Perdoe o Passado | +18

By krislaineWatson

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Capa feita pela minha bff @MISS_kayffyer [De minha autoria] Livro 1 Sarah Becker é apresentada ao mundo sobre... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24

Capítulo 14

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By krislaineWatson

– Por que está me seguindo? – Uma voz rouca perguntou, logo após eu passar pela porta.

Eu me virei, meio assustada, e o vi parado ao lado da porta, encostado na parede

– Eu só queria agradecer pelo que fez lá dentro – Disse, observando-o acender um cigarro – Obrigada.

Ele deu uma tragada e depois se aproximou de mim.

– Você tem cara de quem atrai encrenca – Ele disse, cada palavra soltando a fumaça de sua boca em meu rosto.

Eu tossi um pouco, devido ao cheiro do cigarro entrar pelas minhas narinas e ir direto para meus pulmões.

– Desculpe por isso – Ele se virou e se afastou.

– Tudo bem – Disse, esfregando minhas mãos nos meus braços, tentando me aquecer.

– Está ficando frio, é melhor irmos para nossas casas – Ele disse e seguiu seu caminho até a frente do bar.

Dei uma olhada em volta, percebendo que foi aqui onde o corpo daquela mulher foi encontrado. Senti um arrepio na nuca, que não é do frio. Respirei fundo e segui meu caminho, também para a frente do bar.

Passo pelo belo moreno, que estava a conversar comigo a pouco, entrando em sua caminhonete cinza. Atravesso a rua e sigo em direção ao meu carro.

Noto que alguém está encostado no mesmo carro ao qual me dirijo.

Ao me aproximar, percebo que é Victor.

– Você não vai dirigir, não é? – Ele perguntou, em um tom de repreensão misturado a preocupação.

– Vou – Digo secamente.

– Você acabou de sair de um bar, sinto cheiro de álcool vindo de sua boca, você não vai dirigir. Corre o risco de sofrer um acidente – Victor estende a palma da mão para mim. – Me dê as chaves, eu dirijo.

– Você não é o meu pai, não é o meu irmão e muito menos meu namorado! – Digo friamente. – Eu bebi sim, mas não estou bêbada, posso dirigir numa boa.

– Sarah, as chaves – Ele continuou com a mão estendida, não ouvindo nada do que eu disse.

Eu pego as chaves na bolsa, mas antes de lhe entregar, noto sua roupa.

– Este é o mesmo casaco que você deixou na minha casa ou é outro, muito parecido com aquele? – Aponto o dedo para o seu casaco. – Porque se o for o mesmo, você invadiu a minha casa depois que eu saí.

– É… me desculpe – Ele disse, sem jeito.

Eu respirei fundo, acalmando a minha raiva.

– Aliás, como me achou? Me seguiu até aqui, depois de ter pego seu casaco, na minha casa? – Ele abaixou a mão e olhou a nossa volta.

Eu o encarei, esperando sua resposta.

– O carro tem rastreador – Victor disse, evitando olhar para mim.

– Por que não estou surpresa? – Perguntei a mim mesma, em voz alta. – Não teria como você me dar um carro desses, sem rastrear cada movimento meu.

– Eu fiquei preocupado com a sua segurança, caso fosse sequestrada novamente, eu poderia encontrá-la mais rápido. Sei que foi errado, mas não vou me desculpar por isso.

– Então tá! – Entrego as chaves a ele, bruscamente. – Me deixe em casa e depois leve seu carro de volta, pode ficar com ele.

– Sarah, eu...

– Não! – Eu o interrompo. – Não quero ouvir mais nada – Finalizo e entro no carro.

Dirigimos em silêncio. Estava com muita raiva dele para perguntar o porquê dele ter saído daquele jeito da minha casa, do porquê dele odiar tantos os lobos.

O carro mal estacionou e eu já estava pronta para sair dali o mais rápido que pudesse. Mas antes de abrir a porta, me virei para olhá-lo nos olhos.

– Não quero que entre mais na minha casa sem minha permissão – Digo calmamente.

Ele apenas aceitou, anuindo com a cabeça.

Peguei minhas coisas e saí do carro, batendo a porta com força. Não foi de propósito, foi sem querer, mas não disse nada, deixei que pensasse que era porque estou irritada.

Ao entrar em casa, fecho a porta e escuto o som do carro ir cada vez mais longe.

Não demorei a dormir essa noite. Dormi tão profundamente que nem ouvi as preces de Charles. Tive um sonho envolvendo lobos, na forma animal, correndo na floresta sobre o luar. O sonho estava bom, eu corria junto a eles, como uma igual.

Acordei completamente descansada, só os meus braços que doem um pouco, por causa do Marcelo.

– Lobo idiota! – Digo em frente ao espelho, olhando os hematomas nos meus braços.

A semana passou rápido, e uma nova se iniciou. Uma semana normal, sem lobisomens querendo me matar, sem vampiros invadindo minha casa, sem ninguém me seguindo nas ruas. Louis se prontificou a me levar ao trabalho, quando soube que eu não tinha mais aquele carro, e Isa se prontificou a me levar para casa à noite.

Nem mesmo os detetives voltaram a aparecer, para me perguntar mais coisas ou me mostrar mais fotos, minhas ou não. Aquela foto me incomodava às vezes, mas eu logo me obrigava a pensar em outra coisa.

Volta e meia, no trabalho, eu olhava para meu chefe, Daniel, e me lembrava da suposição que Louis disse, dele estar interessado em mim, eu ria baixinho.

Mais uma noite normal se aproximava, quando Isabela me deixou em casa. Eu entrei, como de costume, subi a escada e tomei um banho relaxante. Saí do banheiro, vestindo um roupão, fui até meu quarto e passei um creme na minha pele, um hábito que estou adotando novamente.

Visto minha roupa íntima, e coloco um robe por cima. Desço a escada e vou direto para a cozinha, pego uma fatia de pizza da geladeira, de ontem, e como assim mesmo, fria.

– Adoro comer pizza assim – Uma voz familiar me fez parar de respirar. Eu congelei, nos primeiros degraus da escada.

Andei lentamente até a sala, de onde a voz parece ter vindo.

Sentado na poltrona, que agora está virada para a entrada da sala, está um homem negro, me olhando.

– Eu não queria assustá-la, me perdoe – Olhei para os lados, pensando em correr. – Não vim machucá-la.

– Então o que quer? – Precisei juntar toda a força que tenho para perguntar, mas, ainda assim, saiu quase num sussurro.

– Conversar.

– Como entrou aqui? – Dessa vez, minha voz saiu mais alta que antes.

– Pela janela do quarto de hóspedes. Você demorou no banho.

Ele estava aqui todo esse tempo? E não tentou nada comigo? Meu coração acelerou mais um pouco ao saber disso.

– Seja quem você for, podia ter batido na porta.

– Anotado – Ele se levantou e caminhou na minha direção. Eu não consegui mexer minhas pernas e ir na direção contrária. – Vai comer isso? – Perguntou, apontando para a fatia de pizza na minha mão, eu a entreguei a ele, me assegurando de que ele permanecesse o mais distante possível de mim.

Ele a pegou e mordeu um pedaço.

Hum, calabresa, amo – Disse, com a boca cheia, enquanto se afasta de mim, em direção a poltrona. – Aliás, esse cheiro de morango, é delicioso – Ele disse, se referindo ao cheiro do meu creme.

– Que bom que te agradou – Digo em voz alta, sarcasticamente, mas era pra ter ficado só em pensamento, quando me dou conta, já havia dito.

Ele sorriu, percebendo o que eu disse.

– Quem é você? – Perguntei, tirando o foco de mim.

– Me chamo William – Mordeu mais um pedaço da pizza. – Encontrei Marcelo outro dia, e ele me contou sobre você.

Ótimo, era tudo de que precisava agora.

– Eu não sou a…

Elizabeth, eu sei – Ele me interrompe. – Ela era uma vampira que traiu a própria espécie, e até onde eu sei, vampiros não podem voltar a ser humanos, não há cura para isso. O que prova, ainda mais, que você não é ela. Você é uma humana frágil, Sarah.

– E você é um lobisomem – Afirmo.

– Exatamente.
 
Ao dizer essas palavras, me lembro de onde o conheço.

– E estava no galpão, foi um dos que me sequestrou.

– Lhe garanto que não tive nada haver com o seu sequestro, não mandei que fizessem aquilo – William terminou de mastigar o último pedaço da pizza.

Meu coração volta a acelerar.

– Mas não me soltou, ao invés disso, deixou seus amigos me interrogarem.

– Eles disseram que você sabia a localização do colar.

– Estavam errados – Eu o interrompo.

– De certa forma, sim – Ele me encarou. – Mas agora, é diferente de antes, você sabe exatamente a localização do colar.

– Não estou com esse colar estúpido! – Eu disse, o interrompendo novamente.

– Eu não disse que está com o colar, mas que sabe a localização dele. É diferente.

Preciso mudar o rumo dessa conversa, antes que ele descubra que o colar está com Louis, que ele está certo.

– Você disse que não mandou que me sequestrassem, então é você quem manda, o que faz com que seja o alfa, certo? – Ele se ajeitou na poltrona, cruzando as pernas, me encarando.

– De certa forma sim, mas não estou à altura desse nome. Prefiro ser chamado, apenas, de chefe.

Eu me apoio na parede, ainda perto da porta.

– Como não está morto, junto com seus amigos lobos do balcão?

– Eu fui arremessado longe, pelo seu amigo vampiro, e desmaiei. Quando acordei, o galpão estava em chamas, tive de fugir do fogo, mas não sem me queimar um pouco.

– Não vejo queimaduras em você – Digo enquanto o analizo.

– Eu me curei, dolorosa e muito lentamente, devo acrescentar – Que bom, penso, mas não tenho coragem de dizer em voz alta.

– Disse que viu Marcelo, quando? Onde ele está agora? – Perguntei, temendo a resposta.

Será que ele está aqui? Esperando para dar o bote? Não, bote quem dá é a cobra, o que o lobo faz então? Ah, é, ele parte para o abate. O que não difere do que a cobra faz, é só um termo, ao final, suas presas estarão mortas

– Nós nos encontramos logo depois que seu amigo vampiro, Victor, lhe deu uma surra. Ele queria que nos juntássemos a ele em sua vingança contra Elizabeth, contra você para ser mais exato. Fique tranquila, recusamos e o mandamos embora. Eu, particularmente, o aconselhei a esquecer essa vingança, mas não acho que ele vá esquecer. Tome cuidado com ele.

– Por que não o ajudaram? Os lobos não se mantêm unidos?

– Nem todos. Alguns não conseguem se desapegar do passado, e isso os levam à ruína – De repente ele sorriu. – Você mudou de assunto.

– Só estou colocando os pingos nos is – Digo inocentemente.

– É claro – William diz com sarcasmo. – Agora, voltando ao assunto da minha visita, o colar. Você deve saber que ele é de muito valor, não me refiro a riqueza, e sim a poder.

Vendo que me deixou intrigada, ele continua.

– Quem usar o colar, mais precisamente a pedra esmeralda, terá o dom de ver dentre todos os humanos, quem não são humanos, como eu, Marcelo e Victor. Somente humanos podem desfrutar desse dom, dado pela pedra, e somente enquanto a usam. Mas há um porém, esse humano será levado à loucura com o tempo, fazendo com que não apenas nos veja, mas que também nos mate, roubando nossa energia vital para si, junto com nossas habilidades.

– Não é de tão ruim assim – Só então, me dei conta de que disse em voz alta.

– Quero ver se ainda vai pensar nisso, ao saber dessa parte – Ele fez uma pausa dramática. – Esse humano não vai desejar apenas nos matar, vai desejar a morte a todos a sua volta, humanos ou não, inocente ou não. Vai desejar ver o sangue sendo jorrado, vai desejar brutalidade sem fim. Vai levar a morte a todos.

– Isso não é bom – E eu deixei esse maldito colar com meu amigo, meu irmão.

De repente, ele se levantou, tão rápido que cheguei a me assustar.

– Não devia estar aqui – Me arrepio ao ouvir a voz de Victor, ele está aqui, do meu lado.

– Espero que não tenha ficado zangado pelo pescoço quebrado – William disse, como se fosse uma coisa normal de se dizer.

Apesar que, para eles, isso seja normal.

– Você não me deixaria falar com ela se tivesse pedido – Ouvi um rosnado, vindo de Victor. – De qualquer jeito, a conversa foi boa – Ele arrumou seu paletó, enquanto caminhava em minha direção, mas Victor se pôs na minha frente.

– Vá embora! – Victor ordenou em meio a rosnados, que estão começando a me assustar.

– Pense no que conversamos, Sarah.

William disse e depois saiu, dessa vez, pela porta. Victor ficou na minha frente, até que a porta se fechasse, me protegendo de William.

– Você está bem? – Ele perguntou, depois de alguns minutos, se virando para me olhar nos olhos.

– Estou. E você? – Victor me olhou sem entender.

– Está preocupada comigo? – Seu rosto praticamente enrugou, tentando entender.

– William disse algo sobre um pescoço quebrado, ele estava falando do seu pescoço, ? – Concluo minha pergunta anterior.

– Sim. Eu estava vigiando sua casa para que ninguém viesse a machucar. Então William apareceu, nossa luta foi breve e ele venceu. Fiquei apagado por um tempo. Assim que acordei vim vê-la, fiquei preocupado que aquele lobo tivesse feito algo com você – Um rosnado voltou a surgir em sua voz, ao pronunciar a palavra lobo.

– William não me machucou, só queria conversar.

– Sobre o quê? – O rosnado se foi, dando espaço somente para sua voz.

– O maldito colar – Disse, dando-lhe as costas e me sentando no sofá. – Queria saber onde está.

– E o que você disse?

– Que não estou com ele – Digo com sinceridade.

Um silêncio se instala na casa. Agradeço mentalmente por Victor não perguntar mais nada sobre esse colar irritante.

– Eu peço desculpas, por ter invadido sua casa e por ter rastreado seu carro, na semana passada – Ele disse, quebrando o silêncio.

– Você estava preocupado comigo, entendo agora. E eu estava irritada e descontei um pouco em você, peço desculpas, quanto a isso.

– Não, você estava com a razão naquela noite, então não se desculpe por isso. Enfim, está sozinha na casa, e segura, então é melhor eu ir.

– Posso fazer uma pergunta? – Me levantei rapidamente.

Ele parou, com a mão na maçaneta da porta, e olhou para mim.

– É claro – Disse, calmamente.

– Só não fique zangado, por favor – Pedi, medindo as palavras para a pergunta. – Por que você odeia tanto os lobos?

Ele respira fundo. Eu espero sua resposta.

– É pessoal e doloroso, podemos falar sobre isso um outro dia? – Cada palavra saiu calmamente de sua boca.

– Claro – Digo afirmando com a cabeça. – E obrigada, por estar cuidando de mim todos esses dias. Mesmo eu tendo brigado contigo.

Dito isto, ele abriu a porta e se foi de minha casa. Lá se foi a minha semana tranquilamente normal.

E esse salvador de jaqueta preta, hein? O belo moreno

Mas essa Sarah é sortuda, sempre tem alguém para salvá-la kkkk

O belo moreno tá certo, né? Ela atrai encrenca kkkk

Quem mais aqui gosta de comer pizza geladinha, que sobrou do dia anterior e tava na geladeira kkk??

Eu adoro.

Mas gente, assim, eu já teria me mudado a tempos kkk não só dessa casa, mas da cidade em si kkk

E esse William aí, lembram dele?

Acham que ele é do bem ou do mal?

E o Victor protegendo ela, é tudo pra mim

Enfim, é isso por hoje e até o próximo sábado galeriss

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