— Eyder —
Eu estava na minha cama no quarto de hotel, pensando em tudo um pouco, mas principalmente em Reid e Ayra sozinhos, conversando, não suportei. Desisti de dormir, coloquei uma roupa e desci, foi quando eu estava indo para sala de conferências e quando eu cheguei olhei estupefato, foi na mesma hora em que a porta se abriu e Ayra saiu.
Vi ela caminhando na direção de onde eu estava, o que era óbvio já que ela estava indo para o elevador, por puro reflexo me escondi, queria falar com ela, mas essa não era a hora, ela me parecia muito pensativa. Ela subiu. Eu fiquei ali e então sai de onde estava escondido, Reid saiu pela porta e me olhou, me olhou de cima embaixo, foi neste momento que percebi que tinha posto a camiseta do lado avesso.
— Reid — eu comecei, mas ele me interrompeu com um balançar de mãos.
— Agora não Eyder, descansa, você teve uma missão bem difícil, durma um pouco e depois conversaremos, eu vou te explicar tudo.
Eu assenti e subi de volta para o meu quarto. Coloquei o pijama de volta, me deitei na cama e apaguei a luz, senti saudades de Ayra, pensei se ela estava bem com Lina, e se tinha alguma luz no quarto. Imaginei que sim, pois estava escurecendo agora. Eu estava cansado, mas não queria dormir, queria vê-la, mas eu não podia. Fechei os olhos para ver se chamava o sono. Abri de volta e olhei para o teto, depois pisquei várias vezes os olhos para fazê-los ficarem fechados, deu certo, virei de lado. Como podia eu estar muito cansado, mas não sentir sono? Demorou, mas ele veio a mim, e eu adormeci.
Sonhei que ainda estava na floresta, com Ayra dormindo em meu ombro, nunca pensei que sentiria saudades de uma missão, mas pelo menos lá estávamos juntos.
***
Eu acordei com a memória de que tinha esquecido de pegar meu celular, era uma das coisas que tinha deixado aqui para fazer a missão. Ele impedia que rastreassem a gente até aqui, eu queria meu celular, seria ótimo entrar nele e dar uma olhada em coisas tolas, que só fazem a gente perder tempo, mas eu queria olhar mesmo assim.
Levantei da cama e pensei que também gostava do relógio que tinha no celular, no quarto tinha um de ponteiros, e eu estava com sono, até que olhei para o lado e vi que tinha um digital, o despertador era um relógio digital. Eu era péssimo em reparar que tinham coisas na mesinha da cabeceira, ou qualquer outro lugar, pois me lembrei que também não reparei o despertador do meu lado no domo. Talvez eu fosse adverso a despertadores.
Quando vi que horas eram percebi que tinha dormido muito, eram dez horas da manhã, quase dez e meia, e eu tinha ido dormir cedo horas da noite. Isso só mostra o quão cansado eu estava, minha vontade era de ficar na cama por mais horas, mas eu não podia. Precisava relatar a missão para Reid o diretor da ilha, diretor, eu ri sozinho ao pensar na palavra, era tão engraçado.
Me levantei e fui até o banheiro, tentei ajeitar os meus cabelos com água, ficou melhor do que eu esperava, eu não tinha nem um pente para jogá-lo para trás então usei os dedos e enxaguei a boca, não tinha escova de dentes ali. Só me fez pensar que Reid nem lembrou de colocar as coisas aqui, ou não quis colocar, mas ok. Lavei o rosto, coloquei uma roupa limpa, pelo menos isso tinha lá. E sai para tomar café da manhã.
Desci e fui me servir.
— Ayra —
Eu tinha dormido, apagado, a cama podia fazer magia, porque eu não sabia que estava tão cansada, olhei para o lado e vi que Lina ainda estava dormindo, em um sono profundo, longe demais para me escutar. Olhei no relógio eram sete horas da manhã, eu tinha dormido por 12 horas sem acordar nenhuma vez. Me espreguicei não cama, passei a mão no meu cabelo e meus dedos ficaram presos, ali mesmo usei meus dedos para ir desembaraçando.
Enquanto fazia isso comecei a observar o quarto, a luz começava a passar pela janela, eu gostava da luz, me sentia melhor nela, mas não queria acordar Lina. Percebi que não gostava muito de ficar presa ali, me sentia sufocada, a cama era ótima isso não havia dúvidas, nunca tinha dormido tão bem.
Enrolei um pouco na cama, mas a falta de coisas para ver estava começando a me incomodar, eu não queria mais ficar ali, eu tinha dormido bastante e apesar que estava uma delícia ficar na cama, eu me levantei. Fui até o banheiro, olhei para o meu reflexo quando acendi a luz do banheiro, já com a porta fechada para não atrapalhar Lina, foi um erro me olhar. Minha cara estava inchada de dormir por tanto tempo, e minha aparência pálida continuava tão pálida quando antes, era como se eu nem tivesse ficado na floresta.
Joguei uma água no rosto, e depois de terminar de usar o banheiro, sai devagar abrindo a porta com calma, depois fui para a outra porta e quando fui repetir o mesmo processo lembrei que estava de camisola. Fiz uma careta e voltei, troquei de roupa, aí fui lá fora.
Desci com o elevador e me deparei no restaurante, eu estava com fome. Então olhei para comida com vontade, muita vontade.
— Pode pegar — disse uma mulher colocando outro prato que acabara de fazer.
— E depois diga para nós se está bom — um homem atrás da mulher. Eles eram de mais idade, e sorriam gentilmente.
— Obrigada — eu agradeci.
— Eu e meu marido ficamos felizes em ver que vocês chegaram bem — disse a mulher — Fiquei surpresa, já que nunca trouxemos tantas pessoas de uma vez para ilha.
— Você tinha que ter visto a reação da minha mulher quando ficamos sabendo que serviríamos três refeições por um bom tempo para mais ou menos 50 pessoas, no começo achamos que Reid estava brincando conosco. Mas no final era isso mesmo. Ainda um choque se quer saber, mas ficamos muito felizes, afinal mais pessoas salvas daquele governo louco.
Eu sorri, eles me pareciam ótima pessoas.
— Obrigada por preparem nossas refeições.
— É o nosso prazer — eles disseram juntos.
Eu sorri para eles, depois me servi. Quando acabei de comer resolvi ir andar na cidade, e foi o que eu fiz, queria ar fresco, longe de portas, longe da escuridão, principalmente. Eu caminhei até chegar na praia, me sentei na areia e ali fiquei, me perdi em meus pensamentos enquanto olhava para o mar, era tão bonito que surpreendia.
Tantas coisas havia acontecido em tão pouco tempo, ainda mais para quem passou a maior parte da vida presa na escuridão perpétua. Mas agora eu tinha um medo de fechar os olhos e eu estava tentando lutar contra esse medo, forcei meus olhos a fecharem para sentir a brisa, mas abri abruptamente com medo de não poder ver de novo. Eu estava presa naquele lugar de novo, sempre que eu fechava meus olhos, sempre que a visão que eu tinha na minha frente não aparecia mais, eu me sentia no domo.
Resolvi que queria tocar na água então eu me levantei, tirei o sapato que usava, subi a calça para não molhar e fui até onde as ondas quebravam e ficava molhada a areia, sem entrar demais na água. Era uma sensação boa, então caminhei, caminhei a beira mar e depois voltei, fiz isso até sentir fome e resolver voltar para o hotel, imaginando que horas eram, eu achava que era perto do meio-dia, e depois eu descobri que estava certa.
Boa tarde pessoal, como estão? Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, peço desculpas por ele ser tão curto e bem tranquilo perto dos outros, mas precisava de um capítulo mais calmo para começar a tempestade de novo, não acham?
Não esqueçam de curtir e comentar para eu saber o que estão achando! Isso faz toda a diferença para mim!
E agora eu quero suas teorias, o que vocês acham que vai acontecer agora? Qual será o próximo passo de Ayra? Deixem nos comentários o que vocês acham!
Bom final de semana para todos vocês! E até sexta-feira que vem com mais um capítulo!