uma conhecida — respondi — por aqui.

A mulher me seguiu até os aposentos da menina adoecida. E, antes de preparar seus materiais no quarto, ela me encarou pedindo permissão com o olhar.

— fique a vontade.

Então, ergueu a pequena mala e a apoiou na cadeira posta ali. Quando abriu, mostrando os instrumentos e remédios que estavam organizados ali, Maria resmungou em choro.

— ela é médica né? Eu não quero — ouvi sua voz súplicar.

A menina soltou o agarre no meu pescoço e tentou descer de meu colo, mesmo que se machucasse no processo.

— não faça assim, ela só vai te examinar pra conferir como anda sua saúde — segurei-a mais firme.

— por favor, eu não quero.

— nada vai acontecer, eu não vou sair do lado — afirmei — ela pode ficar no meu colo, doutora?

— creio que sim, se ficar confortável pras duas — ela sorriu simpática — posso usar o banheiro? Preciso higienizar minhas mãos antes de por as luvas. 

— claro, fique a vontade. Atrás dessa porta tem um.

🟠 POINT OF VIEW
Any Gabrielly Soares

Sorri inconscientemente quando olhei para o par de escovas de dente. Ambas são de algum dos filmes da Barbie, e estão com as ventosas presas na parede perto da pia.

Sabina não aparenta ser uma mãe que assiste desenhos infantis com a filha, sua feição, até o momento, foi restrita em um pequeno sorriso de boas vindas.

Enfim, lavei minhas mãos com o sabonete que trouxe, e pus as luvas brancas de exame.
A saída do banheiro foi o mais cautelosa possível, para eu não acabar encostando em nada.

— manhê — a voz chorosa me partiu o coração.

Me sinto estranha por ter sido atingida, como médica pediatra o que mais escuto é choro de crianças tristes por terem que se consultar.

— esconda o rosto em mim e nem precisará ver nada — Hidalgo comentou cheia de paciência.

Dei um tempo as duas, entendendo a necessidade da morena em acalmar a filha, que aparenta ser uma recém transformada.
Seus olhos ainda estão escuros, e sua pele tem aspecto caloroso, claros indícios de sua recém transformação.

— será que tens uma mamãe previnida? — perguntei a fim de chamar a atenção da criança.

— tenho uma muito má, que não respeita minha vontade — ela disse firme.

— pensa assim? Eu só vejo uma mãe preocupada com os sintomas que a filha anda tento — peguei meu estetoscópio — pode afastar o tecido pra tia?

— não — a menina negou segurando arduamente o roupão no lugar. 

— licença, querida — Sabina pediu, pondo a mão ali — nós duas já conversamos, sabe que deve colaborar.

— eu não concordei com isso!

— Maria por favor, dê licença.

Após presenciar milhares de cenas onde crianças se negam a colaborar, a mulher pareceu ser uma mãe paciente. Vampiros não costumam ser muito carinhosos com crianças se negligenciando.

— não vou! Eu não quero que ela me examine! Quero que vá embora! — então a criança gritou, exalando a voz fina com exatidão.

Virei o rosto quando senti o próximo ato da mulher, mas ouvi os três estalos altos e gritos finos de antecipação ao choro.

— espero que esteja pronta pra colaborar, Sina Maria.

— não estou, não estou e não estou!

Meu coração se apertou quando percebi que ela voltaria a apanhar.
Sei que nenhuma criança deve afrontar os responsáveis, e nunca fui contra a educação, mas ouvi essa criança sendo punida está sendo um castigo para mim, que, infelizmente, como médica, não tenho o direito de me meter ou pedir pra mamãe ter mais calma, logo, me sinto em uma prova de resistência.

— estou! — Sina gritou — estou prontaaaaa — a vogal se estendeu em um choro sentido.

Contei seis tapas, mas posso ter esquecido de algum. Minha mente foi parar em outro mundo, tentando ao máximo ignorar os pedidos de "pare".

— levante e tire o roupão.

— mas-mas estou sem nada por baixo — a criança assumiu ainda chorando.

— a doutora verá tudo, adiante o processo.

— mas...

— Sina você quer voltar a estar de bruços no meu colo?

Virei meu rosto novamente para encarar as duas, já mais calma. A menina chorosa estava de pé, chorando contínua enquanto desamarrava a faixa do roupão.

Acho que minha pena ficou em destaque em meu rosto, e tenho quase certeza que a mulher percebeu, pois respirou fundo se acalmando.

— meu colo ou a cama? — perguntou.

— você — ela solucou e foi nua se sentar nas pernas da mãe.

Achei que sua resposta seria contrária, mas tudo foi respondido quando ela se escondeu nas roupas quentes da mais velha.

— consegue respirar fundo pra tia?

A menina assentiu nervosa, e tentou ignorar os espasmos respirando fundo algumas vezes. Com o estetoscópio conferi se seu coração estava batendo, somente quando confirmei que não desci pros outros órgãos.

— tudo bem por aqui — deixei o objeto de exame na cama e peguei o palitinho de madeira tão odiado pelas crianças — abre a boquinha por favor. 

Ela obedeceu, e pôs a língua pra fora antes que eu pedisse. Sorri em resposta, e fui breve na análise.

— creio que não irá gostar do último exame, anjinho, mas ele é o mais necessário — comecei — a tia precisa conferir se não há nada de incomum em suas partes íntimas, mas prometo ser rápida.

— não moça, por favor — ela negou cheia de medo.

Senti-me mal, logo quando ela se acalmou farei-a voltar ao estado de puro choro.

— tenho recompensas na mala, se sua mamãe permitir elas serão todas suas. O que me diz?

— mamãe eu não quero esse exame — ela levantou o rosto para encarar a morena, que apenas prestava atenção em tudo.

— como a doutora falou, ele é o mais importante — Sabina disse calma — vira aqui pra mamãe.

— não não não não — ela voltou a chorar — por favor não.

Hidalgo pôs a criança sentada de costas pra si, encostada em seu peitoral. Então, usou das próprias pernas pra prender as da criança. Por fim, ela segurou o corpo da filha com uma das mãos, deixando a outra pra prender o rostinho da menina em seu pescoço.

— mãaaae — a criança se engasgou com o choro.

Com uma de minhas mãos separei os lábios vaginas da criança, que gritou pedindo pra mãe me fazer parar.

— shii, calminha — ela comentou.

Haviam pequenas bolinhas vermelhas pelo local, confirmando a suspeita que eu já possuía. E aproveitei para conferir a pele do bumbum da miúda, que, como imaginei, está rosada.

— pronto, acabei — anunciei recolhendo minhas mãos — tudo bem? A tia te machucou?

— está tudo bem, ela só não está acostumada — Sabina afirmou, ficando de pé com a filha no colo — tá tudo bem, meu anjo. Acabamos, não terá mais nada, se acalme.

— e-ela tocou em lugares que são só meus!

— eu sei, minha filha. Mas foi necessário.

Busquei o roupão no chão e entreguei na mão da criança, que desceu da mãe para vesti-lo rapidamente. Só depois indo se sentar, agora sozinha, na cama.

— eu desconfiei desde o princípio, mas precisei ter certeza — comecei — ela é uma recém transformada, certo?

— sim, fazem exatamente quatro semanas.

— a senhora oferece leite materno a ela com que frequência?

— não ofereço — a mulher respondeu, me deixando surpresa — sou uma mulher diferente, doutora, ainda mulher, porém sem útero nem leite — comentou simples — meus seios não passam de enfeites.

— tudo bem — concordei — poderia só descrever como é a alimentação dela?

— faço leite normal diariamente, pra tentar ao menos algumas proteínas importantes. Ela gosta dele bem morninho.

— creio que seja apenas isso?

— me indicaram não dar comida nos primeiros cinco meses, fiz errado?

— não, fez certo — disse guardando meu material — essa princesa está com falta de proteína no corpo, o leite materno é indispensável nesses casos.

— tem alguma sugestão?

— eu produzo leite, mesmo sem ter nenhum filho. Me adaptei a tirar com bombinhas pra doar ao hospital, mas na maioria das vezes ninguém vai buscar e eles estragam. Se tiver disponibilidade poderia ir buscar semanalmente, é só ferver em banho maria e oferecer em alguma mamadeira.

— e hoje? Tenho medo dela piorar.

— eu não ando com a bombinha — comentei, me sentindo uma boba.

— seria muito impróprio pedir pra... — ela parou — não, esquece.

— oferecer no seio?  — tentei adivinhar.

Realmente não estou disposta a ver essa criança mal, ela ainda está encolhida na cama e seus soluços ainda são audíveis.

Os sintomas mais graves que a falta de proteína podem causar em vampirinhos recém tranformados são extremamente preocupantes.
A falta de hormônios importantíssimo é um deles, mas possuem outros como inchaço da garganta, dores insuportáveis no corpo, sensibilidade extrema a qualquer tipo de toque e até a falta de apetite

Sabendo de tudo isso, após ter me apegado a pequena paciente, não tive como recusar um meio tão bonito para sua cura.

— se Sina não se importar posso fazer isso hoje.

— perdão, doutora, mas ela não precisa se importar. É a saúde da minha filha que está em jogo, se estiver disposta a isso ela tomará e ponto.

■> Considerações finais.

Estava morrendo de saudades de postar aqui pra vocês!
E queria pedir uma chance, eu não gostei muito desse prologo mas prometo que os capítulos seguintes não estão ruins, na verdade eu amei escrever essa fic e espero que gostem dela.

Também quero avisar que todos os capítulos estão prontos, entretanto as postagens dependem de vocês.
A única obrigação é a meta, quanto ela for batida o capítulo é postado, pode ser?
Conto com vocês!

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