Nier Automata: Jornadas no 12...

By VonLeporace

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Japão, Shinjuku, 2003. O céu se partiu e dois seres monstruosos vieram do nada, no final do conflito entre os... More

Episodio 1 - Introdução a Sociedade Humana
Intervalo 1 - Reflexões e Surpresas
Intervalo 1 PARTE 2 - Luta e Resgate
Intervalo 1 PARTE 3 - Conhecendo a Resistência
Episódio 2 - Uma História Musical
Intervalo 2 PARTE 1 - Respondendo Perguntas
Intervalo 2 PARTE 2 - Resgatando 11B e Revisitando o Acampamento
Episódio 3 - Mistérios da Humanidade
Intervalo 3 - Novo Velho Mundo
Intervalo 3 PARTE 2 - Atenção Indesejada e Conseguindo Dinheiro
Episódio 4 - Apreciação de Arte
Intervalo 4 - Basilisco
Intervalo 4 PARTE 2 - A Curiosidade dos Androides e seu Resultado
Intervalo 4 PARTE 3 - Reunião
Episódio 5 - Uma Conversa Sobre Tempo e Civilizações
Intervalo 5 - Nova Vida no Reino da Noite
Intervalo 5 PARTE 2 ­- Prometheus e Sísifo
Linha do Tempo
Intervalo 5 PARTE 3 - Descanso
Episódio 6 - Sobre Moda e como Vestir-se Bem
Intervalo 6 - O Que Não Faríamos Por Amor?
Intervalo 6 PARTE 2 - Casal Reunido
Intervalo 6 PARTE 3 - Um Dia de Trabalho
Intervalo 6 PARTE 4 - Aprendizado de Máquina

Intervalo 5 PARTE 4 - Pensando Sobre o Futuro & Corrigindo o Passado

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By VonLeporace

Camélia andou pelas ruas, sendo guiada por Kokio e Florence, os dois androides a apresentaram aos diversos locais do acampamento.

O trio de andróides passou por dormitórios, lojas, mercadores, mecânicos e muito mais, grupos de andróides iam e vinham realizando suas diversas funções, soldados patrulhavam as ruas garantindo que tudo estava bem ou caminhavam para fora do acampamento para seus turnos de vigia ou patrulha.

Mecânicos entravam e saíam de prédios, consertando equipamentos e garantindo que tudo funcionasse perfeitamente, computadores, veículos, geradores.

Vendedores e mercadores anunciavam seus produtos, eles negociavam e pechinchavam com outros androides, vendiam os mais variados produtos, de armas de combate que pesavam toneladas à simples bugigangas.

Conforme andava, Camélia percebeu algumas diferenças quanto mais fundo ela ia pelas ruas do acampamento. A melhor forma que ela poderia explicar, é que o acampamento ficava mais decorado a cada virar de esquina.

Camélia passou por um canteiro de flores de diferentes cores e com pedras coloridas fazendo um mosaico, quando visto de cima a combinação das flores e das pedras formavam um código de barra colorido.

Pendurados em prédios havia cordas com formas penduradas nelas, mas diferente das bandeiras coloridas de outras áreas do acampamento, nessas cordas havia a forma de animais e plantas entalhados em madeira, pássaros, javalis, alces, flores.

"Surpresa?" Florence perguntou.

"S-sim, esse lugar mudou muito desde a última vez que estive aqui."

"Concordo, a nova decoração ajudou a mudar o tom cinza entediante dos prédios, quebrou a monotonia do dia a dia e sinceramente ajudou a aumentar a moral do acampamento, embora isso não signifique que ignoramos nossas responsabilidades."

Camélia percebeu o que Florence quis dizer, havia um grupo de androides treinando em uma linha de tiro, os alvos sendo máquinas mortas a diferentes distâncias.

Passando em frente a um prédio, Camélia deu uma rápida olhada na parte de dentro, ela vislumbrou androides usando uniformes semelhantes à Florence consertando vários androides danificados.

Havia outra barraca com uma aparência militar, nela diversos androides discutiam em frente a um mapa em cima de uma mesa, ao redor desses androides havia outros entregando documentos e utilizando rádios e computadores.

"Você deveria ter visto o dia em que as decorações foram colocadas, foi tão divertido, Anemone até aliviou nossa carga de trabalho para que nós pudéssemos ajudar." Kokio disse.

"Sério? Ela me parecia um pouco estrita."

"Ela só é assim, pois se preocupa com todos no acampamento, é um forte golpe para seus sistemas toda vez que a notícia de que alguém morreu para as máquinas chega até ela." Kokio disse com um tom de tristeza em sua voz.

"Hm... Acho que esse é um dos fardos que vem junto a ser um líder. Só gostaria que a comandante mostrasse que se importa."

"O que você disse?"

"Nada!"

"Mas me diga, às baixas para as máquinas são frequentes?" Camélia perguntou.

Uma careta de formou na face de Kokio, já Florence se mexeu desconfortavelmente enquanto desviava o olhar.

"Desculpe-me..." Camélia tentou falar, mas foi interrompida por Florence.

"Não, sem problema. Não é uma informação confidencial, mas todos aqui chegaram a um acordo não escrito de não falar sobre isso. Para responder sua pergunta, sim, as baixas são frequentes, mas não tanto quanto parecem, poderia ser pior."

"O que você quer dizer?"

"O maior problema é a quantidade de máquinas, elas sempre estão em maior número, quando elas chegam perto demais do acampamento, nós podemos acabar com elas sem problema, afinal temos fortificações, androides e armas o suficiente para isso, mas quando os androides patrulham a cidade, bem, isso já é outra história."

"Entendo, dependendo do grupo de máquinas, as patrulhas estarão em menor número, sem falar, é claro, dos diversos prédios, becos, ruelas e esgotos de onde as máquinas podem sair."

"Exatamente."

"Eí! Eu pensei que nós íamos mostrar o acampamento para Camélia, não ficar falando sobre esse tipo de coisa. Não arruíne o clima do momento!" Kokio exclamou, cruzando os braços.

Florence soltou uma pequena risada, enquanto Camélia dava um pequeno sorriso.

"Mas falando sério, toda vez que alguém morre, é um golpe para a moral do campo, perdi muitos amigos assim, mas mantenho minha esperança ao pensar que eles estão me observando, seja lá onde estiverem, me vendo lutar e seguir em frente, para que algum dia possa realizar nosso sonho de um mundo sem guerra e cheio de humanos." Kokio falou, certo brilho em seu olhar e dando um grande sorriso para os androides.

"Belas palavras, Kokio. Só gostaria que você mostrasse esse tipo de determinação nos trabalhos que Anemone lhe dá." Florence brincou.

O rosto de Kokio ficou vermelho, inflando suas bochechas e pisoteando o chão.

"Você sabe quanto tempo eu tive que passar organizando os arquivos?!?"

"Não." Florence respondeu, segurando sua risada.

"Nem eu! Mas tenho certeza de que foi muito tempo!"

"Você está exagerando. Conhecendo você, aposto que foram menos de vinte minutos."

Então os dois androides continuaram andando pelo acampamento, discutindo uma com a outra de forma amigável, Camélia apenas as acompanhava com um olhar divertido.

No meio do caminho, Camélia passou em frente à loja de um androide mercador, dando uma rápida olhada nos objetos exibidos, algo chamou a atenção de Camélia.

Era um colar, o colar tinha uma corrente prateada com um objeto preso nele, uma engrenagem dourada com um coração vermelho no centro.

Camélia se aproximou da loja, mas ficou confusa ao não ver ninguém do outro lado do balcão.

"Olá! Tem alguém aqui?"

"BEM-VINDA!"

"AAAHHH!"

Camélia recuou assustada quando subitamente uma andróide feminina saiu debaixo do balcão.

Vendo a androide a encarando com um grande sorriso no rosto, Camélia se acalmou. Limpando a garganta e respirando fundo, Camélia falou.

"Olá! Quanto pelo colar?"

"Oh! Esse é um item interessante, um dos meus melhores produtos. É para alguém especial?" O sorriso da androide aumentou quando ela se apoiou no balcão e mexeu as sobrancelhas para Camélia.

Camélia corou de vergonha "Sim.".

"Bem, ele ou ela é uma pessoa de sorte. Felizmente para você, estou fazendo uma pequena promoção, se você comprar esse colar e mais um item da minha loja, você receberá um desconto! O que me diz?"

"Hm... Está bem." Camélia escaneou os outros produtos da loja, em busca de algo que a interessasse, e Camélia encontrou.

Uma mala para uma guitarra, os olhos da androides se arregalaram por trás de seus óculos escuros, ela havia encontrado exatamente o que estava procurando.

"Vou levar a mala de guitarra e o colar."

"Boa escolha, será 85 Gs no total."

Desconto uma ova! Camélia pensou enquanto pagava pelos itens, ela guardou sua espada na mala e o colar no bolso de sua calça.

"Sabe, apesar de termos negociado, não acredito que nos apresentamos, chamo-me Accord." A androide se apresentou, estendendo a mão para Camélia.

"Camélia." A androide de óculos escuros respondeu, aceitando o aperto de mão.

"Prazer em conhecê-la Camélia! Espero nos encontrarmos novamente!"

"Igualmente!"

Camélia se afastou de Accord, mas antes que fosse embora, ela ouviu Accord falar.

"Antes que eu me esqueça, de um oi para o velho general por mim, já não nos vemos faz mais de cinco mil anos! Gostaria de bater um papo com ele!"

Mas assim que Camélia se virou, a loja não estava mais lá, Camélia tirou seus óculos e esfregou os olhos, confusa, mas não era algum problema com seus sistemas ópticos, a loja havia desaparecido.

Rapidamente Camélia retornou para Kokio e Florence, preferindo esquecer o que aconteceu, mas ela levou a mão a seu bolso e sentiu o colar lá dentro, prova de que a interação anterior havia acontecido.

"Chegamos!"

Camélia foi tirada de seus pensamentos pelo grito de Kokio, a androide estava parada de braços abertos na frente de um prédio, por fora o lugar parecia um simples prédio, mas assim que Florence e Kokio levaram Camélia para dentro, a androide se surpreendeu com o interior.

A melhor forma de descrever o lugar seria um salão de beleza misturado com uma oficina, uma cadeira semelhante à de um consultório de dentista estava no centro da sala com uma grande lâmpada em cima.

Havia cadeiras giratórias em frente a um balcão de madeira com um grande espelho que cobria quase toda a parede, uma luz suave iluminava o local enquanto uma música agradável tocava em um rádio.

Essa era a parte amigável do estabelecimento, pois próxima à cadeira no centro da sala, havia uma mesa metálica com rodas, em cima da mesa havia uma bandeja metálica cheia de ferramentas, em outra parte da sala havia estantes cheias de partes de androides.

Braços, pernas, olhos, orelhas, nariz e muito mais, todos de diversas cores e tamanho.

Camélia engoliu em seco ao ver isso, tantas partes de androides sendo exibidas por aí não era algo agradável para um androide Yorha.

"Que lugar é esse?" Camélia murmurou.

"Este é o salão do Michelangelo. Androides vêm atrás dele em busca de alterar suas características." Florence falou.

"Falando nele. Onde está aquele androide? Michelangelo!" Kokio gritou.

"Já estou indo!" Uma voz andrógina veio do fundo do salão.

Puxando uma cortina para o lado, um androide alto e magro apareceu, ele ou ela tinha longos cabelos castanhos que chegavam até as costas, pele bronzeada, olhos verdes, nariz e queixo finos e lábios rosados.

O androide usava uma camisa branca com um avental com bolsos por cima, luvas pretas, calças marrons e sapatos pretos.

Apesar disso, era difícil dizer se o androide era masculino ou feminino, sua aparência beirava os dois.

"Kokio, Florence! Já faz algum tempo que não as vejo! Venham aqui, me deem um abraço!" Michelangelo abriu os braços.

As duas androides abraçaram o androide andrógeno, trocando cumprimentos e elogios.

"Bem, o que traz vocês até aqui? Estão em busca de olhos de uma cor nova?" Michelangelo perguntou, quebrando o abraço.

"Na verdade, não. Nossa amiga Camélia gostaria de um pouco de tinta para cabelo." Kokio apontou para a androide assustada.

"Oh! Acredito que não a vi antes! Você é nova no acampamento?" Michelangelo perguntou, estendendo a mão para Camélia.

A androide saiu de seu estupor "Não exatamente, só estou de passagem." Camélia aceitou o aperto de mão.

"Mesmo assim, seja bem-vinda! Mas indo direto ao ponto, como posso te ajudar? Você quer um rosto novo, olhos novos, braços, pernas? Tenho tudo por aqui para atender a todos os gostos."

"Na verdade, só gostaria de uma cor diferente para meu cabelo." Camélia disse nervosamente.

"Você tem certeza? Porque se você quiser, posso fazer você maior em todos os lugares certos." Michelangelo falou, andando ao redor de Camélia, analisando-a.

"O que você quer dizer com isso?"

"Não me diga que você não entendeu. Você já viu aquela androide Yorha acompanhada do garoto? Ou a comandante White? Não vejo o valor estratégico nas partes dela, mas não vejo ninguém reclamando." Michelangelo respondeu, passando a mão por seu peito e traseiro, fazendo um monte com as mãos.

Camélia parou e pensou por um minuto, ela se lembrou das roupas que a comandante e 2B usavam, então seu rosto ficou vermelho quando ela imaginou certas partes se movendo de uma forma que desafiava a gravidade.

"Não! Não! Obrigada, mas não! Só quero mudar a cor de meu cabelo!" Camélia respondeu com o rosto completamente vermelho e balançando a cabeça para dissipar as imagens.

"Uma pena, mas um cliente é um cliente, sente-se, por favor, e nós começaremos logo." Michelangelo respondeu, levando Camélia para uma das cadeiras em frente ao espelho.

Camélia colocou sua mala de guitarra em um canto e se sentou.

"Você tem alguma cor de preferência?" Michelangelo perguntou, colocando um avental em Camélia, cobrindo seu corpo.

"Na verdade, sim."

"Então vamos começar!" Michelangelo respondeu, colocando seu rosto ao lado do de Camélia, os dois observando seus reflexos no espelho.

Camélia desviou o olhar para os reflexos Kokio e Florence, as duas androides apenas levantaram um polegar para Camélia, tentando confortar a androide.

-XXXXXX-

"Obrigado e volte sempre!" Michelangelo acenou de dentro de sua loja.

As três androides se despediram de Michelangelo e caminharam pelo acampamento.

"Então, o que você achou do Michelangelo?" Kokio perguntou.

"Ele é um pouco estranho, mas não vejo nada de mal nele." Camélia respondeu, passando a mão por seus cabelos agora pretos.

"Fico feliz por isso, gostaria de ver sua cara quando você encontrar Michelangelo em seus outros corpos."

"Desculpe, acho que não ouvi direito. Outros corpos?"

"Sim. Michelangelo muda sua aparência constantemente, ele ou ela não consegue decidir, às vezes ele é mais masculino, às vezes ela é mais feminina, e às vezes você não consegue dizer, como hoje. Androides mais apegados a seus corpos ficam perturbados com isso, principalmente o mercador que se recusa a consertar a perna."

"Não posso julgar, admito que fiquei um pouco desconfortável com o pensamento de mudar a cor de meu cabelo, não consigo imaginar como os outros se sentem. Nós saímos da fábrica com um rosto pré-definido por nosso modelo, uma personalidade que está registrada em um banco de dados, mudar algo sobre nós é preciso muito esforço."

"Você está certa, me lembro de quando mudei meu rosto, foi preciso meses para tomar a decisão e mais ainda para me acostumar." Florence murmurou.

"Você mudou seu rosto?" Camélia perguntou.

"Sim. Digamos que eu não estava satisfeita com meu rosto anterior, então decidi mudá-lo, não me arrependo e vamos terminar essa conversa assim." Florence disse com tristeza em sua voz, desviando o olhar para o chão.

"Hm... Entendo, não vou me meter."

"Obrigada." Florence sorriu.

O trio de androides parou em uma área do acampamento que foi transformado em uma praça, no centro da praça havia uma estátua feita de ferro velho, uma Vênus de Milo, mas no lugar da cabeça havia uma esfera metálico representando um rosto esquelético com um grande sorriso de orelha a orelha com dentes enormes e dois grandes olhos.

Camélia franziu as sobrancelhas ao ver a cabeça que não combinava com o resto da estátua. Mas dando de ombros, os androides se sentaram em um banco de madeira próximo a estátua.

"Então, o que você achou do nosso pequeno acampamento?" Florence perguntou.

"É agradável, 16D adoraria esse lugar."

"Quem?" Kokio perguntou.

"Ninguém, estou apenas divagando. Anemone deve se importar muito com esse lugar."

"Você está certa, mas o humor de Anemone tem melhorado junto ao acampamento, não sei o que aconteceu, mas nossa líder tem estado de bom humor ultimamente." Florence falou.

"Oh! E ela também começou a fazer origami!" Kokio falou.

Camélia se inclinou para frente no banco e observou a praça, vendo androides sorrindo, conversando, vivendo suas vidas no geral, esse lugar parecia tão diferente, uma guerra estava acontecendo, mas mesmo assim esses androides conseguiam encontrar a felicidade.

Subitamente a música tocou pela praça, fazendo androides pararem o que estavam fazendo e se reuniram em frente a um grupo de androides, esses androides tocavam instrumentos improvisados, havia um androide com um violão, outro com uma gaita, outro com uma rabeca.

Camélia observou os androides tocarem por algum tempo, ela levou a mão a seu bolso e apertou o colar, rapidamente Camélia se levantou.

"Kokio, Florence, obrigado por me mostrar o acampamento, mas agora eu preciso ir." Camélia disse rapidamente.

"Espere..." Kokio tentou falar, mas Camélia já desaparecia em meio às ruas do acampamento.

-XXXXXX-

Do lado de fora do acampamento, uma patrulha de androides da resistência estava sendo pressionados por um grupo de máquinas, os androides atiraram de dentro de uma loja, usando mesas e estantes como cobertura.

Suas armas disparavam uma chuva de balas nas máquinas que se aproximavam, a rua estava coberta de atarracados, atarracados médios e bípedes médios.

Repentinamente o som de metal cortado pode ser ouvido, então as máquinas ficaram em silêncio, saindo de suas coberturas, os androides viram as máquinas cortadas em pedaços no chão.

Próximo às máquinas havia uma androide de óculos escuros, a androide acenou para o grupo antes de sair correndo.

Camélia andou pelos arredores do acampamento, ajudando grupos de patrulha e eliminando grupos de máquinas, naquele dia, surpreendentemente o relatório de baixas foi menor.

Camélia enxugou o suor de sua testa após eliminar o sexto grupo naquele dia, Camélia olhou em volta e viu um mercadinho abandonado, seus olhos focaram no carrinho de comprar em frente ao mercado e nas máquinas em sua frente, Camélia sorriu, hora de deixar seus bolsos um pouco mais cheios.

-XXXXXX-

Perla e Damiana continuavam sua busca pelas gêmeas de cabelos vermelhos.

"Ei, irmã! O que nós diremos quando encontrarmos as gêmeas?" Perla perguntou para sua irmã, preocupação e dúvida em sua voz.

"O que você quer dizer?" Damiana perguntou de volta.

"Aquele andróide, Salieri, ele disse que a Devola e Popola deste acampamento não gostam de estranhos às procurando. O que usaremos de desculpa para procurá-las?"

Damiana parou em seu caminho e pensou profundamente, sua irmã estava certa, duas estranhas aparecendo do nada sem motivo aparente só geraria suspeita.

Damiana olhou em volta, buscando algo que pudesse utilizar como desculpa, seus olhos focaram em um androide mercador, especificamente em algo que esse androide estava vendendo.

Um rádio do tipo que uma pessoa usaria no dia a dia para ouvir música e transmissões, Damiana se aproximou de mercador enquanto sua irmã observava, Perla não conseguia ouvir o que os dois estavam discutindo, mas viu sua irmã pagando o mercador e pegando o rádio logo em seguida.

O que veio depois foi sua irmã apertando o rádio, ao ponto de o metal amassar um pouco, a tela de vidro na frente do rádio rachar e faíscas saírem do objeto, o mercador encarou Damiana revoltado com o que seu cliente fez com o produto que acabou de comprar.

Damiana ignorou as reclamações do mercador enquanto andava para o lado de sua irmã.

"Aqui está a nossa desculpa." Damiana mostrou o rádio para sua irmã.

Perla apenas acenou lentamente com a cabeça.

Então a busca continuou, Perla chamou a atenção de sua irmã ao vislumbrar uma massa de cabelos vermelhos entrando em um prédio velho com uma cortina de pano na frente.

Com um aceno de cabeça, as irmãs foram em direção ao prédio, mas ao chegar perto da entrada, elas hesitaram por um momento. Elas estavam prontas para encarar aquelas que sofreram devido a seu fracasso?

Com determinação fluindo por seus corpos, a irmãs puxaram a cortina para o lado e entraram no prédio, apenas para fica cara a cara com um par de gêmeas de cabelos vermelhos as encarando do outro lado de um balcão.

"O que vocês querem?" Devola perguntou, cruzando os braços.

"Devola! Desculpe pela atitude de minha irmã! Nos chamamos Devola e Popola e sejam bem-vindas a nossa loja. Como podemos ajudar?" Popola perguntou, fazendo um pequeno arco.

"O-olá!" Perla gaguejou enquanto acenava nervosamente para as irmãs.

"Nós... Nós gostaríamos de saber se é possível consertar isto." Damiana disse hesitantemente, mostrando o rádio quebrado.

"Oh! Claro! Deixe-nos dar uma olhada!" Popola sorriu.

"Apenas se vocês tiverem como pagar, é claro." Devola murmurou.

"Dev!"

"O que? Estou sendo séria! Elas não seriam as primeiras que tentaram sair sem pagar." Devola deu de ombros.

"Gostaria de me desculpar novamente pela atitude de minha irmã." Popola disse envergonhada.

"Não, sem problemas. Não estamos ofendidas, não é mesmo, Damiana?" Perla perguntou para sua irmã.

"Sim. Como minha irmã disse, sem problemas." Damiana completou, colocando o rádio no balcão logo em seguida.

"Irmãs? Vocês duas são irmãs?" Devola perguntou surpresa.

"Sim." Perla e Damiana responderam simultaneamente.

"Isso é maravilhoso! Vocês são novas no acampamento? Não, espere! Acho que encontramos vocês algumas vezes." Popola semicerrou os olhos.

"Elas nos ajudaram com aquele grupo de androides que nos causava problemas. As duas deitaram eles na porrada." Devola respondeu enquanto segurava o rádio em frente a seu rosto.

"Somos gratas por isso, mas não foi necessário, já estamos acostumadas com androides nos causando problemas." Popola falou enquanto analisava o rádio e fazia uma cara de confusão ao notar as impressões de dedos no objeto.

"Mas vocês não deveriam. Anemone não é a líder do acampamento, por que ele permite que isso aconteça?" Perla perguntou.

"Anemone tem muitas preocupações em sua cabeça, não queremos incomodá-la com nossos problemas." Popola respondeu, abrindo o rádio com uma chave de fenda.

"Mas isso não a impede de nos mandar em missões perigosas." Devola continuou, verificando os fios do rádio.

"Dev! Você sabe que ela não tem opção. Isso serve para acalmar os outros androides."

"Desculpe, mas, vocês correrem perigo acalma os outros androides do acampamento?" Damiana perguntou.

Devola e Popola ficaram em silêncio por algum tempo, e isso foi tudo que Perla e Damiana precisavam ouvir.

"Escute, se vocês estão precisando de ajuda, vocês podem falar conosco." Damiana sugeriu.

As gêmeas de cabelo vermelho ficaram em silêncio novamente.

"Obrigado, mas não." Popola falou.

"Concordo com minha irmã, agradecemos por vocês terem nos ajudado antes, mas preferimos ficar sozinhas, não queremos problemas. E sinceramente, é muito estranho o quão boas vocês estão sendo comigo e com minha irmã." Devola continuou.

"Escute, nós sabemos o quão mal vocês são tratadas no acampamento, entendemos o vínculo que vocês têm como irmãs, eu não conseguiria imaginar como viveria sem minha irmã, e como irmãs, não conseguimos suportar a forma que vocês são tratadas, isso não é justo." Perla falou.

"Tudo que estamos pedindo é uma chance, uma chance de mostrar que estamos sendo verdadeiras, mostrar que vocês não estão sozinhas aqui." Damiana implorou.

As gêmeas de cabelo vermelho começaram a discutir uma com a outra.

"Elas parecem genuínas." Popola falou.

"Sim, mas não duvido que seja um novo truque que os outros inventaram para nos incomodar." Devola falou.

"Você tem certeza? Geralmente eles são bem expressivos com o seu desagradado."

"Sinceramente, eu as mandaria embora, mas você parece disposta a dar uma chance a elas, a escolha e sua, Pop."

As gêmeas se viraram para Perla e Damiana.

"Sabe, isso é muito repentino e conveniente demais." Popola falou.

"O que minha irmã está querendo dizer é que não confiamos em vocês." Devola continuou.

"Mas estamos dispostas a dar uma chance a vocês."

Perla e Damiana sorriram com essa informação.

"Mas, se em algum momento nós descobrirmos que isso tudo não passa de uma farsa e vocês estavam tentando nos prejudicar de alguma forma, nós nunca mais queremos ver vocês, agiremos como se vocês não existissem." Devola disse.

"Prometemos que estamos falando sério." Perla sorriu.

"E se alguém estiver causando problemas para vocês, basta nos chamar, nós os transformaremos em ferro velho!" Damiana bateu com seu punho na palma da mão.

"Hump! Estou começando a gostar de você." Devola sorriu para Damiana.

"Talvez você se arrependa dessas palavras. Que tal irmos tomar uma bebida depois que vocês terminarem aqui? Damiana respondeu.

"Apenas se vocês duas estiverem pagando."

Enquanto isso Perla e Popola deram um olhar de entendimento uma para a outra.

"Ouvi dizer que alguns androides vão se apresentar na praça do acampamento, nós poderíamos vê-los em vez disso." Perla sugeriu.

"Hm... Vocês gostam de música?" Popola perguntou.

"Você pode apostar que sim, minha irmã e eu costumávamos a cantar juntas." Perla respondeu.

"Isso é ótimo, nós também. Talvez algum dia nós possamos cantar todas juntas?"

"Eu adoraria."

O tempo passou e os quatro androides ficaram perdidos em uma conversa, o rádio tendo sido esquecido há muito tempo, todas saíram do prédio e se foram em direção a praça do acampamento, em uma mistura de sorriso e risadas.

Talvez as gêmeas mais velhas tenham encontrado uma forma de se arrepender de seus pecados?

Talvez as gêmeas mais novas tenham finalmente encontrado alguém para chamar de amigos?

Dentro do prédio, o velho rádio parcialmente concertado começou a tocar uma música.

FIM DO CAPÍTULO

Olá, obrigado por ler até aqui! Sinceramente, me diverti escrevendo este capítulo, senti que deveria focar um pouco nos outros personagens e em suas motivações. O que você acha?

Havia mais uma cena que eu gostaria de ter colocado neste capítulo, mas senti que quebraria o tema, vou guardar isso para mais tarde.

Deixe seus comentários e opiniões sobre a história. Comentários e sugestões são bem-vindos.Até o próximo capítulo!

Se você estiver interessado, usei IA para fazer arte para meus OCs e os personagens canônicos que não temos muita descrição de como eles são.

Alan

Novi

11B

Prometheus

Watcher


Então? O que você acha? Diga-me seus pensamentos.

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