- Jimin, acorda! - Abri os olhos e me deparei com a imagem embaçada de meu pai me sacudindo. - Anda, se não você vai perder o voo. - Ele dizia naturalmente, como se eu fosse fazer uma viagem básica para a Disney. Afundei meu rosto no travesseiro e me recusei à ir.
- Não quero ir. - Minha voz saiu abafada. - Me deixe ficar, por favor e assim que o ano letivo começar novamente me deixe ir para a Universidade de Montreal. - Implorei. - É meu sonho. Você está acabando com a minha vida. - Falei ficando sentado na cama.
- Apenas se arrume. - Ele ignorou o que eu tinha dito. - Estou te esperando lá embaixo.
Levantei-me da cama e fui para o banheiro, tomei um banho e fiz toda a higiene necessária coloquei uma roupa horrível, pois eu costumava me vestir de acordo com o meu humor... e ele estava horrível.
Saí do banheiro e minhas malas já não estavam mais ali, parei e fiquei observando meu quarto, eu amava ele mais do que tudo, em seguida, as lágrimas já se formavam novamente, várias cenas passaram pela minha cabeça, inclusive de Jungkook invadindo minha sacada, um riso escapou, mas logo cessou, assim que ouvi os gritos de meu pai me chamando.
Saí do quarto e no momento seguinte eu estava descendo as escadas, vi Hwan e Jongsun ali e estranhei.
- Por que eles estão aqui?
- Para levar suas malas.
- Você bateu em Jeon, deve ser forte o suficiente para levar minhas malas. - O alfinetei.
- Vamos de uma vez. - Meu pai disse. - E eles estão aqui para você não tentar dar uma de espertinho comigo. - Dei uma gargalhada falsa.
- Patético. - Murmurei indo até o carro, em seguida, estávamos no aeroporto. Cheguei e a primeira coisa que eu lembrei foi de quando eu fiz de tudo para impedir que Hoseok voltasse para o Canadá, senti falta de alguém me impedindo de viajar também.
- Fique só do meu lado. - Meu pai disse autoritário, Hwan e Jongsun vinham logo atrás, enquanto íamos fazer a porra do check-in.
- Posso ir pelo menos no banheiro antes? - Eu queria sair dali, eu queria ficar longe de meu pai, eu queria poder respirar. Meu pai ficou pensativo por um tempo, mas logo deu sua resposta:
- Vá, mas Hwan vai com você. - Ele disse e eu revirei os olhos, em seguida saí caminhando.
Passei pelo banheiro que havia no andar que nós estávamos e Hwan perguntou porque eu não havia ido naquele.
- Não gosto desse, prefiro o outro que tem lá embaixo. - Eu queria ir no banheiro mais distante, assim eu mataria tempo, se eu perdesse o voo seria a melhor coisa da minha vida.
Entrei no banheiro e Hwan ficou do lado de fora me esperando, isso porque eu pedi, se não ele iria entrar junto. A primeira coisa que fiz foi me olhar no espelho, meus olhos estavam inchados de tanto chorar, eu havia sido aceito em uma das melhores universidades do Canadá e não iria poder cursá-la, sem contar que eu estava sem a pessoa que eu mais amava no mundo e ficaria longe do meu melhor amigo, meu futuro nem começou e já foi destruído. Tudo o que eu consegui fazer perante à todos aqueles pensamentos foi me apoiar na pia do banheiro e começar à chorar novamente.
- Você está bem? - Um cara perguntou ao entrar no banheiro e me avistar nesse estado. Assenti limpando as lágrimas em seguida.
Lavei meu rosto e tentei melhorar ao máximo minha aparência, não queria que todo mundo naquele aeroporto visse que eu estava sofrendo.
Saí daquele banheiro inútil que ficava num local quase vazio daquele aeroporto, não havia ninguém, apenas um homem que logo desapareceu, nem Hwan estava mais lá, estranhei e olhei para os lados tentando encontrá-lo, com certeza ele estava tramando uma armadilha, ele veria se eu tentaria fugir para depois aparecer e falar algo do tipo "não foi dessa vez" muito engraçado.
- Hwan, pode aparecer. - Falei em voz alta, enquanto dava alguns passos e nada, não sei se eu fiquei feliz ou intrigado com aquilo. - Ok, estou indo, tchau. - Comecei à caminhar em uma direção qualquer, menos na direção que eu realmente deveria ir. Eu fazia tudo com cuidado, até que comecei á ouvir uma voz atrás de mim.
- Ei, gatinho... - Ouvi uma voz reconhecível, mas continuei andando, pois só poderia ser coisa da minha cabeça. - Pô, vai ignorar seus melhores amigos? - Nessa parte eu parei e respirei fundo, eu estava meio receoso de olhar para trás e descobrir que era só algo da minha cabeça. - Ji... - Disseram meu apelido e eu me virei e fiquei estático por algum tempo, até voltar à realidade.
- YOON? - Gritei. - HOBI? - Eu não acreditava que eles estavam ali, saí correndo e os abracei com toda a força do mundo, enchi eles de beijos e abraços até os coitados se cansarem. - Senti tanta falta de vocês. - Dei um sorriso meio triste. - E vou sentir mais ainda.
- Por que? - Hoseok perguntou.
- Estou indo para o Texas. - Falei. - Meu voo sai daqui à pouco minutos. - Justifiquei. - Que bom que vocês vieram me ver. - Olhei em volta. - Só vocês. - Falei ao concluir que Jeon não estava aqui.
- Não viemos apenas te ver, Ji... - Yoongi piscou para mim. - Viemos te raptar.
- O que? - Achei aquilo estranho. - Não, garotos, é sério, muito obrigado, mas...
- Isso é uma afirmativa. - Hoseok disse se aproximando de mim. - Já ouviu falar na palavra "fugir"?
- Para onde, Hoseok? Se eu for para o apartamento de vocês, meu pai vai nos encontrar. - Falei e ele me mostrou três passagens, estranhei um pouco. - E Jungkook, onde ele está? Por que ele não veio atrás de mim? Ele não me ama mais, é isso, não é?
- Nossa, como você é chato. - Yoongi bocejou. - Vista isso. - Ele me atirou algumas roupas e... uma peruca.
- O que...
- Sem perguntas, Jimin. Meu Deus, que garoto chato. - Hoseok disse me empurrando para dentro do banheiro, peguei as roupas e as analisei com cara de nojo, não combinava nada comigo, mas sorri, uma adrenalina começou à percorrer meu sangue e eu decidi que eu não iria deixar meu futuro ser destruído desse jeito, pelo menos se eu fugisse com os garotos, eu estaria livre e então poderia ligar para a Universidade de Montreal confirmando minha matrícula e então, eu iria para lá, tenho certeza que Yoongi e Hoseok me ajudariam com algum dinheiro para eu poder ir para o Canadá, quando eu chegasse lá, faria de tudo para arrumar um emprego e eu e Jin realizaríamos o nosso sonho de morar juntos. Aquilo era brilhante, porém eu lembrei de Jeon, lembrei que ele não estava ali, talvez ele só tivesse mandado os garotos para me ajudar à fugir como uma ajudazinha qualquer, para não ficar tão na cara que ele não queria mais ficar comigo, mas pode apostar que ele estava naquele casarão dando atenção ao que ele mais havia de importante nesse mundo: The Sonyeondan. Aquilo doeu profundamente, pensando aquilo quase me fez desistir de fugir, quase que eu larguei aquelas roupas e voltei lá com o meu pai, aliás, tenho certeza que já estavam anunciando o voo. Porém vesti as roupas, qualquer merda de vida era melhor do que a vida que me esperava.
- Vamos de uma vez, Ji. - Hoseok disse quando eu saí do banheiro. - com certeza já anunciaram nosso voo. - Parei por um instante.
- Para onde nós vamos?
- Você está ridículo. - Hoseok me analisou e eu mostrei o dedo do meio para ele.
- Me diz que você está com os seus documentos aí. - Yoongi disse assustado, olhei em volta de mim e vi minha bolsa atravessada na cintura, era ali que estava meus documentos.
- Para onde nós vamos? - Perguntei mais uma vez.
- Vamos, rápido. - Yoongi me puxou e nós começamos à correr.
- Onde está Hwan? Meu segurança. - Perguntei ofegante enquanto corríamos.
- Luccas deu um jeito nele. - Hoseok disse simples. Em seguida paramos de correr, assim que chegamos perto da sala de embarque.
- Ali está seu pai. - Hoseok apontou para um cara que estava para lá e pra cá na frente da sala de embarque, como se estivesse nervoso por eu ter sumido. Jongsun não estava mais ali, com certeza havia ido atrás de mim. - E é por isso que você está com esse disfarce. Teremos que passar por ele. - Yoongi disse. - Tome esse óculos. - Ele me deu um óculos escuros e eu coloquei. Eu estava com uma legue extremamente colorida e uma blusa amarela com alguns desenhos na frente, eu calçava um sapato horrível e tinha uma peruca cujo cabelo era grande, liso e vermelho, eu estava irreconhecível.
- Mas e vocês? Meu pai conhece vocês. - Falei e em seguida eles colocaram um boné horrível de aba torta e óculos. Eu dei uma risada. - Não sou só eu que estou horrível agora.
- Bom dia, senhor. - Yoongi cumprimentou meu pai com um sotaque britânico horrível, enquanto passávamos, o mesmo nem deu bola, ele estava com cara de preocupado e intrigado, eu passei durinho, estava com medo de ser reconhecido, mas quando vimos, já estávamos quase lá dentro.
- Vamos antes se não iremos perder o voo. - Nós não tínhamos nenhuma mala, avistei minha mala ali perto de meu pai livre, mas os garotos acharam melhor eu não pegar, depois eu comprava roupas novas, não podíamos fazer nada que nos comprometesse.
A hora do check-in foi tranquila até porque, como eu disse, não tínhamos muita coisa, a não ser a bolsa que estava em volta da minha cintura, confesso que fiquei até assustado que os garotos pudessem estar com armas, mas eles não seriam tão idiota, a hora que eles viram os documentos já foi um pouco tensa, mas logo estávamos liberados para entrar no avião, eu não consegui nem ver para onde estávamos indo, já haviam anunciado o voo e os garotos me puxaram para dentro do avião sem deixar nem eu ver o local pela tela que mostrava os destinos. Tomamos nosso lugar no avião. Assim que o capitão de cabine foi anunciar para onde estávamos indo. Yoongi deu um grito:
- AMENDOIM, adoro amendoins, eu quero, vem aqui, gostosa. - Sim, ele disse isso para a aeromoça que o olhou com cara de nojo, enquanto eu o tapeei.
- Vocês não vão deixar mesmo eu saber para onde estamos indo? - Cruzei os braços.
- Pensa, eles pediram para ver documentos que não seriam necessários se você fizesse uma viagenzinha para outro estado, então com certeza é para fora do país. - Hoseok deu de ombros.
- Que país especificamente? - Perguntei. - Vocês não podem me levar para muito longe, eu pretendo cursar a universidade. - Falei. - Quem vai morar comigo? Eu vou ficar num país estranho sozinho? Como assim? Esqueceram que nem Jeon eu tenho mais?
- Calma, Ji...
- Não tem como eu ficar calmo, caralho. - Falei. Eu estava ficando nervoso, talvez eu deveria mesmo ter ido para o Texas.
「 🍁 」
Foram algumas horas de voo, até nós realmente aterrissarmos, lembro-me que eu dormi quase o voo inteiro e havia sido um sono tranquilo, coisa que eu não tinha há muito tempo, talvez fosse a presença dos garotos que me passava essa serenidade, eu os amava demais, apesar de eles serem envolvidos com tudo quanto é coisa ruim, eu os amava e rezava para que nada demais acontecesse com eles.
Eu tentava pensar em Jeon o menos possível, pois toda vez que ele vinha em minha mente, um nervosismo me percorria, pois eu não sabia direito se ele ainda queria ficar comigo, se ele ainda me amava e sentia algo por mim. Eu não estava seguro disso, eu conhecia Jungkook, ele era imprevisível demais, e se ele visse que ter algo sério não era o que realmente ele queria? Garanto que ele havia dormido com várias putas depois do nosso afastamento. Que caralho mesmo, eu só pensava em coisas negativas.
- Senhores passageiros, estamos aterrissando em nosso destino, cidade de Montreal. Quebec, Canadá. - Estremeci e olhei rapidamente para os garotos que riram da minha cara.
- Em nenhum momento da sua vida você poderá dizer que nunca fizemos nada por você. - Hoseok disse enquanto embarcávamos.
- Eu não estou entendendo. - Falei confuso.
- Jin nos disse o quanto isso era importante para você. - Yoongi começou à dizer. - E você se tornou especial para a gente, então resolvemos lhe dar isso. Não queremos que seu pai destrua seus sonhos, então nosso plano foi o seguinte: Compramos uma casa para você aqui com todas as despesas pagas, isso é um presente nosso, na casa terá pessoas que trabalham para nós que nunca deixarão faltar nada para você, cabe à você se quer trabalhar ou não, logo Jin virá para cá, e vocês morarão juntos, não é esse o sonho de vocês?
- Sim. - Assenti tentando situar a ideia.
- A parte ruim é que não podemos ficar aqui. - Hoseok disse com uma cara triste. - Então você terá que ficar sozinho nessas férias, até começar suas aulas naquela tal universidade lá. - Eu sorri, cursar aquela universidade era tudo o que eu queria.
- Muito obrigado mesmo. - Eu estava feliz, mas mesmo assim, eu achava que faltava algo ou melhor alguém. - E Jungkook? Isso foi ideia dele? - Hoseok e Yoongi ficaram quietos.
- Não, Ji. - Yoongi disse cabisbaixo. - Ele... ele disse que vai começar à focar só nos Sonyeondan's. - Aquilo doeu meu coração e eu tive que conter o choro.
- Ele não me ama mais, eu sabia. - Quase gritei. - Eu estava sendo idiota todo esse tempo achando que ele iria lutar por mim e que nós seríamos felizes. - Comecei a chorar descontroladamente, todos que passavam por aquele aeroporto ficavam olhando.
- Ji... - Hoseok me abraçou. - Não fica assim.
- É, Ji... não fica assim. - Fiquei estático ao sentir o cheiro daquele perfume maravilhoso e ao ouvir aquela rouquidão. Olhei para Yoongi e Hoseok e eles estavam rindo até não poder mais. - E aí, vai virar pra trás ou não? - Virei para trás lentamente e sim, ele estava lá, sua calça quase no joelho, enquanto sua regata parecia um vestido e mesmo assim, tudo ficava perfeito nele.
Eu não sabia o que eu estava sentindo naquela hora, um turbilhão de sentimentos passavam por mim, eram eles bons ou ruins, mas Jeon estava lá, em minha frente, ele estava lá. Porém eu não conseguia me mexer, então ele mesmo fez questão de vir até mim, com aquele sorriso perturbador.
- Achou que eu não te amavam mais? - Ele riu pelo nariz. - Depois eu digo que você é idiota e você não acredita. - Ele disse e eu acertei um tapa em cheio em seu rosto, assim que ele se recuperou, começou à rir. - Ok, eu mereço, confesso que eu mereço, você deve ter ficado louco porque eu não te procurei todo esse tempo. - Ele sorriu. Sua expressão era divertida, enquanto eu parecia um boneco de cera ali parado. - Eu mereço um tapa, mas sabe o que você merece? - Ele disse chegando mais perto e seu hálito se chocou contra o meu rosto. - Isso. - Ele me deu um puxão fazendo minha boca dar um encontrão com a sua, logo nossas línguas começaram a se sentir novamente e lágrimas começaram à escorrer de meu rosto, eram lágrimas de emoção e de medo, medo que fosse apenas um sonho. Passei meus braços em volta do pescoço de Jeon e o apertei fortemente, ele fazia o mesmo comigo, pois eu senti que ambos sentíamos falta um do outro. Ele estava ali, ele não tinha me esquecido, ele ainda me amava e estava cumprindo sua promessa de nunca desistir. Assim que caiu a ficha, uma felicidade enorme tomou conta de mim e quando me liguei, havia pessoas em nossa volta aplaudindo.
Jungkook parou o beijo e eu estava super envergonhado com aquela atenção toda das pessoas sobre nós, elas aplaudiam e sorriam para a gente. Hoseok e Yoongi faziam piadinhas sem graças.
- Sua roupa está horrível. - Ele disse me olhando de cima à baixo. - Mas foi o melhor disfarce que eu achei. - Tudo o que eu consegui fazer foi rir, pois eu ainda não estava raciocinando muito bem. - Eu te amo, Park Jimin. - Jungkook disse olhando firme em meus olhos. - E queria dizer que: você é muito burro, acreditou nesses dois idiotas achando que iria morar aqui sozinho. - Jungkook levou outro tapa na cara e dessa vez deu uma gargalhada.
- Eu sou uma vítima nessa história, fui enganado. - Falei cruzando os braços.
- Bom, já que nós temos públicos. - Jeon começou à dizer. - Nada mais justo do que eu provar meu amor. - Todos gritaram.
- Jeon, o que você...
- Jimin... - Jungkook se ajoelhou e tirou algo do bolso. - Isso é cafona pra caralho, eu nunca imaginei que eu faria isso, mas como eu disse uma vez: você mudou tudo, você soube foder com tudo. - Algumas pessoas ficavam incrédula com o tanto de palavrão que Jeon falava em uma declaração e eu achava aquilo perfeito. - Hm... espera um minuto. - Jeon levantou-se novamente e foi até um cara qualquer que estava na multidão e lhe perguntou algo, em seguida ele voltou e ajoelhou-se de novo. - Bem... veux-tu m'épouser? - Ele fez algum tipo de pergunta em francês, o idioma da maioria da população de Montreal. Fiquei olhando Jeon por algum tempo tentando entender o que ele havia dito.
- O que isso significa? - Perguntei meio nervoso.
- Quer casar comigo? - Porra do caralho, aquela pergunta me fez congelar, Jeon colocou um anel em meu dedo e eu fiquei estático observando aquilo, era lindo e de brilhantes, em seguida ele levantou-se e ficou cara a cara comigo, esperando minha resposta. - E então? - Caí no choro novamente, porra, ninguém entendia que de uns tempos pra cá eu havia ficado muito sensível?
- Accepte. - Muitos começaram a gritar "aceita" em francês.
- Óbvio que eu aceito. - Falei. - Eu te amo mais que tudo, tudo mesmo. - Pulei em seu colo e nós dois quase fomos parar no chão, mas Jeon conseguiu se equilibrar.
- Agora sim, você será oficialmente meu. - Ele cochichou em meu ouvido, fazendo eu me arrepiar.
- Então, é muito lindo, muito romântico, mas vamos embora porque eu estou com fome. - Yoongi disse estragando nosso barato.
- Para onde nós vamos? - Perguntei.
- Para a nossa casa. - Jungkook disse simples.
- Temos uma casa? - Sorri.
- Sim, falei que nós seríamos uma família. - Ele beijou minha bochecha carinhosamente, eu não sabia explicar o tamanho da felicidade que eu estava sentindo. - E não esquece de ver sua universidade. - Jungkook disse. - Afinal, você é a dama e eu, o vagabundo. - Gargalhei e Jeon deu um tapinha na minha bunda. - Hoje eu quero aproveitar tudo isso. - Ele disse rindo.
- Ok, parem os dois, já está ficando nojento. - Hoseok interrompeu. - Estamos aqui. - Eu ri e nós fomos até um carro, era parecido com a Ferrari de Jeon, mas o design era diferente.
- Você vai deixar The Sonyeondan? - Perguntei. - Eles estão na Coréia, não?
- Vou ficar no comando à distância. - Jeon disse.
- Jeon, essa gangue é tudo para você.
- Você é tudo para mim. - Ele me beijou e eu me senti nas nuvens novamente. Yoongi estava dirigindo, Hoseok estava no banco do carona, e eu e Jungkook estávamos no banco de trás dando uns bons amassos e matando a droga da saudade.
- Um mês, Jeon. - Falei. - Foi torturante.
- Eu digo o mesmo, mas o importante, é que agora nós seremos felizes, ninguém vai nos impedir disso. - Sorri e o beijei novamente.
- Vocês não cansam? - Hoseok perguntou.
- Não. - Eu e Jeon respondemos em uníssono.
- Eu falei, Jimin, falei que eu te buscaria no inferno se fosse preciso. - Jungkook disse olhando em meus olhos.
- Pois é, mas você me buscou no aeroporto.
- Vocês estão vendo, dudes? - Jungkook começou à dizer. - Quando eu tento ser romântico, coisa que eu não sou nem de longe, Jimin tem o prazer de estragar o momento. - Não consegui conter um riso.
- Ok, desculpe, vou deixar você ser romântico, fale. - Falei.
- Posso mesmo?
- Pode.
- Ih, essa eu quero ver. - Hoseok disse.
- Ok, vamos lá... - Jungkook disse. - Jimin... - Ele olhou fundo nos meus olhos. - Eu quero que você saiba que... - Fiquei o olhando afim de ver o que iria sair. - Meu amor por você é do mesmo tamanho do meu pau. - Yoongi e Hoseok caíram na gargalhada, enquanto eu pensava em como matar Jeon.
- É sério, Jimin, desencana, esse cara não te ama o suficiente. - Yoongi sacaneou.
- Isso é inveja, Yoongi, porque você sabe que nunca terá um monumento tão vantajoso igual ao meu. - Jungkook disse.
- Eu não quero ouvir sobre pênis. - Interrompi.
- Mas você está ligado que meu amor por você é enooooorme, né? E a maior coisa que eu achei para comparar foi meu grande amigo que já te proporcionou tantos prazeres. - Jungkook não havia mudado absolutamente nada.
- Nada haver, Jun. Pode ter certeza que tem coisas muito maiores, tipo, uma formiga, por exemplo. - Yoongi poderia levar um tiro, mas não perdia a piada.
- Ah, é? Então tá. Jimin, diz pra eles, não é verdade que o amiguinho aqui é de bom tamanho?
- Por que você me submete a esses tipos de situações? - Perguntei. - Por que você não pode ser um namorado normal? Por que você não pode ser menos impróprio?
- Você está aí cheio dos porquês, mas sou eu o amor da sua vida.
- Até hoje eu não entendo isso.
- Vem aqui que eu te faço entender. - Jeon me puxou para um beijo veloz, acabando com todo o meu fôlego.
- Você não presta. - Falei ofegante.
- Nós não prestamos. - Gargalhei e em seguida o carro diminuiu a velocidade, Yoongi pegou um pequeno controle do bolso e acionou, logo de-me conta que estávamos entrando em uma espécie de mansão, onde os portão enormes se abriram para o carro poder entrar, olhei para Jungkook sem entender e o próximo riu pelo nariz da minha reação.
- Bem vindo ao seu novo lar. - Jungkook desceu do carro e me puxou, o lugar era incrível, o jardim era lindo, apesar de precisar de mais alguns cuidados.
- Isso é uma mansão, Jeon. - Falei.
- Sério? Nem percebi. - Ele ironizou. - Eu já tenho essa mansão há um bom tempo. - Ele começou à falar. - Uma vez, eu saí de Busan, minha cidade natal, uma cidade praticamente minúscula e vim parar aqui em Montreal, eu me encantei por tudo, tudo mesmo, até o fato de o idioma falado ser o francês, e então eu e os garotos acabamos achando essa mansão, eu me apaixonei por ela e fui obrigado a comprá-la, porém eu me mudei para Seoul, pois lá as gangues tem mais chances de sobrevivência e essa mansão ficou meio que abandonada. - Eu prestava atenção em tudo. - Eu estava prestes a vendê-la, mas então, eu descobri através de Jin, que a universidade que você iria cursar seria aqui em Montreal, então tudo se encaixou. Ontem mesmo, momentos depois da sua formatura... - Antes de continuar ele sentou-se naquela grama e eu sentei-me ao seu lado, ele me abraçou de lado, fazendo-me sentir seguro e mais curioso ainda. - Jin foi lá para o apartamento e me deu essa notícia, fiz questão de vir correndo para cá, pois lembrei da mansão, liguei para Robert preparar meu jatinho e vim ver como estava a situação, deixei a parte de raptar você para Yoongi e Hoseok, enquanto eu resolvia algumas coisas por aqui... - Ele terminou de falar e eu estava incrédulo. - Na verdade, eu já estava planejando fazer você fugir comigo desde o momento em que seu pai tirou você de mim, mas eu ainda não sabia para onde te levar.
- E eu achava que o destino estava contra a gente. - Falei com um sorriso no rosto.
- Ah, e você estava maravilhoso ontem, era o formado mais perfeito de todos.
- EU SABIA! - Gritei. - Você foi, eu vi você, mas logo você sumiu.
- Eu só queria deixar à entender que eu ainda estava por perto, que eu não tinha me afastado. - Ele piscou para mim. - Eu estava a par de todos os seus passos, Jimin. Quando eu achava que eu não iria mais aguentar de saudades, eu ia para frente daquela droga de escola e ficava esperando você sair, meu sonho era quebrar aqueles seus seguranças e pegar você, mas eu tinha que me conter, eu sabia que nossa hora iria chegar... e finalmente, chegou. - Jeon abriu um sorriso e meus olhos já estavam vermelhos, dando sinal de choro, eu nunca imaginei aquilo.
- Não sei nem o que dizer. - Falei. - Você consegue me deixar sem palavras...
- Eu sou o poder. - Ele foi convencido.
- Ficou sabendo que eu fui detido por causa de Hannah?
- Sim, você acha que ficou apenas um dia e meio naquele lugar porque?
- Porque meu pai pagou uma fiança extremamente cara. - Respondi estranhando aquilo.
- Mesmo seu pai pagando essa fiança, nunca que eles iriam deixar você ficar apenas um dia e meio depois de agredir alguém, Jimin. - Jungkook disse. - A fiança que seu pai pagou, era para você ter saído uns três dias depois no mínimo, eu te falei uma vez, Jimin, eu conheço os tiras e sei como manuseá-los direitinho, então fui lá e mandei um papo para eles. - Jungkook riu. - E Hannah, bom, pode ter certeza que eu não deixei barato para ela...
- O que você...
- Ah, mandei alguns Sonyeondan's darem conta dela... nada demais, só um susto. - Ele deu de ombros.
- Mas... - Droga, Jungkook estava fodendo mesmo com a minha capacidade de raciocínio. - Jin disse que só contou a você que eu fui detido depois que eu saí daquele lugar.
- É, digamos que seu amigo virou meu cúmplice durante esse tempo. - Jungkook riu e eu continuava com cara de songa monga.
- O que vocês estão falando de mim? - Olhei rapidamente para trás e eu não podia acreditar no que eu estava vendo. Droga, eu estava com medo, medo que tudo isso fosse um sonho e em seguida eu iria acordar. Comecei á chorar igual à um louco quando vi Jin ali, seguido de Namjoon, levantei-me e algo estranho aconteceu, eu não abracei apenas Jin, eu abracei Namjoon também, e por incrível que pareça, ele correspondeu meu abraço.
- Caraca, eu não acredito. - Parei e fiquei olhando para Jin.
- Falei que nós nunca iríamos nos separar. - Ela pulou em cima de mim e nós caímos com tudo naquela grama.
- Por favor, não faça meu namorado quebrar a perna novamente, você não sabe o quanto o sexo sai desconfortável. - Jungkook disse. - Estarei te esperando lá dentro, pode matar a saudade do satan... Seokjin. - Jungkook me deu um beijo. - Vamos, Nam. - Namjoon seguiu ele e logo desapareceram.
- Isso tudo era um plano, planejando há um bom tempo, porém ontem...
- Você disse para Jungkook que havíamos sido aceitos na Universidade de Montreal e ele se ligou que tinha uma mansão aqui e blá blá blá...
- Bom, pelo visto você já está a par de tudo. - Ele riu. - E sua roupa... nossa...
- Ok, eu sei. - Disse rindo. - Depois você terá que me emprestar umas roupas suas, até eu conseguir umas novas. - Falei e ele assentiu. - Eu estou muito feliz! - Falei rindo igual à um louco. - E não estou me sentindo nem um pouco culpado por ter deixado meu pai, aquele monstro. - Ambos rimos.
- Vem, vou te mostrar a casa. Moraremos todos aqui, todos juntos. - Eu estava extremamente feliz com aquela notícia.
- Onde está Taehyung? - Perguntei.
- Lá em cima. - Jin respondeu, eu achava que ele estava com Hyojin. Fiquei mais feliz ainda, agora eu poderia cuidar dele e tê-lo como um verdadeiro filho. - Vamos. - Saímos correndo e em seguida estávamos dentro daquela enorme casa, tudo era perfeito. Jungkook estava sentado no sofá com os garotos e só viu meu vulto passar correndo.
- EU TE AMO. - Ele gritou e logo estávamos no segundo andar de minha nova casa. Jin me levou até um quarto e abriu a porta com cuidado, o quarto era grande e havia um bercinho no canto e um armário com brinquedos em cima, ainda não havia dado tempo de fazer uma decoração para Taehyung, mas com certeza providenciaríamos isso.
Fui até seu berço e nem me importei se ele estava dormindo, o peguei no colo com cuidado e beijei suas bochechinhas com delicadeza, Taehyung era tão perfeito e me transmitia paz.
- Nosso filho. - Jungkook entrou no quarto e me envolveu por trás, enquanto eu mantinha Taehyung em meu colo, Jin logo se retirou nos deixando a sós. - Eu amo vocês. - Ele sussurrou. - Muito.
- Quantos filhos você vai querer ter depois que eu me formar? - Aquela pergunta saiu involuntariamente, Jungkook ficou quieto por um instante, como se estivesse pensando.
- Uns... seis.
- Seis? Você quer acabar com meu juízo? - Brinquei.
- Isso eu já fiz. - Ele disse.
- Não vou negar.
- Você vai esperar se formar para nos casarmos? - Ele perguntou.
- Eu não conseguiria, eu preciso ser um Jeon o mais rápido possível. - Falei e Jungkook riu.
- Você não sabe o quanto eu fico feliz e de pau duro ao ouvir isso.
Coloquei Taehyung com cuidado no berço novamente, apesar de achar que em seguida já podíamos comprar uma caminha para ele. Jungkook me puxou e em seguida estávamos num quarto o qual ele disse que era o nosso.
- Gostou? - Ele perguntou e eu olhei em volta, era perfeito.
- Amei. - Sorri.
- Vai amar mais ainda agora. - Ele me empurrou com força na cama e subiu em cima de mim devorando meu pescoço e em seguida meus lábios, os sinais de excitação já estavam dando alerta, Jeon tirou minha blusa deixando meu tronco nu, apenas de calça, em seguida, começou a dar leves beijos em meu abdômen fazendo eu me contorcer, logo ele abriu o fecho de minha calça me deixando apenas de boxer. Ele apertou minha intimidade com certa força fazendo eu me contorcer mais ainda e reprimir um gemido, pois eu não queria dar showzinho.
Levantei-me rapidamente e fui até a porta a trancando, pois Jeon não havia feito isso e eu não queria que ninguém atrapalhasse aquele momento. Jungkook se jogou naquela cama e eu resolvi ficar no comando subindo em cima dele e tirando sua camiseta, pois ele ainda se encontrava totalmente vestido, o que não me agradou nem um pouco. Assim que vi seu peitoral, observei por alguns longos minutos e mordi os lábios.
- Sei que você sentiu falta. - Jeon disse e eu comecei à beijar toda aquela extensão, já era possível sentir seu volume em minha coxa, me deixando mais louco ainda. Jungkook me grudou mais ainda contra seu corpo, dessa vez fazendo seu órgão coberto se chocar contra minha intimidade também coberta e mesmo assim, não deixei de dar um gemido baixo. Tirei aquela calça de Jeon e agora ele se encontrava apenas de cueca e totalmente delicioso, mais delicioso do que ele realmente era, em um momento de distração, Jeon conseguiu em um movimento ultra rápido, ficar em cima de mim. Ele foi descendo até minha intimidade e tirou minha última peça de roupa, com o dente, em seguida, minha parte íntima estava nua, Jungkook abriu minhas pernas e começou à dar leves beijos, chupões e lambidas em meu membro e minha entrada, fazendo eu me contorcer mais ainda de prazer, logo ele subiu até mim novamente e me lançou um beijo quente.
Tirei sua cueca pois eu precisava urgentemente daquele homem dentro de mim, mas antes ele atracou meus mamilos e fez tudo o que podia com eles, minha intimidade chegava à doer de tanta excitação.
Quando Jeon me penetrou eu me dei conta do quanto eu realmente sentia falta daquilo, do jeito que ele me levava ao paraíso, do jeito que ele me fazia eu me sentir único enquanto me enchia de prazer. Ele começou á dar leves estocadas, enquanto minhas pernas enroscavam seu corpo com força, eu dava gemidos altos e nem ligava mais se alguém estava ouvindo. Pedi para que ele fosse mais rápido e nessa hora, ele saiu de dentro de mim e começou a enfiar só a cabecinha, fazendo eu sentir uma agonia do caralho. Logo ele também se cansou de brincar e me invadiu com tudo e começou com as estocadas rápidas, ele dava gemidos roucos em meu ouvido e sussurrava coisas que me levavam à extrema loucura, aquele homem era de outro mundo, em seguida chegamos ao ápice e as estocadas foram diminuindo. Jeon caiu ao meu lado e a única coisa que eu ouvi antes de ele apagar foi: "eu te amo".
「 🍁 」
Três meses depois...
- Jeon Jungkook. - Respirei fundo antes de começar a falar o voto de casamento. Enquanto eu olhava Jeon, eu via todo o seu nervosismo extremamente nítido. Mas acho que ele estava mais nervoso ainda por eu ter obrigado um pecador igual à ele a casar na igreja. - Até hoje, eu não sei porque eu te amo tanto. - Jungkook me olhou com uma cara estranha. - Mas eu amo e é isso o que importa, nós dois somos as pessoas mais opostas desse mundo, todos sabem disso, isso não está omitido por ninguém. Mas isso não nos impediu nem um pouco de nos amarmos. - Eu estava muito nervoso, eu sempre tive o sonho de casar na igreja, mas confesso que eu até estava me sentindo um pouco estranho naquele local, era um local tão sagrado e acho que Jungkook estava na mesma situação, até mais do que eu.
Olhei em volta e estavam todos lá, Jin e Namjoon, que também planejavam se casar, mas não sabiam quando. Hoseok estava sentado ao lado de Hyojin, que estava sentada ao lado do pai de Jungkook, James. Boatos diziam que eles andavam no maior amor, mas eles escondiam tudo. James era um cara legal, bastante jovial e divertido, às vezes ele me dava um pouco de medo, pois foi ele que induziu Jeon a entrar para essa vida, mas bem, já que eu estava na chuva, agora só restava eu me molhar. Yoongi estava sentado ao lado de Jin e Namjoon, mas seus olhos estavam do outro lado da igreja de olho em uma prima gostosinha de Jeon. Respirei fundo mais uma vez, e continuei à falar:
- Você é uma pessoa extremamente... - Droga, quais qualidades Jeon se encaixava? - Enfim, isso não importa. - Sorri sem graça. - Mas então, é com você que eu quero estar pelo resto da minha vida, mesmo você sendo um poço de defeitos...
- Isso é um casamento ou eu estou sendo condenado? - Jeon perguntou e o padre nos olhou como se nos achasse o casal mais estranho do mundo.
- Deixa eu continuar... - Falei. - Onde eu parei mesmo? Ah é, poço de defeitos. Sim, você é um posso de defeitos, mas meu amor por você é tão grande que eu consigo ver apenas qualidades. Eu espero ser seu pelo resto da minha vida, eu espero sempre estar ao seu lado e ter quantos filhos você quiser.
- Quer começar agora? - Jungkook me interrompeu e o padre pelo visto achou aquilo um absurdo.
- Eu te amo, Jeon Jungkook. E quero sempre ser apenas seu. - Terminei de falar, eu realmente não era bom com palavras.
- Lindo, foi profundo, eu te amo, meu amor. - Jungkook disse e ficou quieto, logo ficou um silêncio desgraçado. - O que aconteceu? E aí, seu padre, não vai continuar?
- Jungkook! Você também tem que dizer algo. - Falei.
- Tenho, é? - Ele arqueou as sobrancelhas.
- Tem! - Quase gritei.
- Ah é, tenho... - Jungkook coçou a garganta. - Então... esse terno é muito quente, eu não estou aguentando, não sei como você consegue usar esse monte de roupa... - Jungkook disse ao padre.
- Senhor, os votos, por favor. - O padre disse.
- Ah, claro. Então... - Ele respirou fundo. - Par... ou melhor, Jeon Jimin. - Ele abriu um sorriso lindo. - Você não sabe o quão está sendo perfeito e irritante acordar ao seu lado todos os dias e o melhor de tudo, nós estamos oficializando a nossa união e você não sabe o quanto isso me deixa feliz. - Jeon nervoso era a coisa mais linda do mundo. - Você é perfeito, o garoto mais perfeito desse mundo e eu nunca pensei em ser pai dos filhos de alguém, como eu penso em adotar crianças e torná-las nossas pestinhas. Eu posso ser o cara mais inconsequente, rude, idiota, possessivo desse mundo, mas eu moveria montanhas por você. - Eu estava chorando como nunca. - Você é meu e eu tenho prazer em dizer isso, tenho prazer em outros momentos também, mas acho que é inapropriado falar isso aqui. Enfim, eu te amo pra cara... eu te amo muito e vai ser gratificante te dar meu sobrenome. - Jungkook disse e eu já havia criado um rio naquela igreja, o padre falou mais alguma coisa e logo foi a hora das alianças, pensamos em colocar Taehyung para trazê-las junto com alguma outra garotinha, mas apesar de Taehyung já ter feito dois anos, ele ainda era descoordenado (porque era filha de Jeon), então colocamos os irmãos mais novos de Jeon, Noah a Liam que eram donos de uma extrema fofura, eles vieram até nós e Jeon pegou sua aliança primeiro.
- Como é que é mesmo? Ah, é... Jimin, eu te dou essa aliança como prova da minha fidelidade e do meu imenso amor por você. - Jungkook disse ao colocá-la em meu dedo.
- Jungkook, eu te dou essa aliança em nome de tudo que nos mantenha juntos e do nosso amor. - Falei e ele sorriu.
- Pode beijar o noivo. - O padre disse e Jungkook quase me engoliu. - Eu disse beijar o noivo, não sugar os órgãos dele pela boca. - O velho ressaltou.
- Relaxa aí, vovô. - Jungkook disse.
「 🍁 」
Passado tudo aquilo, fomos para a festa, quando chegamos foi uma gritaria sem fim, todos estavam extremamente agitados, Taehyung veio tropeçando até a gente e Jeon o pegou no colo o enchendo de beijos, eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo, eu nunca imaginei que um dia eu me sentiria assim depois de ter passado por tanta coisa, eu me derretia a cada olhar que Jeon me lançava, assim como ele dizia que eu havia mudado a vida dele, ele também havia mudado a minha.
- Casadão então. - Yoongi veio falar com a gente. - Tô muito feliz por vocês e acho que vou lanhar sua priminha de novo, cara.
- Vai firme, afinal, quem nunca lanhou ela? - Jungkook disse e Yoongi saiu.
- Você já lanhou ela? - Perguntei.
- Sai fora, não curto isso de incesto.
- Acho bom.
- Ai amigo, eu estou tão feliz por você. - Jin veio todo choroso e me abraçou. - Aliás, triste também, porque o noivo é o Jungkook.
- Larga daqui, vai procurar suas migalhas. - Jungkook disse e Jin saiu saltitando.
- Firmeza, dude, tô feliz por vocês. - Namjoon disse.
- Por mim também? O que?
- Não vai se acostumando. - Namjoon falou. - Felicidades. Agora eu vou beber, tchau.
- Eu só tenho que agradecer por você ter entrado em minha vida. - Hoseok veio até nós.
- Parece até que você é o marido, né. - Jungkook revirou os olhos.
- Jungkook, tchau. Vai lá receber os outros convidados. - O expulsei, porque ele tinha uma mania insuportável de sentir ciúmes de Hoseok.
- Mas antes... - Ele veio e me deu um beijo. - É oficial agora... Jeon Jimin. - Senti um arrepio por todo o corpo. Jungkook foi para o outro lado do salão falar com os outros convidados e eu fiz o mesmo, Hyojin e James vieram todos felizes me dar os parabéns e depois foram até Jeon.
Na hora que era pra gente dançar nossa valsa de casamento, começou a tocar um rapzão pesado do Tupac, olhei incrédulo pra Jeon que sorriu e me puxou para o meio, logo nós parecíamos estar no gueto. Taehyung já sabia todas as manhas da dança de tanto que seu pai escutava.
Quando eu joguei o buquê quem pegou foi... ninguém mais, ninguém menos que Hyojin, James deu um sorrisinho para ela, aposto que os dois ainda iriam voltar à ter algo.
Aquele dia foi o dia mais perfeito da minha vida, eu estava reunido com todos que me amavam e queriam meu bem, as vezes eu me pegava pensando em meu pai e sentia até uma certa saudade, mas eu vi que eu deveria ser dono das minhas escolhas a partir de agora, eu não era mais nenhuma criança, por mais que eu ainda estivesse crescendo. E eu escolhi amar Jeon, sem deixar de me situar em meus verdadeiros sonhos, meu pai achava que Jungkook iria estragar meu futuro, mas ele era a pessoa que mais me ajudava á construir ele.
「 🍁 」
Um ano depois...
- MÃEEEE. - Taehyung gritou e eu fui correndo até a cozinha.
- O que aconteceu? - Perguntei apavorado.
- Tio Yoongi dixe que eu so sato.
- Yoongi, não comece com suas babaquices, ele só tem três anos.
- Não é sato, é chato. - Yoongi disse. - E é chato sim, você não deixa eu comer meu sanduíche.
- Por que não fez um pra ele? - Perguntei levando as mãos até a cintura.
- Porque ele é chato. - Yoongi colocou a língua para Taehyung, que cruzou os braços, fez beicinho e chutou sua canela.
- Ah, por que eu não cheguei na hora de poder filmar isso? - Jungkook chegou em casa, entrando na cozinha. - Esse é meu filho.
- Titio dixe que eu so sato. - Ele reclamou para Jeon.
- Mas você é mesmo. - Jungkook disse o pegando no colo e vindo até mim e me dando um beijo. - Igual sua mãe. - Em seguida ele saiu da cozinha desaparecendo com Taehyung.
- Jungkook anda esquisito. - Deduzi na hora. - Hoje faz um ano que estamos casados e ele nem lembrou, nem disse nada. - Falei bravo.
- E o que tem? É apenas um ano, não se comemora apenas cinco, dez, quinze? - Yoongi disse indiferente.
- Você nunca vai casar, Yoongi. - Falei revirando os olhos.
- Quem seria a louca que se casaria com Yoongi? - Jin entrou na cozinha pegando uma maçã.
- Você nem sabe do que estávamos falando. - Yoongi o repreendeu.
- Sobre casamento. - Jin disse e eu o contei do que havíamos falado.
- É o Jungkook, não se pode esperar muita coisa dele, agora se fosse Namjoon... - Ele amava colocar Namjoon no topo da pirâmide, mandei ele vazar da cozinha antes que apanhasse.
- Conseguimos um carregamento muito fodido aqui por Montreal mesmo. Sendo que o nosso negócio é em Seoul. - Namjoon entrou todo feliz na cozinha, abrindo a geladeira e virando a jarra na boca.
- Eu já falei para você parar de fazer isso. - Falei irritado.
- Aconteceu algo para você estar soltando as patas assim ou é só a convivência com Jeon? - Hoseok perguntou rindo e eu saí batendo perna daquela cozinha, não acredito que Jeon havia esquecido.
Entrei no nosso quarto e joguei-me na cama, eu ouvia os gritos de Taehyung vindo do jardim enquanto brincava com Jin, também ouvia o barulho do chuveiro e deduzi que Jungkook estava no banho.
- Está tudo bem? - Ele disse saindo enrolado em uma toalha.
- Tudo ótimo. - Fingi.
- Você está estranho. - Ele deu de ombros.
- Sei lá, só estou sentindo que hoje é dia de algo, nada mais. - Tentei ver se ele se lembrava.
- De quê? - Ele perguntou com a testa franzida enquanto vestia sua cueca. - Ah, já sei, de eu te foder todinho. - Ele se jogou ao meu lado e começou a me beijar, mas eu parei aquilo.
- Para, ontem nós passamos boas horas fazendo sexo, eu quero poder andar por um bom tempo. - Falei e Jungkook riu. - Você não lembra de nada? - Forcei.
- Lembro que eu estou morrendo de fome. - Ele disse e eu revirei os olhos. - Vou lá pegar algo para comer, quer alguma coisa? - Fiz que não com a cabeça e ele saiu. Em seguida peguei o travesseiro e joguei com tudo no chão, podia ser apenas um ano, mas era importante para mim.
- Mamãe, socolo. - Taehyung entrou no quarto correndo. - Jin quer pegar Taetae. - Jin parou rindo na porta, ofegante.
- Jin não vai pegar o Índia Taehyung. - Falei enquanto ele pulava na cama. Em seguida ele caiu em cima de mim e eu comecei a fazer cócegas nele arrancando altas risadas.
- O que está fazendo no meu quarto, barata? - Jungkook entrou com um hambúrguer enorme em um prato.
- Eu quelo, eu quelo. - Taehyung não podia ver nada.
- Jimin, essa criança tá passando fome? Não pode ver ninguém comendo nada, que caralho. - Jungkook disse irritado sentando-se ao meu lado.
- É seu filho, esfomeado igual à você. - Jin disse e saiu.
- Eu quelo, papai, eu quelo.
- Você não quer nada, depois vai ficar igual a uma bolinha e eu não vou conseguir te carregar. - Jungkook disse.
- Bola? Eu gosto de bola. - Taehyung disse sorrindo e eu ri.
- É, mas não vai ficar e sai porque o hambúrguer é meu.
- Max que calalho, eu quelo comê. - Taehyung disse e logo eu e Jeon nos olhamos.
- Que boca suja. - O repreendi. - Não é mais pra falar isso!
- O papai fala. - Taehyung disse e eu fuzilei Jungkook que ria feito louco.
- Não é pra falar as mesmas coisas que seu pai, está ouvindo?
- Nem foider?
- Não é foider, é foder. - Jungkook disse e levou um tapa super forte.
- Para de ensinar essas coisas para o menino, Jeon. Depois ele cresce e sai "foidendo" com várias garotas, aí que quero ver se você vai gostar.
- Não, isso nunca, não quero mais você falando esses nomes feios, ouviu, Taehyung? - Jungkook o repreendeu.
- Só vou começar a ouvir depoizê que você me dar um pedaxinho.
- Ele é esperto. - Falei e Jungkook deu um pedaço para ele, que não se contentou apenas com isso e logo os dois estavam comendo juntos.
- Tenho que aprender a nunca mais comer nada na sua frente. - Jungkook disse para Taehyung. - Você está estranho, Ji, está encuzado. Aconteceu algo? - Jungkook perguntou.
- Não. - Levantei e saí do quarto, Jungkook ficou olhando sem entender.
「 🍁 」
- Mamãe vem, vamos brincar. - Taehyung puxava minha mão tentando me levar para aquele jardim, mas eu não estava nem um pouco animado.
- Agora não, meu príncipe. Mas depois a mamãe vai, ok?
- Não. - Ele fez cara de bravo. - Tem que ser agola, se não Taetae fica muito blabo.
- Taehyung não vai ficar bravo coisa nenhuma, Taehyung vai lá e vai pedir pro papai brincar com você.
- Mas Taetae quer brincar com a mamãe.
- Mas a mamãe não quer brincar com Taetae.
- Taetae vai cholar.
- Taetae vai deixar de ser índio.
- Isso, vamos brincar que eu so índio. - Ele continuou me puxando e quando eu vi, eu já estava indo com ele até o jardim. Chegamos lá e eu parei assim que vi um coração feito com pétalas de rosa na grama, cheguei mais perto e Taehyung saiu correndo e rindo.
- Achou que eu tinha esquecido? - Jungkook aparecer segurando um buquê de rosas na mão, igual ao que ele havia me dado no nosso jantar desastroso, sorri e me achei um idiota.
- Para ser sincero... - Disse pegando o buquê. - Achei.
- Você sempre vai até a opção errada, já percebeu?
- Então você é uma opção errada?
- Mas também sou a certa. - Ele me puxou para a cintura selando nossos lábios. - Jeon Jimin, eu te amo tanto, nunca imaginei que um dia eu daria meu sobrenome à alguém. - Ele riu. - Nunca pensei que um dia eu seria casado, nunca imaginei que eu seria homem de uma só pessoa, muito menos, de outro homem.
- Pelo visto você nunca imaginou nada.
- Você continua com esse hábito filho da puta de me interromper, não é? - Jungkook travou o maxilar e revirou os olhos, eu ri. - Posso continuar?
- Sim, senhor.
- Você é insuportável e parece que nesse tempo que nós estamos juntos, você não mudou nada. Nem depois que casamos.
- Era pra ser algo romântico?
- Não, era só algo que eu precisava dizer.
- Ah, tá.
- Mas agora falando sério, eu não me imagino mais sem você, você me tem por completo, Jimin. E talvez mais do que eu te tenha e olha que o possessivo da história era eu. - Ele riu sem graça. - Você lembra como tudo começou?
- Lembro, você era um filho da puta e mesmo assim eu me apaixonei por você, tinha algo em mim que dizia que tinha algo à mais em você.
- E tinha?
- E tem! Você é grosso, rude, gangster, vive perigosamente e parece que eu consigo enxergar um tipo de príncipe encantado em você.
- Você precisa de um médico. - Jungkook disse e eu ri. - E eu, preciso de você, todos os dias.
- Assim como eu, eu te amo demais, Jeon Jungkook. - Falei e ele me deu outro beijo.
- Eu tenho uma sorte enorme de você ser meu.
- Eu não sou seu, não se iluda. - Brinquei.
- Sim, você é. Ou eu vou ter que repetir algo que eu te disse há um tempo atrás?
- O que? - Cruzei os braços e fiquei esperando sua resposta.
- Tem certeza que não se lembra? - Ele arqueou as sobrancelhas.
- Você já me disse tantas coisas.
- Mas esse foi o início de tudo, foi o principal motivo de nós estarmos aqui, agora. - Eu sabia do que se tratava.
- Ah, é? Então diga.
- Então tá, lá vai. - Ele sussurrou em meu ouvido. - Você é meu, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha. - Jungkook disse e nós rimos, em seguida ele me puxou para um beijo ainda mais intenso e pode ter certeza, eu sabia muito bem onde eu queria estar nos próximos anos da minha vida: ao lado dele.
[FIM]