“O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória, imperecível“.
– Adélia Prado.
——Os gregos antigos acreditavam que antes tínhamos quatro braços e pernas e uma só cabeça com duas caras.
—Éramos felizes.
—Completos.
—Tão completos que os deuses,temendo que não precisássemos de devoção, nos partiram em dois.
—Deixaram-nos vagando pela Terra,divididos e aflitos.
—Eternamente buscando.
—A outra metade da nossa alma.
—Dizem que,quando as metades se encontram, há um entendimento tácito.
—Uma harmonia.
—É impossível ser mais feliz que isso.
シ︎Flashback one:O começo♡︎
—Jenna brincava com suas bonecas no campo florido e um pequeno por do sol quase nascendo.
—Quando ela olha para trás percebe uma garota no balanço cabisbaixa e olhando para as árvores.
—Jenna ficou intrigada e se perguntando o que poderia ter acontecido para que a garota ficasse tão triste.
—Então Jenna se levantou e limpou os resquícios da grama de sua roupa,pegou seus brinquedos e caminhou até a garota.
—Jenna:—Oi.–Jenna disse com um sorriso amigável.
—A outra garota olhou para Jenna e deu um pequeno sorriso.
—S/N:—Oi.
—Jenna:—O que aconteceu que você está tão triste?–Jenna disse se sentando no balanço ao lado.
—A outra garotinha suspirou.
—S/N:—As outras crianças não gostam muito de ficar perto de mim,mamãe disse que sou diferente.–Ela deu de ombros e mexeu em seus dedos.
—Jenna:—Minha mãe diz que ser diferente é legal,então não fique triste.
—Jenna:—As outras crianças são umas babacas!–A outra garota riu pela a indignação da Ortega.
—S/N:—Se ser diferente é brincar sozinha,então eu não quero,não quero ser diferente,por quê não posso ser igual?–Jenna deu de ombros.
—Jenna:—Ia ser estranho se todo mundo fosse igual,não é?daí todo mundo seria igual!e ficaríamos tão perdidos com tanta gente igual em um planeta só.
—Jenna:—Seria como se olhar no espelho,ia ficar tão chato.–S/n balançou a cabeça.
—S/N:—E,acho que você tem razão.
—Jenna:—Em relação a brincar sozinha,eu posso brincar com você,se quiser.–Os olhos da outra garotinha brilharam.
—S/N:—Serio?
—Jenna:—Serio,você me parece legal.–S/N sorri.
—Jenna:—A propósito,eu sou a Jenna.–Ela sorriu e estendeu a mão.
—S/N:—Eu sou a S/N.–As duas apertaram as mãos.
—E assim selaram a sua amizade para sempre.
—Desde do dia em que se conheceram no parque elas nunca mais se desgrudaram.
—Toda hora s/n atualizava Jenna de qualquer coisa que tinha acontecido em sua vida,e Jenna não era muito diferente.
—Com a aproximação da duas garotinhas,veio também a aproximação da mãe das duas,e a amizade delas só foi ficando mais forte a cada dia que passava.
—Jenna contava as horas para poder ver a s/n na escola,e s/n quase não dormia pensando qual conversa ela iria ter com a Jenna.
—As duas garotinhas estudavam juntas na mesma escola.
—Sempre sentavam juntas.
—S/n estava olhando o relógio da escola e tentando entender a prova que foi passada.
—Até que Jenna amassa um papel e coloca debaixo da mesa,s/n pega e abre o papel e vê as respostas da prova.
—S/n sorri,mas acabou dando errado...
—Professora:—Álvarez!–A professora chamou e colocou a mão no ombro dela s/n se levantou mas antes colocou o papel na boca.
—Jenna quis rir da bronca pesada que sua amiga iria levar,mas ela se segurou e continuo escrevendo como se nada tivesse acontecido.
—Na casa de S/n elas giravam um globo que ela tinha em seu quarto e apontavam para qualquer locação que elas queriam viajar juntas.
—Compartilhavam histórias,segredos e até sonhos estranhos que a s/n tinha.
—E quando cresceram,se tornando adolescentes,tudo mudou.
—Flashback one off.—
☺︎︎Flashback two on:Adolescência𓆉︎
—Quando a adolescência chega,com ela vem muitas coisas,amadurecimento,puberdade e vários outros fatores.
—Quando Jenna foi crescendo ela foi se vendo mudando,em relação a amores,desejos.
—Em sua cabeça ela não precisa afirmar sua sexualidade,se definir,ela só queria viver sua vida.
—Ela só se importava em amar as pessoas e não seus gêneros.
—Portanto se uma pessoa heterosexual não precisa se assumir pra família,por que ela precisaria?
—Ela olhou a hora pela a quinta vez e ficava se remexendo pela a cama com a mão em seu estômago.
—Quando ela menstruou pela a primeira vez não entrou em Pânico como algumas outras meninas,ela já tinha noção de seu corpo e sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer.
—Então foi tranquilo,só não as cólicas.
—Jenna:—Mãe!
—Natalie:—O que,Jenna?você já tomou remédio.
—Jenna:—Mãe,eu quero vender meu útero.–Natalie deu risada.
—Natalie:—Se vender seu útero você não vai poder ter crianças,não que você precise ter crianças,só se você quiser.
—Jenna:—Eu vou vender meu útero por milhões e vou embora pra Dubai.
—Natalie:—Pra Dubai?tem certeza?–Natalie olhou para ela e Jenna pareceu pensar um pouco.
—Jenna:—É,melhor não.–Natalie riu e saiu do quarto da filha.
—Enquanto isso,na casa Álvarez.
—S/N estava em seu quarto,entediada.
—Foi quando decidiu que precisava explorar seu corpo,ela só não contava que os seus pais estavam presentes na casa.
—Então quando sua mãe passou em frente a porta do seu quarto e ouviu grunhidos ela decidiu checar,mas se arrependeu eternamente disso.
—Elena:—S/n..o que você..-
—S/n rapidamente se assustou e fechou a calça rapidamente.
—S/N:—E,mãe...oi..-ela se levantou rapidamente mas escorregou em uma roupa que estava jogada no chão.
—A sua mãe ficava olhando para ela,s/n se levanta e da um sorriso torto.
—S/N:—Não foi nada disso,eu estava...e..como eu posso dizer?–Coloca a mão no queixo.
—Elena:—Estava se masturbando?
—S/N:—Eu?não,claro que não.–Ela negou com e cabeça e sua mãe cruzou os braços.
—Elena:—Álvarez.
—S/N:—Tá,talvez,mas eu nem cheguei lá..então foi meio que..
—Elena:—Quero você lá em baixo agora.
—A mãe dela virou as costas e saiu.
—S/N:—Merda!
—Depois de alguns minutos,s/n desceu e encontrou sua mãe,seu pai e seu irmão mais velho que tentava segurar o riso mas falhou quando viu a cara fechada de sua irmã.
—A mãe deu um tapa na cabeça do filho,s/n se sentou no sofá.
—Elena:—Vamos conversar sobre sexo.
—S/N:—Não,é vergonhoso,não vou conversar sobre isso com vocês.–Ela cruzou os braços.
—Julio:—É algo normal,minha filha.
—S/N:—Eu sei que é,o negócio é conversar isso com vocês.
—Benito:—Por que você atrapalhou a bronha dela?agora ela vai ficar insuportável mais do que já é.–S/n deu o dedo do meio para ele.
—Elena:—Vamos conversar sério,isso é um assunto sério,então calem a boca,eu vou falar.
—S/N:—Díos mío.–Colocou as mãos no rosto.
—Elena:—Não tem problemas em se tocar,filha,saiba disso.
—Benito:—Só que você violou a primeira regra da bronha,esqueceu de trancar a porta.
—S/N:—Cala a boca.
—Elena:—Sabemos que você está crescendo,e é normal ter dúvidas.
—Elena:—Alguma vez você já fez sexo com alguém?
—S/N:—Mãe,depois conversamos sobre isso.
—Julio:—S/n,sua mãe te fez uma pergunta.–S/n bufou.
—S/N:—Não,mãe,eu sou virgem.
—Elena:—Okay,Julio,vai pegar a banana.
—S/N:—Ah não,mãe,por favor.
—Benito começou a rir enquanto o pai foi na cozinha pegar a banana.
—Elena:—Isso é sério,tem que aprender a como colocar uma camisinha para não pegar doenças ou engravidar alguém cedo demais.
—S/N:—Até parece que um dia eu vou transar com alguém.
—Benito:—É impossível você morrer virgem.
—S/N:—Pois pra mim é possível,eu nem saio com ninguém.
—Elena:—E a Jenna?–S/n ficou vermelha.
—S/N:—Somos melhores amigas,mãe,já disso isso um milhão de vezes.
—Elena:—Então tá,se você diz.
—O pai da s/n voltou com uma banana e um pacote de camisinha e logo a mãe dela ensinou como colocar a camisinha.
—S/n ficou prestando atenção mas só pensava em abrir um buraco no chão e se jogar lá dentro.
—Depois de algumas horas,ela foi até a casa da Ortega com sacos de doces ao saber que Jenna estava menstruada e que provavelmente precisava disso.
—A mãe de Jenna abriu a porta e sorriu ao ver a outra garota.
—S/N:—Olá Natalie.
—Natalie:—Álvarez.–Natalie abraçou a s/n e logo a convidou para entrar.
—Natalie:—Você quer café ou alguma coisa?
—S/N:—Não,obrigada.–Sorriu amigável.
—S/N:—Onde a Jenna tá?
—Natalie:—Lá no quarto dela,inclusive,obrigada por vir cuidar dela,ela estava te chamando a algumas horas.–S/n sorri meio envergonhada.
—S/N:—Por nada,eu vou subir.
—Natalie:—Pode ir lá.–Natalie sorriu e logo s/n subiu as escadas.
—Aliyah:—Elas vão casar um dia.–Aliyah passa pela a mãe e vai pra sala.
—Natalie:—Deus te ouça.
—S/n caminhou até o quarto da Ortega e abriu a porta.
—Jenna:—S/N,finalmente.–S/n riu e fechou a porta atrás dela.
—S/N:—Você chama e eu venho.
—S/N se senta na cama ao lado da Ortega.
—S/N:—Isso é pra você.–Entrega a sacola para Jenna.
—Jenna:—S/n,isso é tão fofo.–Ela pega a sacola e sorri.
—S/N:—Pensei que você iria gostar,então eu trouxe.
—Jenna:—Muito obrigada,você é a melhor amiga do mundo!–Jenna da um beijo na bochecha dela.
—Jenna:—Só avisando,eu tô insuportável hoje.
—S/N:—Não so hoje né.–Jenna da um tapa no ombro dela.
—Jenna:—Fica na sua.–S/n ri.
—Jenna:—Colica é tão horrível.–Jenna reclama.
—S/N:—Deve ser mesmo.–Jenna olha para ela.
—Jenna:—Você ainda não menstruou?mas você já tem dezesseis.–S/n suspirou.
—Ela ainda não tinha contado a Jenna.
—S/N:—É que..bom...é complicado.
—Jenna:—Complicado como assim?olha,minha mãe é enfermeira,se você quiser eu posso pedir a ela pra te indicar a um ginecologista.
—S/N:—Jenna,você não tá entendendo.
—Jenna:—Qual é,então me explica.
—Jenna:—A gente nunca guarda segredos.–Jenna beija o ombro de s/n e ela suspira.
—S/N:—Quando eu nasci,foi um parto complicado,e eu nasci sabe..lá eu não tenho o órgão genital feminino,mas sim o... masculino.–Jenna a olhou por um momento e depois abraçou ela.
—Jenna:—Obrigada por confiar em mim pra me contar isso sobre você.
—S/N:—Somos amigas,eu confio em você.–Jenna a solta e olha para ela.
—Jenna:—Olha,saiba que nossa amizade não vai mudar ou que eu vou parar de falar com você por causa disso,você é perfeita do jeito que você é e eu te amo do jeitinho que você é,não tem nada de errado com você.–S/n sorri.
—S/N:—Obrigada Jenna.
—Jenna:—Mas e aí....vai deixar eu ver?–s/n da risada.
—S/N:—Eu não vou abaixar minhas calças pra você, Ortega.
—Jenna:—Qual é,somos amigas,eu vivo me trocando na sua frente.
—S/N:—Idai,eu não vou abaixar minhas calças pra você.
—S/N:—Se...você me levasse pra jantar antes, talvez.–Jenna da risada.
—Jenna:—Não vai mesmo me deixar ver,né?os de verdade eu sei quem são.–S/n da risada.
—S/N:—Você tá precisando de jesus na sua vida.
—Jenna:—Tô mesmo,puberdade é uma desgraça.
—S/N:—Falando em puberdade..
—S/n começou a contar do que tinha acontecido mais cedo e Jenna começou a rir.
—Jenna:—Sua mãe viu você se masturbando?você é muito burra.–S/n deu risada.
—S/N:—Em minha defesa,eu não sabia.
—Jenna:—Por isso que você tá ficando com os braços cada vez fortes né?–Jenna ri e s/n cora.
—S/N:—Nada a ver.
—Jenna:—Tudo a ver.
—S/N:—Eu devia levar os doces que eu comprei e deixar você comer os rebocos da parede,só de mal.
—Jenna:—Que nada,eu não devolvo mais,bonitinha.–Ela aperta a bochecha da Álvarez que dá risada.
—S/N:—Você tem algum medo muito estranho?
—Jenna:—Eu tenho,você tem?
—S/N:—Eu tenho,tenho medo de morrer sozinha.–Jenna olha para ela.
—Jenna:—É impossível morrer sozinha,s/n.
—S/N:—Sei la,vai que acontece.
—Jenna:—Eu vou estar com você,até o fim da sua vida,não se preocupe,até lá eu vou ficar te perturbando muito.–S/n da risada.
—S/N:—Não nesse sentido,Jen.
—Jenna:—Você...tá dizendo no sentido romântico?–
S/n assente.
—Jenna:—O que te leva a pensar que vai morrer sozinha?
—S/N:—Eu não sei,eu não sou muito interessante.
—Jenna:—Ah cala essa boca.
—S/N:—Tô falando sério.
—S/N:—Eu acho que eu não sou o suficiente pra fazer alguém permanecer.
—Jenna:—Você é incrível,S/N.
—S/N:—Você fala isso só pra fazer eu me sentir melhor.–S/n da risada.
—Jenna:—Não,eu falo isso porque é de acordo do que eu vejo em você.
—Jenna:—Eu só vejo o melhor de você,você é esforçada,carismática,simpática, inteligente,as vezes é insuportável.–S/n da risada.
—Jenna:—E você é muito,muito linda.–S/n sorri.
—Jenna:—E em questão das pessoas,não se importe com o que vão pensar de você,você não precisa se desfazer por alguém.
—Jenna:—As pessoas vão te amar pelo o que você é,quem é de verdade.
—Jenna:—E se essa pessoa tenta te moldar e mudar você,saiba que não vale a pena.
—Jenna:—E em questão do amor,não se apressa muito,um dia vai acontecer,e eu tenho certeza de que vai ser maravilhoso e lindo.
—Jenna:—Porque você merece a chance de viver um amor tranquilo,nem que seja pelo menos uma vez.
—Jenna:—E caso não acontecer,lembre-se que você ainda tem um amor mais importante de todos,o próprio.
—Jenna:—Não deixa a sua felicidade depender de alguém.
—As duas se olham.
—Jenna:—Nunca vai te faltar amor,se você amar a si mesma.
—S/n sorri e olha para aquelas orbes castanhas tão bonitas.
—Jenna olha para os olhos da garota a sua frente e da um pequeno sorriso.
—S/N:—Obrigada.
—Elas foram se aproximando devagar.
—E quando elas iriam se beijar,a porta abre e elas se separam.
—Aliyah:—Ihh,eu empatei vocês.
—Jenna:—O que você tá dizendo?
—Aliyah:—Que eu empatei?eu empatei,não foi?–Ela pergunta com um sorrisinho travesso.
—S/N:—Jesus Cristo.–S/n coloca as mãos no rosto.
—Jenna:—Nunca mais entre no quarto de alguém assim.
—Aliyah:—Então eu empatei.
—S/N:—Para de dizer que empatou.
—Jenna:—Vai embora,Aliyah.
—S/N:—Eu..eu..acho que vou embora,é..eu vou embora.–Ela se levanta da cama.
—S/N:—Espero que fique melhor,Jen.–Ela dá um beijo na testa da Jenna e sai.
—Aliyah:—Eu vi hein.
—Jenna pega um travesseiro e joga na irmã que sai correndo.
—Jenna:—Babaca.
Continua.