12h02min.
Akaashi's Pov.
Vamos lá, você é Akaashi Keiji. Você pode e consegue fazer isso.
Esperou uma semana inteira para esse dia, não pode dar para trás agora. Sei que está com sua cabeça cheia, afinal vivo dentro dela, mas não precisa trazer seus problemas para esse momento. Bokuto está lhe esperando lá embaixo para que saiam e se divirtam, não para que fiquem pensando em besteiras escolares ou problemas alheios. É o seu dia de estar com quem ama, da forma romântica que sempre sonhou. Apenas respire fundo e vá aproveitar o que tiver para aproveitar!
— Keiji. – mamãe chamou. – Bokuto está aqui. Não deixe que ele espere muito tempo, está bem? Estou de saída agora, então aproveite seu dia.
— Já estou indo, mãe. – respondi, logo ouvindo seus passos se afastando.
Após conferir se havia pegado tudo, arrumei minha roupa uma última vez e saí do quarto sem mais enrolar. Meus passos estavam lentos, enquanto minha barriga se enchia de borboletas. Elas faziam meu coração disparar e meu corpo inteiro tremer. Meu primeiro encontro com Bokuto, sem o resto do time e sendo namorado dele, é normal que minhas pernas estejam bambas, né?
Tudo que preciso fazer é ficar calmo, afinal, é o Bokuto. Gosto dele há muito tempo e estou imensamente feliz por ser correspondido. Tenho certeza que ele fará esse dia ser inesquecível, então, devo ficar calmo e não estragar nada do que ele planejou para hoje.
Respire e contenha suas emoções, você é bom nisso.
— Agaashe! – ele chamou, sua voz como sempre animada e feliz.
— Bokuto-san. – sorri, vendo-o fechar a feição. – Aconteceu algo?
— Não combinamos que você me trataria sem formalidade? Bokuto, apenas Bokuto.
— Perdão, é força do hábito.
— Vou deixar passar porque é um dia especial. – ele se aproximou e estendeu sua mão para mim. – Juro que hoje será o segundo melhor dia da sua vida.
— Por que o segundo? – perguntei, lhe mostrando uma feição confusa e segurando sua mão.
— O melhor de todos será quando nos casarmos.
— Casar? – soltei um riso. – Você já está falando em casamento? No nosso primeiro encontro?
— O que há de errado? – ele fez um beicinho. – Tenho plena consciência dos meus sentimentos e total certeza de que quero estar com você até que a morte nos separe. E talvez, encontrá-lo em outra vida.
— Está... mesmo falando sério?
— Sempre falo sério com você.
— Você é bobo. – balancei a cabeça. – Não diga que quer casar comigo após poucos dias de namoro. Seus pais nem me conheceram como seu namorado ainda.
— Ah, mas eles te conhecem como meu melhor amigo, e tenho certeza que vão apoiar a gente.
— Hm... Se você diz, eu acredito.
Nesse momento, ele apenas me mostrou seu mais perfeito sorriso. Tão iluminado quanto o sol de verão, que aquecia meu coração. Bokuto Koutaro é perfeito demais, e vivo me perguntando como ele pôde se interessar por mim... Justamente por mim. Nossa escola é repleta das mais belas garotas, e garotos também. Por ser bissexual e o melhor jogador do time, ele com toda certeza tinha uma lista enorme de opções, mas me escolheu. Não sei se sou merecedor de todo esse amor que ele carrega, mas ao mesmo tempo me sinto feliz por ser quem recebe este sentimento.
— Agaashe. – chamou, tirando-me dos meus devaneios. – Você está avoado desde que saímos da sua casa. Já chegamos ao restaurante.
— Perdão, eu estava pensando em coisas e...
— Não pense. – pediu. – Não pense em mais nada que não seja nós dois. Você não pode levar sua mente para longe de mim, entendeu?
— Entendi... Me desculpe.
— Pare de pedir desculpas, bobo. – ele segurou minha mão, beijando-a com carinho. – Você não fez nada de errado, apenas se distraiu.
— Exatamente por isso peço desculpas. É nosso dia e estou pensando besteiras.
— Você sempre pensa demais, só não põe pra fora. – o olhei confuso. – Estou sempre te observando, consigo saber quando sua mente não está no mesmo lugar que seu corpo.
— Às vezes não consigo evitar.
— Eu sei. – sorriu. – Mas hoje irei manter sua mente onde estamos.
Pelo resto do almoço, Bokuto não deixou que eu me distraísse por um único segundo. Buscou por assuntos que me obrigassem a falar, então não tive a opção de ficar quieto. Acredito que falei mais em um dia do que no ano inteiro, mas não me importo. É tão fofa a forma como ele sempre tenta me manter nos eixos, que não me importo de falar ou ouvir por horas e horas. Foi assim no almoço, passeio pelo parque e shopping. Ficamos quietos durante o cinema para não sermos expulsos, mas ele tinha muito o que falar depois que saímos. Muito mesmo.
— Foi incrível! – ele esticou seus braços para o alto. – Você viu como ele pulou e fez pow! Depois fez um zaw! E então um katchau?!
— Eu vi, amor. – soltei um riso. – Foi realmente incrível.
— Amor?
— Sim?
— ME CHAMOU DE AMOR?
— Eu chamei. Não posso?
— Você não tinha me chamado assim ainda. – sorriu grandemente, abraçando meu corpo com força. – Adorei! Faz de novo, faz de novo!
— Amor?
— Aahh! Você é tão lindo!
Sendo sincero? Eu amo este homem.
⊱ ⋅ 🦉 ⋅ ⊰
19h34min.
As ondas da praia estavam calmas, fazendo um som relaxante. Era agradável ouvir enquanto observava os movimentos da água tocando a areia, a luz da lua iluminando aquela imensidão escura e... Sentir o calor de um abraço.
— Faz mais ou menos meia hora que você está me abraçando, Bokuto.
— Estou sentindo seu perfume. – me olhou sorrindo. – É muito bom, sabe? Combina bastante com você.
— Bobo. – cobri o rosto. – Acho que deveríamos voltar, está ficando cada vez mais frio. Não podemos adoecer.
— Hm... – pensou. – Está mesmo mais frio. Será que vai chover?
— Kenma disse que só choveria de madrugada, então...
Quando Oikawa disse que previsões estavam sempre erradas, eu deveria ter mesmo ouvido ele. Só choveria de madrugada? Diga isso para as gotas que estão caindo em nós dois e nos encharcando. Ou para o pobre guarda-chuva que levei para todos os lados, acreditando que seria inútil, e acabei esquecendo em algum lugar. É, pois é, agora estamos embaixo de um ponto de ônibus esperando a chuva fazer o favor de passar e nos deixar ir para casa.
Apesar de estarmos próximos de uma livraria, não ousamos deixar o ponto de ônibus para correr até lá. Próximo não significa dois passos de distância... Existe pelo menos uma ou duas ruas de distância entre nós e aquele lugar que claramente parece ser muito confortável de estar. É mesmo uma livraria. Maldita a hora em que esqueci meu guarda-chuva.
— Agaashe, vamos ter que correr. – Bokuto disse, retirando seu casaco e jogando por cima de nós. – Se formos esperar a chuva passar aqui, poderemos ficar doentes pelo frio. Vamos entrar na livraria e nos secar no banheiro deles.
— Certo. – o ajudei a segurar seu casaco, olhando para os dois lados da rua antes de correr.
Quando passamos pela porta de entrada, fomos recebidos por uma moça que carregava duas toalhas. Ela sorriu simpática entregando uma para cada um. Só após secar meu rosto, pude notar que não era apenas uma livraria, mas também uma cafeteria! E era simplesmente linda. Estava quente o suficiente para remover todo frio que a chuva causou, além de ter um agradável cheiro de café recém feito. Nunca havia estado neste lugar, mas irei marcar seu endereço e virar um cliente frequente.
— O banheiro fica naquele corredor, terceira porta. – a moça informou, apontando para onde dizia. – Tem secadores de cabelo no armário, vocês podem usar. Desejam beber algo quando voltarem?
— Eu aceito um chocolate quente. – Bokuto disse. – E uns biscoitos, se possível.
— Claro. – sorriu. – E você?
—Chá verde, por favor.
— Certo. – balançou a cabeça, retirando-se em seguida.
Após ela se afastar, Bokuto e eu seguimos para o banheiro. Era espaçoso suficiente para quatro ou até cinco pessoas. Coloquei a toalha que me foi entregue na pia, abrindo o armário para retirar os secadores de cabelo que a moça falou. Pedi para Bokuto se sentar no banquinho que havia ali, para que eu pudesse secar seu cabelo com facilidade. Enquanto mexia no cabelo — agora baixo dele — pensava em como a moça nos atendeu de forma rápida e natural. Provavelmente este lugar é muito mais frequentado em dias de chuva do que em dias com céu limpo. Considerando que é longe do centro, onde existem cafés caros e muito visitados, talvez apenas quem está procurando abrigo de uma forte e repentina chuva entre pela porta deste aqui.
— Desculpa. – Bokuto disse, me tirando dos devaneios que estava tendo. – Era pra ser um dia incrível, mas esqueci de me previnir em caso de chuva.
— Não diga isso. Você não sabia que iria chover, muito menos que seria quando estávamos fora de um teto. – sorri para ele, acariciando seu rosto. – Fez tudo que pôde para ser perfeito, e foi. Estar com você já é ótimo, mas ver que se esforça para me agradar... É adorável.
— Eu gosto quando você sorri, sabe? – me olhou, seus olhos brilhantes. – Mas você não faz muito isso. Queria te ver sorrir mais hoje, por isso passei a semana planejando tudo que poderia te tirar da feição séria de sempre.
— Bokuto-
— Não me entenda mal! – disse alto. – Eu amo você não importa qual seja a expressão em seu rosto. – juntou as mãos. – Mas eu realmente gosto quando sorri.
— Bobo. – ri, deixando um peteleco em sua testa. – Não precisa se esforçar demais para me fazer sorrir. Sempre que você está rindo, eu estou rindo... Só não deixo que vejam isso.
— Vai me deixar ver a partir de agora?
— Vou sim, amor. – sorri. – Se isso te deixa feliz, então eu vou fazer.
Ele sorriu grandemente, levantando de seu lugar e me agarrando, enquanto dizia repetidas vezes o quanto me amava. Era maravilhoso ouvir aquilo de uma forma tão sincera e natural. Eu amo este homem com todas as minhas forças, e serei sempre grato por ele me amar também.
⊱ · 🦉 · ⊰
21h02min.
— Diga aos seus pais que peço perdão por demorar a te trazer.
— Não se preocupe com isso. – toquei seu rosto, tentando o tranquilizar. – Eu avisei que iríamos voltar depois que a chuva passasse, então eles já sabiam que demoraria. Espero que os seus pais não briguem por chegar essas horas.
— Bem, eu também os avisei. – sorriu.
— Então tudo certo.
— Sim.
Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhando um para o outro enquanto sorriamos como dois idiotas. Ele foi o primeiro a se mover, inclinando seu corpo para me beijar... Nunca imaginei que poderia sentir tantas coisas com um único toque de lábios. Eu não tenho palavras para descrever o que foi isso. Minha barriga se encheu de borboletas e meu coração palpitou como um louco. Daria para ouvir os batimentos dele, mesmo estando há metros longe de mim. Bokuto Koutaro tem o dom de me desestabilizar e fazer meu corpo inteiro entrar em pânico.
Poderia passar todos os dias apenas assim, perto dele. O abraçando e sentindo seus sentimento por mim serem transmitidos de todas as formas que ele podia fazer. É inexplicável todo amor que tenho por ele, e jamais poderei expressar tão perfeitamente como ele faz. Se ele ainda estiver com essa ideia, talvez possa aceitar seu pedido de casamentos indireto.
— Boa noite, meu amor. – ele disse após se afastar.
— Boa noite. – sorri, sentindo meu rosto inteiro queimar.
Ele sorriu de volta, afastando-se com hesitação. Observei enquanto seus passos ficavam cada vez mais longe, vendo sua cabeça se virar para atrás vez ou outra. Entrei em casa, pousando a mão no peito para verificar se meu coração ainda estava ali, e estava. Agitado e bagunçado, mas ali.
Quem é morto sempre revive, já dizia o ditado.
Esse capítulo deveria sair no dia dos namorados, já que eu não postei mês passado. Porém, todavia, contudo, entretanto, eu acabei ficando sem tempo. Pelo resto do mês passado, antes de eu sumir, apenas não consegui postar por medo de manter a atividade e acabar ficando sem capítulos de frente. Sim, meus amigos, eu não tenho conseguido fazer capítulos de frente com frequência.
Na verdade, quase não tenho conseguido escrever nenhuma fanfic. Não sei o que está acontecendo, mas prometo que vai passar!
Perdão por sumir durante todo esse tempo, tentarei não fazer de novo 🥺
Feliz mês do orgulho, aliás! Um beijo para vocês, seus lindos ✨
Até o próximo capítulo, que com certeza sairá antes de um mês haha 🫶🏻🫶🏻
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Postando esse horário porque se não for agora não será nunca mais 😃